The Forgotten escrita por oneonlysmile


Capítulo 2
I'm sorry for blaming you


Notas iniciais do capítulo

Ei gatas da minha vida, bom nós conversaremos mais ali em baixo então boa leitura!!!



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“…Ela esta gritando chamando meu nome e procurando-me por todo o lado, a segunda mamãe esta furiosa comigo porque eu quebrei um dos vasos de porcelana francesa antigo dela. Papai não esta em casa, apenas eu, ela e Brigite, eu sei que ela vai me achar, ela sempre acha e quando isso acontecer vai doer, queria que o papai ou a mamãe estivessem aqui, minha mamãe nunca me fez sentir nenhuma dor essa mamãe nova faz.
– Te encontrei pequeno merdinha, vamos sai dai – mamãe disse apontando suas unhas verdes pontiagudas para mim, encolhi-me mais para minha proteção, mas ela acabou por puxar meu calcanhar não havia nada para me segurar, as unhas dela machucam fazem sair sangue, as mãos da mamãe estão no meu cabelo puxando-o para cima eu grito involuntariamente até sentir minha bochecha esquerda arder, de novo, de novo, e de novo, meus olhos ardiam enquanto ela começa a chocar minha cabeça contra a parede seguida de vários tapas…”

Daniel sentou-se na cama rapidamente despertado pelo constante pesadelo seu corpo estava trémulo e frio devido ao suor, olhou para fora e viu claramente o sol nascendo, tinha a certeza que Luke só havia conseguido dormir há pouco tempo por sua culpa, levantou sorrateiramente da cama vestiu uma das blusas de moletom enquanto sai do quarto, o corredor encontrava-se vazio e frio apenas iluminado pelo calor das pequenas chamas das velas nos suportes de bronze fechou a porta atras de si e caminhou o mais lentamente possível, precisava naquele momento tomar ar e fazer alguma merda para esquecer os constantes traumas de infância estava chegando as escadas quando ouviu sussurros vindos do outro corredor.
– …. Você sabe que não pode continuar assim, Jaque – Daniel encostou-se na parede ao ouvir atentamente a voz conhecida de Thomas – Sim, eu sei mas vou contar isso a eles, porem eu tenho medo de perde-los – Jaqueline sussurrou
– Vem cá – Daniel não ouviu mais nada após isso, apenas o baque surdo dos corpos juntando-se e o pequeno mover de lábios, o garoto não fazia ideia de quanto tempo ficou imóvel só conseguiu voltar para o quarto quando o corredor voltou ao rotineiro movimento matinal, sem vida alguma por aqueles que passavam ao seu lado, a primeira coisa que viu a frente foi arremessada contra a parede fazendo um grande estrondo no pequeno quarto Luke pulou da cama espantado olhando para o abajur estilhaçado no chão não demorou muito para o espelho ser esmurrado e até mesmo o caderno abandonado de Luke sofreu as mesmas consequências
– Daniel você ficou maluco – A voz de Luke penetrou no seu transe fazendo- o parar no instante em que chocaria o pobre violão contra as grandes janelas
– Literalmente dessa vez você deve ir pra um hospício, ficou maluco, pirou – Luke se controlava para não gritar e chamar mais atenção para o quarto, sabia que se tivesse sorte ninguém teria ouvido e ido correndo contar para a Schlüter.
Da pra colocar a porra do meu violão devagar no sofá Daniel? – Perguntou passando as mãos pelos cabelos desarrumados olhando para ele com os olhos semicerrados, obedecendo-o colocou o violão sobre o sofá logo em seguida caiu no chão usando os joelhos como apoio para o peso da cabeça, desde que completara seus dez anos prometeu a si mesmo que nunca mais choraria, esse foi um dos sérios motivos que o fez se isolar no seu próprio mundo intocável, mas sentado ali sentiu as agora significantes lagrimas rolarem, riu amargamente e lutou contra elas.
– Mas que inferno Dan, o que foi? – Luke perguntou sentando-se ao lado do amigo.
– Eu ouvi a Jaqueline conversando com o Thomas… conversando não – Daniel riu amargamente antes de continuar – Beijando seria o termo mais adequado – Daniel enxugou as lágrimas na manga do agasalho e olhou para o amigo que permanecia em silêncio Luke encarava-o com pena o que o fez se sentir pior ainda a última vez quem alguém lhe havia olhado assim.
– Como? Jaque e Thomas, impossível, ela me disse que não havia nada entre eles – Luke dizia levantando-se ainda olhando para ele
– Ela me afirmou que não tinha nada com ele, NADA! – Luke andava de um lado para o outro gesticulando – Pelo pouco que ouvi ele estava convencendo ela a contar, mas ela disse que teria medo da nossa reação – Daniel simplesmente disse, agora perdido em seus próprios pensamentos.
Luke ainda andava de um lado para o outro quando duas batidas na porta o fez parar.
– É bom que não seja a SchlüterDaniel ouviu o amigo resmungar antes de abrir a porta.
– Mas que merda foi esse barulho – Connor adentrava o quarto feito um furacão ainda com a calça de malha do pijama, olhou ao redor enquanto Luke fechava a porta e voltava a sentar-se na cama.
– O que aconteceu aqui? – Connor perguntou juntando-se a Luke para então olhar para Daniel.
– Cara sua mão está sangrando – Luke disse olhando para dedos de Daniel.
O garoto olhou para os próprios dedos soltando um suspiro frustrado, levantou do chão apoiando as costas no sofá com cuidado de não sujar nada e foi para o banheiro trancando-se.
– Connor, você sabia algo sobre a Jaque e Thomas? – Luke perguntou encarando o pequeno espelho quebrado
– Sim – Connor respondeu ao amigo soltando um suspiro antes de continuar – Eu estava com a Lare indo para o chalé e quando nós entramos vimos os dois aos beijos. A cena foi até cómica, ela estava sem a blusa e ele com a camisa toda desabotoada com alguns botões faltando e quando eles viram tentaram consertar a situação dizendo que não era nada daquilo que eu estava pensando, mas cara você como eu sabe muito bem que se eu e a Lare não tivéssemos ali naquele momento os dois teriam transado – Connor terminou jogando-se na cama – Mas me diz o porque dessas coisas quebradas? – Perguntou encarando o teto
– Como é que você não percebeu ainda Connor? Sua anta o Daniel ama aquela garota e hoje ele ouviu uma conversa dela com o Thomas e depois o beijo – Luke sussurrou virando-se para encarar a porta do banheiro e para a sua surpresa encontrar um Daniel paralisado, uma faixa meio amarelada enrolada na mão machucada servia de proteção para os cortes.
Luke e Connor assistiram lentamente o amigo mudar de roupa e sair sem aviso prévio, pensaram em segui-lo mas sabiam melhor que ninguém como ele precisava de um tempo sozinho, sabiam que ele mudaria drasticamente sua atitude, não só com ela, mas com todos. Luke sabia como o garoto já havia sofrido demais e tinha seus próprios fantasmas para encarar, mas se fechar totalmente de tudo e todo, como fazia, só piorava as coisas. A noite já começava a aparecer quando Connor bateu novamente na porta do quarto acompanhado de Lare, uma das mais outras histórias de porte de droga e venda ela até era bonita mas não fazia o tipo de Luke. – Dan já voltou? – Connor perguntou encostando no batente da porta puxando Lare para seu lado – Não, honestamente só acho que ele vai aparecer mais tarde – Luke respondeu encarando o amigo – Bom hoje é sábado e dramas há na vida de todos e que eu saiba é por causa de um que todos estamos aqui, então minha proposta é uma noite no Pilot com bebida fluindo pela nossa mesa como se não houvesse amanhã. Topa? – Connor sorriu para o amigo, a proposta era boa mas a preocupação com o outro era maior, mas antes de responder ouviu Lare sussurrar algo para Connor
– Diga para ele… - Luke olhou para ambos que o encaravam
– Luke um dos carros não está no Spero, provavelmente Daniel deve ter o pego – Connor disse desviando o olhar para os pedaços de vidro que ainda continuavam no chão. Se um dos carros não estava no típico esconderijo que apenas os três sabiam era porque ele havia pegado ou alguém descoberto, preferiu a primeira hipótese.
Luke levantou-se da cama e trocou apenas a calça de malha e os chinelos por um jeans e botas, pegou o primeiro casaco de couro que viu e saiu o mais calmamente possível do prédio junto com Lare e Connor, passaram pelo pequeno pátio coberto onde apenas havia um casal abraçado tentando combater o frio um do outro, continuaram andando calmamente em sentido as ruinas da torre, mas antes de chegar a mesma entraram na floresta de pinheiros que rodeava todo o complexo Connor parou e retirou uma pequena venda preta dos bolsos colocando-a sobre os olhos de Lare.
– Não sei qual a lógica de vocês com isso, eu já disse que não vou contar para ninguém – A garota resmungou quando voltaram a andar. Luke e Connor não responderam, com todo o cuidado e sempre olhando para trás deram três voltas pela floresta para ter a certeza que estavam sozinhos, certificaram-se que ninguém os havia seguido para então irem aos esconderijos muito bem pensados por Connor. Uma grande pilha de folhas e troncos secos estavam deslocadas, mostrando que um dos carros havia sido retirado dali. Luke foi ajudar Connor a retirar as outras folhas e troncos do outro carro escondido por ali, não demorou muito para o sedan preto aparecer, era modesto e o único que ele e Daniel conseguiram retirar do ferro velho. Connor colocou Lare no bando de trás ajeitando o cinto para ela que permanecia vendada enquanto Luke entrava no banco do motorista. Os faróis apagados e o motor silencioso do carro facilitava a saída que poucos conheciam, após 10/km Luke avistou a cerca com a enorme fenda, Connor sorria para o além, era só passar pela fenda e poderiam sentir um pouco da liberdade. Mais alguns quilómetros e finalmente entraram na pista os faróis acessos e o rápido ligado era um alívio para ambos. Connor cantava a música que tocava no rádio fazendo Lare rir pelos seus erros e troca de palavras e Luke esquecer um pouco do melhor amigo. A viagem até o The Pilot Inn, o pequeno pub pelos arredores, foi rápida. Luke estacionou na frente do bar e desceu do carro ajeitando o casaco, Connor havia retirado a venda dos olhos da garota que piscava insanamente para recuperar a visão. O bar não era um do mais fiscalizado, então isso facilitava a vida dos três e os seguranças já os conheciam graças a Connor, que antes de ser abandonado no reformatório passava sua vida ali.
Caminharam juntos até a entrada onde Roger, o segurança daquele turno os esperava, como todas as vezes Roger os cumprimentou e os guiou até a mesa no lado mais afastado e escuro do bar pagando a primeira dose para eles. Algumas pessoas já bêbadas dançavam na pista ao som de uma música qualquer, Connor pedia doses seguidas de doses ao ponto de cair para trás com qualquer coisa que passa-se pela sua cabeça, Lare em um certa hora já não aguentava mais ficar parada e saiu para dançar puxando Connor consigo, Luke apenas observava o movimento, duas garotas agarradas a um rapaz tentando um beijo triplo e quando o conseguiram por incentivo do rapaz acabaram por trocar um beijo, um pouco mais ao meio uma garota tinha a mão dentro da calça do garoto ela possuía um sorriso safado no rosto enquanto ele tentava manter uma cara serena, não demorou muito para ver Connor e Lare aos beijos ele com a mão por dentro do vestido da garota e ela puxando os cabelos da nuca dele.
Luke sorveu o resto do que estava em seu copo e encostou a cabeça no apoio do banco de veludo verde, não passava nenhum pensamento ruim por sua cabeça, Daniel estava bem na sua opinião, Jaque também, Connor estava curtindo a noite no seu melhor estilo pegando uma garota, imagens da sua pequena menininha veio em seus pensamento por Everly ele estava naquele lugar prometeu isso antes de a ver no hospital uma ultima vez, agora o único contato que tinha era por telefonema ou geralmente cartas, seus pais nunca a traziam para vê-lo ela sempre se queixara para ele todas as vezes que ele lhe telefonava, foi tirado do seus pensamentos por lábios percorrendo seu maxilar abriu os olhos e viu os cabelos vermelhos feito fogo de Shannon, a garota beijou levemente seus lábios para finalmente o encara
– Não sabia quando ia te ver novamente bonitão – Shannon disse percorrendo as unhas pela bochecha de Luke ele a encarou antes de segurar seu pulso e retirar suas mãos dali
– E quem disse que você iria me ver novamente? Foi só aquela noite – Luke respondeu amargamente, se uma das garotas que já havia se arrependido de transar foi ela, era insuportável na cama e rendeu ao garoto cinco chupões e um braço ferido, não que ele não gostasse disso mas havia certos limites e ela passou-os.
– Sai – O garoto disse seco e direto, Shannon levantou-se e ajeitou a saia mas antes de ir o encarou mais uma vez e acertou em cheio um tapa em seu rosto, Luke revirou os olhos e sinalizou para o garçom mais uma dose de whisky enquanto esperava pela bebida voltou a olhar ao redor a pista agora estava menos vazia, Connor já não era visto em lugar algum como Lare também não e em uma mesa perto da janela Luke pensou ter visto Jaqueline e Daniel discutindo apertou os olhos para ver melhor e realmente eram os dois quando o garçom chegou com a bebida Luke levantou-se e foi em direção aos dois, enquanto andava viu Thomas sentado na mesa atrás dos dois provavelmente ouvindo tudo chegou mais perto da mesa e ouviu a voz embargada de ambos.
– Eu sinto muito por culpar você... mas eu não sei em quem mais colocar a culpa – Daniel dizia –E eu vou engolir meu orgulho, você é a pessoa que eu amo, e eu estou dizendo adeus Jaqueline, eu sempre te amei mas você nunca enxergou, você sempre será a minha âncora, mesmo que você não seja minha. – Daniel terminou olhando para ela com os olhos cheios de lágrimas. Luke chegou até a mesa quando o amigo se levantou e saiu Jaqueline parecia perdida inconsoláveis lágrimas rolavam por seu rosto Thomas foi até ela abraçando-a como podia
– Eu perdi ele Luke. Nunca mais ele vai ser meu Daniel – A garota dizia ao amigo soluçando – Eu sou uma pessoa horrível como eu não percebi que ele me amava – continuou fungando na camisa de Thomas
– Luke o que eu fiz de errado – Perguntou fitando o amigo
– Não sei pequena, eu prometo que vou conversar com ele – Luke fez mais uma promessa para uma das garotas da sua vida, apesar de esta ser mais difícil que a outra.
Não demorou muito para Jaqueline adormecer no colo de Thomas, Luke pagou as bebidas e foi a procura de Connor e Lare para irem embora encontrou-os em uma cabine do banheiro masculino contou o acontecido sem mencionar os detalhes, quando voltou ao bar Roger avisou que Thomas já havia saído com Jaqueline e sem dizer mais nada os três entraram no carro e voltaram para o reformatório, diferente de quando vieram a volta foi silenciosa Connor perdido em seus pensamentos, Lare adormecida no banco de trás e Luke mantendo-se acordado, deixaram o carro no mesmo lugar de sempre Connor carregava Lare apagada em seus braços enquanto Luke recolocava as folhas sobre o carro, com uma lanterna Luke guiava os dois sobre a escuridão da floresta até chegarem nas portas traseiras do prédio, eram as menos vigiadas o que facilitava a entrada Luke espiou o saguão e não encontrou ninguém caminharam com cuidado até chegarem as escadas subiram lentamente olhando sempre para o corredor Connor colocou Lare em seu quarto despediu-se do amigo e foi para o seu Luke caminhou até o fim do corredor até a última porta entrou e viu Daniel já deitado, resolveu deixa-lo quieto e jogou-se na sua própria cama ouvindo a respiração pesada do amigo. Não viu quanto tempo permaneceu acordado, só conseguiu dormir quanto a chuva começou a cair.


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Notas finais do capítulo

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