O Resplandecer Da Luz escrita por Ninguém


Capítulo 13
Cap. 11 Encontro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282029/chapter/13

Encontro.

Eros não dormia, não se cansava, e havia ficado evidente que se locomover por aí não dava muito certo, afinal, o rapaz parecia uma antena de azar. Por isso, logo depois do episódio do atropelamento, o jovem encontrou uma cidade pequena em MG, era pacata, com uma bela serra verde a cercando.

Eros gostou do lugar e percebeu que, se precisasse fugir, poderia fazê-lo com mais facilidade se esgueirando pela mata e subindo os morros.

Ainda que tivesse achado um bom lugar para se estabelecer, o garoto precisava de uma ocupação ou um passatempo, por isso ficou grato ao encontrar uma biblioteca pública no centro desta cidade.

Obviamente, não era uma grande biblioteca, nem muito organizada, mas tinha livros e ler era um dos passatempos preferidos de Eros, depois de jogar bola e videogame.

Por essa razão, o garoto passou quase duas semanas indo até a biblioteca, ficava lá o dia inteiro, lendo um livro atrás do outro. À noite, ele ia pela mata e se escondia entre as árvores, deitando sobre suas raízes e olhando o céu estrelado, esperando o sol renascer no horizonte, a fim de continuar acompanhando suas histórias.

Agora, Eros lia uma história de ficção, num livro grosso surrado de capa azul. Estava lendo-o há dois dias e, por alguma razão, havia ficado muito interessado no que dizia o livro.

“ E a mente de um ser humano é a força que direciona todo o poder deste mundo.” Eros lia. “ Aclitus desejou tanto, ambicionou mais e concentrou-se de modo inumano, e sua mente foi capaz de chamar Hiperius”

- Ah moleque!!! – Eros vibrou. Depois recuou um pouco ao ver as outras pessoas o olhando. – Agora Saster irá se ferrar... com Hiperius ninguém vai poder!

O garoto continuou lendo ainda mais interessado e nem percebeu que a biblioteca foi ficando vazia muito rápido, como se as pessoas estivessem saindo por que eram chamadas.

“ A voracidade do guerreiro da sétima dimensão e seu poder transpunham o cosmos, elevavam e davam um novo significado à palavra... poder.”

- Ele é praticamente indestrutível! É claro... um guerreiro nascido das chamas do princípio da própria força do universo. – Eros sorriu e continuou lendo.

Mas logo sua leitura foi interrompida, por que sua visão periférica via um homem se sentar em uma cadeira bem a sua frente, pousando os cotovelos na mesa, a fazendo balançar.

Eros ergueu a cabeça para fitar o homem que o encarava. Depois, olhou em volta e viu que todas as outras mesas estavam vazias, com várias cadeiras disponíveis. Voltou a olhar o homem que o encarava.

- Que foi? – Eros perguntou. – Gostou ou perdeu um igual?

O homem riu.

- É, de fato, um moleque. Ainda não acredito que um selo o tenha escolhido.

Eros arregalou os olhos e gelou. O estranho sabia dos selos? A biblioteca estava vazia demais... Me acharam... pensou o garoto.

- Sabe... – disse o homem. – Eu estou... surpreso, não. Surpreso não seria bem a palavra... estou espantado, por que... se você possui um selo, o que todos alegam que você possui... por que não foi ativado ainda?

O homem sabia... devia ser do governo. Eu estou cercado... no mínimo, deve haver dezenas ou centenas de soldados do lado de fora cercando o prédio. Ah, não... eu fiquei quieto no meu canto... não podiam me deixar em paz!?

- E... e... por que seria ativado? – Eros fechou o livro, já aceitando que não teria escapatória dessa vez.

O homem sorriu mais.

- Não pode ser ativado, por que você não possui nenhum selo dentro de você... é o que eu estou tentando explicar para Smith e os outros palermas dessa operação ridícula. Se você possuísse um selo de energia primária preso em seu corpo, ele seria ativado no momento em que eu entrei num perímetro de dois km.

Eros havia ficado confuso.

- Do que está falando?

O homem bufou.

- Nada que eu tenha que explicar a um moleque. Vamos... levante daí e me acompanhe.

- Ah, não. Num arredo meu pé daqui não. Minha mãe sempre disse para não falar com estranhos, e muito menos acompanhá-los.

O homem deu risadas.

- Ok... Meu nome é Greco. O seu é Eros. Viu? Não somos estranhos. Relaxe moleque... você está salvo... se realmente tivesse um selo em você eu teria que matá-lo.

- E por que acha que conseguiria? – Eros levou uma mão à boca.

Ele era medroso. Não brigava por que tinha medo de sentir dor... por isso não provocava, não bancava o idiota que sempre queria uma briga... Ainda assim, falou isso, afrontando um homem mais alto que ele, e com muito mais músculos.

Greco ainda mantinha a expressão divertida.

- Já se olhou no espelho, moleque? Você deveria se exercitar mais... Se eu te desse um soco, você desmontava.

- E se eu te desse um soco, seus músculos falsos explodiriam, seu “bombado”. – Eros levou as duas mãos à boca, ainda não acreditando no que tinha dito.

Greco cruzou os braços a frente do corpo, o sorriso havia diminuído.

- Ok, piadista, chega de palhaçada. Ou você vem comigo, ou eu forço você a vir comigo.

- Eu não arredo o pé daqui! – Eros se ergueu. – E se você quer forçar alguma coisa, por que não força sua entrada no útero da sua mãe, que cometeu o erro grotesco de te por nesse mundo! – Era oficial, por alguma razão insana, Eros queria muito provocar o homem.

O sorriso de Greco sumiu de vez.

- Ok. – O soldado pegou a mesa com uma mão e a fez voar para o lado, o objeto se chocou contra uma prateleira de livros, a derrubando.

Eros deu dois passos para trás, impressionado. A mesa deveria pesar uns três, talvez quatro kg, e ele a jogou como se fosse uma pedrinha.

- Olha amigo... me diz qual é o anabolizante que você está tomando... parece fazer um efeito lascado! – Eros continuou andando para trás, enquanto Greco caminhava em sua direção. – Mas cuidado em... sabe o que dizem... se você tentar obter muita força nos dois braços... o terceiro fica mole pelo resto da vida. – Eros indicou as partes íntimas num gesto de piada.

-Sabe... – disse Greco – acho que um pouco de disciplina para um moleque como você vai fazer bem... acho que vou quebrar seu braço... o tempo que você levar com o gesso será o tempo para refletir e ter mais respeito.

Eros deu o ultimo passo para trás, antes de encostar na parede lateral.

- Olha cara... realmente você não vai achar bom “peitar” em mim. É prejudicial pra sua saúde... se bem que, as bombas também são... mas enfim.

Greco parou de andar, ficando a poucos centímetros de Eros.

***

Não faça besteiras Greco, este verme não possuí nenhum selo dentro dele, não há razão para um combate.”

Greco ouvia a voz de seu selo falando com ele, ao mesmo tempo em que encarava o garoto abusado que estava contra a parede.

“Se isso é verdade... por que Smith diria que ele é um dos selos, e por que também esse moleque estaria tão confiante, mesmo sendo ameaçado?” Greco perguntou em pensamento.

Eu não sinto nada. Não tem como o menino ter um de nós em seu corpo... à essa distância eu sentiria! Não há como esconder tamanha energia.”

“Se isso é ou não verdade... vamos descobrir.”

Greco levantou o braço direito, fechando o punho e, numa velocidade inumana, acertou um soco no peito de Eros com tanta força, que a parede da biblioteca não aguentou a pressão e explodiu atrás do rapaz, levantando uma nuvem de poeira, enquanto Greco se protegia dos restos de tijolo e gesso.

Seu tolo! Precisava usar minha energia para socar um mísero humano ridículo?! Se o queria matar, que o matasse usando a força de seus próprios braços!”

Greco realmente ia matar Eros. O soldado já não se importava mais com a vida alheia, muito menos com a de um garoto de boca suja. Ele sentia que nada mais valia à pena, se não fosse para rever seu amor... que todos a sua volta não significavam nada.

No entanto, Greco atentou a algo que o próprio selo não percebeu. Um soco daqueles deveria esmagar os ossos de um ser humano normal, deveria fazer seu punho transpor toda a caixa torácica e sair do outro lado... poderia até rachar a parede... mas não abrir um buraco daqueles nela.

O militar deu um passo, passando pela cratera que havia aberto com o corpo de Eros. Ele já estava numa na área de gramado em volta da biblioteca, observando o menino se levantar em meio a grama, sujo com gesso e pedaços de tijolos.

- Não tem como um ser humano normal sobreviver a isso. – disse Greco espantado. – Este moleque possui um selo de energia primária em seu corpo.

“Não pode ser... ainda não sinto nada!” disse a voz em sua cabeça.

- Retiro o que eu disse. – Eros se pôs de pé, batendo a mão na camiseta e no short a fim de tirar um pouco da sujeira. – Você deve passar umas 23 horas na academia.

Greco ficou imóvel, observando a cena. Eros sequer parecia preocupado, ainda mantinha o tom de brincadeira, mesmo diante de um ato que deveria tê-lo matado. Ou ele era muito corajoso, ou muito estúpido!

- Chega dessa conversa mole. Você possui um selo de energia dentro de você?

Então Greco ficou surpreso, por que o jovem exibiu um sorriso de orelha a orelha.

- Um selo? Claro! O interessante é que você também possui um... não é?Ahá! – Eros apontou para o soldado. – Então não é bomba, nem academia, em... trapaceiro... – Eros riu da própria piada infame. – Hei! Você é todo sarado, e eu?

O jovem começou a apertar os músculos dos braços.

- Não vale! Por que eu não ganho massa muscular e fico assim fortão também? Droga! Deve ser por que meu selo deve estar quebrado.

- Quebrado...como... espere. Você está bêbado?

Eros arqueou as sobrancelhas balançando a cabeça.

- Bêbado? Hã... não... eu acho que não... embora eu esteja um tanto estranho...

O menino levou a mão à cabeça, parecendo zonzo.

O que está havendo com ele? Ainda não sinto nenhuma emanação de força, mas tem algo estranho, algo fora do padrão normal de um humano.” O selo estava usando um tom de voz preocupado.

Então Eros fez o que nem Greco nem o selo poderiam prever.

Ele arrotou. Um arroto grosso e alto.

- Uau! Esse foi dos grandes! – disse o rapaz sorrindo. – O estranho é que eu não como nem bebo nada há... hum... – ele fez uma cara de pensativo. – Semanas? Meses? Como posso arrotar?

Greco cerrou as mãos em punho, deixando a raiva tomá-lo.

Mate-o, Greco. Tem alguma coisa que não estou entendendo... por isso mate-o de uma vez, antes que isso se complique

Greco nem precisava que o selo lhe pedisse aquilo. O soldado ativou a energia do selo e escamas vermelhas brilhante cresceram em sua mão direita. A ideia era dar um soco ainda mais forte, que rompesse o corpo do rapaz, matando-o de vez, tendo ele um selo ou não.

O soldado avançou rápido e mortal, levantou o braço para o golpe e, quando o deu, não acreditou no que houve.

De algum modo, Eros foi ainda mais rápido que ele e parou seu punho direito com a mão esquerda... Foi fácil, o garoto nem pareceu demonstrar esforço para segurar o golpe. E Greco tinha certeza que havia concentrado mais energia nesse golpe do que no anterior.

- Mas... como? – O soldado estava espantado.

- Não sei. Não faço ideia do que está acontecendo comigo – disse Eros, de um modo sério – mas cheguei a uma conclusão agora... cansei de fugir. – Escamas azuis cobriram toda a mão esquerda do rapaz.

- Então é verdade. – disse Greco. – Você possui mesmo um selo dentro de você.

- Sim – Os dois conversavam ainda na mesma posição. – E, se você quer me matar... vá em frente... tente. Mas, tenha certeza de uma coisa... eu não vou cair!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor... quem ler deixe um comentário... não custa nada em dizer " hei gostei" ou se falar que não gostou, me dizer por que... isso me ajudaria a melhorar. Obrigado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Resplandecer Da Luz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.