O Reino de Lotaria escrita por Anderson Ricardo Paublo


Capítulo 18
Capítulo 16 - Acusação




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A noite em Citera desdobrava-se sob um manto de estrelas cintilantes, refletindo a luz de um dia vitorioso. O banquete no palácio real estava em pleno andamento, um mar de risadas, conversas animadas e o tilintar de taças ecoando pelo salão opulento. A atmosfera era de celebração, um merecido respiro após a tensão da batalha, e cada convidado se entregava ao momento de júbilo.

Anderson, sentado entre seus companheiros, não pôde deixar de se impressionar com a variedade e a riqueza das iguarias à sua frente. Cada mordida era um lembrete do que haviam lutado para proteger: a cultura, a prosperidade e a paz de Citera. Ao seu lado, Aerilyn exibia a elegância inerente à sua linhagem real, sua postura e graça eram um espetáculo à parte, complementando a beleza da noite.

Gabriel, por outro lado, irradiava uma alegria contagiante, completamente à vontade na companhia de Julius. O jovem príncipe não perdia a oportunidade de fazer piadas, jogando pedaços de comida no Comandante, que reagia com um misto de fingida irritação e divertimento genuíno. A interação entre os dois trazia um senso de normalidade e camaradagem que contrastava com a grandiosidade da celebração.

A noite avançava, e a música ecoava pelas paredes do palácio, convidando todos a se juntarem na dança. Os sorrisos eram fáceis, e as risadas, frequentes, enquanto histórias da batalha eram compartilhadas, embelezadas pelo tempo e pela memória. Por um momento, a guerra parecia distante, uma sombra passageira diante da luz daquela união.

Mas enquanto a festa seguia, uma presença marcante observava de longe. A Rainha Seraphina, com sua beleza indiscutível e aura de poder, mantinha os olhos fixos em Anderson. Havia algo em sua atenção que transcendia a mera curiosidade, um interesse que escondia intenções não totalmente claras. Seraphina, acostumada a comandar a atenção e a deferência de todos ao seu redor, via em Anderson não apenas um herói de batalha, mas um desafio a ser conquistado.

À medida que a noite dava lugar à madrugada, o convite da rainha para um encontro privado chegou até Anderson, carregando consigo o peso de implicações não ditas. Naquele momento de festa e descontração, poucos poderiam prever as ondas de choque que tal convite desencadearia, marcando o início de uma série de eventos que testariam as alianças formadas e os corações dos envolvidos.

Assim, enquanto a música tocava e a corte de Citera dançava, os fios do destino começavam a se entrelaçar de maneiras complexas e inesperadas, preparando o palco para revelações que poderiam abalar os próprios alicerces do reino. A noite estava boa, e todos se divertiam, mas mal sabiam o que ainda estava por vir.

 

O Rei de Citera ergueu-se diante de seus ilustres convidados, seu olhar varrendo o salão onde heróis e nobres se reuniam em honra da recente vitória. Com uma taça elevada, sua voz ecoou com autoridade e gratidão: "Aos guerreiros valentes cuja coragem e força salvaguardaram nosso reino, um brinde!" Suas palavras foram recebidas com um estrondo de aprovação, taças tilintando em uníssono sob o vasto teto ornamentado do salão.

Enquanto o banquete desenrolava-se, a Rainha Seraphina movia-se com uma graça que lhe era característica, sua presença inegavelmente magnética. Ela se exibia, ciente de todos os olhares capturados por sua figura, cada gesto e sorriso meticulosamente orquestrados para encantar. Aos poucos, suas intenções tornavam-se claras, especialmente as dirigidas a Anderson. O guerreiro, contudo, mantinha-se distante, sua atenção desviada das insinuações sutis, escolhendo, em vez disso, celebrar a união e a camaradagem que aquela noite representava.

Com o avançar das horas e o fim da festividade, a multidão dispersou-se, cada convidado guiado aos aposentos preparados para seu repouso. Anderson, refletindo sobre os eventos do dia e a batalha que ainda ressoava em sua mente, retirou-se para a solidão de seu quarto. Ali, diante da janela aberta para a noite de Citera, ele se permitiu um momento de tranquilidade, contemplando o luar que banhava a paisagem com uma luz prateada.

Foi neste cenário sereno que a Rainha Seraphina fez sua entrada inesperada, adornada em vestes que deixavam pouco à imaginação, a silhueta delineada contra a luz do corredor. "Estou doida para conhecer de verdade este guerreiro," ela murmurou, sua voz um convite carregado de promessas e perigo.

Quando Seraphina se aproximou, Anderson não pôde evitar de lançar-lhe um olhar cauteloso. "Peço desculpa, Alteza, mas não me parece adequado que esteja aqui em meu quarto," ele expressou, sua voz firme, embora tingida de respeito.

Ignorando sua hesitação, a rainha avançou, tocando levemente em seus braços. "Ninguém precisa saber, só eu e você," sussurrou ela, tentando persuadi-lo com sua proximidade.

Anderson, desconfortável, desvencilhou-se suavemente. "Você é casada," lembrou-a, tentando manter a distância.

Seraphina, insistente, questionou-o, buscando uma brecha em sua defesa. "Não me acha bonita?"

"Sim, eu a acho muito bonita, mas isso não muda minha resposta," afirmou Anderson, sua decisão clara.

Quando a rainha tentou se aproximar novamente, mais decidida, Anderson agiu com rapidez para afastá-la, colocando-a gentilmente contra a parede para manter a distância entre eles. "Alteza, por favor," ele pediu, marcando sua posição com cuidado para não desrespeitá-la, mas firme em sua recusa.

A tensão no quarto atingiu o ápice quando a Rainha Seraphina, desafiada pela recusa de Anderson, elevou sua voz em um tom que raramente era ouvido fora das paredes do palácio. "Eu sou a rainha, e eu quero você, então venha me satisfazer," exigiu ela, a autoridade de sua posição misturada com um desejo que não aceitava negação.

Anderson, porém, permaneceu inabalável em sua decisão, um bastião de integridade em face de uma situação tão complexa quanto perigosa. Com a dignidade que caracterizava não apenas o guerreiro, mas o homem que era, ele respondeu simplesmente, "não". Sem mais palavras, dirigiu-se para a porta do quarto, escolhendo preservar seus princípios acima da vontade da rainha.

No momento em que Anderson tocou a maçaneta, prestes a deixar o quarto e a situação incômoda para trás, a Rainha Seraphina, movida por uma mistura de despeito e determinação de impor sua vontade, elevou sua voz em um grito agudo e penetrante que cortou o silêncio do palácio como uma lâmina. "Socorro! Guardas, socorro!" ela exclamou com uma intensidade dramática, sua voz ecoando pelos corredores opulentos.

A acusação da rainha, amplificada por seu status e pelo eco de seus gritos, reverberou pelas paredes do palácio, convocando uma onda imediata de soldados ao seu quarto. Esses guardas, leais à coroa e programados para responder sem hesitação ao chamado de sua rainha, chegaram prontos para defender, encontrando a cena já manipulada por Seraphina para incriminar Anderson.

Ao serem questionados sobre o ocorrido, Seraphina, com lágrimas artificiais adornando seu rosto e uma habilidade teatral para distorcer a verdade, apontou para Anderson, agora um prisioneiro de acusações infundadas. "Ele me atacou," ela afirmou, entre soluços calculados, selando o destino de Anderson com palavras cuidadosamente escolhidas para incitar ação e repulsa.

Anderson, diante da rápida reação dos guardas e da reviravolta chocante dos eventos, mal teve chance de articular sua defesa. "Eu não fiz nada," ele tentou argumentar, mas sua voz foi rapidamente sufocada pela urgência dos soldados em proteger sua rainha, agora percebida como vítima.

A complexidade e a rapidez com que os eventos se desenrolaram deixaram pouco espaço para questionamentos ou dúvidas. Anderson, vítima de uma armação cuidadosamente orquestrada, viu-se enredado em uma teia de mentiras e poder, um jogo perigoso jogado nos corredores sombrios do palácio real de Citera.

Na confusão que se seguiu ao grito da Rainha Seraphina, o corredor do palácio rapidamente se tornou um turbilhão de acusações e violência. Julius, Gabriel, Gafian e Aerelyn emergiram de seus quartos, atraídos pelo alvoroço, apenas para se depararem com uma cena de caos.

"O que está acontecendo?" Aerelyn indagou, a preocupação evidente em sua voz.

Um dos soldados, com uma expressão carregada de desdém, respondeu prontamente, "Este marginal tentou se aproveitar da rainha." As palavras do soldado cortaram o ar, pesadas com julgamento e acusação.

Aerelyn, conhecendo a índole de Anderson, tentou intervir, defendendo-o com fervor. "Isso não pode ser verdade. Anderson jamais faria algo assim!" ela exclamou, tentando desesperadamente fazer com que os soldados ouvissem a razão. No entanto, suas palavras apenas pareceram incitar uma reação ainda mais brutal dos guardas, que responderam com violência, pressionando Anderson ainda mais contra o chão.

A situação escalou rapidamente quando Seraphina, num gesto de autoridade absoluta, ordenou que os companheiros de Anderson também fossem detidos. Sem aviso, Julius, Gafian e Aerelyn viram-se rendidos e algemados, suas tentativas de resistência ou diálogo totalmente ignoradas.

Julius permaneceu em silêncio, sua mente calculando freneticamente as implicações e os próximos passos a serem tomados. Gafian, por outro lado, mostrou-se visivelmente perturbado ao ver Aerelyn sendo tratada com tamanha truculência.

Foi Gabriel, com a autoridade de sua linhagem e o peso de seu título, quem tentou impor ordem ao caos. "Eu sou o rei de Lotaria, eu exijo que nos soltem!" sua voz ecoou pelo corredor, uma tentativa desesperada de reivindicar controle sobre a situação. No entanto, longe de acatar suas palavras, um dos guardas reagiu com violência, desferindo um golpe que enviou Gabriel ao mundo escuro da inconsciência.

Lolis, prevendo o desenrolar da ira de Anderson, agiu com velocidade sobrenatural para conjurar um escudo protetor ao redor de Gafian, Aerelyn, Gabriel e Julius. Sua magia cintilou no ar, tecendo uma barreira invisível, mas intransponível, que os envolvia, mantendo-os a salvo da fúria descontrolada.

Enquanto isso, Anderson, incapaz de conter a tempestade de emoções que o consumia, continuava a avançar sobre os soldados com uma ferocidade sem precedentes. Cada movimento seu era preciso e letal, transformando o local em mar de sangue. A habilidade com que manejava suas armas era inegável, mas era a intensidade de sua raiva que dominava o campo, deixando claro que ele havia transcendido os limites de sua própria humanidade naquele momento de pura vingança.

O contraste entre a calma protetora de Lolis e a tempestade violenta desencadeada por Anderson criava um panorama surreal no quarto, onde dois extremos da natureza humana e mágica se confrontavam.

Horrorizada, a rainha se encolheu no canto, desta vez chorando de verdade, ela jamais esperava tal insanidade, e tamanha força. Todos os soldados estavam mortos. Anderson mergulhado em sangue, enfim se virou para a rainha que ali implorava por perdão. Anderson foi caminhando devagar em direção a ela, a imagem dele pintado de sangue, era um terror para Seraphina que passou a desviar o olhar enquanto chorava. Anderson com um sorriso insano, começou a brincar com a rainha "você não me queria? olha pra mim agora, sou todo seu"

Anderson solta uma de suas espada, segura a cabeça de seraphina, e chega bem perto de seu rosto e enfia sua espada na boca da rainha.

 

 

 


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