O Caminho das Estações escrita por Sallen


Capítulo 3
∾ Você e os seus anseios, o que pode dar errado?


Notas iniciais do capítulo

Olá, novamente! E vamos de capítulos das meninas!

Como eu estou ansiosa pra trazer mais e mais dessa história, mostrar tudo o que acontece e tudo o que vai acontecer. E eu estou tão feliz de compartilhar com vocês, tem sido tão divertido contar essa história pra vocês!

Espero que gostem.



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Um sol radiante brilhava de manhã quando Juno, equipada com a bicicleta antiga de sua tia, encontrou suas amigas no centro da cidade, também montadas em suas magrelas. 

O céu era um profundo azul turquesa, sem a interferência de nuvens. Mesmo de manhã, o calor já era intenso, obrigando as pessoas a vestirem roupas mais curtas e procurarem as sombras de algumas árvores. A única brisa existente era do movimento das bicicletas. 

A cidade parecia estar se espreguiçando, ainda sonolenta com a chegada da manhã do fim de semana. Algumas lojas já estavam abertas, muitas outras estavam começando a se preparar. Mesmo assim, muita gente já ocupava as calçadas. Muitas transitavam de um lado para o outro, outras apenas acomodavam suas cadeiras e bancos na calçada para conversarem sobre a vida. 

Juno observava cada parte daquela cidade e também tentava ter certeza de que estava bem equilibrada. Havia anos desde que andara de bicicleta pela última vez, então estava pondo à prova o ditado sobre nunca se esquecer de como é pedalar. E, apesar de suas pernas vacilarem em cada sulco da estrada, não faltava confiança. 

Em sua frente e ao seu lado, suas amigas compartilhavam da felicidade, cada uma com seu belo sorriso estampado nos lábios. De quando em quando, uma delas gritava um cumprimento e acenava para alguma pessoa conhecida que passava. Juno adorava quando o faziam, era um ato tão íntimo e espontâneo, trazendo uma sensação de lar. 

Juno sentia-se em casa, confortável como se aquele lugar sempre fizesse parte de sua vida. Todo detalhe que seus olhos alcançavam parecia fazer parte de uma pintura conhecida e gravada de forma tão acentuada em sua mente, a ponto de parecer que ela mesmo pintou aquelas telas. 

Florencia parecia uma pintura aos olhos de Juno. O tipo de pintura que conta toda uma história com apenas um olhar. A única diferença era Juno estar descobrindo aos poucos como aquela pintura se desenvolveria para ela. E até então, não tinha do que reclamar. 

A primeira parada era para abastecer as cestas com água, picolés e doces. Pararam em uma pequena mercearia que acabava de abrir as portas para os clientes. Além delas, só havia uma outra mulher comprando um litro de leite para o café da manhã. Ela sorriu para o grupo de meninas que adentrava no estabelecimento, cumprimentando-as. 

Estava abafado dentro da mercearia mesmo com o ventilador rodando furiosamente no teto. Apesar da roupa curta, Juno sentia o calor percorrer por seu corpo, fazendo-a suar também pelo exercício. 

Usava um macacão jeans, exibindo suas longas pernas, uma regata verde por baixo e sandálias casuais. Seus cabelos estavam presos para cima, pela metade, mas insistiam em cair sobre seu rosto por conta dos movimentos intensos. 

Suas amigas não estavam tão diferentes, todas com os cabelos amarrados e chinelos macios nos pés. Helena usava uma regata cavada e vermelha por cima do short jeans desfiado. Hester também usava um macacão curto, mas de tecido suave e em amarelo pastel. Já Lou, pela primeira vez sem vestido, usava um short de linho verde e uma blusa branca de alcinhas. 

Tumultuando a mercearia com as risadas e conversas altas, o vendedor as recebeu com um sorriso amigável e solicito. Hester recolhia as garrafas de água enquanto Lou pegava os doces. Coube a Helena e Juno escolher os sabores dos picolés. 

— Sabor de frutas? —  Helena perguntou, revirando o congelador aberto. O ar frio que escapava pela porta era um alívio para seus corpos tão quentes. 

— Sim, mais refrescantes. —  Juno concordou. 

Apontou para os sabores de limão, laranja e uva. No fundo do refrigerador, Helena encontrou picolés de frutas tropicais como abacaxi e manga, fazendo os olhos de Juno brilharem de desejo. 

Hester se reaproximou, exibindo duas garrafas brancas e opacas. 

— Consegui água de coco! 

Por fim, Lou retornou com uma pequena sacola de balas e pequenos doces. E assim que terminaram de pagar, elas não resistiram e atacaram os picolés. Afinal, não aguentariam por tanto tempo naquele calor e logo derreteriam. 

Hester ficou com o de abacaxi após grandes apelos de ser sua fruta favorita. Helena capturou o de limão e depois o de laranja. Juno e Lou disputaram o de manga, mas Juno acabou cedendo e pegando o de uva. 

— Você me deve uma! — alertou em tom brincalhão para Lou, que riu. 

Devidamente preparadas para o dia ensolarado que as aguardava, elas voltaram a montar em suas bicicletas, tomando rumo ao interior da cidade. 

Juno sentiu-se como uma adolescente novamente, embora tivesse saído dessa fase há tão pouco tempo.  A bicicleta colorida desajeitada entre suas pernas, com uma cesta repleta de guloseimas, pedalando sem rumo. As roupas amarrotadas, a pele suada, o vento em seu cabelo bagunçado, o sabor do picolé e o suco que escorria no canto de sua boca... Cada particularidade fazia Juno experimentar a nostalgia dos seus quinze anos mais uma vez. 

Conforme a manhã avançava e o sol ficava mais intenso, o perímetro urbano ficava mais extinto. As casas davam lugar a vegetação mais intensa. O chão asfaltado tornou-se escasso e a terra batida com cascalhos de pedra tomaram seu espaço. Algumas trilhas de estrada de chão levavam a pequenas vilas e bairros escondidos. Grandes terrenos com pomares e plantações estendiam-se pelo horizonte. Por trás, as colinas se desenhavam contra o céu, emoldurando o sol tão imponente. 

 Por um momento, Juno piscou devagar, mantendo suas pálpebras fechadas por um instante. A brisa que batia em seu rosto trazia o cheiro verde que invadia suas narinas. Terra molhada, vegetação tropical, frutas caídas pelo chão e flores desabrochadas. Poderia viver naquele momento para sempre. 

Sua cabeça estava cheia das nuvens que faltavam nos céus. Era como levitar sem sair do chão. Respirar depois de um longo mergulho. Sentir sua existência pulsar. Sentia-se livre. Aos poucos, já não sentia mais o peso da preocupação com sua mãe. Quase não se lembrava das cobranças de seu relacionamento com Nicholas. 

Todas aquelas coisas estavam tão distantes, quase em outro mundo tão diferente daquele em que ela estava. Em seu novo mundo, se permanecesse de olhos fechados por muito tempo, conseguia reencontrar um determinado sorriso cativante. Um sorriso que sempre desejou conhecer sem saber. 

Nirav. 

Apesar de evitar pensar sobre aquela nova sensação, Juno não conseguia ignorá-la. Um sentimento tão íntimo, quase tornava-se privado. Nele havia cores, das mais intensas as mais suaves. Tinha som de conversas e risadas. Era confortável como um lar. 

Como era possível sentir tanto em tão pouco tempo? Juno não tinha resposta para essa pergunta. Seria quase assustador, se não a fizesse se sentir tão bem. E por mais que soasse errado, era, no entanto, afável. 

Só o simples vislumbre de Nirav em seus pensamentos trazia o grande sorriso de volta a seu rosto. Juno olhou ao redor, perguntando se algumas das meninas notou seus devaneios, mas elas pareciam tão imersas na jornada quanto ela. 

Suas amigas pareciam dançar com as bicicletas ao seu redor, indo e vindo ao cruzar a estrada. Helena e Lou eram as mais ousadas, entrelaçando os caminhos como uma trança e levantando a poeira da estrada de chão. Hester dava risadas, observando a irmã agir como uma garota arteira. 

Depois de quase uma hora de pedalada, elas estavam exaustas e suavam em bicas. Precisavam de um descanso, de preferência por baixo de uma sombra espaçosa. Juno sentia as pernas tremerem um pouco por conta do exercício excessivo. 

Lou parou diante de uma cerca de madeira, indicando uma campina com algumas árvores dispostas pelo terreno, provendo não só sombra como brisa fresca. Era o lugar perfeito, contudo era propriedade de alguém. Mesmo assim, elas não se importaram em invadir. Não estariam fazendo nada demais além de descansar. 

Como se ainda fossem crianças endiabradas, elas pularam a cerca. Era um pouco alta, precisavam escalar para depois chegar ao outro lado. Impossível de atravessar as bicicletas, deixaram-nas encostadas no canto da estrada, mas tiveram o cuidado de resgatar os mantimentos. Uma vez do lado de dentro, elas se largaram aos pés da primeira árvore que encontraram. 

A sombra e a brisa as acolheram com devido carinho. Suspiros exaustos escaparam dos lábios de cada uma delas, transformando-se aos poucos em suspiros de satisfação. 

Helena estava deitada pela grama, recuperando o fôlego com os lábios entreabertos. Sua irmã encostou-se no tronco da árvore ao lado de Lou, sentada com a postura ereta. Juno largou-se na grama, com as pernas esticadas e abertas, apoiadas pelas mãos no chão. 

Por um bom momento, nenhuma delas falou nada. Algumas fecharam os olhos, respirando fundo. Outras observavam o cenário, admirando cada detalhe. Juno não permitia que nada fugisse aos seus olhos atentos, fotografando tudo com a memória. 

O lugar era lindo, ainda que comum. Parecia o terreno de uma fazenda de pomares. O cheiro de frutas recém colhidas era indiscutível. Havia irrigadores mais para longe e, quando forçava mais a vista, era capaz de enxergar a grande casa branca e azul. 

— Cada detalhe dessa cidade é uma parte que ganha vida em mim. — Juno comentou em determinado momento, admirando ao redor. 

Helena ergueu o tronco, apoiando-se sobre seus cotovelos. O coque de tranças se desfazia aos poucos. As outras garotas começavam a desatar o lacre das garrafas e abrir os pacotes de doces. 

— Já pensou em morar aqui? — ela perguntou, protegendo os olhos do sol com uma das mãos. 

— Sim, várias vezes. — confirmou ao receber uma garrafa de água das mãos de Lou. Tomou um gole generoso, sentindo o alívio descer por sua garganta e refrescar seu corpo. — Eu adoraria. 

Lou a olhou, tornando a prender os cabelos laranjas em um rabo de cavalo. Seu rosto estava vermelho pelo calor. 

— E por que não? — ela balançou os ombros. — Até a faculdade você consegue terminar aqui. 

Juno suspirou. A resposta podia parecer fácil, mas não era. Sempre que pensava naquela possibilidade, seus pensamentos a levavam de volta para a realidade. 

Quando sua mãe reencontrou Octavia, houve um flerte com a ideia de se mudar para ficarem próximas. No entanto, à medida que Olivia voltou a se isolar, os planos começaram a esvaziar diante dos olhos de Juno, que sempre ansiou renovar sua vida. 

Olivia nunca conseguiu força o suficiente para planejar novos horizontes em sua vida. E, apesar de Juno não a forçar a tentar, inconsequentemente acabava presa também. E não podia apenas seguir o seu rumo como qualquer adulto. Não era tão fácil idealizar uma vida sem a responsabilidade de cuidar de sua mãe, ainda mais quando a situação dela se tornava cada vez mais delicada. 

Isolando-se cada vez mais, muitas vezes Olivia sequer retornava do seu escritório de trabalho. Além disso, seu humor cinza a fazia negligenciar sua própria saúde. Constantemente, Juno precisava incentivá-la a fazer coisas básicas como comer e até tomar banho. Por isso, mesmo viajar sozinha podia ser um problema para Juno, que sempre precisava arranjar alguém para olhar por sua mãe. 

E, no entanto, não era só sua mãe que a prendia. 

— Não é tão fácil. — ela respondeu, abaixando o olhar. — Minha vida está atrelada a algumas responsabilidades complicadas. Há os problemas da minha mãe. Muitas vezes sequer consigo fazê-la levantar da cama, imaginar mudar de cidade. Mas não é só isso, também tem... 

— Também tem o Nicholas! — Lou interviu, completando e compartilhando uma risada entre elas. 

— É, eu realmente não imagino ele aceitando morar aqui. — Helena fez uma careta, tornando a beber água. — É até engraçado pensar como você adorou enquanto ele odiou. 

— Os opostos se atraem! — Lou deu ombros. 

— Acho que você nunca contou como se conheceram. — Hester indagou, deitando-se até apoiar a cabeça nas coxas de Lou. 

Juno tomou outro gole de água antes de responder. 

— Foi em um evento que ele estava cobrindo como fotógrafo. Era um festival de bandas informais. — contou, relembrando-se daquele dia. Nicholas não retirou os olhos dela desde o momento em que chegara, tentando puxar assunto de todo jeito e insistindo em pagar bebidas. — Em certo momento, ele veio até mim, tirou uma foto e disse "essa vou guardar para nunca me esquecer da sua beleza". 

Helena fez uma careta, já Hester e Lou irromperam com gargalhadas. 

— Minha nossa, que cantada horrível! 

— E pensar que já faz dois anos que cai nesse papo! — Juno riu, revirando os olhos. 

Elas continuaram a rir, ainda implicando com a história de Juno, que não se incomodava, juntava-se as gargalhadas. 

Com a mão na barriga, Hester recuperou o fôlego, voltando a falar: 

— Theo também não era dos melhores. — balançou o rosto, meneando. — Ele usava o violão para me seduzir. Era cada música brega... 

— Ah, era fofo! — Helena saiu em defesa de Theo. — Você era chata e fresca! — reclamou, fazendo a irmã rir. 

— Bem, funcionou mesmo assim, não é? Então está valendo! — Juno argumentou, dando risada ao ver Hester confirmar com a cabeça. 

Lou interrompeu, rabugenta: 

— Vocês estão reclamando de barriga cheia! — ela fez uma careta. — Enquanto isso, eu nunca tive sorte nenhuma no amor. 

— Eu também estou encalhada! — Helena se solidarizou. — Se isso te conforta de alguma forma. 

Hester bufou, revirando os olhos. 

— Larga de drama! — provocou, estampando um semblante de deboche. — Quem vê até pode pensar que não era você agarrada aos beijos com um cara aleatório no luau. Sequer sei quem ele era! 

O rosto de Lou tomou a cor de seus cabelos. Juno deu uma gargalhada. 

— Sério?! — ela bateu na própria coxa durante as risadas. — Eu não acredito que perdi isso! 

— Claro que não viu... — Hester a olhou de forma acusadora. — Estava muito mais ocupada com o Nirav. 

Foi a vez de Juno sentir o rosto queimar e dar um riso sem graça. 

— Você o fez dançar! — Helena exclamou em tom divertido, arregalando os olhos. 

— Ele não gosta de dançar? — franziu o cenho, lembrando-se de como ele a conduzia com tanta facilidade. 

— Não é isso. — Hester balançou o rosto. — Ele só é quieto. 

— Hm, como o significado do nome dele... — Juno ponderou. 

— Até o significado do nome ela já sabe! Incrível! — Lou revirou os olhos, debochando. — Ele nunca me disse o significado do nome dele! 

Juno riu, colocando a mão sobre o rosto que começava a ficar vermelho. As meninas riram de sua expressão. 

— Vocês estão exagerando! 

— Se você está dizendo... — Lou finalizou, provocando. 

Depois de as risadas terminarem, Hester respirou fundo antes de dizer: 

— Não vou mentir para vocês e essa confissão morre aqui! — sentenciou, levantando o dedo indicador brevemente, olhando para as outras três. — Se eu não namorasse o Theo, eu tentaria uma chance com o Nirav. — confessou, observando a irmã fazer uma expressão divertida. — Ah, ele é muito atraente! 

— Acredite, eu já tentei, mas ele nunca reparou em mim. — Lou esboçou um semblante triste, então apontou para a amiga. — Helena, pelo contrário... 

Juno abriu a boca e arregalou os olhos, surpresa. 

— Está brincando?! 

— Ah, não foi nada demais! — Helena bufou. — Foi um caso breve, muito mais físico do que qualquer outra coisa. Depois nós percebemos que somos melhores apenas como amigos. Mesmo assim, ele é um dos caras mais legais que já conheci. 

Hester passou o olhar inquisidor da irmã para Juno. 

— E então... — ela arqueou as sobrancelhas, escutando os risinhos de Lou. — O que achou dele? 

Juno segurou uma risada, fechando os olhos por um breve instante. 

— Isso é sério? — indagou, tornando a observar as faces curiosas de suas amigas. 

— Muito sério! — Lou anuiu, incentivando. 

— Nicholas não consegue te ouvir. — Helena sussurrou como se fosse um segredo, causando ainda mais risadas. 

Juno suspirou, sentindo o rosto arder. Em sua cabeça, havia tanta coisa que queria dizer, mas não tinha coragem. 

Lembrou-se do sorriso dele, tão bonito e cativante. O som da sua voz, conversando sobre tudo do jeito mais natural. O tom convidativo e caloroso de sua risada. Recordou o modo como mexia nos cabelos, passando os dedos entre os cachos escuros, também como tocava a própria barba. O jeito de andar, de se comportar... 

Sem perceber, já estava sorrindo. Seus dedos brincavam com a grama. 

— Bem, ele é atraente e legal e todas essas coisas...  E tem algo a mais nele, tem... Eu me senti conectada a ele de uma forma tão intensa. Como se eu já o conhecesse desde sempre, mesmo sendo a primeira vez. Ele parecia tão fácil aos meus olhos que era difícil não olhar para ele. — ainda refletindo, Juno mordeu o lábio inferior. — Eu nunca me senti tão confortável com alguém antes. 

A última frase escapou de seus lábios como um suspiro e antes que pudesse compreender o que havia dito já era tarde demais. 

Houve um longo silêncio após Juno terminar de falar, quebrado apenas por um suspiro de Helena: 

— Uau... 

As meninas se entreolharam, absorvendo o que foi dito. Então, ainda sentida pelas palavras da amiga, Lou ergueu o tom de voz: 

— Uma pena que você não está solteira! 

Foi o suficiente para as risadas voltarem a trovejar entre elas, quebrando o impacto das palavras de Juno. 

Aos risos e provocações, elas permaneceram sob a árvore sem perceber o tempo passar. Apenas quando a tarde começou a se aproximar e a fome falou mais alto, decidiram que era a hora de retornar. 

Antes que alguém da propriedade conseguisse um flagrante, elas correram até a cerca, pendurando-se ao som de risadas. Enfim, alcançaram suas bicicletas e tomaram coragem de voltar a pedalar, apesar da preguiça. 

O sol ainda escaldava seus corpos. Juno sentia os ombros arderem, provavelmente ficaria com marcas nada agradáveis e bem doloridas. E mesmo assim, não seria algo do que reclamar. 

Durante o caminho de volta, Lou iniciou uma música aleatória, cantando sem se importar com a qualidade de sua voz. Aos poucos, as outras também decidiram participar, criando uma sinfonia desorganizada, alta, porém divertida. Muitas vezes sequer conseguiam entender se estavam cantando ou apenas gritando e rindo. Algumas pessoas pelo caminho as olhavam com estranheza, só as incentivando a continuar. 

Juno sentia a felicidade percorrer por todas as partes de seu corpo. Naquele instante, ela deixou de se importar com o peso de sua confissão. Não deixou a culpa estragar aquelas belas palavras que disse sobre Nirav. Apenas por aquele momento, ela se permitiu saborear aquele sentimento tão recente e tão profundo.


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Notas finais do capítulo

No momento em que a Juno disse aquelas palavras, já dá pra saber: ela está ferrada!

Eu adoro trazer esses capítulos de contemplação, mais introspectivos, desenvolvendo os sentimentos e a construção dos personagens.

Espero que tenham gostado, até o próximo!



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