P.O.V Josh

– Ah, Josh... – Falou Liza, apertando os olhos. – Eu te amo muito sabia?!

– Eu também... - Falei tímido, isto ainda era novidade para mim. – Então, se você quiser, podemos visitar seu pai agora... Ver como ele está, onde ele está morando...

Ela apenas fez que “sim” com a cabeça.

P.O.V Liza

Josh se ofereceu para ir visitar meu pai. Ele é um amor de pessoa. Sequei meus olhos, que já estavam inchados de tanto chorar, e falei para ele trocar de camisa, pois aquela estava encharcada de lagrimas. E ele foi. Voltou com uma camisa de abotoar preta, muito bonita. Eu e ele partimos em direção a minha casa. Foi bem legal. Ele tentou me distrair, desviar o assunto, e nós caçoamos das pessoas com cabelos estranhos da nossa escola.

– E a Sabrina Spelmet? Sempre com aquele rabo de cavalo todo mal feito, e torto...Ela parece aquela filha do Fred Flinston...Qual o nome mesmo?

– Ah! Pedrita! É verdade, nunca tinha reparado...Daria um bom apelido, Pedrita.

– E o Jason Guntt? Com aquele cabelo de tigela? Me diz um apelido? – Eu perguntei, rindo.

– Hm..Vejamos..Cabeça de coco, que tal? – Ele respondeu, vermelho de tanto rir.

Nunca tinha reparado como minha casa era perto da dele. Ou como o tempo passa rápido quando estou com Josh.

Chegamos e minha mãe estava em casa, no Laptop. Ela trabalha por lá mesmo.

– Filha, o que houve? – Perguntou minha mãe, levantando repentinamente, preocupada. – Seus olhos estão inchados...

– Ah mãe, nada...Me diz o novo endereço do papai? – Não pude deixar de usar um tom amargurado na voz. Não tinha como perguntar isso sorrindo.

Ela foi falando e Josh foi anotando. Ele saiu primeiro de casa, e quando eu ia indo, minha mãe me puxou.

– Você e o Josh estão...?

– Estamos mãe. – Falei, sem rodeios.

Ela arregalou um olhos, em um misto de surpresa e espanto e me abraçou. Eu retribui e depois eu e Josh saímos. Continuamos a falar dos cabelos e inventar apelidos bizarros, e finalmente chegamos a uma casa. Era bege e tinha um pequeno cercado do lado de fora, e perto do portão, uma caixa de correio branca, combinando com a cor da cerca. Nós batemos na porta e meu pai veio atender.

– Sim?! – Exclamou ele, mas logo, arregalou os olhos mas não falou nada.

– O que é que...?

– Podemos entrar Sr. Banks? – Falou Josh.

– Sim, mas...

Entramos, sentamos, e contamos toda a história. Durante o desenrolar, meu pai falava algo como “Ah, bem típico de sua mãe...” E volta e meia, soltava um palavrão bem baixinho. Ele nos serviu chá, coisa que eu amo, e Josh até que curte, devido a descendência de sua avo, que morava em Boston. Era tradição ele tomar chá com bolinhos toda vez que ia visitá-la. Perguntei porque eles haviam se separado e ele disse: “Nas horas que eu mais precisei de sua mãe, ela não me dava ouvidos. Ela estava obcecada com essa história. Nós fomos treinados nossa vida inteira para isso, e ela sempre se sucedera bem nos exames...Agora, na realidade, ela não comia, bebia, ou fazia mais nada. Ela apenas ficava sentada, afastada de mim naquele sofá. Eu só queria cuidar dela, e ela me dava cada resposta...” Vi que era um caso perdido, não adiantava insistir. Meu pai e minha mãe iam ficar separados, para sempre. Porém, o final de semana foi muito divertido: Eu e Josh fomos no cinema, lavamos o carro da mãe dele (eu fiquei mais molhada que o carro), jantamos juntos, jogamos Damas ( acho que ele me deixava ganhar, puro cavalheirismo) e daí em diante, só da eu e Josh. A melhor coisa que fiz em minha vida, foi aceitar namorar com ele. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz.