Matar Ou Morrer (jogos Vorazes) escrita por Lianina9, Hillary McKarter


Capítulo 1
Capítulo 1 - Escolhido


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou meio grandinho, mas não vou nem aumentar nem diminuir a quantidade de palavras aki só porque uns preguiçosos tem preguiça de ler.
Espero que gostem. É a nossa primeira fic sobre os JV



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Acordei com os raios de sol passando pelas frestas da casa de madeira que eu morava. Era tarde provavelmente. Umas onze horas se não me engano. Mesmo querendo continuar na minha cama humilde, mas confortável, eu me levanto e me dirijo para a sala dando de cara com minha mãe e meu padastro sentados na mesa com os rostos pálidos, cansados e ao mesmo tempo ansiosos. Todos nós do Distrito 11 provavelmente estávamos daquele jeito. Afinal, o Dia da Colheita finalmente havia chegado. E não era um ano qualquer de acordo com a Capital. Era um ano que eles apelidaram de O Primeiro Massacre Quartenário para comemorar os 25 anos de Jogos em Panem. Eu não fazia ideia de como seria até ver numa enorme tela na praça principal que os tributos masculino e feminino de cada Distrito seriam votados pela sua própria população para competirem nos Jogos. Naquele momento, admito que um imenso calafrio percorreu o meu corpo e eu pude sentir olhos se dirigindo a minha presença ali. Não foi difícil de perceber quem iria para os Jogos nesse ano.

_T-Talvez eles não votem em você. –disse minha mãe nervosa depositando um prato com três pães na mesa.

Vi seu rosto moreno com mais atenção e pude perceber as fortes marcas escuras embaixo de seus olhos. Sim, eu sabia que ela provavelmente tinha chorado naquelas últimas noites.

_Que ridículo! É claro que não votariam no Seth por causa daquele acidente! Que provas eles tem contra o garoto, Kendra? Que provas? Nenhuma! –disse Jevan, meu padrasto, tentando acalmar minha mãe.

_Eles não precisam de provas, Jevan! –gritou minha mãe batendo na mesa com força.- Eles não precisam de nada para conseguir colocar o Seth na arena! Se eles com mais um terço da população se juntarem, vai ser o meu filho que vai para aquele palco!

Já estava na hora de intervir. Eu não queria que minha mãe e Jevan brigassem por minha causa num dia tão importante como esse.

_Por mim, tudo bem. –respondi, fazendo os dois me olharem surpresos. –O que? Vocês acham que eu não vou vencer se for para a arena? Que eu vou morrer? Puxa, obrigado pela confiança. Se me dão licença eu vou me trocar. –disse me dirigindo para o banheiro ignorando as palavras bravas e desesperadas de minha mãe.

Tomei um banho rápido na banheira de casa esfregando o máximo a sujeira do meu corpo moreno. Afinal, se o povo do meu distrito quer me ver naquele palco é bom eu estar arrumado. Sai da banheira e percebi que uma roupa se encontrava perto da pia. Minha mãe provavelmente tinha colocado ali antes de eu ter acordado. Me vesti rapidamente e olhei para os grandes cacos de vidro que se encontravam no chão. Não gostei do que vi. Eu estava parecido com Ele. Com o homem que provavelmente me odiaria se ainda estivesse vivo. Meus olhos acizentados pareciam mais intensos com o meu cabelo castanho molhado. Meu corpo, com ombros largos devido as caminhadas longas segurando sacos e ferramentas e pernas fortes graças as tantas subidas em árvores de quando criança, parecia semelhante ao dele. Também usava as mesmas roupas que ele quando jovem. Seu cheiro continuava apesar de ser fraco. Sai do banheiro e vi minha mãe me olhar pasma. Dei um longo suspiro e disse:

_É, eu sei. Eu pareço o meu pai.

Nem esperei ela dizer alguma coisa (pois provavelmente seria uma desculpa por ter me dado aquele olhar), peguei um pão pela metade e o devorei em poucos minutos. Sei que seria melhor eu ter comido com mais calma, mas minha ansiedade surgira desde quando sai do banheiro e eu, por alguma razão, estava louco para chegar na praça e acabar com todo aquele mistério. Nem esperei minha mãe se arrumar. Corri para a praça principal e senti novamente a sensação de estar sendo vigiado. Depois de espetar o meu dedo, me dirigi para uma área de garotos de 17 anos e encontrei Marcel, um amigo(talvez o único que eu tenha tido) de infância. Ele me olhou e sorriu como sempre fazia quando me via.

_Oi, Seth! –disse ele animado.

_Hum... –virei a cara ignorando-o.

Atrás de nós eu podia ver uma longa fila de pessoas se formar atrás de alguns Pacificadores e apertar alguns botões que provavelmente seriam os nomes dos tributos. Era provavelmente assim a votação, já que se fosse por papeizinhos demoraria muito para contar, principalmente porque o nosso distrito era um dos maiores de Panem. Imagino quantos nomes meus terá naquela máquina.

_Ei! Você está me ignorando! –disse Marcel aparecendo na frente do meu campo de visão.

_Você ainda não tinha se dado conta? –disse sarcástico.

_Haha, que engraçado! Olha, sei que você está ansioso e tudo, mas não é por isso que você...

_Marcel, a quanto tempo eles estão votando? –disse ignorando-o novamente.

Ele finalmente entendeu que eu continuaria a fazer aquilo até os nomes dos tributos saissem da boca de Angelina, uma mulher estranha que vinha da Capital uma vez por ano para recolher dois de nós do Distrito 11 para competirem nos Jogos Vorazes.

_Não sei. Acho que desde hoje cedo.-respondeu ele pensativo.

_Hum... –virei a cara procurando minha mãe e meu padrasto.

Eu ainda não havia os encontrado quando senti Marcel puxar a manga da minha camisa todo animado.

_Olha, Seth! A Beth está olhando na nossa direção!

Observei com mais atenção a area das meninas e encontrei uma garota ruiva com os olhos azuis como o céu me olharem com atenção. Não podia ser? Por que ela estava olhando para nós? Beth provavelmente estava procurando seus pais assim como todo mundo. De repente ela levanta os braços e começa a sorrir. Ok, isso é estranho. Porque uma garota tão popular como Bethany Mailew estava sorrindo e acenando para nossa direção? Ela não faria isso nem para os próprios pais numa situação dessas. Virei a cara, tentando ignorar a ideia dela estar me chamando. Afinal, nunca trocamos muitas palavras nem mesmo na escola.

_Ela realmente tem sorte. É bonita, popular e todo mundo gosta dela. Ninguém com sã consciencia iria colocá-la na arena neste ano. –disse Marcel com os olhos faiscando de admiração.

_Em comparação, qualquer um com alguma consciência iria querer me ver morrer na arena. –disse baixinho para mim mesmo.

_Hã? O que você disse? –perguntou Marcel ainda meio distraído.

_Nada. –disse ignorando-o novamente.

Quando todos já estavam em seus lugares e os adultos já tinham votado, Angelina se aproximou do microfone depois que o nosso prefeito terminou um discurso longo e chato sobre os Dias Escuros e etc...

Angelina era uma mulher magra e de pequeno porte, mas usava um sapato com salto alto imenso no pé e parecia ansiosa naquele momento. Uma maquiagem forte com tons de laranja e rosa choque marcavam seu rosto. Um cabelo imenso e volumoso era protegido do sol com um pequeno chapéu que tinha no máximo o tamanho de sua mão. Ela usava um vestido cheio de detalhes que não me dei o trabalho de analisar e um leque rosa assim como o resto da roupa e dos sapatos.

_Bem vindos! Bem vindos a Vigésima Quinta Edição dos Jogos! Como todos sabem esse ano, no aniversário dos Jogos, cada distrito irá votar nos dois tributos que representarão seu Distrito -Uma grande honra!- Os adultos já terminaram de votar e faltam apenas alguns segundinhos até descobrirmos os novos competidores.

Olhei ao redor e vi, pela primeira vez, Marcel olhar sério para o palco. Toda a sua animação e coragem tinham ido por água a baixo naquele momento. Fico me perguntando por que ele estaria assim se nunca tinha feito nada contra ninguém do nosso Distrito.

_Ah! Aqui está! –disse Angelina recebendo dois papeis de dois Pacificadores que haviam subido no palco. – Senhoras e Senhores, é com grande honra que apresento o representante masculino do Distrito 11: Seth Mowetta.

Pude ouvir o grito de minha mãe vindo da minha direita. Lá estava ela, entre a multidão sendo segurada pelo meu padrasto para que não fizesse alguma besteira como atacar Angelina ou berrar para o povo do Distrito. Eu dei um fraco sorriso para ela e me dirigi para o palco. Angelina me abraçou quando eu cheguei lá. Me posicionei diante os jovens e os adultos do meu distrito. Alguns que não me conheciam me olhavam cheios de solidariedade e melancolia, mas outros –aqueles que sabiam do erro que eu cometi- pareciam satisfeitos com sua decisão.

_E agora, por último, mas não menos importante, a representante feminina do Distrito 11: Isami Lairen.

Não pude de deixar de arregalar os olhos ao ouvir esse nome. Diante da multidão, eu a vi. Uma garota com o cabelo loiro escuro indo até o meio das costas. Tinha a pele um pouco clara, mas não chegava a ser branca, ela nem parecia ser do nosso Distrito onde quase todos nós somos morenos graças ao forte Sol. Seus olhos azuis penetrantes e apavorados olhavam o vazio enquanto ela andava. Assim que subiu no palco, eu olhei-a e procurei Marcel diante da multidão. Não foi difícil encontrá-lo. Sua pele era a mais empalidecida da área. Afinal eu tinha descoberto a preocupação dele. A preocupação que virou realidade: Sua meia-irmã mais nova iria para os Jogos.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Se acharam ruim podem falar, mas por favor, lembrem-se de que essa é a primeira fic dos Jogos Vorazes que estou criando, então peguem leve se for pra criticar.



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