A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 34
“Só o amor poderá a trazer de volta”.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Confiram uma conversa emocionante e esclarecedora entre Delayoh e Hera.
Boa leitura!!!



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A vida de Delayoh no mundo inferior, pode-se dizer que é tranquila. Pode atormentar as almas que quiser, fazer o que bem entender, vive confortável no palácio de seu tio, Hades proporcionou tudo do bom e do melhor para a sua sobrinha preferida.

Porém, ao fazer isso por muitos anos, a deusa alemã ficou entediada, já não achava tão engraçado e divertido atormentar as mesmas almas, poderia procurar outras como os Hereros ou outros povos africanos, que sofreram em suas mãos durante a época colonialista da África. Mas Delayoh não se lembra deles e de que sofreram com sua maldade, então, para ela, eles não têm importância.

O que ela queria mesmo era voltar para o seu país, para sua casa e sua família, mas não sabia se poderia voltar ou se um dia iria voltar.

Hades, vendo que a sobrinha estava triste, tomou uma decisão, permitiu que ela recebesse visitas, para a alegrar um pouco. A primeira visita foi de Hera, que estava ansiosa para rever a filha.

Delayoh estava sentada na beira de um penhasco, brincando entediada com algumas pedrinhas na areia, quando escutou uma voz ao longe:

Tochter!

Delayoh se espantou, largou as pedras, se levantou e tentava descobrir de onde estava vindo a voz, quando a ouviu novamente.

Mutter? — Se perguntou Delayoh. Quando reconheceu a voz de sua mãe, chamou por ela, correndo pela planície arenosa. — Mutter! Mutter! Mutter!

Hera correu em direção da voz da filha e quando a encontrou, não conteve as lágrimas. As duas se abraçaram emocionadas, o abraço que Hera tanto quis dar, estava acontecendo, mas não foi como ela queria, sua filha ainda estava em inércia, o que abraçava era a aura transparente de Delayoh.

Meine Tochter. Eu não queria te perder para uma prisão, mas te perder para uma inércia, foi muito pior. — Disse Hera em lágrimas, olhando para a filha .

Mutter! Que saudades eu senti da senhora. — Delayoh secou uma lágrima de seus olhos. — A culpa dessa inércia é do Apolo e da Sarah, que piorou a minha situação, ao construir o muro. — Delayoh respirou fundo. — Mutter. Eu sei que a senhora não gostaria de ouvir isso, mas eu também tenho uma parcela de culpa e essa culpa pode fazer com que eu não volte.

— Do que está falando, Delayoh?

— O Apolo me fez uma visita. Ele me contou que depois de uma consulta com a Oráculo de Delfos, ele descobriu que há uma chance de eu voltar a vida, uma condição, mas essa condição me desanimou. — Delayoh fez uma pausa. — A Oráculo de Delfos disse: “ Só o amor a trará de volta”.

Hera sorriu e disse com empolgação:

— Não sei o motivo desse desanimo, Delayoh. Tens o meu amor, então, voltarás logo.

Delayoh não queria acabar com a alegria da mãe, mas teve de fazer. Sentou na areia e olhou com pesar para o horizonte escuro do mundo inferior.

— Se fosse tão fácil. Se o seu amor me despertaria da inércia, eu teria voltado no dia seguinte. — Delayoh olhou triste para a mãe. — O amor que me fará acordar da inércia, virá daqueles a quem mais prejudiquei: os alemães. Apenas o amor deles, e eles me quererem de volta, eu despertarei. E não acredito que vão querer isso.

Delayoh abaixou a cabeça. Hera se aproximou da filha, se ajoelhou, fez um carinho em seu ombro e disse:

— Os alemães te amam, eles gostam da deusa deles, eu sei disso. Eu confio que você irá voltar, por desejo deles.

Delayoh se virou repentinamente para a mãe.

— Como? Mutter, a senhora ainda não entendeu? Eu mergulhei a Alemanha em duas guerras mundiais, sendo a segunda a pior de todas, os fiz sofrer, o país ser dividido e controlado por nações estrangeiras. Tudo para saciar as minhas vontades, não queriam que sofressem, mas acabei causando isso. Os alemães não vão querer que eu volte.

— Está arrependida do que fez?

— Das invasões de países e cárcere de deuses, talvez um pouco. Mesmo que tenha sido divertido. — Respondeu Delayoh, deixando escapar um pequeno sorriso malicioso.

— Pergunto sobre as perseguição e morte dos judeus, alguns eram alemães.

— Nunca. Disso eu jamais me arrependerei. Planejei e fiz com gosto. — Delayoh foi firme em sua resposta. — Mas isso não vem ao caso, ou talvez venha, deve ser uns dos motivos pelos quais eles querem que eu não volte. Do contrário, quando contou sobre a minha inércia, eles pediriam para eu voltar e nisso, não estou confiante. — Delayoh segurou as mãos de Hera e fez um pedido. — Eu queria pedir para a senhora cuidar da Alemanha, mas tens a China e soube que, com Ixião, fundou Cingapura. E que tiveram um filho, onkel Hades me contou.

— Ciano, ele é adorável. — Hera sorriu ao falar do filho.

— Além de cuidar da Bélgica, com a ajuda da Beatrissa. Então, eu lhe peço mutter, tenha outro filho para cuidar e proteger a Alemanha.

— Por favor, Delayoh, não me peça isso. — Hera estava lágrimas. — Tu és a deusa protetora da Alemanha e assim será. — Ela abraçou forte a filha. — Você vai voltar, eu acredito nisso. Os alemães ainda não entenderam que precisam de você, mas quando entenderem, vão pedir para você voltar. Eu sei que vão.

— Mas e se não pedirem? Eu os prejudiquei muito, tentando fazer algo para o bem deles, mas acabei piorando tudo. Não vão querer uma deusa destrutiva de volta. E também não sei se o muro ficará por muito tempo, poderá ficará por anos, ou até mesmo para sempre.

Hera se irritou com o pessimismo da filha, se levantou e ordenou que ela fizesse o mesmo. Delayoh se assustou com o modo com que mãe falou e se levantou, ficando de frente para ela, encarando o rosto bravo.

— Delayoh Alexandra Venandre. — Hera falou firme. — Não te criei para se comportar dessa forma triste, cabisbaixa e pessimista. Te criei para ser uma deusa forte e poderosa que eu sei que você é.

— Mas a deusa forte e poderosa aqui, causou muitos problemas para o mundo, sendo indigna de ser uma deusa protetora.

— PARE DE SER PESSIMISTA, DELAYOH! — O grito de Hera, ecoou por todo mundo inferior. — Nosso país e nosso povo sofreram injustiças, que teriam que ser pagas, só que escolhemos fazer isso de uma forma bem torta. — Hera parou de falar, ao perceber o que acabou de dizer. — É isso que queria me dizer, tochter? Que nós erramos e acabamos por prejudicar quem deveríamos ajudar? Que queríamos tanto o poder, que não pensamos nas consequências ruins que teríamos de enfrentar?

Delayoh sorriu e acenou que sim com a cabeça.

— Agora entendi. — Hera continuou. — Farei o meu melhor para consertar tudo, e não falo apenas da Alemanha, mas também de outros assuntos que abandonei por muito tempo. Porém, o que lhe disse ainda vale, não pense no pior, não seja pessimista, você, Delayoh, vai voltar mais forte para cuidar da Alemanha.

— Não queria cortar a tua empolgação, mutter, mas e se por acaso, eu não voltar? Se os alemães não me quiserem de volta?

— Eu duvido muito que isso aconteça. Mas se caso acontecer, saberei ser forte e atenderei o seu pedido de ter outro filho. Mas somente se não houver jeito.

As duas se abraçaram emocionadas, conversaram um pouco e se despediram. Hera saiu do mundo inferior um pouco mais contente, finalmente viu sua amada filha, teve uma conversa esclarecedora e uma esperança nasceu em seu peito e tem a certeza de que irá se concretizar: Delayoh vai voltar. Ela também sabe que cometeu muitos erros, agora está determinada a consertar todos eles, para que assim possa viver feliz e em paz.


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Notas finais do capítulo

Explicação da autora!
— Quem ficou curioso sobre a citação dos Hereros no capítulo, pesquisem sobre Alemanha e Namímbia e saberão do que se trata. E lá vão descobrir que os alemães aprontavam antes das guerras mundiais. No caso dessa saga, a Delayoh já aprontava muito antes, ela devia ter em torno dos trinta anos na época, por isso, não se lembra, mas ela fez.



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