O Reino de Lotaria escrita por Anderson Ricardo Paublo


Capítulo 13
Capitulo 11 - A verdadeira face




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Com o campo de batalha ainda vibrando com o eco da derrota de Juriel, Miguel, o Arcanjo caído, se vê consumido por uma fúria selvagem. A derrota de seu fiel braço direito desencadeia dentro dele uma tempestade de raiva e desespero, transformando-o numa encarnação de violência divina. Ele, que uma vez foi guardião dos mais altos ideais celestiais, agora se revela como um adversário sádico, sedento pelo caos e pela destruição.

 

A luta entre Anderson e Miguel inicia-se com a velocidade de um relâmpago. Miguel, com uma destreza sobrenatural, golpeia Anderson, que mal tem tempo de reagir. No momento em que Miguel, o Arcanjo caído, lançou-se contra Anderson com a fúria de uma tempestade divina, o ar ao redor se carregou de uma eletricidade palpável. A luta não era apenas física; era uma colisão de vontades, uma disputa entre o legado de um passado celestial e a determinação de um futuro resiliente.

Miguel, com seu golpe inicial, pretendia esmagar Anderson, esperando que a diferença entre sua essência divina e a mortalidade de Anderson fosse evidente. No entanto, o que ele encontrou foi um adversário que, apesar de claramente subjugado pela força do ataque, não cedeu nem se quebrou. Anderson absorveu o impacto, e com os olhos ardendo não de medo, mas de uma feroz determinação, levantou-se.

A cada investida de Miguel, Anderson respondia com uma mescla de técnica e pura vontade de resistir. Cada movimento do Arcanjo era estudado, cada abertura, por menor que fosse, era aproveitada. Anderson, embora fisicamente superado, mostrava-se um adversário digno pela astúcia e pela coragem.

Miguel, cuja expectativa era de uma rápida vitória, começou a revelar seu verdadeiro eu. Seu prazer inicial nas batalhas dava lugar à frustração, e essa frustração alimentava ainda mais sua raiva. Seus ataques tornavam-se mais selvagens, menos calculados, refletindo não só seu desejo de vencer, mas também de castigar Anderson por sua audácia.

A luta se desenrolava como um furacão, com Anderson esquivando-se, parando e contra-atacando quando possível. Sua estratégia era clara: sobreviver, resistir e esperar. Esperar por aquele momento de fraqueza, aquele instante em que Miguel, consumido pela própria fúria, cometeria um erro.

E então, num golpe que parecia selar o destino de Anderson, Miguel o arremessou contra as rochas, o impacto ecoando com a força de um trovão. Mas antes que o Arcanjo pudesse se deleitar com sua aparente vitória, Anderson se levantou. Seu rosto, marcado pela batalha, era um testemunho de sua recusa em ceder.

"Isso é tudo que você tem, Miguel?" A voz de Anderson, embora rouca, estava carregada de desafio. A luta estava longe de terminar. Cada golpe que Anderson recebia e resistia apenas solidificava sua determinação, transformando a batalha não apenas em uma disputa por sobrevivência, mas em uma afirmação de seu espírito inquebrável.

“Quero ver a verdadeira face de quem me enfrenta, não a desse moleque que serve apenas de casca” Ao invocar palavras de exorcismo, Miguel, envolto em arrogância celestial, liberou uma força que nem mesmo ele poderia prever. A luz intensa que emanou de Anderson não era meramente uma manifestação de poder, mas a libertação de Lollis, a fada que habitava dentro dele, servindo como chave e guardiã de um poder formidável e primitivo. A separação forçada de Lollis de seu anfitrião não apenas expôs a verdadeira natureza de Anderson, mas também desencadeou um cataclismo de energia pura, incontrolável.

 

Enquanto Miguel gargalhava, zombando da revelação de Lollis como uma fada, o perigo real se desdobrava diante de seus olhos. "Você é uma fada?" ele riu, mas sua hilaridade logo se transformou em horror ao perceber o erro fatal que cometera. Lollis, com um tom de voz tingido de desespero e reprovação, advertiu sobre as consequências de suas ações. "Você não sabe o que fez, ele ainda não tem controle do seu poder," ela disse, prenunciando o desastre iminente.

 

Anderson, agora desprovido do equilíbrio que Lollis proporcionava, tornou-se o epicentro de uma explosão de poder que desafiava a compreensão. Levitando, envolto em uma aura de energia pulsante, ele se tornou um vórtice de destruição. Lollis, agindo rapidamente, ergueu um domo de proteção em torno de Vlad, Nimariel, Gafian, e a princesa, mas mesmo seus esforços foram insuficientes para conter totalmente a força liberada.

 

A explosão que se seguiu foi cataclísmica, uma demonstração bruta do que acontece quando as barreiras que contêm um poder tão vasto são destruídas. Miguel, arremessado para longe pela onda de choque, testemunhou o poder que ele inadvertidamente liberou, uma força que poderia mudar o curso da guerra em Lotaria.

 

O domo de Lollis, embora tenha salvaguardado parcialmente seus aliados, não suportou a pressão total da explosão. Vlad, Nimariel, Gafian, a princesa, e a própria Lollis foram atingidos, feridos não apenas fisicamente mas também pelo peso da situação que agora enfrentavam. A revelação do verdadeiro poder de Anderson e a liberação acidental desse poder colocavam todos em um novo terreno desconhecido, onde as antigas regras da batalha não mais se aplicavam.

 

Miguel, recuperando-se de seu próprio choque, agora via Anderson não apenas como um adversário, mas como um enigma perigoso que ele tinha subestimado. A batalha entre eles, longe de terminar, havia entrado em uma nova fase, mais perigosa e imprevisível do que qualquer coisa que tivessem enfrentado antes.

 

Com Lollis agora separada de Anderson, a prioridade tornou-se não apenas proteger-se contra Miguel, mas também encontrar uma maneira de restaurar o equilíbrio dentro de Anderson, para que ele pudesse controlar o poder que ameaçava consumi-lo tanto quanto aos seus inimigos.

 

Com a separação de Lollis, a essência que mantinha Anderson dentro dos limites de sua humanidade, ele se transformou. Seus olhos, uma vez cheios de determinação e compaixão, agora refletiam um vazio abissal, um desejo insaciável por violência. Identificando Miguel como o alvo de sua fúria indomável, Anderson se lançou sobre o Arcanjo com uma ferocidade e velocidade que desafiavam a natureza.

Miguel, acostumado a ser o predador nas batalhas celestiais, encontrou-se, pela primeira vez, na posição de presa. Cada movimento seu era antecipado, cada defesa, superada pela implacável agressividade de Anderson. Os golpes, rápidos e precisos, deixavam pouco espaço para qualquer reação. Aqueles que Miguel conseguia bloquear eram exceções em meio a uma enxurrada de ataques que o atingiam sem cessar.

A velocidade de Anderson era tal que Miguel mal conseguia vê-lo, apenas sentia o impacto dos golpes que rompiam suas defesas. Os sorrisos sarcásticos e a confiança inabalável que Miguel sempre exibira desvaneceram-se, substituídos por uma expressão de desespero. Cada tentativa de contra-ataque era inútil, cada movimento defensivo, insuficiente. O Arcanjo, pela primeira vez em sua existência, enfrentava o terror da morte iminente, a humilhação de ser dominado completamente por um adversário que ele próprio liberara.

A batalha, que antes poderia ter sido equilibrada, agora se inclinava de forma avassaladora a favor de Anderson. Seu poder, desencadeado e selvagem, era uma força da natureza, incontrolável e devastadora. Miguel, cada vez mais ferido, cada vez mais lento, começava a perceber que sua imortalidade estava em xeque. As feridas abertas por Anderson não eram apenas físicas; elas ameaçavam a própria essência de Miguel, algo que nenhum Arcanjo jamais imaginou possível.

Enquanto Anderson avançava, cada golpe seu carregava o peso de uma fúria divina corrompida, uma manifestação pura de poder sem restrições. Miguel, em um ato de desespero, tentava recuar, buscando um refúgio ou uma brecha que pudesse explorar para virar o jogo a seu favor. Mas Anderson não lhe dava trégua, cada movimento seu era uma sentença, cada ataque, um veredito.

A batalha entre eles já não era mais apenas um confronto físico, mas um teste para a própria estrutura do poder celestial. Miguel, o Arcanjo, agora compreendia a verdadeira extensão do erro que cometera ao subestimar Anderson e, por extensão, Lollis. A luta continuava, mas o desfecho parecia cada vez mais claro: Anderson, em sua forma desenfreada e poderosa, estava determinado a não apenas derrotar Miguel, mas a destruí-lo completamente.

Miguel, debilitado, com o corpo marcado por incontáveis ferimentos, era agora uma sombra do adversário imponente que iniciou o combate. Anderson, sua figura banhada no sangue do anjo, encarava a criatura caída diante dele, sua expressão desprovida de qualquer traço de humanidade. Era um caçador diante de sua presa, um executor prestes a finalizar seu ato de retribuição.

A adaga especial, brilhando com uma luz própria, encontrou seu caminho para o coração de Miguel. O Arcanjo, agora frágil e temendo pelo fim, implorava por misericórdia. "Por que eu pouparia alguém tão fraco?" Anderson questionou, sua voz fria, um espelho de sua nova existência desprovida da compaixão que Lollis uma vez manteve sob controle. O último fio de vida deixou os olhos de Miguel, sua essência sendo absorvida pela adaga, que brilhava com uma intensidade crescente.

Com o ritual completo e a aura do anjo capturada dentro do recipiente, a luta chegava ao seu amargo fim. Entretanto, a vitória trazia consigo um peso inesperado. Anderson, ao virar-se para seus aliados, viu o verdadeiro custo de sua libertação. Vlad, Nimariel, Gafian, Lolis e a princesa jaziam gravemente feridos, vítimas não apenas de Miguel, mas da tempestade descontrolada que ele se tornara.

A culpa por aqueles que sofreram em suas mãos — aliados que se tornaram colaterais em sua fúria — assentava-se pesadamente em seus ombros. O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelos gemidos dos feridos e pelo som suave da adaga, ainda brilhando, agora um símbolo não só da vitória, mas do preço pago por ela.

Anderson, encarando a devastação que causara, encontrava-se numa encruzilhada de sua própria essência. A fada Lollis, embora separada, olhava para ele com uma mistura de dor e esperança. Ainda havia um caminho a seguir, uma chance de redenção e controle, mas seria uma jornada longa e árdua, marcada pela busca de equilíbrio entre o poder que carregava e a humanidade que parecia ter perdido.

 


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