O Labirinto escrita por Bia de asa


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar, desculpem-me, mas, incrivelmente eu esqueci que faltava atualizar essa história rsrsrs...



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    Demos a volta na escola para pegarmos a rua de trás. Eu ia na frente e meus amigos me seguiam. Não sei por que, mas sempre era considerada a líder. Eu nunca cobicei a liderança, mas parecia que ela me seguia.

    — Annie, espere! — Ouvi a voz de Henrico atrás de mim. O lado ruim de liderar uma caminhada é não ter olhos na costa para ver o que acontece atrás. Virei-me.

    — O que foi? — perguntei.

    — É, por que paramos? — Julia também perguntou.

    — Ali. — Henrico apontou para a escola que estava do outro lado da rua.

    — É, eu também vejo! — Castiel falou com empolgação.

    — Ou vocês estão doentes, ou eu estou cega — eu disse ainda tentando enxergar o que os garotos tinham visto na escola.

    — Digo o mesmo — comentou Julia.

    — É aquilo na base da escola? — Aiko perguntou parecendo ver o que eu não via.

    — Isso — confirmou Henrico.

    — Na base? — Concentrei-me na parte inferior da escola. Sim, havia alguma coisa no lado esquerdo grudado ao chão e a parede. — Parece um alçapão.

    — Vamos até lá.

    Dessa vez quem foi na frente foi Henrico. Atravessamos a rua e paramos perante a pequena porta horizontal no gramado de fora da escola.

    — Será que isso faz parte da escola? — Castiel perguntou tocando a porta de madeira.

    Julia balançou a cabeça devagar como sempre fazia quando estava pensando.

    — Vamos abrir — ela sugeriu.

    — Ah, eu quero! — Aiko sorriu, alegre.

    — Ah, eu também — me vi dizendo isso antes de pensar se queria ou não. Uma estranha empolgação me atingiu.

    — Sim, vamos abrir! — Julia também pareceu empolgada. O sol bateu de leve em seus cabelos loiros encaracolados e seus olhos verdes, por um instante, ficaram azuis com a luz do sol. Seu rosto tornou sombrio como se a empolgação tivesse dado lugar à desconfiança.

    Percebi que eu também estava tensa.

    — E aí, quem será o corajoso ou corajosa que irá abrir isso? — Henrico olhou para cada um de nós esperando uma resposta.

    — Eu abro — outra vez minha voz se manifestou antes de eu ao menos pensar na situação. — Quer dizer... — Mas todos já estavam me olhando com expectativa. Eu era a líder, eu era a chefe, eu era a “cabeça”. Por um segundo um pensamento maluco me alcançou: Se eu era a cabeça, meus amigos eram qual parte do corpo? Esquece, Annie! — Sim, eu vou abrir.

    Posicionei-me perante a porta do alçapão. Toquei sua fechadura de ferro que logo me pareceu impossível de abrir já que tinha tanta ferrugem. Mas algo extremamente esquisito aconteceu. Quando eu toquei a trava de ferro, ela se reduziu a pó.

    Afastei-me bruscamente procurando explicações nos rostos dos meus amigos, mas eles pareciam tão atônitos quanto eu.

    — Annie... — Castiel me olhou fixamente com seus olhos castanhos.

    — Eu... — Tentei falar, mas estava perturbada demais. — Vai ver a fechadura era muito velha.

    — Mas ela derreteu! — exclamou Julia.

    — Ela não derreteu, virou pó! — interveio Aiko.

    E, pela primeira vez desde que nos conhecemos, ninguém falou. O silêncio reinou por cruéis minutos. Meu peito parecia guardar uma pedra de gelo no lugar do coração.

    — Vamos acabar logo com isso — minha voz saiu corajosa, mas eu estava com mais medo que uma barata.

    Minhas mãos chegaram trêmulas a porta e a abri.

    Teria caído para trás se Henrico não estivesse lá para me segurar. Me agarrei em seus braços até minha respiração se acalmar.

    — Que tenso! — Dei um riso nervoso.

    — E aí, galera — chamou Castiel. — Quem curte lugares escuros e medonhos no porão da escola?

+++

— Poderia ser tudo, menos escuro! —Henrico disse com a voz trêmula.

    Descemos uma estreita escada porão abaixo apenas com a iluminação da lanterna dos nossos celulares.

    Quando alcançamos o chão, o alçapão acima de nós era apenas um quadrado distante onde podíamos ver um minúsculo pedaço do céu.

    Varri o local com a minha lanterna e não encontrei nada. Era um imenso salão vazio com um corredor de dois metros de largura a nossa frente que se perdia na escuridão.

    — Não tem nada aqui — conclui o óbvio.

    — Será que esse lugar é um antigo salão de festa da escola? — perguntou Julia para ninguém em específico.

    — Deveríamos entrar no corredor — disse Castiel com um tom estranhamente confiante.

    Aproximei-me mais do corredor a nossa frente e o iluminei.

    — É reto — afirmei. — Ele se estende por todo o espaço que consigo iluminar.

    Eles juntaram as lanternas dos celulares com a minha, mas o que víamos ainda era pouco comparado ao que poderia ter a frente.

    — Eu tenho uma ideia — Aiko falou ao meu lado direito.

    — Diga — pedi.

    — Por que não nos reunimos na minha casa, juntamos algumas coisas úteis em uma mochila, voltamos para cá e exploramos o local?

    Ninguém respondeu, exceto eu:

    — Aiko.

    — Oi?

    — Adoro suas ideias.


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