O Resplandecer Da Luz escrita por Ninguém


Capítulo 30
Cap. 27 Desculpe


Notas iniciais do capítulo

Pessoal... eu sei que eu disse que só sairia outra cap fim de semana que vem... mas é que ocorreu-me um pouco de tempo e muita vontade de escrever, assim aí está mais um cap.
Espero que gostem...



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Desculpe...

- Olá Eros... eu estava procurando por você. – disse o selo de pé em frente ao rapaz de joelhos.

Eros ainda não conseguia se mover, não estava sentindo dor e aquilo era pior do que se estivesse sendo torturado, porque significava que todo o seu sistema se desligou, não estava mais resistindo. Se não fosse pela energia de Alíris... Eros já estaria morto.

O que talvez não demorasse a acontecer.

- Sabe... – o selo falou andando em volta do rapaz. – eu o admiro... não tenho vergonha em confessar, o admiro por que de todos os seres físicos em todos os multiversos, você é o único que me escapa a compreensão, e saiba que isso não é pouca coisa. Tenha orgulho de saber que eu o considerei um adversário a altura... não pelo poder, mas justamente pelo desconhecido. Você não saber nada sobre o seu inimigo, dá a ele uma grande vantagem no combate.

O selo parou bem de frente a Eros, apreciando o ar de superioridade podendo olhá-lo com desdém.

- Você não vai responder minha dúvidas por que mal tem força para mover a língua... é uma pena. – o selo suspirou. – você foi descuidado em desviar aquela rajada de energia para o espaço... eu estava muito, muito longe daqui e consegui sentir. É óbvio que eu reconheceria sua força de longe, pois ela é uma fonte de energia diferente de qualquer outra que eu já tenha visto.

Eros manteve na mesma posição, sem falar ou gesticular nada.

- Realmente é decepcionante... achei que teríamos uma batalha que abalaria a estabilidade deste mundo, mas no fim... – o selo pegou o rapaz pelo pescoço e o ergueu no ar, como fez com Sailas. – irá terminar assim.

E num golpe rápido e severo, selo/Greco enfiou o braço no peito de Eros, atravessando suas costas do outro lado.

***

Um dia atrás, quando Eros conversava com Alíris dentro de sua mente.

- Como foi que você se purificou no meu corpo?

-  Excelente pergunta... e a resposta dela virá junto com um temor que você, e os seres que nos enviaram para seu mundo, não poderiam imaginar. Tem a ver com Greco, e um dos meus irmãos que está nesse momento se tornando algo que não deveria existir em toda a criação.

Eros engoliu seco. Logo a mulher de cabelos brilhantes voltou a falar.

- Imagine uma alma como um anel de fogo azul. – Alíris moveu a mão direita e uma anel flamejante apareceu no ar. – este circulo... é feito de luz, pode parecer fogo, mas é luz. Ela está vibrando em nível diferente a de todas as outras coisas que existem nos multiversos. Lembre-se que eu disse que as almas e os selos de energia primária são basicamente a mesma fonte, mas separadas que se completam por isso vibram na mesma frequência. – um disco médio de fogo branco apareceu no ar. – repare bem...

Alíris fez um movimento com as duas mãos e o disco se encaixou perfeitamente no centro circulo azul.

- Essa combinação é a mais poderosa e densa que há na nos multiversos... tem mais poder que trilhões de estrelas juntas. – o disco desapareceu do ar junto com o circulo. – Agora... você sabe que nós os selos absorvemos matéria escura enquanto expandimos os multiversos, e eventualmente desestabilizamos e assumimos o outro lado, nos dissipando. Acontece que a alma também funciona assim.

Eros ainda estava impressionado pelo circulo e o disco se encaixarem.

- Como?

Alíris ergueu o braço esquerdo e fez outro movimento com a mão, um novo circulo de fogo azul apareceu.

- A alma é fonte de luz... como nós. Sua tendência é estar em equilíbrio constante... como nós. Então o que acontece...

Pequenos pontos negros surgiram indo se encaixando em volta do circulo.

- A alma logo que entra nesse mundo, ou entra em forma carnal ela absorve o seu oposto... essas pequenas esferas escuras representam os sentimentos agressivos desenvolvidos desde que vocês são crianças... eles são o ciúmes, a raiva, o egoísmo, além das outras emoções que deixam uma pessoa triste, ou irritada. Essas emoções colam na alma... mas podem ser removidas se a pessoa tiver controle suficiente.

Alíris aproximou mais o circulo para perto deles.

- Perceba que as sombras só rodeiam a alma, não podem penetrá-la... por são energia de polaridades diferentes... se atraem, mas não se misturam. Um caso perfeito para explicar seria o do jovem Max e o dragão feito de sombras.

Agora sim ficou claro para Eros. O rapaz arregalou os olhos quando tudo se encaixou o permitindo entender.

- Ok! Continue.

- Certo, nós selos na forma negativa somos praticamente bilhões de toneladas  dessas pequenas partículas negativas e quando Greco explodiu de ódio e culpa... a sua alma... – Alíris mostrou o anel azul ficar da cor negra, crepitando um fogo frio. – nesse instante o meu irmão percebeu que ambos era a mesma fonte... só que a alma tinha liberdade... liberdade essa que todos os selos na forma negativa anseiam.

- E você? Digo... os da forma positiva, não?

Alíris sorriu.

- Não Eros. Eu não tenho ambições... meu único desejo é criar... é o que eu faço, é o que me da prazer... é o que eu fui criada para fazer. Bem... voltando ao assunto, a alma de Greco mudou a configuração apenas por um instante... foi algo rápido, menos de um segundo, mas foi tempo o suficiente para despertar interesse do seu selo. Depois disso, meu irmão instigou Greco a odiar mais, a sentir mais culpa pela morte da mulher que ele amava.

- Espere... Greco... matou sua mulher?

- O meu irmão matou, foi um evento acidental pois ela estava no meio de um combate entre selos.

Nesse momento Eros começou a sentir pena do homem... agora que estava apaixonado, agora que havia descoberto o amor por Helena... ele sabia que se algo acontecesse a ela... Eros nunca se perdoaria.

E Greco não se perdoa.

- O selo dele está absorvendo a alma de Greco. – ela mudou a cor do anel novamente, voltando para o azul. Então um disco vermelho e negro começou a rodeá-lo e cerca-lo por dentro e por fora. – Greco está tão perdido em seu desespero que a sua alma nem resiste ao controle. Agora, o selo tem quase todo o seu poder, além de obter a liberdade tão sonhada.

Eros ficou ponderando as informações por um momento, em silêncio. Mas logo a mulher voltou a falar.

- Os selos entram nos corpos humanos, e usam os traumas... as pequenas emoções negativas para se estabilizarem e se manterem... e aqui é onde entra a sua pergunta. Como eu me purifiquei em seu corpo?

Alíris fez o anel negro desaparecer, e trouxe outro azul novamente. Só que este não era um anel perfeito... faltava um pedaço.

- Esta era sua alma no instante que eu fui introduzida em seu ser.

- O que é isso? Está quebrada? Ah que ótimo! Já vim com defeito de fábrica.

Alíris deu várias risadas.

- Não... não. Não está quebrada. Ela se rompeu de propósito.

- Como assim?

- Com o elo quebrado a energia positiva da alma fica exposta e veja o que acontece...

Os pequenos pontos negros começaram a surgir e no momento em que aproximavam da alma, eles não colavam e sim desapareciam.

- Uau... num entendi nada. – admitiu Eros.

Alíris suspirou.

- Com a energia da alma exposta assim... as partículas negativas não se fixam... não há acumulo de raiva, tristeza ou medo. Olhe sua própria vida Eros! Um garoto que cresceu numa família estável, com pais carinhosos, amigos leais que o ajudavam a se divertir... lembre-se que você não conseguia ficar com raiva... nunca entrou em nenhuma briga, sempre era você que separava duas pessoas esquentadas... nada disso é por acaso... você é assim por que sua alma é assim. Você é um mero reflexo dela. Logo, quando eu fui introduzida em seu corpo... não pude me manter estável. Sua energia yin enfraqueceu meu yang, invés do contrario. Levou algum tempo é verdade, mas eu me purifiquei... pois lembre-se apenas...

- ...energias semelhantes podem se purificar... – o rapaz completou absorto na verdade revelada.

Alíris cruzou os braços a frente do corpo, satisfeita ao ver que ele compreendia.

- Por que? – Eros falou ainda chocado. – por que justo minha alma veio com esse defeito excelente? Não... não pode ser coincidência.

- E não é. – Alíris foi direta. – não existe coincidência quando se trata das almas, Eros. Elas são livres, elas decidem o que querem, quando querem e onde querem. Sua alma teve essa falha miraculosa por uma razão... por um sentido perfeitamente lógico que você precisa descobrir... precisa se lembrar.

- Me lembrar? Como???

- Decidindo com todo o seu poder de liberdade... sendo e existindo do modo que queira... determine um objetivo... use o seu poder, o poder que todas as almas tem... tome pra si o que é de direito... nada poderá pará-lo!

***

Greco penetrou o braço esquerdo dentro do peito de Eros, atravessando a mão pelas costas do rapaz. Rapidamente o seu corpo começou a brilhar, expandindo aquela luz que antecede a saída do selo do corpo ocupado.

Mas quando o selo ia retirando o braço, Eros levou sua mão direita brilhante a ele o prendendo firme naquela posição. A mão esquerda rapidamente pegou no ombro esquerdo de Greco, apertando firme.

- Você já está morto seu tolo. – disse Greco num sorriso, soltando o pescoço de Eros. – não resista mais.

O rapaz ainda brilhava quando encarou o selo, sorrindo em meio a uma gota de sangue que escorria pelo canto da boca.

- Eu sei. – Eros manteve firme o braço do inimigo dentro de seu corpo. – mas vou levar você comigo!!!!

Nesse instante o corpo do jovem começou a se incendiar. Chamas brancas estavam consumindo as pernas, quadril, peito e braços e se alastravam rapidamente.

Greco ficou sério, se preocupando com aquele fogo... não eram chamas normais. Assim ele tentou se afastar do rapaz, mas as mãos de Eros o mantinham firme naquela posição, sem poder se mover.

- Eu já o derrotei!!! – Greco gritava enquanto as chamas incendiavam seu braço e iam percorrendo o corpo. – você não tem mais energia!!! Seu corpo já estava no limite!!! Da onde está vindo essas chamas???

O selo sentiu o arder das queimaduras que sofria e naquele instante lhe veio a resposta de sua pergunta.

- Seu desgraçado!!! – o selo tentava se afastar de Eros, mas era inútil. – Onde foi que aprendeu a fazer isso???

Eros com o auxilio do conhecimento de Alíris, sabia que o corpo humano nada mais é do que um mero reflexo da alma... é basicamente a própria em estado físico. Mas como? Condensando energia você cria matéria. O rapaz havia aprendido aquilo... o corpo humano é uma máquina perfeita por que é a reunião de imensa quantidade de energia da alma.

Em seu ultimo ato de ajuda, Alíris atendeu um pedido de Eros e iniciou o processo de Vaporização da matéria. Toda a energia condensada do corpo foi enriquecida com o poder do selo e assim liberando a própria energia.

A energia positiva da alma irá queimar o corpo, o desintegrando a nível celular, assim como fará com o corpo de Greco... e quando seu corpo se for, sua alma receberá as chamas e irá se purificar.

- Solte-me seu verme!!! – o selo tentava a todo custo se livrar, mas já era tarde. As chamas estavam por todo o seu corpo. – Ahhhhhh!!!! Não vai acabar assim!!! Não vai!!!

Eros não mais dava bola para seu inimigo, ele apenas levou a cabeça para trás olhando o céu azul enquanto as chamas o consumiam. Felizmente ele não sentia dor, na verdade só sentia um calor aconchegante... como se estivesse em frente a uma fogueira numa noite fria.

“ Então o fim é assim... não é tão ruim.” Pensou o rapaz. “ só queria ter mais tempo para ficar com Helena... para ver minha família, e meus amigos uma ultima vez...” Em meio as lágrimas que saíam de seus olhos e evaporavam pelo calor, Eros começou a pensar que devia desculpas a muita gente.

“ Sinto muito Helena... desculpe não me despedir... adeus.”

Esse foi seu ultimo pensamento antes das chamas consumirem tudo acarretando em uma explosão de luz que clareou todo o planeta.  


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Notas finais do capítulo

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