O Labirinto escrita por Bia de asa


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo por hoje. Amanhã eu volto para postar mais.



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    Sentia todos os ossos do meu corpo doerem. Minha cabeça pesava mais do que o normal e eu me sentia pegando fogo. Seria assim que uma pessoa morta se sentia?

    — Annie... — Podia ouvir a voz de Castiel. Meus amigos também teriam morrido?

    Abri os olhos devagar e vi o nosso Intestino: Castiel.

    Me senti tão feliz por estar viva que me joguei nos braços de Castiel em um abraço apertado.

    — Eu não morri — falei com a voz rouca.

    — Não. Ainda bem. Você ficou desacordada por horas!

    Seus olhos castanhos estavam cheios de preocupação. Seu cabelo estava bem mais bagunçado que o normal. Ele estava estranhamente bonito.

    — Horas?

    — Sim.

    Olhei por todos os lados. Estávamos em um corredor diferente. O teto era mais baixo e as paredes eram de mármore branco. Havia tochas acesas com fogo pelas paredes. Era a única fonte de iluminação.

    Estávamos sozinhos.

    — Onde está o resto de nossos amigos?

    Castiel desviou o olhar do meu e mordeu os lábios.

    — Castiel! — gritei com ele e seu nome ecoou pelo corredor.

    — Eu... — sua voz falhou. — Eu não sei.

    Seus olhos marejaram, mas eu chorei primeiro.

    — Eles morreram?

    — Eu não sei, Annie. Quando você se aproximou daquele ser horrendo e ele esmagou você, tudo sumiu e de repente estávamos aqui. Esse labirinto é traiçoeiro. Ele mexe com a nossa cabeça!

    — Eu percebi. Mas temos que achar os outros.

    Forcei meu corpo a se levantar, mas a dor me dominou.

    — Acho melhor você não se mexer muito.

    — Então é isso? Não vamos fazer nada?

    — Mas o que podemos fazer?

    Percebi que Castiel ficou nervoso. Ele sempre foi o mais calmo entre nós cinco e se até ele estava perdendo a cabeça, já podia imaginar como estavam meus outros amigos.

    — Vá atrás deles — pedi. — Eu posso ficar sozinha.

    — Ah, negativo! Não vou te deixar sozinha nesse estado e também não quero ir só por esses corredores.

    Pressionei o rosto nas mãos e suspirei.

    — Tudo bem. Há outro plano genial?

    — Você tem comida?

    — Comida? Ah, não acredito! Agora vamos morrer de fome!

    — Então você não tem comida.

    — Não, quer dizer, sim, eu tenho comida só espero que também não tenha sumido como meu celular.

    Peguei minha mochila e procurei meus biscoitos. Acabei encontrando meu celular.

    — Por que não o encontrei antes?

    — O quê? — perguntou Castiel.

    — Meu celular. Será que podemos ligar para alguém?

    — Tente.

    E eu tentei.

    — Ah, não. Aqui embaixo não tem sinal.

    — Maravilha.

    — Bem, pelo menos achei meus biscoitos.

    Dei um pacote a Castiel.

    — Você não vai comer também?

    — Não estou com fome.

    Na verdade eu estava sim com fome, mas dava pra aguentar. Mais cedo ou mais tarde o que tínhamos para comer ia acabar e iríamos morrer de fome, então resolvi economizar para retardar nossa morte.

    O corredor onde estávamos estava quente. Comecei a suar e ficar agoniada.

    — Será que o Labirinto está pegando fogo? — perguntei.

    — Pensei o mesmo. Espere aí.

    Castiel se levantou e caminhou certa distância.

    Se Henrico estivesse conosco diria que a culpa era do meu cabelo de fogo. Onde meus amigos estariam?

    — Não. — Castiel voltou para mim. — Nenhum sinal de fogo.

    Ele também estava suando e respirando acelerado. Me levantei com um pulo.

    — Vamos — chamei. — Apenas fui esmagada por um monstro de pedra, mas estou bem.

+++

Andamos em linha reta por alguns minutos e depois dobramos à direita.

    — Como você pretende encontrá-los? — perguntou Castiel depois de um longo tempo em silêncio.

    — Sinceramente, não sei — respondi.

    — O que eu não consigo entender é como fomos parar em outro corredor depois do seu incidente.

    — Depois de eu quase morrer, você quis dizer.

    — Essa é outra coisa que não entendo. Você deveria ter sido esmagada por aquele punho, não que eu quisesse isso, mas eu vi você ser atingida.

    — É, e depois disso eu não vi mais nada.

    — Eu mal posso descrever o que aconteceu depois. Pareceu que não fui eu me mudei de lugar, e sim o corredor onde estávamos quem mudou de forma e nossos amigos sumiram.

    — Estou ficando maluca com isso, Castiel. Vamos encontrar o resto do pessoal, encontrar uma saída e esquecer esse lugar.

    — Extremamente fácil na teoria.

    — Não vamos ser pessimistas. Só temos que descobrir como esse Labirinto funciona.

    Viramos mais uma vez à direita.

    — Esse lugar deve ser a moradia de demônios.

    — Cala a boca, Castiel!

    Era até irônico mandar o Castiel se calar já que, em geral, era eu quem falava mais.

    — Agora somos apenas uma Cabeça e um Intestino — falei.

    Castiel não respondeu. Dobramos mais alguns corredores aleatoriamente e então tive uma ideia (outra?).

    — Castiel, pare. — Eu parei primeira e coloquei o braço na frente dele o impedindo de andar.

    — Viu alguma coisa? — Ele começou a ficar aflito.

    — Sim. Uma luzinha piscando.

    — Onde?

    — Na minha cabeça.

    — Ah. — ele suspirou decepcionado. — Qual é o plano brilhante dessa vez?

    — Pegue seu celular.

    Ele obedeceu e também peguei o meu.

    — E agora?

    — Ligue o Bluetooth.

    — Isso é uma piada, não é?

    Como o aparelho em mãos, liguei meu Bluetooth.

    — Claro que não, Intestino. Vamos, ligue logo isso.

    — Tá bom! — Ele mexeu no celular. — E agora?

    — Vamos procurar dispositivos... e... Isso!

    — Isso?

    — Os dispositivos deles não estão aparecendo!

    — Deles quem? Henrico, Aiko e Julia? Não acredito que eles estejam com o Bluetooth ligado.

    — Também duvido que estejam.

    — Então do que isso vai adiantar?

    — Vamos conectar com... Aiko!

    Castiel sacudiu a cabeça com dúvida aparente.

    Selecionei o dispositivo de Aiko e recebi um aviso: “Falha na conexão. verifique se o outro dispositivo está na área de alcance”. Dei um grito de alegria.

    — O que foi? O que foi? — Castiel também pareceu se animar.

    Mostrei a ele o aviso no celular e seu rosto murchou.

    — Annie, você não está bem. O que há de bom nisso?

    — Significa que eles estão longe!

    Castiel abriu a boca, mas desistiu de falar. Seus pés bateram no chão, nervoso. Levou as mãos a cabeça como se quisesse gritar: Socorro! Me afastem dessa maluca!

    — Annie, por favor, não perca a cabeça!

    — Mas eu sou a Cabeça.

    Não pude conter as risadas. Castiel estava quase chorando.

    — Senhor, cure-a!

    Dei uma gargalhada e em seguida abracei Castiel. Ele logo se afastou.

    — Pensei que você já estivesse acostumado com as minhas doidices.

    — Você já está passando dos limites.

    Coloquei meu celular no bolso da minha jaqueta. Seria meu GPS movido a Bluetooth.

    — Ok, eu me acalmo. — Olhei Castiel nos olhos, mas ele desviou o olhar; não sei por que, mas fiquei chateada. — Desculpe.

    Ele assentiu.

    — Seja qual for o motivo da ativação dos Bluetooth, espero que dê certo — Castiel disse menos nervoso.

    Mesmo sendo apenas duas pessoas, eu guiei na frente novamente.


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Notas finais do capítulo

Eu nunca fui de fazer muita propaganda nas notas, mas, se puder, dê uma olhada em Além da psicologia :)



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