O Reino de Lotaria escrita por Anderson Ricardo Paublo


Capítulo 15
Capitulo 13 - O Mar das Sombras




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À medida que o amanhecer tingia o horizonte com matizes de promessas e despedidas, o grupo, liderado por Anderson, preparava-se para zarpar do porto secreto. Nimariel, a Elfa Negra cuja sabedoria e força haviam sido um farol durante os momentos mais sombrios, ofereceu suas últimas palavras de encorajamento. "A luz que vocês procuram já brilha dentro de vocês. E apesar das sombras que se estendem à nossa frente, sei que nos reencontraremos," disse ela, olhando para cada um com um misto de orgulho e melancolia.

A travessia pelo Mar das Sombras era um rito de passagem temido por todos que conheciam suas águas traiçoeiras. O vento, carregando o sal e o mistério do mar, sussurrava histórias de marinheiros perdidos e monstros à espreita. Gafian, com sua postura imponente e olhar determinado, posicionou-se ao lado de Aerilyn, cuja força interior brilhava mesmo diante da incerteza da jornada.

Não tardou para que o mar revelasse seus horrores. Do abismo, emergiram criaturas de tamanho e formas inimagináveis, suas presenças desafiando a compreensão humana. A primeira a atacar foi uma besta colossal, cujos tentáculos envolveram o barco com a intenção de esmagá-lo. Gafian, gritando ordens, empunhou sua espada e avançou. "Aerilyn, fique atrás de mim!" ele rugiu, cortando um dos tentáculos que ameaçavam o convés.

Anderson, liberando o poder das espadas divinas, juntou-se à luta. "Precisamos proteger o barco a todo custo!" ele exclamou, desferindo golpes carregados de magia elemental contra a pele grossa da criatura.

Foi então que o soldado, cujo nome os havia acompanhado desde as sombras das ilhas, fez sua escolha final. Vendo um tentáculo se dirigir na direção de Aerilyn, desprevenida, ele se lançou em sua frente, recebendo o impacto mortal destinado a ela. "Vão! Protejam o barco!" foram suas últimas palavras, um sacrifício que se gravaria na memória de todos.

Aerilyn, embora abalada, não permitiu que a perda fosse em vão. Junto a Lolis, começou a conjurar barreiras de proteção e feitiços de cura, mantendo o grupo firme contra os ataques subsequentes. "Por ele, por todos nós, não podemos desistir!" Aerilyn declarou, sua voz carregando uma nova determinação.

A batalha foi longa e exaustiva, com cada membro do grupo enfrentando seus próprios demônios além dos que emergiam das profundezas.

À medida que o barco avançava pelo Mar das Sombras, a água abaixo começou a se agitar, prenunciando a chegada de adversários temíveis. Os Leviatãs, criaturas lendárias conhecidas por sua força e ferocidade, emergiram das profundezas com uma fúria que parecia querer engolir o mundo.

Anderson, sentindo o peso da batalha iminente, sabia que o momento de se esquivar havia passado. "Protejam o barco!" ele gritou, enquanto energia transcendente começava a envolvê-lo. Em um momento de pura determinação, ele alçou voo, desafiando a gravidade e o próprio mar. Aerilyn e os outros olhavam, atônitos, enquanto ele se lançava contra os Leviatãs.

A batalha no ar era uma dança mortal. Anderson, empunhando as espadas divinas, enfrentou os Leviatãs com uma destreza sobrenatural. Cada movimento seu cortava o ar e a carne monstruosa, cada golpe era um hino à coragem. Ele girava e mergulhava entre os gigantes do mar, sua lâmina encontrando seu alvo vez após vez.

Um após outro, cinco grandes Leviatãs caíram diante de sua fúria. Mas a cada vitória, o preço a pagar se tornava mais evidente. Seu corpo acumulava feridas, lembranças tangíveis dos golpes recebidos. A força começou a lhe escapar, e, com um último esforço heróico, ele retornou ao barco, seu poder esvaído, mas com a missão cumprida.

Gafian, vendo Anderson em seu limite, sabia que era sua vez de agir. Com uma fúria fria, ele avançou para a proa do barco. "Agora é comigo," ele declarou, sua voz ecoando sobre as ondas. Concentrando-se, ele liberou seu poder glacial em uma escala nunca antes vista. O mar ao redor começou a congelar, formando uma passagem segura através das águas antes infestadas de perigo.

Os Leviatãs que se aproximavam, tentando cercar o barco, encontraram-se presos no gelo, suas enormes formas imobilizadas pela magia de Gafian. Com cada respiração e cada movimento, ele expandia a rota congelada, abrindo caminho para a Ilha do Deserto.

Aerilyn, Lolis, e os outros, agora com suas forças combinadas, protegiam o barco e seus tripulantes, garantindo que a passagem criada por Gafian fosse atravessada sem mais interrupções. A sinergia entre eles era palpável, uma união de destinos entrelaçados pela sobrevivência e pela busca por um futuro livre das sombras.

Quando finalmente alcançaram a costa da Ilha do Deserto, o grupo estava visivelmente exausto, mas vivo, graças à bravura indomável de Anderson e ao poder inquebrantável de Gafian. O sacrifício do soldado e a luta contra os Leviatãs seriam lembrados como momentos de prova definitiva de sua determinação e força.

Enquanto descansavam na areia, recuperando-se das batalhas enfrentadas, uma certeza unia todos eles: juntos, eram capazes de enfrentar os maiores perigos que Lotaria pudesse lhes apresentar. E, embora o futuro reservasse mais desafios, naquele momento de respiro na Ilha do Deserto, prevalecia a esperança. Uma esperança de que a luz que buscavam, capaz de dissipar as mais densas sombras, estava, de fato, ao alcance de suas mãos.

 


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