A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 32
"Sou importante para você?"




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Ao fundar a China, Hera começou a cumprir o seu destino, fundar duas nações que no futuro seriam muito importantes. Queria fundar a Alemanha primeiro, porém, Zeus havia soldado o portal, que levou um longo período para se restaurar. Por isso, fundou a China e com Ixião, teve Khayna. Quando Khayna era pequena, todas as atenções eram para a filha e para a nação asiática, trabalhava firme para fazer um país, constituído por desertos em seu interior, uma grande nação, ou em outras palavras, uma potência.

Khayna se tornou adulta e deusa da China, e ao lado de sua mãe, continuou a fazer a China crescer, mesmo que Hera permitisse a filha fazer o que quisesse. E assim se seguiu por longos anos.

Porém, o portal para a Alemanha se restaurou e Hera não pensou duas vezes em retornar para as terras germânicas e tornar o lugar uma nação. E isso foi feito em 1871, quando Delayoh nasceu e a Alemanha foi fundada. A partir de então, Hera, aos poucos, foi se esquecendo da China e de Khayna. E tudo piorou com as guerras mundiais, aí que a China foi esquecida mesmo, pois, Hera só queria saber de dar auxílio aos alemães.

 Em 1966, Hera continua auxiliando os alemães, que agora vivem em um país dividido. Khayna foi para a casa de Hera, na Alemanha, pedindo várias vezes para Hera ir para a China, pois, os chineses também precisavam do auxílio dela, mas Hera recusou, disse que é muito importante continuar auxiliando os alemães, eles estão sem a proteção de Delayoh, que está presa. Não podia os abandonar nesse momento.

— Mãe. Não estou pedindo para a senhora abandonar os alemães. Apenas peço que vá um dia na China, ajudar os chineses. — Disse Khayna. — A China também é sua nação.

— Sei disso, Khayna. — Hera coçou a cabeça. — Não é que eu não queira, mas é que, pode acontecer algo durante a minha ausência e os alemães ficarão desprotegidos. Tu sabes que a Alemanha é um país dividido e eles sofrem com isso. É minha função como deusa protetora, cuidar deles.

— O Ares pode cuidar dos alemães, enquanto a senhora estiver fora. Não foi isso que ele fez, enquanto a senhora estava em Cingapura? Sei que sou a deusa protetora, mas tu és a deusa fundadora, e pode me ajudar. Como eu disse, a China também é a sua nação.

— Ares pode realizar essa função, mas não estou confiante nele. Como eu te falei, sou eu que tenho que proteger os alemães. Não me leve a mal, filha, queria ajudar os chineses, mas nesse momento, não posso abandonar os alemães.

Khayna estava perdendo a paciência. A deusa chinesa se virou de costas, para que a mãe não a visse dar pequenos bufos. Ela respirou fundo, se virou para a mãe e disse:

— Mãe, a senhora não precisa ficar na China por muito tempo, apenas alguns dias, está bem? Depois a senhora volta para a Alemanha e continua a cuidar dos alemães. É só um pouco da sua atenção que peço para os chineses.

— Khayna Ceci Venandre Yong-Mao, por favor, não insista. Eu já disse que não irei para a China. O meu lugar é aqui, na Alemanha, na minha nação.

— Como assim? — Perguntou Khayna.

— Ora, Khayna. Tu sabes muito bem, que eu fundei a Alemanha, é de minha responsabilidade na ausência da Delayoh.

— Disso eu sei, mãe. O que quero questionar, com todo o respeito, é o modo como a senhora falou. Como se a Alemanha fosse a sua única nação. E a China? Onde entra nessa história?

— A China continua sendo a minha nação também. Só que nesse momento, a Alemanha precisa de mais atenção.

— Nesse e em todos os outros momentos. — Khayna se irritou.

— Khayna, que modos são esses de falar comigo?

— Modos de uma filha que se cansou de ser deixada de lado. — A voz de Khayna estava um pouco embargada e demonstrando irritação.

— Nunca te deixei de lado, Khayna. Jamais faria isso, está sendo injusta ao fazer essa acusação. — Hera protestou.

— Injusta? Eu? Desde que Delayoh nasceu, a senhora me deixou de lado, deixou a China de lado. Nos abandonou. Tudo que importa para a senhora é a Alemanha, e somente a Alemanha. A maior prova disso, foi a Beatrissa, que tu deixaste de criar para não atrapalhar a sua querida nação germânica.

— Eu tive os meus motivos para deixar a Beatrissa. Não é um assunto que cabe a você. Não misture os eventos, Khayna. Assim, está sendo o que acabei de falar, injusta. Não te criei para ser assim.

Khayna se segurou para chorar e continuou.

— A impressão que tenho, mãe, é que a senhora só me criou quando eu era criança. E só se importava com a China, enquanto eu dependia da senhora. Depois, fomos deixadas a esmo, como se não importássemos. Me responde, mãe, sou importante para você?

— É claro que é, Khayna. — Respondeu Hera. — Você é minha filha amada.

— Sinceramente, mãe, não parece.

— Como não? Eu te protegi durante a guerra. Falei para a Delayoh impedir o Nihon de invadir a China.

— Agradeço o cuidado, mas foi só isso. É um grão de areia, em um deserto de abandono.

— Abandono? — Perguntou Hera, indignada.

Khayna, discretamente secou uma lagrima de seus olhos escuros.

— Nesse momento, a senhora não está percebendo, e torço para chegar o dia em que entenda tudo o que passei. A senhora me abandonou. — Disse Khayna, firme. — Me abandonou, para cuidar da Delayoh, a sua filha preferida. E onde ela está agora? Presa. Pois, cometeu as maiores atrocidades por causa de uma vingança descabida, e você, mãe, passou a mão na cabeça dela diversas vezes, mesmo ela estando errada. Amo a minha irmã, fico triste por ela estar passando por essa situação, e torço muito para que ela fique livre. Mas enquanto Delayoh não retorna, enquanto a Alemanha permanece sobre o controle de Estados Unidos e União Soviética, dê mais atenção para a China, é sua primeira nação e merece tanto cuidado, quanto a Alemanha. Penso até que mais cuidado, para compensar os anos em que ficamos abandonados.

— Agora tu é que está sendo injusta, Khayna. — Hera se irritou. — E digo mais, estais a ser egoísta me pedindo isso.

— Egoísta? — Perguntou Khayna, com a voz trêmula.

— Egoísta, sim. — Respondeu Hera. — Pois, está pensando apenas em você e na sua nação. A China não foi atacada durante a guerra, graças a Delayoh. Ela poderia ter simplesmente ignorado o meu pedido, pelo contrário, Delayoh aceitou, pois, pensou em você e nos chineses.

Khayna não queria acreditar no que havia de escutar. Sua própria mãe, a comparou com sua irmã. Mais do que isso, a colocou como se fosse mesquinha e insensível, e Delayoh a altruísta. Dessa vez não deu para segurar, a deusa chinesa chorou e explodiu com a mãe.

— NÃO ME COMPARE COM A DELAYOH! — Gritou Khayna. — Eu já sofro por ser ignorada pela minha própria mãe, e ser comparada com uma assassina, é uma tortura. Eu sempre fiz tudo certo, trabalhei pelo bem da China e dos chineses. E torcia muito pelo dia em que a minha mãe, viesse me ajudar, mas nunca aconteceu. Agora eu entendo o motivo, Delayoh é igual a senhora. Uma deusa que só pensa no poder, é fria, não se importa com a destruição e o sofrimento que irá causar.

— Não admito que fale de Delayoh dessa forma, Khayna. — Disse Hera, rispidamente.

— Mas é a verdade, mãe. Será que a senhora não enxerga? Quando disse que queria ver a Delayoh livre, estava sendo sincera. Mas nunca podemos esquecer o que ela fez, a Alemanha está dividida por culpa dela. Era essa a tão grandiosa nação que queria fundar? Em que a senhora colocou todo o seu esforço e inteligência? Está dividida, dominada por outros dois países. Com a deusa protetora presa pelos crimes que cometeu. E quanto a mim e a China? Continuamos firmes e com autonomia.

— Agora é você que está se comparando com a Delayoh. — Hera demonstrou que não se abalou com as palavras de Khayna.

Khayna nunca tinha feito isso antes, colocou tudo o que estava preso em seu peito para fora. Mas ainda quis fazer uma última pergunta para a mãe.

— Mãe, me responda com sinceridade. Se o tio Zeus, não tivesse soldado o portal para a Alemanha, você teria fundado a China?

A pergunta de Khayna, pegou Hera de surpresa, tanto que ela ficou em silêncio, mas para a Khayna esse silêncio bastou como resposta. A chinesa passou a mão em seus cabelos negros, secou uma lágrima que escorria de seus olhos escuros, apenas disse um adeus frio e foi embora. Aquilo era um sinal de que o racha na família Olimpiano, havia piorado.


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