É meu dia de folga e estou bebendo. Normalmente não bebo fora do emprego ou sem estar em um encontro... Mas aqui estou.

Tristan tem esse efeito sobre mim. Eu o odeio. Acho que é a primeira vez que odeio uma pessoa. Ele não me fez absolutamente nada além de se intrincar em minha mente, mas eu o odeio.

Quase como se invocado pelo além, lá estava ele. Não reconheço seu rosto, mas reconheço outras coisas. Sua atitude confiante, sorriso, uma pequena marca junto à boca. Ele cumprimenta o bartender como se fossem velhos amigos, e senta ao meu lado, mas não olha para mim uma vez sequer. Abro um sorriso sedutor antes de chamar seu nome. Ele me olha surpreso como se só me visse agora.

O ódio queima, mas permaneço firme.

— Está me perseguindo, por acaso? – digo num tom de brincadeira. O bartender volta com uma sacola. O que é aquilo?

— Na verdade não. Vim buscar os rebotalhos. — ele a mostra para mim. Restos de petiscos? Mas vi todo o dinheiro que Tristan ganhava no cassino.

— Você podia ficar um pouco, me fazer companhia.

— Não, obrigado. Já vejo você o suficiente no cassino.

Eu quero esmigalhá-lo em pó.