A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 35
Stanley e...


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Será que Stanley encontrará um novo amor?
Boa leitura!!!



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Em 1986, o reencontro mais aguardado, acabou em discussão. Stanley foi até ao mundo inferior fazer uma visita para Delayoh, seu coração estava aos pulos de tanta alegria para reencontrar a amada. Ele entrou no palácio de Hades, porém, em poucos minutos, Stanley e Delayoh já estavam discutindo, esbravejando um contra o outro. Hades, que via a discussão de uma sala mais afastada, balançava a cabeça e dizia:

— Parece que estou vendo Zeus e Hera na minha frente. Como são idênticos aos pais, impressionante. Até o jeito de brigar, puxaram deles.

Stanley, saiu pisando fundo e irritado do palácio, se virou para Delayoh, dizendo:

— Foi uma perda de tempo eu vir até aqui lhe fazer uma visita. Eu fui um tolo em acreditar que seria bem recebido por você, Delayoh.

— Devias ter ido visitar as vítimas das bombas atômicas, que mandaste jogar sobre o Japão, Stanley. — Disse Delayoh, irritada. — Eles sim queriam receber a sua visita, não eu.

— Que assim seja, Delayoh. Eu vou seguir o meu caminho e te esquecer, como tanto deseja.

— Pode ir, eu não me importo. — Disse Delayoh, dando de ombros.

O deus americano se despediu de Hades e logo em seguida, se entristeceu, sentia que seu amor por Delayoh havia acabado, mas não acabou, ficará guardado em seu coração. Stanley se virou e olhou para a sacada do castelo e se deparou com o Delayoh o observando, também estava triste, mas não deixou transparecer. Fez uma cara indiferente e entrou em seguida.

...

Em Washington, Stanley estava em sua casa, na companhia de uma águia de cabeça branca, ele conversava, sorria enquanto fazia um carinho na ave. A águia voou até uma mesinha e agarrou uma pequena moldura. Nela havia uma foto de Stanley abraçado a Delayoh, essa foto foi tirada logo no início do namoro dos dois, naquela época, ela tinha um tamanho bem menor do que tem atualmente. A foto estava em preto em branco, mas o sorriso apaixonado dos dois, era o mais evidente. A águia encostou o bico em cima de Delayoh, grasnando baixinho. Stanley entendeu o recado, com um pequeno sorriso, tornou a fazer carinho nela e disse, com uma voz triste:

— Não tem mais jeito, ela não quer mais saber de mim. Vou seguir o meu caminho. Quem sabe eu encontro um novo amor? Vai ser um pouco difícil, pois, continuarei amando a Delayoh. Porém, esse amor ficará guardado em meu peito. Naquele dia, estava com raiva, não media as palavras e disse, que eu iria a esquecer. Mas é mentira, mesmo que eu encontre outro alguém, viva um romance, a Delayoh é e sempre será o amor da minha vida.

...

Era um ano quase perfeito para Elisabeth. O Reino Unido se tornou a principal potência da Europa, com destaque para a Inglaterra. Com isso, a deusa inglesa se tornou a rainha do Olimpo, ela deu pulos de alegria ao receber essa notícia. Além, de Inglaterra e Estados Unidos estarem mais próximos. O quase perfeito, fica por conta do amor. Mesmo com seus países próximos, Stanley trata Elisabeth apenas como prima e amiga, e ela quer ser mais do que isso.

A deusa inglesa nunca escondeu que é completamente apaixonada pelo deus americano, porém, nunca confessou esse amor para ele e havia outra questão, Delayoh roubava toda a atenção dele. Mas com a deusa alemã ausente e a proximidade anglo-americana, Elisabeth se encorajou e irá se declarar para Stanley.

Ela mandou uma mensagem austral para ele, marcando um encontro, ele aceitou, iriam se encontrar no Central Parque em Nova York.

Elisabeth chamou Francine, para a ajudar a se arrumar, queria estar maravilhosa para a sua declaração. A deusa francesa já sabia da paixão da amiga, mas tomava cuidado, pois, sabia também que seu irmão era apaixonado por outra. Sempre pedia cautela para Elisabeth, não queria a ver sendo machucada.

— Que tal esse, Fran? Amarelo, mangas e barra soltas e florido? — Perguntou Elisabeth, enquanto mostrava um vestido.

— Beth. Estamos no outono, e no Central Parque costuma ventar um pouco mais forte, sentirás frio com este vestido. — Disse Francine. — Prefiro aquele branco, mais fechado. Acho ele tão elegante.

— Boa ideia.

Elisabeth correu até o seu armário e pegou um vestido branco, de mangas longas, pequeno decote em “V” e barra decorada com uma fita branca de cetim.

— Esse vestido é perfeito. Mas será que o Stanley vai gostar?  — Perguntou Elisabeth.

— Você tem que se vestir, para você, Elisabeth. Não tens que ficar preocupada em agradar ninguém. Tens que agradar a você. — Disse Francine, em tom sério.

— Tudo bem, Fran. Mas é que quero causar uma boa impressão, irei me declarar hoje e quero estar bem vestida.

— Outro assunto que queria falar com você. — Francine se endireitou na cama. — Não acha que está criando expectativas demais, com esse encontro? Digo isso, pois, sei de sua paixão por Stanley e que ele não corresponde da mesma forma. Podes sair machucada desse encontro.

— Será tudo diferente, Francine, não se preocupe. — Elisabeth deu um sorriso tranquilizador. — Stanley não me notava, pois, a insuportável da Delayoh estava sempre por perto. Mas agora, com ela em inércia e fora do meu caminho, é a minha chance de me aproximar do Stanley e assim, poderemos, finalmente, viver um romance. — Elisabeth suspirava e rodopiava, alegremente com o vestido próximo de si. — Além do mais, ele é o rei do Olimpo e eu sou a rainha do Olimpo, é o destino nos dizendo para ficarmos juntos.

Francine ficava admirada com o otimismo da amiga. Ela se aproximou de Elisabeth, lhe deu um abraço e disse:

— Estou torcendo muito para que seja feliz, Beth. Vem, vou acabar de te arrumar.

...

Stanley estava no Central Parque, as folhas secas batiam em suas botas de couro marrom e o vento balançava seu grosso casaco cinza. Ele estava bem pensativo, não seria fácil esquecer seu verdadeiro amor, mas não fará isso, irá guardar esse sentimento. E havia outra questão, Stanley é o rei do Olimpo, não iria passar os seus dias esperando por alguém que só o queria longe, teria que seguir em frente. Ele ajeitou o cachecol azul em seu pescoço, quando viu Elisabeth se aproximando.

A deusa inglesa percebeu que o vestido branco foi uma escolha certeira, pois, ventava muito e graças as mangas longas, não sentiu frio. Elisabeth sentiu o coração descompassar quando Stanley sorriu para ela. Ela respirou fundo e caminhou até ele. Se cumprimentaram com um abraço, Stanley deu um beijo no rosto de Elisabeth, que quase acertou os lábios de Stanley com um beijo, mas não conseguiu. Caminharam pelo parque, conversaram, riram, estavam se dando muito bem, como bons amigos. Elisabeth tomava coragem, seria agora que iria se declarar, a sua respiração acelerada, chamou a atenção de Stanley.

— Está tudo bem, Elisabeth? — Perguntou Stanley.

— Stanley, preciso lhe confessar algo. — Elisabeth respirou fundo mais uma vez e disse, ficando de frente para Stanley e olhando diretamente para ele. — Eu te amo, Stanley. Sempre te amei. Sou completamente apaixonada por você.

Stanley se espantou com o que acabou de ouvir, porém, não falou, então, Elisabeth continuou:

— É estranho que a deusa do país que colonizou o seu por um longo tempo, tenha se apaixonado por você, mas aconteceu.  E mais estranho ainda, é uma prima mais velha se apaixonar pelo primo mais novo. Aí, estou me atrapalhando com as palavras, estou muito nervosa em me declarar, esperei tanto por isso, que acabei me atrapalhando e falo algo sem sentido. — As bochechas de Elisabeth estavam vermelhas e ela olhou para o chão, tímida. — Me desculpa.

— Compreendo que não é fácil se declarar, já passei por isso e sei como é difícil. — Stanley se lembrou de quando se declarou para Delayoh, e se repreendeu por ter tido essa lembrança, dizendo mentalmente: “Agora não”.

— Tinha muita vontade de me declarar, mas sou muito tímida e perdia a coragem. Aí você começou a namorar a Delayoh, e tive de guardar esse amor dentro de mim, esperando uma oportunidade para renascer. E essa oportunidade chegou. — O rosto de Elisabeth se iluminou. — Stanley, sei que você é apaixonado pela Delayoh, mas sei também que estão brigados há muito tempo e isso o está fazendo sofrer. Não gosto de o ver assim. Estou aqui, diante de você, oferecendo o meu amor e pedindo uma chance para nós, posso mostrar o quanto podemos dar certo. Lutamos lado a lado em duas guerras e digo que sempre quis ser mais do que a sua aliada, e sinto que esse momento chegou. Eu te amo tanto, que faria de tudo para o ver feliz.

Stanley não sabia como reagir, havia acabado de receber uma declaração de amor de Elisabeth, ela estava lhe confessando tudo de forma tão sincera e espontânea. Ele disse que seguiria o seu caminho e até quem sabe, encontraria um novo amor, e apareceu, estava ali, na frente, pedindo uma chance para surgir. Sempre viu Elisabeth, apenas como uma amiga, nunca a viu de um jeito romântico. Será que não estava na hora de mudar? Dar uma chance a um novo amor que surgiu? Stanley trancou o amor que sente por Delayoh em seu peito, não irá a esquecer, mas terá que seguir o seu caminho e Elisabeth pode ser uma saída, não a ama, mas pode aprender a amar.

O deus americano se aproximou da deusa inglesa, suas respirações se misturavam com o ar gelado do outono.

— Elisabeth. — Começou Stanley. — Gostei de sua sinceridade, então, serei sincero com você. Sempre a vi mais como amiga, o motivo era bem óbvio, sempre fui apaixonado pela Delayoh. Recentemente, eu fiz uma visita para ela, no mundo inferior, discutimos e brigamos, ou seja, nosso amor havia acabado, e a maior prova disso, é que Delayoh não se importou quando eu disse que iria a esquecer. — Stanley se entristeceu, mas continuou. — Mas não quero falar sobre Delayoh. Você, Elisabeth, pareceu como um sinal de que devo seguir em frente e viver um novo amor. Não sou completamente apaixonado por você, mas estou disposto a aprender a te amar.

O rosto de Elisabeth se iluminou com um grande sorriso, seu amor, finalmente, seria correspondido. Os dois se aproximaram mais, até que seus lábios se tocaram. Se beijaram. Um beijo tão aguardado por ela, estava beijando o seu amado Stanley, beijando os lábios que viu tantas vezes serem beijados por Delayoh. Era uma vitória pessoal. Porém, Elisabeth cortou a deusa alemã de seus pensamentos, não permitiu que ela estragasse esse momento mágico. Ao final do beijo, a deusa inglesa perguntou:

— Isso significa que estamos namorando?

— Pode ser. — Respondeu Stanley. — Mas temos um problema, nossos pais ainda estão brigados.

— Nossas mães até que não, ainda mantêm uma amizade. Já os nossos pais...ainda estão bem bravos um com o outro. Será que o nosso namoro será um problema e agravará a crise na família?

— Não será um problema, namoraremos em segredo. Teremos que tomar cuidado ao nos encontrar.

— A Fran pode ficar sabendo?

— A Fran pode ficar sabendo. — Disse Stanley, rindo.

Com a maior felicidade, os dois se beijaram novamente.

...

Os primeiros dias do namoro de Stanley e Elisabeth foram de puro romance. Mandavam mensagens austrais com declarações um para o outro, tomavam cuidado ao se encontrem, tanto em Londres, quanto em Nova York ou em Washington, Francine também ajudava a manter o romance em segredo. Pegam disfarçadamente na mão um do outro e davam pequenos sorrisos. Aos poucos, Stanley começava a sentir amor por Elisabeth.

Uma noite, na casa de Stanley, eles estavam sozinhos e entre beijos e declarações, se entregaram ao amor. Ele desabotoava a blusa de Elisabeth, enquanto dava beijos em seu pescoço. Elisabeth estava adorando o momento e também tirou a camisa polo dele, Stanley passava suas mãos nas costas de Elisabeth. Sentiram os corpos um do outro, o que ela tanto sonhou estava acontecendo. Quando foram para a cama, continuaram os carinhos, os sussurros e declarações apaixonadas, as roupas tiradas, as pernas se encontrando e se amaram. Elisabeth não se continha de tanta alegria, finalmente estava com o seu amor, sendo amada por ele e dizia o nome de Stanley com vontade. Ao final, davam beijos e faziam carinhos um no outro. Estavam tão envolvidos pelo momento, que não perceberam que de dentro do espelho, alguém os observava.

...

Apolo mandou uma mensagem austral para Hera, tinha uma notícia importante para lhe dar. Ela foi imediatamente para o hospital.

Quando chegou, Hera se deparou com Apolo discutindo, bastante irritado, com Sarah, ela já havia envelhecido bem, o rosto já estava com mais rugas e os cabelos pretos ganharam mais mechas brancas. Ela já estava com 64 anos.

— Não devia estar aqui, Sarah. Sabe que Rânia, não quer saber de você, principalmente, depois desse desastre. — Dizia Apolo com raiva. — A minha irmã ficou tão traumatizada, que desenvolveu necrose nos olhos, podendo até ficar cega e ela não está falando, apenas chora. E você, piora tudo vindo até aqui.

— Eu vim avisar que realizei a retirada dos habitantes de Pripyat. — Disse Sarah. — E também os bombeiros estão controlando o incêndio para fecharem o reator. Rânia é muito sensível.

— Muitas horas depois que o reator explodiu e liberou radiação? Não ajudou em nada. Não tens ideia do dano que causou. Vá embora, não há nada para fazer aqui, Sarah.

Sarah foi embora aborrecida. Hera se aproxima de Apolo, que estava com os dedos nas têmporas e olhando para baixo.

— Apolo! — Chamou Hera.

Ele levantou a cabeça e disse:

— Olá, Hera.

— Soube o que aconteceu no norte da Ucrânia. Que horror!

— Rânia teve de ser internada, de tão arrasada quando ficou sabendo. Ela desenvolveu necrose nos olhos, não está falando. E a Sarah veio aqui falar que fez algo, que era para ter sido feito segundos depois do ocorrido. Rânia não aguentou, chorou e gritou. Só agora, conseguiram a acalmar. Pobre de minha irmã.

— Sinto muito. — Disse Hera, com pesar. — Tu me mandaste uma mensagem austral, dizendo que havia algo de importante para me contar.

— É claro! — Exclamou Apolo. — Sarah me deixou tão estressado, que até me esqueci. Me acompanhe.

Os dois caminharam pelos corredores do hospital. Chegaram em um quarto e Apolo disse:

— A Delayoh está respirando. 

— O quê? — Perguntou Hera, incrédula.

Apolo apontou, Hera se virou e seus olhos se encheram de lágrimas ao verem Delayoh com a máscara facial e respirando, ainda estava desacordada, mas só da filha voltar a respirar, Hera se encheu de alegria.

— Pode ser um indicio, nada concreto. Mas é um sinal de que Delayoh poderá voltar. — Disse Apolo. — Ela ainda não acordou, por causa daquela condição, os alemães tem que querer que ela volte.

Hera se aproximou da filha, fez um carinho em seus cabelos negros, deu um beijo em sua testa e disse:

— Eu te disse, você vai voltar, meine tochter. E quando voltar — Hera soluçou e sorriu. — Será o dia mais feliz mais feliz da minha vida. Eu, os alemães, a Alemanha e sua família, estaremos te esperando.


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Notas finais do capítulo

Apenas explicando:
— Rânia é a deusa da Ucrânia, ela é filha de Leto ( por isso o Apolo a chamou de irmã) e de Iasião ( Sim, isso mesmo, o pai da Raicca, deusa da Rússia).



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