P.O.V Liza

Depois de muito tempo, finalmente a porta se abriu. Thalles veio, sorridente e falou:

- Você vai para o Céu.

- Pro céu? Mas não pode ser...Deve haver um engano ou...ou...

- Nós não cometemos enganos. Lamento Liza, mas nem sempre tudo é do jeito que queremos.

Ah, eu que o diga.

- Mas tenho só mais um pergunta: COMO FOI QUE EU “MORRI”?

Thalles e Herbert trocaram olhares preocupados, porém, significativos.

- Longa história. – Falou Herbert, revirando os olhos.

- Estou com tempo. – Falei sorridente e sentei novamente no sofá branco. – O mínimo direito que tenho, é saber como foi que eu morri. Me suicidei? Fui assassinada? Problemas de saúde ou...

- É. Você foi assassinada. – Falou Thalles, se sentando de novo também, pondo uma mão sobre a outra, com um olhar incomodado.

- E quem me matou? – Eu perguntei.

- O Espírito das Trevas. Ele te observa a tempos, na verdade, milhares de jovens que vivem tristes, se acham deslocados e aproveitam desse sentimento para levar-lhes sua alma, deixando o corpo estendido apenas por estar, sem bilhetes, sem aviso sem nada. Quando os Anti-Plasma põem esses corpos para serem analisados, podem ver, que a saúde está em perfeito estado. De fato, não há motivos para o corpo está sem vida. – Explicou Thalles, ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, respirando cada vez mais rápido.

- Mas como as pessoas morrem se a saúde está de fato boa? – Eu insisti.

- O Espírito das Trevas suga a sua alma, deixando o corpo uma coisa oca e vazia, em termos de ama, claro, pois seus órgãos permanecem lá, apenas esperando a eternidade sua alma retornar. – Falou Thalles.

- Mas tem um detalhe, que receio ser meio chocante para você...O Espírito das Trevas, incorpora alguém, algum humano antes de matar a pessoa. – Falou Herbert, lentamente.

- Eu não achei chocante eu...

- E quem o Espírito incorporou vou nada mais nada menos que Josh Peterson.

Parei. Meu coração parou também. Não estava mais sentido a minha respiração e senti minha mão congelar. Meu melhor amigo sugara friamente a alma de meu corpo sem ter consciência disso. Eu simplesmente não consigo acreditar. E quem diria que ele seria um dos que mais iria sofrer por causa disso. Eu simplesmente...Eu não...

- Vamos Lizandra, respire! – Falou uma voz distante.

Abri os olhos. Estava deitada, no colo de Herbert, e Thalles, ao longe, me observava, passando as mãos no rosto todo suado.

- Falei que ia ser chocante! – Disse Herbert, a Thalles.

- Não imaginei que ia criar esse estrago todo eu...Liza! Que bom, você acordou! Está bem? Quer um pouco de Plasma?

Levantei a cabeça lentamente. Estava deitada no chão, mas não me lembrava de ter caído. Ainda estava na sala com a luz ofuscante branca, que me cegava aos poucos.

- P-Plasma? – Perguntei sem entender.

- É água para os fantasmas. – Falou Herbert me ajudando a levantar.

- Então quer dizer que eu sou oficialmente uma fantasma, agora? – Eu falei, massageando minha cabeça devagar. Aquilo não podia ser verdade. Não podia.

Vi que Thalles estava com 3 papeis em sua escrivaninha, escrevendo algo.

P.O.V Josh

Resolvi ir pra casa. Eu amo a Liza, mas não agüento esperar mais. Quase 10 horas sem mais nenhuma noticia além daquela carta medíocre, eu...

“Prezado senhor Josh Peterson,

Tenho o desprazer (para o senhor) de lhe informar que sua amiga, Lizandra Banks foi julgada e encaminhada para o Céu. Gostaria de lembrar, que escolhemos o melhor para nossos fantasmas, e se nos a selecionamos para o Céu, este será o melhor para ela. Lamento ainda lhe dizer, que suas duvidas não serão respondidas brevemente, mas posso lhe informar logo, a resposta de uma: COMO LIZA MORREU. Você. Você, Sr. Peterson, matou Lizandra. Não sua alma, você foi incorporado por um Espírito das Trevas, que pretendia estrategicamente sugar a alma de Liza, e deixar seu corpo a deriva, a penas para lembrar a todos o quão grande é a saudade que Liza deixara...Lamento muito. Em breve o Sr e Liza poderão se falar novamente, apenas por carta, devo-lhe dizer. Ela está um pouco mudada, não fisicamente, mas psicologicamente, pois depois das noticias, e de todas as respostas necessárias, ela não agüentou, e de fato, seria um tolo julgar forte quem não despencasse com todas essas informações. Espero sinceramente que fique bem,

- O juiz da corte,

Thalles Borth.”