P.O.V Liza

- Já disse: vocês dois perderam a memória. Liza ficou presa num submundo e vocês só se comunicavam por carta... A pergunta correta é: Porque esse Espírito persegue tanto vocês dois, sendo que tem um milhão de pessoas para ele levar? – Falou Thalles.

- Tá. E pra que, você sabe? – perguntei.

- Ainda não. Estamos tentando descobrir. Agora, lamento, vou ter de chamar um homem especializado para apagar a memória de vocês. Da ultima vez, fui eu. Mas segundo a lei, uma pessoa não pode apagar a memória do mesmo individuo duas ou mais vezes. – falou Thalles, ajeitando a gola de sua blusa branca. Em seguida, levantou-se para chamar alguém. – Welly! Venha até aqui! Tenho um serviço especial para você.

Por algum motivo estranho, eu não estava preocupada. Sentia que não ia perder muita coisa...

- NÃO! – berrou um homem, também de branco, entrando de repente no lugar. – Você está surtando, Thalles? Não, você NÃO PODE mandá-los de volta para a Terra! O Espírito das Trevas vai tentar matá-los de novo e de novo...

- E o que você sugere Herbert? Acho que você não tem ideia melhor, presumo... – falou Thalles, surgindo com um homem de cabelos negros, porém, percebia-se claramente que estava tingido. – Este aqui, é o Welly. Nosso Desmemorizador do G.P.

- Com licença, é... Thalles, o que é G.P? – perguntou Josh, que parecia estar muito mais nervoso que eu.

- Governo da Plasma. Ele é o único funcionário autorizado a apagar a memória da mesma pessoa mais de uma vez. Mas mesmo que não fosse... Ele ainda não apagou a memória de vocês... – falou Thalles.

 Herbert, que parecia nervoso e frustrado o interrompeu:

- EU TENHO UMA SUGESTÃO. NÃO APAGUE A MEMORIA DELES. – berrou como se implorasse pela a atenção de Thalles.

- E qual seria essa solução brilhante? – quis saber Thalles debochado. Welly já estava ficando impaciente.

- Os envie as Trevas, e de o passe de volta. Só assim eles vão saber o verdadeiro motivo das Trevas querer perseguir Liza para morrer, e Josh para matar, mas desta vez foi a mãe de Liza...

- NÃO! E SE ELES NÃO CONSEGUIREM VOLTAR? VOCE SABE QUE LÁ ELES SÃO RAPIDOS QUANDO QUEREM CAPTURAR ALGO... – berrou Thalles, nervoso.

- Mas nós não já estamos mortos? – perguntei confusa.

- Estão, mas apenas de corpo. Se o Espírito das Trevas capturar vocês, a ALMA de vocês vai ficar presa lá para sempre... – explicou Herbert. – De uma chance para eles, Thalles! Eu lhe imploro. Sei que eles vão conseguir. Olhe se não der certo... Eu dou minha alma no lugar da de vocês.

- NÃO! – gritamos eu e Josh. – Você não pode confiar tanto em nós, Herbert... Somos apenas adolescentes...

- Vou dar uma chance. Se daqui a 5 horas vocês não tiverem voltado, a alma de Herbert vai para as Trevas. É muito sério o que ele está fazendo. Boa sorte para vocês. Vou logo avisando... O espírito pode assumir varias formas... Vai tentar persuadi-los de qualquer jeito, por isso, sempre tentem manter contato um com o outro... Façam perguntas... – disse Thalles, despachando Welly.

Não acredito! Herbert estava botando seu emprego e sua alma em perigo, e depositara toda sua confiança em nós. Que pressão...

Herbert puxou uma cortina que se situava atrás da mesa de Thalles e disse “É por aqui” e nos desejou boa sorte. Entregou-nos algo como pepitas que brilhavam. A minha era uma que faiscava vermelho, quanto a de Josh, brilhava uma bela luz azul. Falei para Herbert não confiar tanto assim na gente, e ele disse: “Vai dar tudo certo.” Essas palavras ecoaram na minha mente.

Eu e Josh entramos numa espécie de tubo de vidro... Algo como túnel de hamsters... Uma coisa realmente apertada. Senti-me puxada para baixo, mais ou menos como fora naquele estranho buraco negro... Um tipo de sucção... Meus pés não se atreveram a tocar o chão daquela coisa. Finalmente, parei de ser puxada, e meus pés aterrissaram no chão duro, e pelo impacto, eu desabei. É, parece que tínhamos chegado no lugar onde as Trevas habitava.