O Reino de Lotaria escrita por Anderson Ricardo Paublo


Capítulo 12
Capitulo 10 - O Despertar do Espírito Guerreiro




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O silêncio da noite foi brutalmente interrompido pelo som de portas sendo abertas à força e vozes elevadas em fúria. Vlad e Aatrox invadiram o esconderijo de Nimariel, gritando com um tom que não admitia contestação: "Chega de brincar de casinha, temos uma aura de anjo para pegar."

O ambiente, até então tranquilo, transformou-se em um turbilhão de tensão e expectativa. Todos se levantaram assustados, mas foi Anderson quem acordou lentamente, a calma em seus movimentos contrastando com a urgência do momento. Gafian, ainda tentando compreender a situação, perguntou, "Como assim pegar uma aura de anjo?"

"Se quisermos sair desse lixo de ilha, temos que pegar uma aura de anjo para ele," Anderson explicou com um tom neutro, como se discutisse algo trivial.

Vlad interrompeu, impaciente, "Não é uma aura de anjo qualquer, é a aura de um Arcanjo, dos mais poderosos Anjos. Obviamente, ninguém aqui nesta sala é páreo para ele, mas está enfraquecido. Porém, junto a ele, tem um anjo de baixo clero, fraco, mas com um poder que ninguém aqui consegue combater; ele controla a mente de qualquer criatura."

Nimariel, com uma expressão de dúvida e preocupação, questionou, "Se eles são tão fortes e podem controlar nossas mentes, como podemos vencer?"

"Um humano iria vir para a ilha através de um portal, seria torturado e ganharia uma alta resistência, a ponto de não ser afetado pelos controles mentais. Tenho certeza que esse humano era Anderson," Vlad revelou, como se tivesse desvendado um grande mistério.

Anderson, no entanto, permaneceu impassível. Não havia raiva em seu olhar, nem empolgação pela descoberta de seu papel chave no plano. "Isso resolve o problema do anjo de baixo clero, mas e o Arcanjo? Não creio que demônios e elfos negros sejam capazes de matá-lo," ele disse, sua voz carregando uma frieza calculada.

A dúvida expressa por Anderson atingiu Vlad como uma flecha. O elfo negro sentiu sua raiva borbulhar. "Fedelho nojento, se lutarmos todos juntos, temos uma chance. Aatrox é um excelente guerreiro, temos uma curandeira, um Glacial poderoso, e você, que conseguiu dizimar quilômetros de nossa ilha. Acho que somos capazes," ele retrucou, seu orgulho ferido pela insinuação de fraqueza.

A tensão no ar era palpável, mas a realidade inescapável da situação forçava uma aliança frágil entre eles. Juntos, formavam um grupo diverso e poderoso, cada membro trazendo habilidades únicas que, quando combinadas, poderiam enfrentar até mesmo um Arcanjo.

Com a estratégia traçada, apesar das dúvidas e do desconhecido que os aguardava, o grupo se preparou para o confronto iminente. A batalha contra os anjos seria não apenas um teste de força, mas também de vontade, determinação e a capacidade de superar os próprios limites.

À medida que o primeiro raio de sol cortava a escuridão, anunciando um novo dia, Anderson, Vlad, Aatrox, Nimariel e Gafian se dirigiam ao encontro de seu destino. A luta contra os anjos não seria fácil, mas juntos, eles tinham uma chance. Uma chance de liberdade, de redenção e de provar que até mesmo nas Ilhas das Sombras, a esperança ainda podia brilhar.

Armado com a adaga especial destinada a drenar a aura dos anjos e o recipiente necessário para contê-la, Anderson confirmou sua preparação. A caminho das ruínas, uma tensão palpável envolvia o grupo; mesmo os carniceiros e demônios, observando de longe, hesitavam em se aproximar devido à intimidadora presença de Aatrox. Ao chegarem, Vlad concentrou-se, suas mãos tecendo um complexo padrão mágico no ar, e com um gesto final, um portal se abriu no chão diante deles.

"Este é o selo que aprisiona Miguel e seu braço direito. Lá, Miguel estará enfraquecido pelo selo, isolado de outros anjos, tornando-o a presa mais acessível na Ilha das Sombras," Vlad explicou, a urgência em sua voz pressagiando o desafio que os aguardava.

Ao atravessarem o portal, encontraram-se numa vasta câmara selada, onde os anjos cativos já os aguardavam. Miguel, com um sorriso distorcido pelo tempo aprisionado, cumprimentou-os: "Bem-vindos ao reino merda  do nada." Sua sanidade claramente afetada, ele zombou de Vlad. "De volta à caçada, elfo tolo? Desta vez, Juriel irá fritar seu cérebro."

Juriel, emanando uma aura de autoridade tranquila mas ameaçadora, fez um gesto sutil e todos, até mesmo Anderson, foram dominados por seu poder, virando-se contra Vlad. Aatroxcontrolado por Juriel, com a rapidez de um demônio veterano, aproveitou a confusão para ferir Vlad, que tentava se esquivar desesperadamente dos ataques.

Vlad, caído e ferido, xingou sua sorte amarga. "Damaliel, maldito seja, você prometeu que funcionaria." Miguel, aproveitando-se do momento, agarrou Vlad e o lançou longe, prometendo uma morte lenta e agonizante para todos.

Foi quando Anderson, ajoelhado sob o controle de Juriel e à beira de um golpe fatal, acendeu-se em uma luz branca sobrenatural em seus olhos, então ele foi envolvido em uma aura negra. "Agora é minha vez," ele declarou, sua voz ressoando com uma autoridade inesperada. Em um instante, ele libertou-se e com sua espada decepou o braço de Juriel, surpreendendo a todos.

"Como? Como você rompeu meu controle?" Juriel gaguejou, chocado e ferido. Miguel, ainda mantendo seu humor distorcido, riu. "Ele não é meramente humano. Um espírito poderoso o habita."

Empoderado, Anderson liberou uma onda de energia que fez Juriel recuar em terror. Miguel, observando com um misto de admiração e escárnio, provocou o anjo hesitante. "Teme um espírito menor?"

Com todos libertados do controle de Juriel, Anderson assumiu a ofensiva. Sua velocidade e precisão eram sobrenaturais, ferindo Juriel inúmeras vezes até deixá-lo incapacitado e quebrado. Miguel, se deliciava rindo de seu anjo amigo que estava apanhando.

A batalha entre Anderson e Juriel escalava em intensidade, com cada troca de golpes ressoando pelo confinamento da câmara selada. As explosões de energia, confinadas pelo espaço limitado, causavam tremores ao redor, criando uma atmosfera de tensão palpável para todos presentes.

À medida que a luta prosseguia, a energia de Juriel começava a minguar diante do ímpeto crescente de Anderson. Este, cada vez mais dominante no confronto, não apenas demonstrava sua habilidade superior mas também uma determinação inabalável. Era uma dança mortal, onde cada movimento e contragolpe eram executados com precisão letal.

Vlad, observando à distância, não pôde deixar de admirar a força e a resiliência do jovem humano diante de um oponente tão formidável. A determinação de Anderson, a maneira como ele enfrentava o anjo com uma convicção inquebrantável, era algo que Vlad jamais tinha visto.

Quando Anderson finalmente estacou sua espada no coração de Juriel, o momento decisivo se aproximou. Vlad, com uma urgência que brotava do caos da batalha, lembrou-o da necessidade da adaga especial. "Anderson, use a adaga! É a única forma de finalizá-lo verdadeiramente!"

Anderson, sem hesitar, compreendendo a gravidade da situação e a oportunidade diante dele, agarrou a adaga que Vlad mencionara. Com uma determinação firme, ele a cravou em Juriel. Uma luz intensa emanou do anjo, sua energia se esvaindo rapidamente até que, finalmente, a entidade celestial sucumbiu.

Enquanto a poeira da batalha se assentava, e o silêncio retornava à câmara selada, o grupo compartilhava um momento de compreensão mútua. Eles haviam superado um obstáculo significativo em sua jornada, fortalecendo seus laços e reforçando sua determinação para enfrentar o que quer que o futuro reservasse.

 

 

 


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