O Labirinto escrita por Bia de asa
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo por hoje. Amanhã eu volto para postar mais.
Sentia todos os ossos do meu corpo doerem. Minha cabeça pesava mais do que o normal e eu me sentia pegando fogo. Seria assim que uma pessoa morta se sentia?
— Annie... — Podia ouvir a voz de Castiel. Meus amigos também teriam morrido?
Abri os olhos devagar e vi o nosso Intestino: Castiel.
Me senti tão feliz por estar viva que me joguei nos braços de Castiel em um abraço apertado.
— Eu não morri — falei com a voz rouca.
— Não. Ainda bem. Você ficou desacordada por horas!
Seus olhos castanhos estavam cheios de preocupação. Seu cabelo estava bem mais bagunçado que o normal. Ele estava estranhamente bonito.
— Horas?
— Sim.
Olhei por todos os lados. Estávamos em um corredor diferente. O teto era mais baixo e as paredes eram de mármore branco. Havia tochas acesas com fogo pelas paredes. Era a única fonte de iluminação.
Estávamos sozinhos.
— Onde está o resto de nossos amigos?
Castiel desviou o olhar do meu e mordeu os lábios.
— Castiel! — gritei com ele e seu nome ecoou pelo corredor.
— Eu... — sua voz falhou. — Eu não sei.
Seus olhos marejaram, mas eu chorei primeiro.
— Eles morreram?
— Eu não sei, Annie. Quando você se aproximou daquele ser horrendo e ele esmagou você, tudo sumiu e de repente estávamos aqui. Esse labirinto é traiçoeiro. Ele mexe com a nossa cabeça!
— Eu percebi. Mas temos que achar os outros.
Forcei meu corpo a se levantar, mas a dor me dominou.
— Acho melhor você não se mexer muito.
— Então é isso? Não vamos fazer nada?
— Mas o que podemos fazer?
Percebi que Castiel ficou nervoso. Ele sempre foi o mais calmo entre nós cinco e se até ele estava perdendo a cabeça, já podia imaginar como estavam meus outros amigos.
— Vá atrás deles — pedi. — Eu posso ficar sozinha.
— Ah, negativo! Não vou te deixar sozinha nesse estado e também não quero ir só por esses corredores.
Pressionei o rosto nas mãos e suspirei.
— Tudo bem. Há outro plano genial?
— Você tem comida?
— Comida? Ah, não acredito! Agora vamos morrer de fome!
— Então você não tem comida.
— Não, quer dizer, sim, eu tenho comida só espero que também não tenha sumido como meu celular.
Peguei minha mochila e procurei meus biscoitos. Acabei encontrando meu celular.
— Por que não o encontrei antes?
— O quê? — perguntou Castiel.
— Meu celular. Será que podemos ligar para alguém?
— Tente.
E eu tentei.
— Ah, não. Aqui embaixo não tem sinal.
— Maravilha.
— Bem, pelo menos achei meus biscoitos.
Dei um pacote a Castiel.
— Você não vai comer também?
— Não estou com fome.
Na verdade eu estava sim com fome, mas dava pra aguentar. Mais cedo ou mais tarde o que tínhamos para comer ia acabar e iríamos morrer de fome, então resolvi economizar para retardar nossa morte.
O corredor onde estávamos estava quente. Comecei a suar e ficar agoniada.
— Será que o Labirinto está pegando fogo? — perguntei.
— Pensei o mesmo. Espere aí.
Castiel se levantou e caminhou certa distância.
Se Henrico estivesse conosco diria que a culpa era do meu cabelo de fogo. Onde meus amigos estariam?
— Não. — Castiel voltou para mim. — Nenhum sinal de fogo.
Ele também estava suando e respirando acelerado. Me levantei com um pulo.
— Vamos — chamei. — Apenas fui esmagada por um monstro de pedra, mas estou bem.
+++
Andamos em linha reta por alguns minutos e depois dobramos à direita.
— Como você pretende encontrá-los? — perguntou Castiel depois de um longo tempo em silêncio.
— Sinceramente, não sei — respondi.
— O que eu não consigo entender é como fomos parar em outro corredor depois do seu incidente.
— Depois de eu quase morrer, você quis dizer.
— Essa é outra coisa que não entendo. Você deveria ter sido esmagada por aquele punho, não que eu quisesse isso, mas eu vi você ser atingida.
— É, e depois disso eu não vi mais nada.
— Eu mal posso descrever o que aconteceu depois. Pareceu que não fui eu me mudei de lugar, e sim o corredor onde estávamos quem mudou de forma e nossos amigos sumiram.
— Estou ficando maluca com isso, Castiel. Vamos encontrar o resto do pessoal, encontrar uma saída e esquecer esse lugar.
— Extremamente fácil na teoria.
— Não vamos ser pessimistas. Só temos que descobrir como esse Labirinto funciona.
Viramos mais uma vez à direita.
— Esse lugar deve ser a moradia de demônios.
— Cala a boca, Castiel!
Era até irônico mandar o Castiel se calar já que, em geral, era eu quem falava mais.
— Agora somos apenas uma Cabeça e um Intestino — falei.
Castiel não respondeu. Dobramos mais alguns corredores aleatoriamente e então tive uma ideia (outra?).
— Castiel, pare. — Eu parei primeira e coloquei o braço na frente dele o impedindo de andar.
— Viu alguma coisa? — Ele começou a ficar aflito.
— Sim. Uma luzinha piscando.
— Onde?
— Na minha cabeça.
— Ah. — ele suspirou decepcionado. — Qual é o plano brilhante dessa vez?
— Pegue seu celular.
Ele obedeceu e também peguei o meu.
— E agora?
— Ligue o Bluetooth.
— Isso é uma piada, não é?
Como o aparelho em mãos, liguei meu Bluetooth.
— Claro que não, Intestino. Vamos, ligue logo isso.
— Tá bom! — Ele mexeu no celular. — E agora?
— Vamos procurar dispositivos... e... Isso!
— Isso?
— Os dispositivos deles não estão aparecendo!
— Deles quem? Henrico, Aiko e Julia? Não acredito que eles estejam com o Bluetooth ligado.
— Também duvido que estejam.
— Então do que isso vai adiantar?
— Vamos conectar com... Aiko!
Castiel sacudiu a cabeça com dúvida aparente.
Selecionei o dispositivo de Aiko e recebi um aviso: “Falha na conexão. verifique se o outro dispositivo está na área de alcance”. Dei um grito de alegria.
— O que foi? O que foi? — Castiel também pareceu se animar.
Mostrei a ele o aviso no celular e seu rosto murchou.
— Annie, você não está bem. O que há de bom nisso?
— Significa que eles estão longe!
Castiel abriu a boca, mas desistiu de falar. Seus pés bateram no chão, nervoso. Levou as mãos a cabeça como se quisesse gritar: Socorro! Me afastem dessa maluca!
— Annie, por favor, não perca a cabeça!
— Mas eu sou a Cabeça.
Não pude conter as risadas. Castiel estava quase chorando.
— Senhor, cure-a!
Dei uma gargalhada e em seguida abracei Castiel. Ele logo se afastou.
— Pensei que você já estivesse acostumado com as minhas doidices.
— Você já está passando dos limites.
Coloquei meu celular no bolso da minha jaqueta. Seria meu GPS movido a Bluetooth.
— Ok, eu me acalmo. — Olhei Castiel nos olhos, mas ele desviou o olhar; não sei por que, mas fiquei chateada. — Desculpe.
Ele assentiu.
— Seja qual for o motivo da ativação dos Bluetooth, espero que dê certo — Castiel disse menos nervoso.
Mesmo sendo apenas duas pessoas, eu guiei na frente novamente.
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Eu nunca fui de fazer muita propaganda nas notas, mas, se puder, dê uma olhada em Além da psicologia :)