O Reino de Lotaria escrita por Anderson Ricardo Paublo


Capítulo 6
Capítulo 4: Desesperador




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O portal se fechou atrás de Anderson com um silêncio final, deixando-o sozinho em um mundo de escuridão e frio. A Ilha das Sombras estendia-se diante dele, um território de desolação onde a luz do sol parecia temer adentrar. O chão sob seus pés era frio e úmido, coberto por uma névoa que engolia não apenas a luz, mas a esperança.

Anderson, ainda segurando a espada de seu pai, tentou se orientar, mas o som de correntes arrastando-se e grunhidos famintos logo o alertou para o perigo iminente. Demônios, atraídos pela presença de um novo ser vivo, emergiram das sombras, seus olhos brilhando com uma fome predatória.

Os demônios de Lotaria eram criaturas de pesadelo, nascidas das trevas e da corrupção, esfomeados por dor e sofrimento. Eles cercaram Anderson, vendo nele não um adversário, mas uma refeição. O medo ameaçou paralisá-lo, mas a imagem de seus pais, a lembrança de suas últimas palavras e seu amor inabalável, acendeu uma chama dentro dele.

"Eu não serei a presa de vocês," Anderson sussurrou, a voz carregada de uma determinação feroz. Erguendo a espada, ele se preparou para defender sua vida.

O primeiro demônio avançou, e Anderson o encontrou com a lâmina de sua espada, um movimento ensinado por seu pai, um movimento que carregava a esperança e a luta de sua família. A batalha que se seguiu foi brutal. Anderson lutou não apenas por sua sobrevivência, mas pela promessa que fizera a si mesmo: vingar sua família e proteger Gabriel, onde quer que ele estivesse.

A cada demônio que caía, outros pareciam tomar seu lugar, mas Anderson não recuou. Ele lutou com uma força que não sabia possuir, cada golpe um eco de sua dor e raiva.

Anderson, cercado pela escuridão e pelo perigo na Ilha das Sombras, enfrentava os demônios com uma bravura que desafiava sua juventude. Um após outro, ele combatia as criaturas esfomeadas, movido por uma mistura de desespero e determinação. Seu coração pulsava com a lembrança de sua família perdida, cada golpe um tributo à sua memória.

O jovem guerreiro, contudo, não era invencível. Após inúmeros confrontos, seu braço tremia sob o peso da exaustão, sua respiração era ofegante, e o frio da ilha penetrava seus ossos. Em um momento fatídico, sua força o abandonou; a espada, herança de seu pai e símbolo de sua promessa, escapuliu de seus dedos e caiu com um som surdo sobre o solo úmido da ilha.

Foi então que a escuridão ao redor pareceu se condensar, dando forma a uma presença que fazia os demônios menores parecerem meros caprichos de uma noite tempestuosa. Uma criatura imensa emergiu, sua estatura e aura emanando um poder que fazia o ar vibrar de terror. Os demônios menores recuaram, seus grunhidos e sibilos silenciados pelo medo reverente.

"Saiam, criaturas horrendas," a voz do ser trovejou, uma risada maliciosa seguindo suas palavras. "Eu sou o Lord Demônio Aatrox, e estava esperando por este garoto, hahahaha."

Anderson, apesar do medo que lhe apertava o peito, ergueu-se para encarar o Lord Demônio. Aatrox era uma figura de pesadelos, sua presença sozinha era suficiente para desencorajar o mais corajoso dos guerreiros. Mas Anderson, alimentado pela dor e pelo legado de coragem deixado por seus pais, encontrou uma centelha de força dentro de si.

Eu não tenho medo de você, Aatrox," Anderson disse, sua voz firme, mais do que ele esperava. "Você pode me matar, mas nunca vai destruir o que minha família representa.

Aatrox inclinou a cabeça, observando o jovem humano diante dele com um interesse perverso. "Interessante, garoto. Você tem a coragem dos tolos, mas talvez haja algo mais em você. Talvez você seja digno do meu... entretenimento."

Com um gesto de sua imensa mão, Aatrox conjurou a espada de Anderson, oferecendo-a de volta ao garoto. "Mostre-me o que você pode fazer, humano. Lute pela sua vida, pela sua esperança. Quem sabe? Você pode me surpreender."

À medida que a espada de Anderson flutuava na direção dele, conjurada por Aatrox, o Lord Demônio examinou a lâmina com um olhar de reconhecimento, quase nostálgico. "Conheço essa espada... Era de um amigo meu," murmurou ele, um vislumbre de memórias distantes brilhando em seus olhos infernais.

A espada, símbolo do legado e da força de Reinald, parecia vibrar com uma energia própria ao ouvir as palavras de Aatrox. Porém, quando Anderson tentou segurá-la, o peso da realidade e da exaustão se fez sentir; a lâmina escorregou de seus dedos, incapaz de ser levantada por braços tão jovens e fatigados.

Antes que Anderson pudesse tentar novamente, Aatrox agiu com uma brutalidade súbita. Um golpe poderoso atingiu o garoto na cabeça, mergulhando-o em escuridão. A última coisa que Anderson viu antes de perder a consciência foi o sorriso cruel de Aatrox, uma promessa de desafios ainda mais sombrios.

"Vamos embora, malditos. O mestre Vlad está esperando a encomenda," ordenou Aatrox, dirigindo-se aos demônios que observavam, prontos para seguir seu líder. Com um gesto desdenhoso, ele agarrou Anderson pelo cabelo, arrastando o garoto desmaiado através da névoa densa e úmida da Ilha das Sombras.

A marcha através da ilha era um cortejo de horrores, com Aatrox à frente, uma figura imponente que dispersava a escuridão com sua mera presença. Os demônios que os seguiam falavam entre si em sussurros excitados, antecipando a aprovação de seu mestre obscuro, Vlad, ao entregarem o prisioneiro.

Anderson, inconsciente, era alheio ao caminho que percorria, arrastado para um destino incerto pelas mãos de um dos seres mais temidos de Lotaria. Seu destino, agora entrelaçado com os planos sinistros de Aatrox e Vlad, prometia mergulhá-lo ainda mais nas profundezas de uma luta pelo poder, pela sobrevivência e, em última análise, pela redenção

Dentro do castelo sombrio, um domínio que parecia se erguer como um monumento à escuridão em meio à desolação da Ilha das Sombras, Aatrox fez sua entrada dramática. A porta, outrora um imponente portal de madeira e ferro, agora jazia aos pedaços após o brutal pontapé do Lord Demônio. "Vlad, Vlad, seu garoto chegou," Aatrox gritava com uma voz que reverberava pelas paredes de pedra antiga. "Espero que valha a pena, estou doido para comer essa criança."

Vlad, o Elfo Negro, mestre da hemomancia, levantou-se de seu trono sombrio ao ouvir a voz de Aatrox. Sua pele acinzentada contrastava com os cabelos longos e brancos que fluíam como uma cascata de prata morta. Seus olhos, quando se fixaram em Anderson, brilhavam com um interesse mórbido. Com um gesto elegante, mas terrivelmente poderoso, Vlad manipulou o sangue que escorria das feridas do garoto, fazendo-o flutuar no ar e direcionando-o à sua boca. "Hum, com certeza esse é o garoto," murmurou Vlad, saboreando o sangue de Anderson como se fosse um néctar raro.

Aatrox, apesar de sua lealdade aparente, encarou Vlad com uma faísca de desafio em seus olhos. Para ele, Vlad não era seu líder, mas um meio para um fim. "Essa é a sua chance, Vlad, de fazer as coisas certas. Quero sair dessa merda de lugar," desabafou Aatrox, sua paciência claramente esgotando-se.

Vlad, limpando os beiços ainda manchados pelo sangue de Anderson, respondeu com uma calma que apenas aqueles acostumados ao poder poderiam manter. "Tenha calma, Aatrox. Logo a aura de anjo estará comigo. O plano está saindo tudo de acordo, mas pode levar um tempo."

O castelo, agora palco de um acordo sombrio entre criaturas de poder inimaginável, mantinha Anderson, inconsciente e vulnerável, no coração de seus maquinações. Enquanto o garoto jazia imóvel, um jogo perigoso de ambições e desejos proibidos começava a se desenrolar, com seu destino e o de Lotaria pendurados na balança.

Vlad, com uma autoridade incontestável, elevou sua voz, capturando a atenção de todos dentro do vasto salão do castelo. "Criaturas desprezíveis, demônios insuportáveis," ele começou, sua voz impregnada de desprezo e mando. Os olhos de cada demônio presente brilharam com uma mistura de medo e antecipação, pendurados em cada palavra que caía dos lábios de Vlad.

"O banquete está servido," Vlad anunciou, seus olhos fixos em Anderson, que jazia inconsciente, uma figura vulnerável perante a assembleia de horrores que o rodeava. "Porém, com moderação. Vocês podem se alimentar do garoto, com calma e organização. O garoto não pode morrer," ele riu, uma risada que ecoava pelo salão como o som de um sino funerário, sinalizando o início de um pesadelo para Anderson.

Os demônios, ao ouvirem as instruções de Vlad, aproximaram-se de Anderson com uma lentidão predatória, seus olhos brilhando com uma fome insaciável. Eles circulavam o garoto, sibilando e grunhindo entre si, disputando a "honra" de serem os primeiros a obedecer ao comando de seu mestre.

No entanto, mesmo na face da crueldade iminente, havia uma faísca de resistência. A escuridão que envolvia Anderson começou a pulsar com uma energia sutil, uma manifestação do poder adormecido dentro dele, agitando-se contra a vontade maligna que buscava subjugá-lo. Era um sinal de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a luz da esperança e da força interior ainda podia brilhar, desafiando as trevas que ameaçavam engolfá-lo.

Enquanto os demônios se aproximavam, prontos para cumprir o desejo macabro de Vlad, uma tensão indescritível enchia o ar. A linha entre a vida e a morte, entre a vítima e o poder que dormia dentro de Anderson, tornava-se tênue, preparando o cenário para um confronto que poderia alterar o destino de todos os envolvidos.

O salão do castelo, iluminado apenas pela luz vacilante de tochas que lançavam sombras dançantes pelas paredes de pedra, tornava-se uma arena onde a luta pela sobrevivência de Anderson, desconhecida para ele mesmo em seu estado inconsciente, começava a se desdobrar

Anderson despertou para o pesadelo de dor e terror. Cada arranhão, cada grito desesperado, era uma prova da maldade que o cercava. Os demônios, obedecendo à ordem cruel de Vlad, dilaceravam sua pele, deixando marcas que eram tanto físicas quanto psicológicas. O garoto, superado pela dor e pelo medo, não conseguia fazer nada além de gritar e chorar, até que a escuridão do desmaio o reivindicou mais uma vez, um alívio momentâneo de sua agonia.

Quando a tortura cessou, por um momento, os demônios recuaram, recordando a ordem de Vlad: o garoto não poderia morrer. Com uma relutância nascida da fome insaciável, eles, paradoxalmente, cuidaram de Anderson. Suas feridas foram tratadas com métodos brutos, porém eficazes, que refletiam uma compreensão distorcida de cuidado. Alimentaram-no com Musguicios, a vegetação escassa da ilha, garantindo sua recuperação apenas o suficiente para que a tortura pudesse começar novamente.

Esse ciclo de cura e dor continuou por dias, cada momento de alívio efêmero rapidamente ofuscado pela realidade de sua prisão. Anderson, oscilando entre a consciência e a inconsciência, lutava para encontrar algum sentido, alguma razão para se apegar à vida diante da brutalidade incessante.

No entanto, mesmo no abismo de desespero, um vislumbre de resiliência começou a se manifestar dentro de Anderson. Cada vez que ele despertava, um novo pedaço de determinação se acendia em seu coração. Lembranças de seus pais, o amor por seu irmão Gabriel, e a promessa de vingança tornavam-se as chamas que o mantinham lutando, mesmo quando tudo parecia perdido.

A história de Anderson na Ilha das Sombras, embora marcada pela dor e pelo sofrimento, também era um testemunho da tenacidade do espírito humano, da capacidade de suportar e da recusa em se render, mesmo diante das maiores adversidades.

Enquanto os dias se arrastavam, a luta de Anderson para sobreviver, para manter a sanidade diante do inferno que vivia, traçava o caminho para uma possível redenção. Em algum lugar, dentro ou fora daquelas paredes sombrias, uma força trabalhava a seu favor, buscando um meio de libertá-lo das garras de seus captores e oferecer-lhe a chance de reivindicar sua vingança e reconstruir seu futuro.

No auge do tormento infligido pelos demônios, uma voz suave, mas insistentemente clara, cortou a cacofonia de gritos e grunhidos. "Anderson, Anderson, concentre-se em minha voz," ela chamava, um farol de calma em meio ao caos. A dor era quase insuportável, a crueldade dos seus captores implacável, mas essa voz... havia algo nela que instigava Anderson a ouvir, a obedecer.

Repentinamente, tudo se tornou branco. A brutalidade continuava — ele podia sentir cada arranhão, cada corte dilacerante como se estivessem gravando as sombras em sua alma. No entanto, sua mente foi transportada para longe daquela escuridão, para um espaço de pureza ilimitada, um vazio branco onde a dor era uma memória distante, embora ainda presente.

Diante dele, materializando-se da névoa branca, estava uma mulher de uma beleza inefável. Sua pele irradiava uma luz própria, contrastando com os longos cabelos escuros que ondulavam suavemente ao seu redor, como se movidos por uma brisa que Anderson não podia sentir. "Concentre-se em mim, Anderson," ela insistiu, sua voz agora preenchendo o espaço, abafando a sensação de dor.

A presença da mulher era ao mesmo tempo tranquilizadora e intrigante. Quem era ela? Uma aliada? Uma manifestação de algum poder adormecido dentro de Anderson? Ele tentou alcançá-la, buscando compreender, buscar refúgio em sua promessa implícita de alívio, mas a dor de seu corpo físico era um lembrete cruel da realidade de sua situação.

E então, como se a intensidade da tortura física finalmente tivesse alcançado sua mente refugiada, tudo se apagou para Anderson. Ele desmaiou, a consciência escorregando para a escuridão, deixando para trás a visão da mulher e o santuário branco que ela oferecia. No entanto, a memória de sua voz e de sua imagem permaneceu gravada em seu ser, uma centelha de mistério e esperança em meio ao desespero.

Conforme a consciência de Anderson vagava de volta das sombras, a voz familiar ecoou novamente, firme e gentil, "Anderson, Anderson, eu vou tentar de novo, tente não desmaiar." As palavras mal haviam se dissipado quando ele se viu mais uma vez naquele vasto expanse branco, um contraste gritante com a escuridão e dor da realidade de onde ele vinha. Diante dele, como antes, estava Lolis, a mulher de beleza etérea e voz tranquilizadora.

"Quem é você?" Anderson conseguiu perguntar, sua voz fraca mas carregada de curiosidade e uma ponta de esperança. A resposta a essa pergunta poderia ser a chave para entender o poder que ele sentia crescer dentro de si, mesmo nas circunstâncias mais desoladoras.

Lolis aproximou-se, seus movimentos emanando uma graça que parecia desafiar a gravidade. Ela estendeu a mão, tocando suavemente o cabelo de Anderson, um gesto repleto de carinho maternal. "Meu nome é Lolis," ela começou, sua voz um sussurro que preenchia o espaço entre eles. "Sou o espírito que habitava a espada de seu pai. Não sei como, mas na luta contra o Raiden, você me absorveu por completo. Os humanos nos chamam de espírito puro, ou de fada. Sou o espírito da Fênix Negra que habitava a espada."

A revelação deixou Anderson atordoado, uma tempestade de emoções e perguntas varrendo sua mente. A Fênix Negra, uma lenda que ele ouvira em histórias contadas por seu pai, agora estava diante dele, uma parte dele. Como isso poderia ter acontecido? O que isso significava para o seu destino?

Antes que pudesse formular outra pergunta, a enormidade daquela verdade, combinada com o peso da exaustão que ainda o afligia, foi demais para Anderson suportar. Seus olhos pesaram, e a escuridão o envolveu uma vez mais, levando-o de volta ao abismo do inconsciente.

Enquanto os dias se transformavam em semanas, meses e, por fim, anos, Lolis tornou-se a única constante na existência atormentada de Anderson. Cada encontro em seu santuário mental era um refúgio, ainda que temporário, das garras da dor física. Lolis explicou que esse local era onde os guerreiros de elite de Lotaria buscavam a transcendência, um estado de ser além do alcance da maioria.

"Estar aqui, Anderson, não é apenas escapar da dor; é uma oportunidade," Lolis disse suavemente, enquanto o espaço ao redor deles vibrava com uma energia antiga e poderosa. "A transcendência pode parecer distante agora, mas você tem dentro de si uma força que poucos podem reivindicar."

Sob a orientação de Lolis, Anderson começou um rigoroso treinamento mental. Apesar de seu corpo permanecer prisioneiro, sua mente explorava os vastos domínios da magia e do conhecimento. Lolis compartilhava com ele as complexidades da magia, os segredos dos elementos e as histórias dos grandes magos e guerreiros que haviam deixado sua marca no mundo.

A dor, embora jamais esquecida, tornou-se um eco distante para Anderson, à medida que sua compreensão e domínio sobre a magia cresciam. Ele aprendeu a convocar o fogo sem queimar, a dançar com o vento sem se perder, a fluir com a água sem afogar-se, e a mover-se com a terra sem ceder. Cada elemento era um amigo, um professor, guiando-o para mais perto do limiar da transcendência.

Então, chegou o momento. Anderson, seu espírito forjado pelo tempo e pelo ensino, estava pronto. Lolis, percebendo a mudança iminente, sorriu. "Você está prestes a atravessar um portal do qual não há retorno, Anderson. Está pronto para se tornar algo mais?"

No mundo físico, enquanto demônios se banquetavam com o que acreditavam ser um corpo indefeso, a transformação começou. O corpo de Anderson iluminou-se com um brilho interno, uma luz tão intensa que parecia consumir a escuridão ao redor. E então, com a força de um sol nascendo, uma explosão irrompeu, liberando uma onda de energia pura.

Tudo num raio de dois quilômetros foi desintegrado instantaneamente — demônios, o castelo sombrio e todas as criaturas sombrias que nele habitavam não eram mais. No epicentro, Anderson permanecia, sua forma brilhando com um poder recém-descoberto, a marca da transcendência gravada em sua essência.

Lolis, observando de algum lugar além, sorriu. Anderson havia feito o impossível; ele havia transcendido. Agora, não era apenas um sobrevivente das sombras, mas um mestre dos elementos, um ser de poder e luz capaz de mudar o destino de Lotaria.


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