'O Sole Mio escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 4
Sonhos e sapatos perdidos


Notas iniciais do capítulo

Voltei, desculpa a demora, é um capítulo ligeiramente curto, mas necessário e bom. Obrigada pelos comentários e bem vindos os novos leitores.
Capítulo revisado e completo. .
Godere



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"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."

Sonho de uma Noite de Verão - William Shakespear

Os botões fizeram Emma se ocupar um longo tempo para que finalmente o vestido descesse pelo corpo até o chão. O quarto que parecia abafado, agora livre das camadas de tecido pareceu bem mais agradável. Por completa preguiça e cansaço a protagonista somente se enroscou no lençol abraçando o travesseiro como de costume e por sorte ressoando logo em seguida e oor toda a noite.

Diferente dos casos em que nossa mente costuma por expressar sonhos e imagens inerentes a nossas próprias ações, Emma não precisou que sua mente a punisse por qualquer comportamento inadequado, não naquela noite. Sonhou com alguma história que não pode distinguir ao certo, mas que sabia algum tempo dia haver lido quando criança, talvez fosse Alice*, pois nada fazia muito sentido e o País das Maravilhas estava mais bonito e calmo, tudo tinha uma coloração em cores quentes mas tingidas pelo branco fazendo-as claras, flores vermelhas a cercavam e mais a frente havia um campo dourado de margaridas, tudo parecia tranquilo e menos caótico que no livro - e nisso Emma percebeu ser o seu próprio país - onde ela estsva perdida, mas não esperaria por alguém que a ajudasse a atravessar, sentia que ali podia ir a qualquer lugar, chegar a cidade pareceu simples, mas lá as coisas não pareciam mais tão brilhantes e felizes, aquela era a parte dela que assim como em todos, era sombria enquanto ninguém pudesse iluminá-la. E como a própria Alice, não sania explicar muitas coisas que vira ali a ela mesma**, não podia encontrar a relação com a realidade que viva quando acordada, ou de onde surgiam estes impulsos por agir, de provocar e procurar que traria luz aquela cidade da decepção obscurecida pela incerteza que existe na vida.

Com certeza essa manhã chegou mais cedo do que ela esperava, o sonho parecia muito agradável para terminar precocemente, em vez das seis, dessa vez os passos que a acordaram resoavam no assoalho quando o celular de Emma acusava as sete da manhã, uma hora que não compensava as três não dormirdas. Levantou-se e vestiu-se rapidamente depois de lavar o rosto e se refrescar com a bacia que tinha sido trocada a noite por uma das empregadas.

Rumou para as escadas pensando até que poderia estar atrasada como ontem, mas só encontrou Dona Mantovani e Raoul tomando café tranquilos. Ou ela estava adiantada, ou ninguém mais pretendia descer tão cedo.

Buongiorno, Ragazza. - Disse Dona Mantovani.

Buongiorno, ho pensato che fosse troppo tardi, ma ... - Eu achei que estava muito atrasada, mas...

No, solo io e Raoul alzai Domenica. - Não, somente eu e Raoul levantamos no domingo. - Respondeu Dona Marília explicando o porque de tantas das cadeiras estarem vazias.

Si lavora fino a Domenica?– Você trabalha até de domingo? - Emma simplesmente não conseguia acreditar que tinha se levantado para dar de cara com quem ela já não tinha um pingo de paciência, talvez eles tivessem resolvido seus problemas, mas a verdade era universal, tanto ela como ele não se gostavam e o mínimo de contato era o menos danoso. Ter sido acordada por ele, mesmo que indiretamente por causa da obsessão de Raoul pelo trabalho era muito para aquela manhã.

È richiesto. – É necessário. - Raoul disse depois de dizer bom dia, era o único que comia o pão quente que mamma parecia ter acabado de tirar do forno.

Emma pensou em responder: si tratta di un maniaco. Mas resolveu que não era algo para se dizer na frente de uma mãe sobre seu filho, ainda mais seu preferido, por mais que Emma nunca fosse compreender o porque dessa escolha depois que conheceu melhor Raoul.

– Me desculpe, Dona Mantovani, mas eu estou voltando para a cama, desço em duas horas. - Ela se virou para voltar quando a senhora ofereceu um pouco do pão que tinha acabado de sair do forno. Foi um momento de indecisão até que era voltou e se sentou ao lado de Raoul e pegou uma fatia e pôs uma fatia de presunto encima. - Eu me rendo ao melhor pão da cidade. - Levantou as mãos para mostrar que ficaria.

Così Emma, ​​cosa ne pensi della mia Firenze? – Então, Emma, o que achou da minha Toscana? - Perguntou a mamma.

– Na verdade, mamma, nós fomos pela rodovia e não pelo centro.

Raoul, você tem o que na cabeça? A Emma faz um favor para você e nem para mostrar a cidade de noite! O centro é um dos lugares mais bonitos de toda a península depois do pôr-do-sol. - Ela parecia indignada coma falta de gentileza dele.

– Nem pensei nisso, mãe, estávamos atrasados. - Ele respondeu virando o rosto.

– Você não se esqueceu quando sua prima Dalila veio a dois meses atrás.

Che cosa vuoi che io faccia ora che siamo già a casa? – O que você quer que eu faça agora que já estamos em casa?

– Prendete Emma per vedere la città di notte, non lo capisci? – Leve Emma para ver a cidade de noite, não entendeu?

– Pietra e Francesca podem fazer isso. - Ele respondeu secamente e sem intenções de ceder. " Qual o problema dele?" Pensou Emma "ontem me pediu desculpas e se recusou a continuar a discutir, e hoje é cspaz de me tratar dessa forma? Louco, é só isso que ele pode ser, louco! "

– Uma bela ideia, vou pedir a elas! - Interrompeu Emma, não gostando dos rumos da conversa.

Terminou de comer o pão e saiu de volta para o quarto. Se Emma tivesse ficado ainda mais alguns minutos teria ouvido ainda a conversa repressora de Dona Mantovani ao perguntar a Raoul porque ele tinha agido assim.

– Mãe, se a intenção é que Emma e eu nos déssemos bem, sinto informar que ela tem tanta intenção de ajudar quanto eu de atrapalhar, ela deixou bem claro que ela não queira minhas desculpas ou qualquer motivo para falar comigo.

– Ma quella ragazza testarda che sta per essere così solo. – Mas que menina teimosa ela é, vai ficar sozinha assim. - Murmurou a mãe sem que Raoul ouvisse.

♥♥

Quando voltou a cozinha, Emma estava agora atrasada para o que seria seu segundo café da manhã. Mas isso não fez diferença nos ânimos de ninguém, todos a cumprimentaram e pediram para que ela viesse comer ou ficaria sem nada, dessa vez havia mais cadeiras livres à mesa, além da de Emma, restavam três porque Danilo tinha ido trabalhar no vinhedo.

Non ti preoccupare, Emma, ​​la mia casa non mancano cibo, se volete qualcosa basta chiedere. – Não se preocupe, Emma, na minha casa nunca falta comida, se quiser algo é só pedir. - Disse Dona Marília ao vir da horta de onde tinja ouvido a fala de Gianluca sobre ficar sem café.

– Eu tomei café mais cedo, então vou comer só de gulosa, tudo culpa da Dona Mantovani e suas mãos de fada.

Sentou-se e ajeitou um pequeno prato com biscoitos caseiros e uma xícara de café com leite antes de retomar a conversa.

– Allora, Emma, ​​piace ancora far festa così? – Então, Emma, ainda gosta de festas desse tipo? - Perguntou Francesca quase assumindo sua curiosidade.

– Não tanto como antes, nunca mais me arrastem para uma festa dessas, entenderam? - Ela olhou completamente séria para as irmãs.

– Porque isso? Aconteceu alguma coisa tão ruim? Mexeram com você? - Francesca perguntou alarmada.

Quasi, ma ho sentito un sacco. – Quase isso, mas eu ouvi muita coisa.

– Juro que vou bater no Raoul! Qual o problema dele? Avisei ele que não era pra sair de perto de você, mas claro que ele esqueceu completamente isso. - Francesca realmente parecia falar sério, e Emma quase se perguntou o que ela esperava que o irmão fizesse.

Mi allontanai che era. – Fui eu que me afastei. - Respondeu quase com pena de Raoul já que ele não era o maior culpado por aquilo.

Eppure, lui è un Mantovani, abbiamo preso una coppia dovrebbe almeno essere responsabile di esso. – Mesmo assim, ele é um Mantovani, se levou um par devia pelo menos ter se responsabilizado por isso.

E stare tutto il tempo sul mio piede? I erogazione. – E ficar o tempo todo no meu pé? Eu dispenso.

– Não, Emma, não tem dispensa, ele tinha que ter sido mais responsável, ainda mais quando ele é um machista, se era para ser um, poderia ao menos ter feitoo trabalho completo e cuidado de quem aceitou ir com ele naquela droga de evento. - Continuou Francesca.

– Se acalme, eu sei me cuidar muito bem. Suba comigo para eu te devolver a roupa. - Convidou Emma para tentar conter aquela reação da mais nova amiga. Elas subiram as escadas e logo a hóspede devolveu o vestido, a bolsa, mas de jeito nenhum encontrou os sapatos.

Procurou embaixo da cama e no canto da escrivaninha, os saltos que Emma tinha pego de Francesca antes mesmo delas irem arrumá-la no quarto de Pietra, não estavam em lugar algum. Sentou-se pensou na última hora da noite anterior e não demora muito.

Erano in macchina di suo fratello. - Ficaram no carro do seu irmão. - Respondeu para Francesca, mesmo ela não estando tão preocupada como deveria.

Un momento, Raoul puoi togli le scarpe nella sua auto? - Um momento, Raoul deixou você tirar os sapatos no carro dele? - Ela pareceu surpresa.

Sì, mi ha chiesto se volevo dopo che mi sono lamentato alla fine della festa, perché si sta facendo quella faccia? – Sim, ele perguntou se eu queria depois que eu reclamei no fim da festa, porque você está fazendo essa cara?

– Raoul nunca deixou ninguém tirar sapato nenhum no carro dele, de jeito maneira, só quando chegássemos em casa. - Ela negava com a cabeça como se tivesse entendido algo que Emma não tinha percebido. - De noite nós provavelmente ouviremos suas reclamações, mas meus sapatos estão a salvo lá.

– Se você diz, me sinto mais aliviada por não ter te separado permanentemente de um salto Valentin.

– Aqueles eram antigos, nem sei se sentiria tanta falta deles. - É, talvez elas já agissem como mais que irmãs.

Francesca Mantovani - a sétima filha.

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* obra prima psicologica de Lewis Carroll

** Referencia a este trechho da obra: "... A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas mas não posso explicar a mim mesma..."


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Notas finais do capítulo

Então, alguém vai dizer algo?
O próximo sai até segunda, penso eu.
Vi, obrigada pela animação, mss cuidado, só carvão vira algo melhor sobre pressão :)
Bacio