Through Outsider's Eyes escrita por Mychelle_Wilmot


Capítulo 5
Montgomery Scott




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Em toda sua vida, Montgomery Scott foi e ainda era muitas coisas; ele sabia que era um brilhante engenheiro, e segundo lhe diziam, um amigo leal. Ele era um chefe exigente, e um inevitável trapaceiro em um jogo de cartas após alguns drinks. Ele também já foi dito que era um homem inesperadamente gentil quando apaixonado.

Mas entre as muitas coisas que Scotty era, um tolo não estava incluído nelas.

Ele podia não ser a mais rápida das pessoas em determinadas situações, e havia assuntos que fugiam da sua área de especialidade e ele nem ousava se meter, mas Scotty era um homem atento, versátil para se adaptar em qualquer problema ou acontecimento inesperado. Não era fácil enganá-lo ou manter um segredo perto dele, pois Scotty percebia se havia algo de errado com alguém próximo a ele.

E era justamente por isso que ele não entendia o que é que havia acontecido na superfície daquele planeta. Não entendia o que ele havia percebido.Estiveram sempre na sua frente, aqueles fatos? Ou teria a velha intuição de Scotty falhado, o fazendo pensar tolices como algum adolescente cheio de imaginação?

Scotty simplesmente não conseguia explicar para si mesmo as conclusões que ele havia tirado naquela missão de campo. Certamente ele estava errado?

Claro, não era como se aquilo fosse algo errado, mesmo que fosse verdade. Mas era tão inusitado! Scotty ainda mal conseguia crer naquilo que seus olhos haviam visto e sua mente havia simplificado para ele.

— Senhor, está tudo bem?

Scotty se assustou um pouco com a voz repentina; ao olhar para o lado, viu que Kyle o olhava com uma expressão preocupada.

— Estou bem, Tenente. Só um pouco distraído hoje.

Kyle assentiu, parecendo um pouco desconfortável.

— Eu imagino. Todos estão comentando que a missão foi difícil, senhor.

Difícil era um gigante eufemismo diante de todas as dificuldades que eles enfrentaram. Eles tiveram sorte de escaparem todos com vida. Era sempre assim nos planetas com população de tecnologia avançada; se eles tivessem tendências agressivas, eles sempre eram adversários mais terríveis do que qualquer criatura selvagem.

— Aye. Mas tudo terminou bem, Tenente, então não se preocupe com isso. Graças ao Capitão e a o senhor Spock, conseguimos acertar um tratado, então não devemos esperar mais problemas desse povo.

— É claro, senhor – Kyle assentiu com a cabeça, parecendo mais aliviado.

— Senhor, o Comandante está bem? Ouve boatos na nave de que ele teve problemas na missão.

Scotty virou a cabeça tão rápido que por alguns momentos achou que ele ia sentir torcicolo – não fora Kyle dessa vez que falara.

— Tenente, quantas vezes eu vou ter que falar para o senhor não ficar ouvindo e espalhando rumores dentro dessa engenharia?

Scotty tentou usar sua voz desapontada de chefe, mas aquele tom era sempre inútil em Collins – o rapaz era um engenheiro competente, mas petulante demais na opinião de Scotty.

— Desculpe, chefe – Collins disse, não parecendo nada arrependido – Mas é inevitável. Mesmo uma nave grande não escapa de fofocas.

Scotty fez mais uma tentativa de parecer austero.

— Não é inevitável se cada um dos senhores e senhoras fizer a sua parte. E o que aconteceu com o Comandante não é da conta de nenhum de vocês. Só saibam que ele está bem.

— É claro, senhor – Collins disse, parecendo um pouco mais contido dessa vez – Não é da minha conta mesmo. Só espero que ele e o Capitão estejam bem.

Scotty franziu um pouco a testa, desejando ter um copo de alguma coisa forte em suas mãos. Ele esperava que aquele dia passasse rápido.

— O Capitão não foi ameaçado em missão.

— Mas o senhor Spock foi, e é claro, isso já é o suficiente para deixar o Capitão mal.

— Garoto, o que exatamente você quer dizer com isso?

A voz de Scotty saiu bem mais alta e agressiva do que ele pretendia, repreendendo Collins da maneira que ele estava repreendendo seu subconsciente. Seu tom não passou despercebido do resto da engenharia, que imediatamente ficou em silêncio; Kyle olhava para Scotty com os olhos arregalados, e Collins estava com a cabeça baixa.

— Desculpe, senhor. Eu não quis dizer nada demais. Mas é que o Capitão e o senhor Spock...

Scotty cruzou os braços, tentando conter a irritação.

— O que tem o Capitão e o senhor Spock?

Collins parecia mais desconcertado a cada minuto, e em qualquer outra situação Scotty teria se divertido com a cena, mas não naquela tarde.

— Bem, do jeito que eles são... quer dizer, eu ficaria bem afetado se a Cindy fosse ameaçada desse jeito em uma missão de campo.

Aquilo fez a irritação de Scotty parar, completa descrença se mostrando em seu rosto.

Cindy era a namorada de Collins.

— Acho que a sua relação com a Tenente Reynolds é bem diferente da relação entre o Capitão e o Comandante, Collins.

Foi a vez de Collins parecer confuso e... estava ele mesmo ruborizando?

— Bem senhor, eu não estou querendo comparar. É só que a essas alturas, todo mundo na nave já sabe.

Scotty achava já saber a resposta, mas perguntou mesmo assim:

— Já sabe do que, Tenente?

Collins pareceu ficar ainda mais vermelho.

— Já sabe do... do que tem entre o senhor Spock e o Capitão, senhor.

Scotty não precisava pedir por esclarecimento; já estava claro o suficiente do que Collins estava falando.

Não era mesmo então algo da sua cabeça, que ele imaginou diante de uma situação de perigo. Era algo real e que outras pessoas já tinham notado e fofocado sobre; era algo tangível e completamente inesperado.

Como diabos Scotty não percebeu antes?

— O senhor não havia percebido antes? – foi Kyle quem fizera a pergunta dessa vez, sua voz hesitante.

Scotty suspirou fundo, deixando seus ombros caírem – admitindo para si mesmo o que ele tinha visto, e escolhendo não se estressar por conta disso.

— Não até hoje, não. Mas essa missão me fez ver as coisas de um jeito diferente.

— E o que houve na missão, senhor? – Collins perguntou, sua postura cheia de curiosidade mais uma vez; embaraço realmente não durava muito para ele.

Como explicar o que acontecera na missão? Não fora nada que Scotty já não tinha visto antes. Ele só... pareceu enxergar tudo pela primeira vez, sem uma venda nos olhos.

*

— Senhora, nós garantimos que isso não é necessário.

— Isso não é para você decidir, Capitão Kirk.

— Por favor, se você nos permitir reinterar nossa diretriz...

— Eu não estou interessada em ouvir as mentiras que você e sua Federação espalham por essa galáxia, Capitão!

Era com preocupação que Scotty olhava para as negociações entre o Capitão e a Chanceler daquele planeta. Não eram incomuns tons hostis em negociações interplanetárias, mas nunca era algo para ser tratado com descaso.

Ainda mais estando em uma situação tão delicada como estavam.

— Por favor, acredite quando dizemos que não era nossa intenção transpassar. Nós recebemos um convite para vir aqui, não estávamos cientes da situação.

E que situação eles estavam!

Havia sido o senhor Spock que atendeu ao chamado, que não fora diferente das muitas chamadas que eles recebiam. Mesmo assim, eles haviam contatado o Comando Central do planeta, confirmando a presença da Enterprise. Não havia motivos para desconfiar de algo que, para todos os efeitos, era rotina.

Mas tão logo o grupo da missão se teletranportou para o planeta - Scotty, o Capitão, o Comandante Spock, a enfermeira Christine Chapel e dois alferes de segurança, Williams e Harper - ficou claro que eles haviam caído em uma emboscada.

Não fora com a Chanceler ou o Comando Central que eles haviam se comunicado, e sim com uma facção opositora ao atual regime; o ato tivera a intenção de desmoralizar a Chanceler e suas capacidades governamentais, mostrando o quão fácil era fazer alienígenas se “infiltrarem” sob o comando dela.

A emboscada havia deixado a Chanceler absolutamente furiosa e disposta a descontar sua raiva no grupo da missão, e o clima no planeta se tornava cada vez mais e mais hostil.

Scotty lamentava mais a cada segundo o fato de eles terem removido seus comunicadores e phasers tão logo eles desceram para o planeta. E pensar que ao mínimo sinal de socorro, qualquer um dos seus subordinados perceberia algo diferente e eles estariam livres daquele pesadelo!

— Senhora! Por favor, não há motivo pra causar tantos danos em nossas relações interplanetárias.

Scotty teve seus pensamentos interrompidos pela fala do Capitão, que começava a se tornar elevada – nunca um bom sinal.

— Não há danos causados em uma relação que não deveria existir, Capitão – a voz da Chanceler era fria, irredutível – Nós não queremos nada com a sua Federação. Nós somos um povo antigo, Capitão Kirk, e não temos intenções de nos relacionar com vocês ou quaisquer outros planetas.

— E nós respeitaremos essa demanda, Chanceler. Agora que nós sabemos que não há desejo algum de contato da sua parte, nós iremos embora permanentemente.

— Nós vamos precisar de mais do que sua palavra, Capitão.

Scotty engoliu em seco, se sentindo ainda mais nervoso – aquilo não soava nada bem.

— E o que nós precisaríamos fazer Chanceler? – a voz do Capitão era séria, diplomática. Scotty conhecia-o há bastante tempo, e sabia que ele também não estava gostando nada do rumo das negociações.

— Nós temos meios de nos assegurar da sua tão chamada honestidade, Capitão. Temos tecnologia que pode adentrar em suas mentes e nos assegurar de suas verdadeiras intenções.

Scotty não havia tomado a decisão de falar, mas as palavras saíram da sua boca de imediato:

— E como nós podemos saber se essa tecnologia não é nociva pra gente?

— Senhor Scott! – o Capitão imediatamente disse, em um tom de censura.

— É uma boa pergunta na verdade, Capitão – fora o Comandante que falara dessa vez, suas sobrancelhas se erguendo levemente – Nossa fisiologia é diferente da de vocês, ainda mais quando se trata de estrutura cerebral.

A Chanceler ouviu as perguntas sem mudar de expressão, dois de seus braços cruzados em frente ao seu torso.

— Isso não é uma negociação. Vocês não tem escolha no que fazer aqui.

— Eu não vou deixar vocês submeterem nenhum dos meus subordinados a um procedimento que pode causar a eles danos cerebrais! – O Capitão respondeu imediatamente, esquecendo a diplomacia.

Scotty olhou ao redor, notando que todos pareciam aflitos – Christine Chapel tinha uma expressão visivelmente aflita, enquanto Williams e Harper tinham o corpo todo tenso, como que se preparando pra um ataque.

— E como eu já disse, Capitão – você não tem uma escolha.

Alguns seguranças da Chanceler apareceram na porta – mais do que seria necessário para assegurar a cooperação da tripulação.

— Então deixem que eu vá! Exijo que seja eu a ser examinado.

— Jim, não! – Scotty exclamou de imediato, horrorizado com a ideia.

— Eu não vou permitir que nenhum de vocês sofra por isso! Foi minha a decisão de vir para esse planeta, e se alguém tem que sofrer as consequências, que seja eu!

— Eu não sei por que os senhores ainda se agarram a ideia de que possuem algum controle sobre esses acontecimentos. Eu já disse que essa decisão está em nossas mãos, e eu já tomei minha decisão.

Scotty sentia seu coração pulando no peito enquanto os guardas avançavam, mas sua aflição foi logo substituída por uma nova onda de outros sentimentos – alívio, vergonha, preocupação, revolta – quando eles capturaram o Comandante.

— SPOCK! NÃO!

A voz do Capitão Kirk estava mais alterada do que nunca, e Scotty podia simpatizar – ele não era um amigo próximo do Comandante, mas ele o respeitava muito, como profissional e como indivíduo – pois ele mesmo sentia um aperto no peito diante da cena.

— Nós vamos levar o seu segundo em comando para nossa avaliação, Capitão.

— Eu já disse a vocês! Levem a mim!

— Chega! – a Chanceler finalmente ergueu a voz – Estou cansada de falar em círculos com você, Capitão. Aceite a sua falta de controle sobre essa situação.

— Por favor, me deixem ir com ele – Christine Chapel foi quem falou, angústia clara em seu rosto – Eu sou uma enfermeira. Eu posso monitorar a saúde do senhor Spock sem atrapalhar a vocês.

A Chanceler balançou a cabeça.

— Sem médicos ou enfermeiras durante o exame.

A face de Christine Chapel quase desmoronou por alguns momentos, antes que ela pudesse se recompor – mas ela o fez sem derramar uma lágrima. Scotty a admirou por isso; ele sabia que a enfermeira era ou fora apaixonada pelo senhor Spock, e aquilo não podia ser fácil para ela.

— Spock! – o Capitão novamente disse, tão desesperado que fez Scotty engolir em seco.

— Jim – a voz de Spock saiu calma, ao contrário de todas as outras vozes elevadas no local –Correr riscos é parte da minha responsabilidade como membro da sua tripulação.

— Spock, você não sabe o que essa máquina pode fazer com você!

— Vulcanos tem cérebros resistentes, Capitão. Eu acredito ter altas chances de sobrevivência; minhas estimativas são positivas.

Aquilo não pareceu confortar o Capitão, que continuava com a mesma expressão angustiada.

Kaiidth, Jim. Se eu puder ajudar a acelerar as negociações, mesmo que desse modo... rudimentar, que assim seja.

— Guardas, levem-no – a Chanceler parecia meramente entediada agora, não mais entretida ou sentido ultraje ou raiva.

Os guardas obedeceram, e junto com eles foi a Chanceler, deixando a tripulação da Enterprise para ser vigiada pelos numerosos guardas.

— Spock! – o Capitão tentou seguir os guardas, tendo o caminho imediatamente barrado – Spock!

Scotty viu que ele continuava a tentar passar entre os guardas, então foi rapidamente para perto dele, para contê-lo.

— Jim, não tem jeito – ele tentou falar em um tom suave – Eles nos pegaram desprevenidos, Capitão.

— Isso não deveria ter acontecido, Scott – o Capitão balançou a cabeça, consternado – Essa deveria ter sido uma missão tranquila!

— Nada é como a gente espera no espaço, Capitão – Scotty balançou a cabeça – O Comandante é forte. Talvez nada aconteça com ele.

Jim não respondeu, fazendo Scotty sentir imensa empatia pelo colega e amigo – seu sofrimento era palpável.

Outra pessoa visivelmente abalada era Christine Chapel, que parecia tão aflita e abalada quanto o Capitão, e foi por isso que Scotty se surpreendeu com a pergunta dela:

— Capitão, o que significa aquilo que o senhor Spock disse ao senhor?

O Capitão pareceu tão confuso quanto Scotty.

— Perdão, enfermeira?

— Ele falou uma palavra Vulcana, senhor. Tem algum significado especial?

A face do Capitão se iluminou em reconhecimento.

— Ah. Kaiidith. É uma expressão Vulcana, significa algo parecido com “o que é, é”. Spock não me explicou exatamente o sentido, mas eu entendi como sendo a aceitação de coisas que existem ou aconteceram.

— É um provérbio bem Vulcano – Scotty teve que admitir – Bastante prático.

— Praticidade nunca foi uma das minhas qualidades.

A voz de Jim saiu baixa quando ele falou dessa vez; a pergunta de Christine Chapel parecia ter tornado ele mais calmo e conformado, e a luta parecia ter momentaneamente fugido de sua mente, substituída por cansaço.

Aquilo era bom para Scotty; melhor que o Capitão guardasse suas energias, caso eles precisassem realmente se rebelar para saírem dali.

Durante aproximadamente a próxima meia hora, Scotty assistiu em silêncio o modo como o Capitão andava de um lado para o outro e o modo como Christine Chapel se sentou no chão, as mãos torcidas em seu colo, se sentindo terrível pela aflição de ambos.

 A espera deles finalmente acabou quando eles ouviram a aproximação da Chanceler e dos guardas – que carregavam em seus braços o senhor Spock, desacordado.

Scotty sentiu seu coração se afundar em seu peito. Não podia ser verdade!

Ao seu lado, ele estava ciente de ouvir Christine Chapel soltar um grito, enquanto o Capitão berrava.

— SPOCK! O que vocês fizeram com ele?

A Chanceler só respondeu quando ela estava novamente na frente deles.

— Se acalme, Capitão. O seu segundo em Comando está bem. Sem danos cerebrais. Só está desacordado.

Os guardas colocaram o senhor Spock no chão, e Scotty sentiu que ele pode respirar novamente quando viu que ele respirava.

Christine Chapel imediatamente se ajoelhou ao lado dele, fazendo o melhor para verificar seus sinais vitais sem instrumentos.

— É difícil dizer sem o tricorder, mas ele parece bem, Capitão.

Jim fechou os olhos com força, seus ombros relaxando com a perda de tensão.

Abrindo novamente seus olhos, ele olhou com frieza para a Chanceler, encarando-a firmemente.

— Agora que você já executou seus testes, quando você vai liberar a minha tripulação?

— Logo, Capitão – a Chanceler novamente parecia entediada – Assim que eu der minhas ordens para o Comando Central.

Dizendo isso, a Chanceler deu as costas e mais uma vez se retirou do local, deixando apenas os guardas em sua ausência.

Assim que ela estava fora de vista, Jim rapidamente se ajoelhou na frente do Comandante, que ainda estava desacordado.

— Você acha que realmente não houve danos, enfermeira?

— Só vai ser possível dizer na nave, senhor – Christine Chapel balançou a cabeça – Mas eu estou otimista de que não.

Silêncio novamente se fez durante os próximos minutos, Williams e Harper afastados de toda a comoção, Scotty assistindo a certa distância enquanto Capitão e enfermeira cercavam o senhor Spock, não tirando seus olhos deles por nem um segundo.

Foram durante esses longos minutos que Scotty sentiu as engrenagens em sua cabeça girando e chegando a uma conclusão que ele não queria acreditar, mesmo com a verdade estampada diante dos seus olhos.

Mas realmente, como Scotty podia negar o que ele estava vendo quando Jim Kirk olhava para seu segundo em comando exatamente do mesmo modo que Christine Chapel, uma mulher que era conhecida por ser apaixonada pelo senhor Spock, olhava para ele?

*

— Senhor? – Scotty foi novamente retirado de seus pensamentos, pela voz de Collins dessa vez.

— A missão tem detalhes confidenciais, Tenente. Eu não tenho permissão para revelar esses detalhes para você ou mais ninguém.

Collins assentiu com a cabeça, parecendo infeliz, mas finalmente conformado de que Scotty não lhe daria mais informações.

— Mas o senhor acha que eles vão ficar bem, senhor?

Por Deus, Collins realmente não sabia quando calar a boca! E que espécie de pergunta era aquela, de qualquer maneira?

Ele não sabia se eles ficariam bem. O senhor Spock e o Capitão Kirk viviam uma vida cheia de maravilhas e perigos, uma vida que poderia ser terminada em segundos por um erro mínimo. Eles eram Capitão e Primeiro Oficial, uma relação altamente desencorajada e até proibida em alguns casos; eles eram de espécies diferentes, de culturas diferentes, e Scotty não era nenhum garotinho – ele sabia o que esse tipo de diferença fundamental podia fazer em um relacionamento.

Não, a vida deles não poderia ser fácil – era difícil dizer se eles ficariam bem.

Mas foi pensando no olhar no rosto de Jim, e no alívio tomando conta de sua expressão ao notar que Spock estava vivo que Scotty disse:

— Tenente... eu desconfio que sim.

E talvez eles pudessem ficar bem, afinal. Por que não? Scotty podia não ser nenhum garotinho, mas ele também não era velho e cínico o suficiente para não acreditar ou reconhecer amor verdadeiro quando colocado daquele jeito na frente de seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Todos os possíveis erros de digitação e gramática são meus, se sintam livres para apontá-los se tiver algo muito gritante.

Como sempre, obrigada por ler! E reviews são sempre bem vindas, só lembrando. :P



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