O Colecionador De Penas escrita por Yukii


Capítulo 3
Angelus


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não tem nenhuma nota em especial. O título, como é bem óbvio de receber, é o termo latino para "anjos". Algumas palavras estão devidamente inclusas nas notas finais. Boa leitura!



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Depois de algumas horas esperando por um curandeiro decente no feudo e alguns minutos de dor, Charles ganhara um rolo de bandagens enfaixando cada uma de suas canelas e uma pequena chave de metal descascado.

- Acha que ele vai ficar bem? – o garoto ouviu um acólito perguntar ao curandeiro, enquanto fingia dormir no colchão duro no qual estivera preso há pouco.

- Bem, foram queimaduras sérias, ele provavelmente não andará por alguns dias sem sentir dores, mas com a medicação adequada e repouso, não vejo como algo possa sair errado. Só lembrem-se de trocar as ataduras duas vezes por dia, uma infecção poderia ser fatal. – O curandeiro deu uma olhadela para o chão com marcas de queimado. – Mas, por Deus, o que aconteceu aqui?

Charles não quis ouvir o acólito balbuciando uma mentira qualquer, e fingiu estar acordando. Logo que tentou mexer o pé, seu tornozelo pareceu ser atingido por um milhão de agulhas invisíveis, e ele gemeu.

- Calma, filho. – o curandeiro ajudou-o a sentar. – Você não pode andar ainda. Como isso aconteceu? Pode confiar em mim.

Charles mastigou a língua por alguns segundos, e o olhar nervoso do acólito lhe fez entender o que deveria dizer.

- Eu não sei. – mentiu.

- Não lembra o que estava fazendo?

- Não.

O curandeiro ainda parecia curioso, mas optou por não insistir.

- Bem, veja pelo lado bom. Não vai precisar fazer nada por uns dias, e aqueles simpáticos senhores me contaram que você ganhou um quarto. – ele enfiou a chave na mão do garoto, e seu rosto cansado sorriu. – Vamos. Vamos conhecer seu quarto novo.

Com a ajuda do curandeiro e do acólito – que aparentemente fora deixado sozinho para lidar com todo o problema -, Charles foi desconfortavelmente transportado por inúmeros degraus em espiral, até o topo da mais alta – e mais torta – torre da Igreja. Seu quarto não estava localizado num local muito prático para quem não podia se locomover.

O curandeiro ofegava e tossia quando pararam em frente a uma porta carcomida na qual a chave se encaixou perfeitamente. Outro acólito apareceu rapidamente, oferecendo água para o velho médico e ajudando o outro colega a transportar Charles para sua nova cama.

- Eu não posso voltar para casa? – questionou o garoto, imaginando se ter as canelas e os tornozelos queimados não era um motivo suficientemente relevante para que voltasse para sua família.

Um dos acólitos sorriu, nervoso.

- Não se preocupe. Vamos cuidar de você. Seus pais o entregaram nas mãos de Deus, e não poderiam ter-lhe colocado em melhor lugar.

A frase fez Charles sentir uma estranha sensação de morte.

Seu novo quarto era pequeno e apertado, e, pela inclinação da parede frontal cheia de teias de aranha, lembrava um sótão empoeirado. Várias caixas contendo velas e sacos abarrotados de farinha escondiam as paredes laterais, e Charles ouviu os acólitos cochicharem onde poderiam guardá-los, uma vez que o menino estaria ocupando o quarto. Havia um detalhe do quarto que o garoto gostou em especial: uma pequena janela basculante redonda e colorida, que devia servir como um vitral para a Igreja, e deixava a luz solar entrar parcialmente e pintar as paredes de tons variados de castanho e dourado, o que lhe fez pensar que já devia ser de tarde. O vidro estava sujo e parecia emperrado, mas ele gostou mesmo assim. Seu antigo quarto não tinha janelas.

- É pequeno, mas é apenas até você se recuperar. – garantiu um dos acólitos, tentando parecer simpático. – Logo que estiver em condições, poderá ficar no alojamento dos rapazes.

- Mas aqui é legal – garantiu Charles, suprimindo a vontade de gritar de dor enquanto o outro acólito tentava manobrar o corpo do menino na cama.

Os acólitos se entreolharam e sorriram.

- Você é mesmo um menino abençoado. Não me admira que Deus lhe guarde com uma criatura sacra como aquela – sussurrou o acólito mais próximo, sorrindo para o garoto. Ele beijou a nuca do menino, e desenhou uma cruz invisível em sua testa. – Tenho certeza que a recuperação dessas queimaduras não vai ser nenhuma dificuldade para você.

Charles observou o par de acólitos se afastar junto ao curandeiro, sua testa ainda com a sensação engraçada do toque que recebera. O menino fechou os olhos e afundou mais no colchão, contente por perceber que aquela cama era mais confortável que a primeira.

A porta encontrava-se prestes a fechar e abafar os sons do corredor quando um som alto de batidas veio de algum lugar acima de Charles. O garoto arregalou os olhos, lívido – um borrão branco passou pelas traves do teto, fazendo seu coração acelerar.

 - Está tudo bem? - um dos acólitos enfiou a cabeça pelo portal, uma ruga de preocupação entortando sua testa. - Não tente se mover. Traremos suas refeições aqui.

O menino engoliu em seco, e seus olhos perscrutaram as traves do teto. Nada, além de poeira e aranhas. Alguns metros acima delas, o avesso do telhado era visível.

- É só que... - Charles apertou as cobertas. Não havia nada ali.

- Está sentindo alguma dor? Quer comida, água?

As traves continuavam vazias.

- Não.

- Bem, se precisar de algo, estaremos logo aqui. Só vamos encaminhar o Sr. Greedman, seu curandeiro, para a saída.

A porta se fechou com um baque surdo, e Charles voltou a estudar o topo de seu quarto. Deitado como estava, tinha uma visão perfeita das traves, e podia jurar que vira um borrão branco entre elas. E se fosse um fantasma? Como poderia correr de um fantasma, com as pernas doloridas e imóveis?

Um estalo ecoou nas traves. Outro baque. Charles enfiou a cabeça debaixo das cobertas.

Um calafrio engraçado percorreu-lhe o corpo, e ele juntou as mãos num sinal de reza, murmurando baixinho linhas perdidas de alguma oração semi-esquecida que sua mãe lhe ensinara. Não podia negar, sentia medo. Muito medo. Desejou estar de volta à sua casa antiga, onde dividia uma cama apertada com sua irmã menor e ambos seguravam as mãos para conter seu medo comum de fantasmas e assombrações.

Três ou quatro batidas surdas ecoaram pelo quarto, mas o menino não ousou descobrir a cabeça. Suas mãos suadas tremiam, e ele se sentiu levemente irritado com a demora do acólito. Havia algo dentro daquele quarto, e ele não tinha como se defender.

Bam! Algo pesado caiu no chão, fazendo o assoalho e a cama de Charles tremerem.

- Q-quem está aí? - ele resmungou, tão baixo que mal escutou.

Ninguém lhe respondeu.Alguma coisa parecia se arrastar pelo chão.

Com um pouco de esforço, Charles conseguiu lembrar alguns versos de uma música que sua mãe costumava cantar quando ele ou Kate tinham pesadelos. Era uma letra confusa sobre a história de um agricultor que só plantava morangos, e definhava nas estações impróprias para a tal fruta. Não era uma música alegre, mas era uma das poucas que conhecia, e o ritmo repetitivo lhe dava alguma segurança.

Mesmo de olhos fechados e apertados, enquanto cantava, Charles vislumbrou uma iluminação estranhamente quente vindo à sua direita. Talvez o acólito tivesse voltado. Ele parou de cantar e abriu os olhos, empurrando as cobertas para longe e pronto para relatar tudo sobre os barulhos estranhos que seu quarto fazia.

Não era o acólito que estava ali.

De início, seus olhos doeram com a iluminação brusca e intensa; aos poucos, ele conseguiu divisar contornos humanos, e, com um misto de surpresa e incredulidade, percebeu que a criatura que lhe queimara mais cedo estava agachada ao pé de sua cama, o rosto muito próximo, de olhos arregalados, como um animal curioso. Ele pareceu sentir o olhar de Charles e se afastou, tropeçando nos próprios pés - que, curiosamente, não estavam mais em chamas.

- Espere! - chamou o menino. "Pelo menos não é uma assombração." - Espere. Eu não vou lhe fazer mal.

O outro o encarou por alguns segundos, imóvel. As asas enormes envolviam seu corpo quase por inteiro, deixando apenas a cabeça loura escapar pelo alto das envergaduras brancas.

- Quem é você? - perguntou o garoto, curioso. - Ouvi os padres dizerem que você é um anjo. É verdade?

Ele olhava fixamente para Charles, os olhos adquirindo tons muito claros de azul. Em seguida, murmurou algo em latim, muito baixo, acrescentando num sussurro:

- Anjo. Acho que sim.

Charles admirou-se com o tom humano da voz. Esperou que ele rosnasse ou fizesse algum barulho animalesco, como o ocorrido anteriormente na sala cirúrgica, mas ele usava as palavras com facilidade. Sua voz era limpa e harmoniosa, e soava como a voz de um homem jovem.

Empolgado com as recentes descobertas, Charles queria saber mais sobre a criatura, e estava prestes a bolar sua próxima pergunta quando foi bruscamente interrompido pelo som de passos cada vez mais próximos, vindo do lado exterior. O anjo sobressaltou-se, abrindo as asas rapidamente e derrubando várias coisas no chão graças ao tamanho descomunal das estruturas de vôo, e atirou-se contra as traves, derrubando uma nuvem de poeira no caminho.

- Charles? Meu filho, está tudo bem? - o Padre Cornelius enfiou a cabeça pelo quarto no momento seguinte, sua batina ganhando matizes de roxo e rosa graças à luz proveniente da janela basculante.

- Está, sim, senhor. - o garoto deu uma rápida olhadela para as traves.

- Este barulho veio daqui? - ele olhou ao redor, visualizando os sacos derrubados no chão. Uma garrafa de vinho quebrara no meio do assoalho. - Oh, céus! Meu menino, o que aconteceu aqui?

Charles hesitou. Não iria simplesmente contar que o mesmo anjo que lhe machucara caíra das traves do teto, e provavelmente estava escondido em algum lugar ali por dentro. Olhando novamente para o teto escuro e longínquo, Charles pensou ter visto uma ponta de asa branca.

Uma pena caiu de algum lugar em cima de seu travesseiro, fazendo-o espirrar. Felizmente, Cornelius não percebeu.

- Hã, me desculpe senhor - ele balbuciou, enquanto engedrava uma mentira apropriada. - É só que... a porta estava entreaberta, e tentei caminhar até ela para fechá-la, mas ainda não consigo andar muito bem. O sehor chegou quando eu tinha acabado de voltar para a cama. Sei que eu não deveria me mover muito, mas estava realmente me incomodando. Gosto de dormir com as portas fechadas.

Charles esperava que sua mentira não soasse muito idiota. Cornelius piscou, perplexo.

- Ora, filho! Não se arrisque desse jeito. Precisamos de você sadio e forte. Por que não chamou alguém?

- Eu não queria... não queria incomodar.

- Não é incômodo algum, criança. Há algo de que precise?

- Não, senhor. Estou bem. Muito obrigado por sua hospitalidade.

O velho padre sorriu.

- Agradeça ao Senhor, que é a Ele que devemos tudo o que temos. - ele passou pelo portal. - Vou me certificar de deixar a porta fechada e que ninguém venha lhe incomodar. Mais tarde, mandarei alguém trocar suas ataduras. Descanse, filho.

Charles esboçou um sorriso congelado, e suspirou aliviado quando o padre fechou a porta. O baque de seus passos foi se tornando cada vez mais baixo, até sumir. Charles esperou alguns minutos, por cautela, até fixar o olhar no teto e falar:

- Você já pode descer. Eles foram embora.

O quarto continuou em silêncio absoluto. Charles esperou alguns minutos, imaginando que devia ser difícil para o anjo descer por tantas traves com asas tão grandes.

Percebendo que o anjo não pretendia voltar, ele mordeu os lábios, pensativo. O que poderia fazer para atrai-lo de volta? Lembrou de como o anjo parecera interessado em sua canção do agricultor com os morangos. Propositalmente, ele voltou a cantá-la, em um volume um pouco maior.

Estava na metade da canção quando viu uma cabeça loura espiá-lo lá de cima. Ele sorriu, satisfeito, sem parar de cantar. Alguns minutos depois, o anjo descia cuidadosamente pelas traves, pousando no chão com um baque suave.

- Você gosta dessa música?

O anjo fechou a cara. Seus olhos lampejaram um dourado agressivo, e Charles escondeu a cabeça embaixo das cobertas, assustado. Arriscando-se a olhar o outro após um ou dois minutos, encontrou um rosto angélico curioso encarando-lhe sem nenhuma malícia, como o momento de ira fosse algo da imaginação do garoto.

- Acho melhor você trancar a porta - sugeriu o menino.

O anjo lançou-lhe um olhar de dúvida.

-"Trancar"...? - a palavra pareceu lhe causar estranhamento.

Charles ergueu-se da cama, feliz por ter o que fazer. Com cuidado para não mover as pernas, ele esticou o braço e apanhou a chave que tinha recebido.

- Use isto - ele sugeriu -, enfie naquela parte da porta, e dê uma volta.

O anjo hesitou por alguns momentos. Parecendo ganhar alguma coragem, ele foi até onde o garoto estava e apanhou a chave da sua mão, segurando-a como se esperasse que ela fosse explodir. Para a surpresa de Charles, que não imaginava que o anjo fosse capaz de andar, ele pôs-se de pé e caminhou lentamente até a porta, tateando-a em busca do tal buraco para enfiar a chave.

- Está ali - disse Charles, apontando para a maçaneta descascada. - Enfie e gire.

O anjo fez como foi mandado, e o som enferrujado da chave rodando no mecanismo da fechadura pareceu maravilhá-lo.

- Isso funciona - ele sussurrou, surpreso.

Charles riu.

- O que você esperava, afinal?

O anjo virou-se para ele com um lampejo de luz, fixando os orbes azulados como se reparasse no garoto pela primeira vez.

- Você é humano.

Charles assentiu.

- E você é um anjo. - ele apoiou-se no travesseiro. - Como chegou aqui? Por que me salvou?

- Eu não lhe salvei, filhote de Adão. - ele fez uma careta. - Eu caí.

- De onde? - os olhos de Charles brilharam. - Qual o seu nome?

O anjo abriu a boca, pronto para responder. Mas algo nele pareceu murchar. Ele mordeu os lábios e enlaçou os longos dedos, encasulando-se novamente nas asas.

- Não sei.

- Não sabe?

- Você é surdo?

O tom impaciente fez Charles querer rir. Não imaginava porque tivera medo do outro - ele parecia tão mais velho, e ainda assim, agia como se fosse da sua idade.

- Podemos arranjar um nome para você. E seria bom arranjar uma casa, também. Os padres gostam de você, pelo visto, mas acho que ficam meio psicóticos quando você está por perto. Talvez tenham vontade de colocar você numa capela de adoração!

Os olhos do anjo brilharam dourados - um sinal de irritação.

- Não ouse me pôr diante daqueles spurcus¹ mais uma vez, filhote de Adão. - ele resmungou algo a mais em latim, e Charles se encolheu.

- Não fique irritado, por favor. Eu não vou deixar que eles lhe vejam. - O menino tentou sorrir. - Você pode me chamar pelo meu nome, em vez de "filhote de Adão". Sou Charles. Charles Kristof.

- Charles Kristof - O anjo repetiu com dificuldade. - Vocês, filhos de Adão, têm nomes muito difíceis.

- Você fala isso porque nunca viu um nome russo. Kate e eu conhecemos um mercador russo, o sr. Stravinsky-

Ele parou de falar subitamente ao perceber um tropel de passos no corredor. Charles fez um sinal silencioso para o anjo se aproximar e ficar em silêncio, e ambos prederam a respiração, hesitantes. Alguns minutos depois, os passos se afastaram e o corredor ficou silencioso novamente.

- Esses spurcus - murmurou o anjo, cujas íris brilhavam douradas. -, eles são a causa de toda a sujeira dos filhos de Adão. Eles ensinam a podridão a vocês, filhotes de Adão.

Charles torceu o nariz.

- Você me lembra minha avó falando. O que há de tão podre em ser humano, afinal?

O anjo readquiriu o tom azulado dos olhos, acalmando-se. Charles reparou que ele tinha leves olheiras arroxeadas, e a pele quase transparente.

- Não é podre ser humano. É podre crescer sob as leis de um. É podre o que eles fazem com você e com todos os outros filhotes de Adão.

- É por isso que você me protegeu? - questionou o menino, surpreso. - Porque não me acha podre?

- Já lhe falei, Charles Kristof, filhote de Adão, eu não lhe protegi intencionalmente. Eu caí. Em cima de você, mas caí. Você é um filhote. Por sorte, ainda não é um spurcus maldito. Consigo me comunicar com você apenas por causa disso.

Charles tentou conciliar tudo o que o anjo dizia.

- Então... apenas crianças entendem você, é isso?

- Acho que sim. Algumas delas.

Charles mordeu os lábios.

- E se você aprendesse nossa língua? Poderia se comunicar com todos.

- Não tenho interesse nisso.

- Mas você precisa! Meu pai sempre diz que a palavra é a alma dos negócios. Se você quiser evoluir, vai precisar se comunicar.

- Evoluir... alma dos negócios... o que você entende, afinal, Charles Kristof? - o anjo enrugou a testa para ele. - Não deixe os spurcus lhe transformarem num deles.

- Meu pai não é podre.

- Você apenas não o enxerga como tal.

A resposta fez Charles querer provar que o anjo estava errado - seu pai era seu pai, o homem inteligente que lhe trazia batatas doces da feira e lhe ensinava um pouco de pesca e esgrima aos domingos. Mas a lembrança dolorosa do homem que lhe criara abandonando-o naquela Igreja fez com que ele se impedisse de falar. Não era culpa de seu pai, e, ao mesmo tempo, a culpa era toda dele.

- Você me parece um filhote de Adão inteligente, Charles Kristof - disse o anjo, retomando a palavra -, por isso devo considerar sua oferta. Há poucas coisas que sei. Muito pouco sobre mim. É tolo de minha parte negar que preciso de ajuda. Ainda assim...

O anjo emudeceu. Seus olhos estavam arregalados, fixos em um ponto além da cama de Charles. As íris fluíram em matizes diversos do azul para o dourado, e a criatura rosnou, revelando dentes um tanto pontiagudos, que Charles nunca havia visto em uma pintura angélica.

- O que aconteceu? - o menino olhou ao redor. - Qual o problema?

O anjo farejava o ar, abrindo o leque de penas das asas com ferocidade. Charles divisou algo que se movia na escuridão, do outro lado do quarto, no local observado pelo anjo

- Há um caído² aqui, filhote de Adão. E ele quer se alimentar da sua carne.


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Notas finais do capítulo

¹Spurcus = sujo(s), em latim.
²Referente a anjos caídos.
Este capítulo é mais uma transição de fatos. Na verdade, mais coisas deveriam acontecer nele, mas resolvi separá-lo em dois para tornar a leitura mais agradável. Sei que a aura da história pode parecer meio macabra e excessivamente religiosa, mas é necessário que cada atmosfera possa se desenvolver o suficiente para fornecer uma boa base a cada personagem. Queria agradecer a todo incentivo que tenho recebido, e espero que continuem se interessando por esta história e dando suas opiniões. De verdade, MUITO obrigada, e até o próximo capítulo! ♥



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