You Only Live Once escrita por Vero Almeida


Capítulo 20
Je t'aime - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Volteei, olha eu aqui!
Gente, desculpa de novo, a sorte não está ao meu lado esses dias, mas eu quero deixar uma coisa claríssima aqui, ok? Eu não vou abandonar a fic nunca.

Eu espero que gostem do capítulo, eu li e reli várias vezes mas ele não foi betado, como eu tava sem net eu não tive como mandar pra minha prima e agora que voltou eu quero postar logo já que estou atrasadíssima. Então fiquem a vontade pra apontar erros e me dar toques. Eu tendo a esquecer que o Noah é surdo as vezes ~ Me julguem HAUSHAUSHUAS

Beeijos aos meus leitores novos! Bem vindos! Agora eu estou correndo, mas capítulo que vem falo com todos um por um.

Espero que gostem, foi difícil de fazer, eu queria que saísse perfeito.



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PDV da Marie

“Parabéns Cherrie, eu sabia que conseguiria.

Eu vou te dizer pessoalmente o quanto me orgulho de você, mas antes nós vamos brincar. Eu tenho alguns presentes, todos simples como essas bolinhas, mas com um significado maior. São tesouros, alguns vão chegar até você, outros eu vou te ajudar a encontrar.

As bolinhas são simbólicas, sabe disso, não sabe? Elas são um lembrete de que as coisas podem ser melhores fora da bolha. Saia da bolha, Marie, suje seu vestido. Depois é só lavar.

p.s: Tem uma dica no fundo do pote. Estou te esperando, venha me encontrar. “

Era um presente lindo... Talvez o mais lindo dentre todos os que recebi ao longo da semana. Quem será esse cara? Como sabe tantas coisas sobre mim? Meus pensamentos vagavam por entre minhas lembranças, buscando todas as pessoas pra quem contei a história das bolinhas de gude. Não foram tão poucas assim.

Infelizmente ainda tinha que fechar meu leque de opções se quisesse saber quem é essa pessoa.

Ergui o frasco acima de meus olhos, tinha um pequeno papel, também da cor laranja, colado ao fundo do pote. Puxei-o. Os dizeres eram da mesma fonte e tamanho do cartão anterior.

“Pequenos presentes são fáceis de esconder, eu deixei um pra você no bolso de um casaco vermelho.”

– Bolso de um casaco vermelho... – Murmurei, retoricamente. – A sala de figurinos!

Guardei o frasco das bolinhas de gude cuidadosamente na minha bolsa e larguei meus amigos ali, enquanto corria saltitante de volta aos bastidores a procura do casaco vermelho. Eu estava curiosa, e encantada com aquela ideia de caça ao tesouro. Quem quer que seja, teve o trabalho de planejar isso pra mim, e eu queria saber quem teve essa delicadeza.

Tinha uma portinha logo atrás do palco que dava acesso direto a sala de figurinos. O teatro, assim como a maior parte dos prédios da Universidade, foi estruturado para oferecer praticidade, é o que chamam de ergonomia. Desse modo, a sala de figurinos fornecia acesso rápido ao palco, facilitando a troca de roupas.

Acendi a luz do cômodo e entrei, vasculhando cada centímetro daquela sala pequenina com os olhos. Percebi que no meio de tantas roupas de cores diferentes não seria tão fácil achar um casaco vermelho, então logo comecei a procurar. Vasculhei arara por arara, admirando a beleza e riqueza daqueles figurinos. Belíssimos. Enquanto procurava, minha mente se perdia em meio a especulações. E claro, entre essas especulações, ainda martelava em minha cabeça o fato de que Noah me largara ali, sabendo o quanto ansiei por esse momento. No meio dos muitos conflitos, da curiosidade, e alegria, ainda tinha esse incômodo que me fazia doer o peito.

Estava quase me convencendo de que aquele casaco não estava naquela sala, quando o vi pendurado numa arara antiga e pouco usada bem ao fundo. Estava empoeirado, como todas as outras peças, mas era divino. Tinha ombreiras bordadas em dourado e um cinto preto no meio. Algo me era familiar naquela peça, mas não pude identificar o que. Peguei o casaco em mãos e abri os botões de maneira delicada, não havia bolso externo então eu só podia presumir que a próxima pista estaria do lado de dentro.

E tinha razão. Quando afundei minhas mãos no bolso interno do casaco, senti uma coisa fria tocar-me os dedos. Tateei o objeto, puxando-o para fora em seguida.

Meu Deus... Era uma corrente, uma corrente absolutamente linda.

Sorri bobamente, enquanto tocava o pingente de maneira delicada. Era uma bailarina, uma bailarina dançando enquanto seu rosto era coberto com uma máscara. A máscara que simbolizava o teatro, a tão famosa careta risonha presa à careta triste.

Meus olhos marejaram instantaneamente. Pode parecer bobagem para alguns, mas pra mim aquele era mais do que um simples presente, ou uma simples corrente. Trata-se de um resumo de quem eu sou.

Eu não sei quem é essa pessoa, mas ela mexe comigo de uma maneira que só mais outra pessoa consegue.

E aquele sentimento de estarem me puxando em direções opostas só vem se intensificando conforme sigo as pistas.

Balancei a cabeça, me forçando a manter o foco. Voltei minha mão para dentro do casaco a procura da próxima dica. Logo meus dedos envolveram o bilhete e o puxaram pra fora.

Respirei fundo antes de ler o que estava escrito. Pelo visto aquela brincadeira me renderia muitas emoções mais.

Após uns minutos de hesitação, contei até três mentalmente e me dediquei a ler as linhas contidas naquele cartão.

“Esse foi o mais difícil de conseguir, o pingente é exclusivo. Agora você tem algo que é somente seu... Além do meu coração.

O próximo presente representa a minha lembrança favorita, dentre tantas que guardo de você. Vamos ver se consegue descobrir quem sou antes que eu me revele.”

Oh meu Deus, esse cara vai destruir todos os meus nervos. Ele me conhece de perto, tão bem que me sinto constrangida por não adivinhar quem é logo de cara. Me perguntei que lembranças seriam essas que ele guarda de mim, e procurei avidamente pela próxima pista, mas não estava no papel.

– Ótimo, e agora, eu faço o quê? – Murmurei, frustrada.

Analisei mais atentamente o colar com o pingente em busca de qualquer mínimo sinal. Tinha que ter alguma coisa, algo que me indicasse pra onde ir em seguida.

Sentei-me no chão, com os olhos grudados no pingente numa busca minuciosa. Não tinha nada ali.

Suspirei, decepcionada. Eu estava deixando passar algum detalhe, não era inteligente o suficiente pra resolver o enigma.

Permaneci sentada por quase um minuto inteiro, pensando, procurando o que raios eu estava deixando passar. Estava quase desistindo, quando um barulhinho baixo e repetitivo chamou minha atenção.

Era um tec tec tec tec bem baixinho, provavelmente seria inaudível se o recinto não estivesse em total silêncio.

Procurei a origem do barulho, aproveitei que estava sentada e vasculhei embaixo das araras de roupas, entre os vãos dos pequenos armários, e nada. Então deixei meus olhos vagarem por todo o cômodo, e quando miraram em direção à porta, meu queixo caiu boquiaberto.

Um pequeno soldadinho quebra nozes vinha em minha direção, um boneco daqueles que se movem quando giramos um botãozinho nas costas. De repente me lembrei porque o casaco vermelho me era familiar, era uma réplica em tamanho real usada na nossa peça do ano passado!

Engatinhei o mais rápido que pude em direção a porta, pegando o boneco no caminho. Alguém tinha que ter rosqueado esse boneco, e não podia estar longe.

Coloquei minha cabeça porta afora, mirando o corredor em ambos os lados, apenas para encontrá-lo vazio. Droga!

Soquei o parapeito da porta, grunhindo de frustração. Mas que Droga, a ansiedade está me matando!

O soldadinho ainda se mexia sob meus dedos, ele é lindo, e como os demais presentes, me remete a algo sobre a minha vida. A volta no tempo a que esse jogo estava me levando tinha valor inestimável pra mim, eram tantas emoções e lembranças que eu mal podia me conter.

Como a primeira vez em que subi no palco desse teatro, no meu segundo semestre de faculdade. Eu fui escalada como substituta de uma das atrizes do elenco, e ela ficou doente. Era um papel coadjuvante, mas não tão pequeno assim, eu tinha bastante falas, e estava tão absurdamente feliz por finalmente me sentir uma atriz de verdade!

A peça era justamente essa: O quebra nozes.

E isso ao mesmo tempo em que me emocionava, me irritava. Centenas de pessoas me viram ali aquela noite, alunos, parentes, e até mesmo pessoas que não tinham relação nenhuma com a universidade, mas pagaram o ingresso. Como eu posso adivinhar quem é esse homem se todas as dicas que me dá são tão pouco conclusivas?

Bufei, indignada.

O quebra nozes era pequenino o suficiente para caber na palma da minha mão. Era de plástico, mas as roupas eram de tecido, e em sua boca tinha uma noz pronta para ser quebrada.

Girei a manivela pequenina na lateral do corpo do boneco e a boca do mesmo se fechou em torno da noz, quebrando-a.

Peguei o pequeno papel laranja escondido dentro da mesma, (Gente, como alguém esconde algo numa noz? Já é impossível de abrir, imagina pra fechar depois?) e desenrolei-o, em busca da próxima dica.

Um papel tão pequenino não podia abrigar muitas palavras, então as instruções ali contidas eram sucintas.

“Quando sair da sala, siga pelo corredor à direita, até o final. Entre na porta da esquerda.”

A essa altura do campeonato, eu com certeza não tinha outra alternativa senão obedecer. Ninguém nunca tinha feito nada assim por mim, já recebi cantadas de todas as maneiras possíveis, vulgares, nojentas, mas nunca nada assim. Toda essa surpresa era algo tão doce e gentil... Não existem muitas pessoas doces e gentis por aqui...

... Me lembro da primeira coisa que reparei em Noah, em meu primeiro dia. Ele pegou minhas malas nas mãos e seus olhos cor de mel sorriam pra mim, acompanhando seus lábios. Eu estava perdida, sem saber pra onde ir, ou o que fazer, e aquele gesto foi extremamente marcante. Doce, e gentil.

Eu via os traços de Noah em cada detalhe daquela brincadeira, e isso me feria de uma forma até difícil de explicar. Eu sabia que não podia ser ele, que minha mente brincava comigo e eu era uma tola por permitir.

Suspirei, e tratei logo de afastar esses pensamentos relacionados a Noah. Ele me magoou, e eu não podia deixá-lo estragar algo tão especial como esse dia.

Eu consegui o papel. Consegui mesmo o papel, até agora me parece inacreditável! E ainda tem esse admirador, e esses presentes lindos que me deixam a beira de um ataque de lágrimas. É o meu dia perfeito, não é justo que ele fique invadindo a minha cabeça, não é justo que todos os meus pensamentos se resumam a procurar vestígios dele em cada detalhe. E eu os acho... Os acho porque eu quero desesperadamente que seja ele... Mas não é. É só um truque idiota da minha mente.

Calma Marie, calma garota. Levante-se, e siga as coordenadas.

As emoções martelavam forte dentro de mim, e a cada passo dado era mais e mais difícil contê-las. Eram tantos sentimentos ao mesmo tempo, ansiedade, curiosidade, encantamento, e uma pontada de angústia e dúvidas. A sala de figurinos estava silenciosa, o que fazia com que meus pensamentos parecessem gritar, mas quando forcei meus pés a se moverem e alcancei o pequeno corredor, uma música calma invadiu meus ouvidos.

(N/A: Pra quem quiser escutar junto, a música é Close to you, interpretada pela banda The Carpenters.)

Era uma mulher que cantava, tinha uma voz belíssima. A música era antiga, me lembrava Jazz, ou aquelas músicas dos bailinhos de antigamente. Me fez sorrir, e acalmou meus nervos.

Segui as coordenadas do bilhete, e conforme ia me aproximando da tal “porta da esquerda” ali citada, a música ficava mais alta.

Cheguei ao final do corredor, e parei diante das duas portas, uma do meu lado direito, e a outra do meu lado esquerdo.

Sabia qual porta abrir, mas gastei mais alguns segundos ali parada do lado de fora. Alisei a maçaneta, contornando os detalhes esculpidos em madeira da mesma. Adorava esses detalhes rústicos do teatro, não era uma construção antiga, mas foi criada para parecer uma. Isso era aconchegante, e fazia com que toda essa tortura psicológica se tornasse suportável.

Respirei fundo, e girei a maçaneta devagar, empurrando a porta pra dentro. Adentrei o recinto de maneira cautelosa, enquanto a música que agora me era perfeitamente audível adentrava meus ouvidos me fazendo tremer por dentro. Me arrepiava.

Nunca tinha entrado nessa sala. A pintura das paredes é branca, uma delas é toda espelhada, e ao fundo tem um pequeno som cujo design imita uma vitrola vermelha. Tem uma poltrona, também vermelha, ao lado do aparelho de som. Sobre ela, o envelope laranja.

Corri até ele, tropeçando em meus próprios pés, e o abri sem maiores cerimônias. Aquele dilema estava me matando. Eu queria resolver esse mistério de uma vez por todas, e ao mesmo tempo temia o que encontraria ao final. Deixei meus olhos vagarem pelas linhas ali escritas.

“Você está bem perto agora. Eu te conheço bem, Marie, sei que odeia incertezas e está a beira de um ataque de nervos. Ta aí o motivo de eu ter optado por um jogo não muito longo.

Quanto ao seu presente, pode retirá-lo do aparelho de som e guardá-lo na capa que deixei ao lado. No dia em que nos conhecemos, você me perguntou de que tipo de música eu gostava, e qual meu CD favorito de todos os tempos. (Eu ainda me lembro daquela sua teoria maluca de que o cd favorito diz muito sobre a personalidade de alguém). Eu não respondi na época, mas agora não importa mais, você já tem a resposta. É um CD com alguns clássicos de antigamente, como Olivia Newton John, Aquele negão de “What a wonderful world”, The Carpenters, entre outros. É seu agora, escolhi tocar essa música justamente porque ela me lembra você...”

Parei de ler, e encarei o papel em minhas mãos totalmente boquiaberta. O que era aquilo, afinal? Algum tipo de brincadeira sem graça? Eu... Eu fiz essa pergunta a Noah no meu primeiro dia, conversamos enquanto ele me mostrava o campus, fiquei sabendo da sua surdez logo depois.

Meu Deus, aonde eu me meti? Quem é que está brincando comigo dessa maneira, e onde conseguiu essas informações? Sentia minhas bochechas queimarem de nervoso, minhas mãos tremiam.

Mas e se for ele mesmo? E se esse imbecil estiver caçoando de mim?

Que droga, quanto mais eu sabia, menos entendia. Resolvi seguir com a leitura.

“... Justamente por te conhecer bem, sei que esse presente é o suficiente pra matar a charada. Sei também que acabei por te confundir e dar um nó na sua cabeça, mas eu não estou brincando, Marie. Tenho um último presente, um presente que vai comprovar minha seriedade.

Volta pro palco, amor... Vem pra mim. Eu nunca falei tão sério na minha vida, e você sabe que ser sério não é muito a minha praia.”

Não sabia se ria, chorava, ou tremia. As coisas estavam confusas demais em minha cabeça, era como ter todas as peças de um quebra cabeça e mesmo assim não conseguir juntá-las.

Era mesmo Noah, até mesmo o jeito zombeteiro de falar, ou escrever no caso. Era mesmo ele, mas essa certeza não sanava nenhuma das minhas dúvidas, só criava muitas outras mais.

O que você está aprontando pra mim, Noah Manson? E por que? Talvez a resposta parecesse óbvia, mas a única resposta coerente me parecia tão improvável!

Encarei o papel, lendo e relendo aquelas linhas por cerca de 2 minutos. Eu estava feliz, e tinha medo ao mesmo tempo. Medo de ir até o final e não ser exatamente o que parecia. Eu nem ao menos sabia o que parecia, não conseguia concluir meu raciocínio, tudo parecia surreal.

Eu precisava chegar até ele, precisava ouvir da boca dele do que raios se tratava tudo aquilo.

Balancei a cabeça, espantando qualquer tipo de pensamento que ousasse invadir minha mente. Rumei até o aparelho de som e desliguei o mesmo, guardando o CD na capa e colocando-o em minha bolsa juntamente com as bolinhas de gude.

Meu coração martelava no peito, e aquela sensação no estômago não me abandonava de jeito nenhum. Assim, aos trancos e barrancos e parando várias vezes durante o caminho, eu segui de volta ao palco me preparando psicologicamente para qualquer possibilidade.

Flashes invadiam minha mente, eu podia vê-lo rindo da minha cara enquanto me olhava com a cara mais deslavada do mundo, se divertindo por me ver cair feito uma pata na sua armadilha.

... Ele não faria isso, Noah é uma boa pessoa, mas a imagem não parava de surgir em minha mente.

Andava devagar, enquanto voltava pelo corredor próximo a sala de figurinos. Podia ver mais a frente a cortina preta que separava os bastidores do palco propriamente dito. O nó no meu estômago se intensificou.

Parei por um segundo, apenas pra respirar fundo e seguir minha caminhada. Tentei controlar minhas emoções, sequei as lágrimas, mas não adiantou muita coisa já que elas teimavam em cair de novo.

Minhas mãos tremiam quando alcançaram o denso tecido preto da cortina, mas me obriguei a mantê-las firmes me recusando a deixar minhas pernas bambearem quando afastei o tecido do caminho e adentrei o palco de madeira.

Ali de onde estava, um passo dentro do palco e com a cortina roçando minhas costas, eu tinha vista privilegiada para todo o auditório. Estava vazio e quieto, exceto por um feixe de luz bem ao centro.

Me aproximei do tal feixe, olhava curiosa uma caixa comprida e fina bem no centro da luz. O último presente, teoricamente a prova de que preciso pra parar de surtar. Na prática eu duvido muito que haja algo pra me acalmar, eu preciso de respostas, preciso falar com ele.

De qualquer maneira, corri até a caixa e a abri o mais rápido que pude. Muitos papéis envolviam o objeto, rasguei cada um deles, minhas mãos trabalhavam freneticamente e eles pareciam nunca terminar.

Quando finalmente desembrulhei o presente, levei minhas duas mãos à boca num gesto de pura surpresa, derrubando o objeto no chão.

Oh... Meu... Deus... É uma baqueta, uma baqueta dessas de tocar bateria, feita de madeira clara e com a ponta redondinha pra tocar. Oh mas não era uma baqueta qualquer, essa era especial. Tinha um nome na ponta, a assinatura do maior ídolo musical de Noah: O pai dele. “O melhor pior pianista do mundo”, como ele mesmo diz.

– É a baqueta da sorte... – Murmurei, retoricamente. A essa altura eu já tinha desistido de conter as lágrimas, elas simplesmente rolavam pela minha face e molhavam o assoalho de madeira do palco. Eu não devia chorar feito uma criancinha, mas essa é definitivamente a coisa mais linda que já fizeram por mim... E foi ele quem fez. Meu Deus, era mesmo ele.

– É sua. – Sobressaltei-me. A voz de Noah ecoou pelo aposento vazio, arrepiando-me os pelos da nuca. Peguei a baqueta novamente, me colocando de pé devagar. Meus olhos vagaram pelo recinto a procura do infeliz que estava brincando com as minhas emoções desse jeito. O encontrei na outra extremidade do auditório, no corredor entre as poltronas da primeira fileira. Lindo e largado, como sempre.

Os fios normalmente desgrenhados estavam arrumados dessa vez, mas era a única mudança. A camiseta ainda era uma das muitas daquelas largas de gola V que ele ama usar, desta vez na cor azul escura. As mãos dele repousavam nos bolsos da bermuda cinza, enquanto dava de ombros, sorrindo meio de lado.

Estava tão lindo, e eu estava tão pilhada em meio as minhas emoções que tive que me controlar pra não voar no pescoço dele e agarrá-lo ali mesmo.

Dei alguns passos vacilantes em sua direção, ele não se moveu. Apenas me olhava com aquele sorriso besta nos lábios e eu não sabia se devia avançar mais ou esperar que fizesse algo.

Olhei para o objeto em minhas mãos e passei meus dedos suavemente pela marca de caneta permanente. Sempre admirei a relação de companheirismo de Noah com seus pais, principalmente o pai. Era sempre reconfortante estar com eles, já os tinha visto algumas vezes na república.

– Eu... Não sei o que dizer. Noah, eu não posso ficar com ela, significa muito pra você.

Ainda estávamos longe, eu não ousava me aproximar mais, e ele não parecia ter a intenção de vir até mim tão cedo. O sorriso dele murchou um pouco, e seu olhar foi ao chão por alguns segundos, mas voltou a me fitar em seguida.

– Você não gostou...

– Não! – Interrompi, mais do que depressa. – Não diga isso, eu adorei! Mas você só toca com ela, não pode se desfazer dela assim desse jeito.

– Não estou me desfazendo dela. – O sorriso voltou a iluminar seus lábios, e justamente quando achei que nunca o faria, ele começou a avançar em minha direção tão vagarosamente que chegava a ser torturante. – Você vai guardá-la pra mim, estou confiando-a a você.

Fechei os olhos, me forçando a manter a calma.

– Eu preciso que você me diga, preciso ouvir de você... – Eu sussurrava, estava tão impaciente pelo modo vagaroso como caminhava que eu mesma passei a me mover em sua direção. – Noah, o que é tudo isso?

Ele apenas riu.

– Tem mais uma coisa que eu quero te mostrar, algo que vai responder a sua pergunta. Mas se mesmo assim você não entender o que eu venho tentando te dizer Marie, eu te explico, e até desenho se precisar, mas de hoje não passa. – Me indicou uma das poltronas da primeira fileira, e eu me sentei.

Ele apertou meus ombros de maneira carinhosa, e minhas mãos voaram automaticamente em direção as suas. Minha pele queimava onde me tocava e eu desejava que nunca parasse, mas o momento do toque foi bastante breve. Antes que me desse conta ele já tinha tomado minha frente e seguido seu rumo até o palco onde estava alguns minutos antes.

Me remexi na cadeira, completamente inquieta. E agora, o que será que ele ia aprontar?

Não conseguia parar de olhar pra ele, nunca tinha visto Noah corar em toda a minha vida, e era uma coisa fofa de se ver. Ele andou até uma das cortinas laterais e tirou um violão e um banquinho de lá, posicionando ambos bem na minha frente. Arqueei a sobrancelha, curiosa. Noah geralmente não tocava violão, não em público pelo menos.

– Eu não sou compositor, não tenho o dom pra isso. – Começou ele, ajeitando-se no banquinho e colocando o violão em posição. – Mas eu achei uma música pra você, além daquela do CD. Na verdade é uma música que eu conheço há muito tempo, e é meio embaraçoso admitir, mas eu sempre me imaginei cantando-a pra você. Ryan me ajudou com algumas coisas, ele afinou o violão e me escutou tocar essa música pacientemente a semana toda, porque eu queria que saísse perfeito. Ele foi meus ouvidos nessa loucura toda, e eu não podia deixar de dizer isso.

Eu apenas acenei afirmativamente para que fosse em frente. Eu não tinha condições de falar, estava tomada pela emoção, e confusão, tudo ainda parecia irreal pra mim. Como se fosse um sonho lindo e eu estivesse prestes a acordar.

(N/A: Música: Heart on fire – Jonathan Clay)

Ele apertou o botão em um pequeno controle remoto, e então guardou-o no bolso. Depois, já com a palheta em mãos, dedilhou os primeiros acordes da canção. Lá estava eu novamente me segurando pra não chorar.

Nunca tinha visto Noah tocar violão. Eu sabia que tocava quando estava sozinho, mas nunca na minha frente. A força de vontade que ele tem é o que me inspira todos os dias a lutar pelos meus sonhos mesmo contra a vontade da minha família. E eu nunca disse isso a ele.

Meu queixo caiu pela milésima vez aquele dia quando percebi o que raios o controle ativava. Era um retroprojetor que nós usávamos em algumas peças, e no momento, as imagens que ele refletia no telão me tiraram o pouco de fôlego que me restava, eu literalmente me esqueci de respirar.

Eram fotos, fotos nossas feitas durante toda a nossa convivência no ano passado. Algumas fotos eu quase implorei pra que apagasse do celular, em uma delas eu estava de boca cheia e toda lambuzada de chocolate, na outra eu estava dormindo largada no sofá de boca aberta. Meu Deus, eu não acredito que ele guardou essas fotos, parte de mim quer matá-lo, mas a maior parte está grata por tê-lo feito. Outras são fofas e engraçadas, tínhamos fotos com todas as caretas imagináveis, e uma em especial (minha favorita) em que eu o maquiei e estamos os dois divando na foto de batom vermelho.

Ele demorou um pouco para cantar, manteve somente o som do violão por quase um minuto inteiro, o que me deu tempo suficiente para me recuperar do choque das fotos. Noah nem ao menos olhava o violão, suas mãos deslizavam por ele como se estivesse no modo automático, e seus olhos estavam cravados em mim. Quando começou a cantar, senti cada pedaço de mim estremecer ao som da sua voz.

“I’m falling in, I’m falling down. I wanna begin but I don’t know how...” *¹– A voz era suave, afinada, e a essa altura já era impossível conter a emoção. O telão mostrava um vídeo mudo do dia que eu estava emburrada com ele e o imbecil fez de tudo pra me fazer rir. Ele dançou macarena, e me puxou pra dançar com ele. – “... To let you know how I’m feeling, I’m high on hope, I’m reeling...”*²

Eu sorria abertamente pra ele, com certeza o maior sorriso da minha vida, sentia que mal cabia na minha boca, era simplesmente impossível conter. As lágrimas estavam lá também, pra variar.

Ele era meu admirador secreto, o tempo inteiro era ele. Nunca existiu outra pessoa, foi sempre apenas ele. E por Deus, ele me conhece melhor do que imaginava... Tudo o que eu amo, tudo o que importa... O cara resumiu tudo na surpresa mais linda que poderiam ter feito pra mim.

“And I won’t let you go, now you know, I’ve been crazy for you all this time. I’ve kept it close, always hoping... With a heart on fire, heart on fire...”*³ - Noah cantava olhando diretamente pra mim, e seus olhos eram tão profundos e sinceros que me levavam pra uma espécie de universo paralelo onde não existia nada além de nós dois. As fotos começavam a se repetir, estavam em looping, o que era uma boa coisa já que eu não conseguia mais tirar meus olhos dele.

A letra era linda, assim como todo o resto, mas no momento tudo o que palpitava em minha mente era o fato de que Noah Manson estava se declarando pra mim, em uma serenata.

As pessoas que dizem que contos de fadas não existem com certeza nunca experimentaram a sensação que eu estou sentindo agora. É bem verdade que eles acontecem em formatos diferentes do que os livros, mas ainda acontecem, e são melhores do que nos contos. Meu príncipe por exemplo não andaria de cavalo nem por um milhão de dólares, fala de boca cheia e as vezes é meio inoportuno, mas eu não o amaria se fosse de outro jeito.

O meu amor, me ama também. E eu ria sozinha em meio a esse pensamento enquanto o observava tocar. Era a melhor sensação do mundo.

Quando seus dedos dedilharam os últimos acordes da canção, minhas bochechas queimavam tanto que eu tinha certeza de que parecia um tomate de tanto rubor. E pouco me importava com isso, estava tão extasiada em meio a todo aquele misto de sensações maravilhosas que não sobrava espaço para preocupações triviais.

Noah seguiu me encarando, parado, enquanto nossas fotos continuavam a rodar às suas costas.

_/_/_

PDV do Noah

Eu a olhava, minha respiração estava totalmente descompassada e ofegante. Ela sorria pra mim, e eu acho que isso é um bom sinal, mas não tenho tanta certeza. Não tenho certeza de nada.

Ela estava tão linda sentada ali, toda vermelha com seus olhos marejados que eu precisava me segurar pra não descer lá e agarrá-la ali mesmo, mas eu precisava terminar o que havia começado, e eu só conseguiria fazê-lo se fizesse de uma vez.

Minha voz estava trêmula quando recomecei a falar.

– Eu preciso que me deixe falar até o final, sem interrupções, ok? – Ela acenou a cabeça em resposta, então respirei fundo e continuei. – Eu sabia o que estava fazendo quando te beijei na sala de instrumentos. Eu podia estar balançado por estar em meio a uma crise, mas eu jamais beijaria você se não soubesse o que estava fazendo. Não você. – Calei-me por um segundo, inspirando o ar pelo nariz, e soltando pela boca. – E então você saiu correndo. Isso me balançou pra caramba, eu não consigo tirar aquele beijo da minha cabeça, e a imagem de você saindo correndo. Eu não estou tentando me justificar, só quero que tente me entender, ok? O meu erro não foi ter beijado você, Marie, nunca vou me desculpar por isso. Eu errei quando não fui atrás de você aquele dia, e principalmente quando beijei aquela garota na saída da aula.

Ela me encarava com aqueles olhões azuis cristalinos desesperadoramente indecifráveis.

– Eu não tenho vontade de beijar mais ninguém, de estar com mais ninguém. Por um ano inteiro eu fugi de relacionamentos porque me sentia incompleto, com defeito. E aí você apareceu, e chegou de mansinho, e mesmo de longe curou cada uma das minhas feridas. – Eu sentia um nó na minha garganta, minha voz engasgava hora ou outra. – Você já me disse várias vezes o quanto acha legal o modo como eu lido com as coisas e talz, mas eu devo grande parte disso a você. Eu ainda acho que você merecia alguém que pudesse falar com você por telefone, ligar só pra ouvir sua voz ou ouvi-la gritar se precisar, mas eu não consigo mais conter o que sinto.

Ela levantou da cadeira, e passou a caminhar em direção a mim. Era uma situação engraçada, tudo o que eu queria era me aproximar dela de uma vez por todas, mas nós dois parecíamos estar brincando de gato e rato. Meus olhos a acompanhavam, eu tinha terminado meu discurso, era a vez dela de falar algo. O silêncio me deixava cada vez mais nervoso.

– Marie fala alguma coisa por favor... – Supliquei, focando meus olhos em seus lábios imóveis. Ela agora subia os pequenos degraus da lateral do palco e eu não pude deixar de reparar na maneira como seus quadris se movimentavam enquanto isso.

– Olha, eu agi como um imbecil, me desculpe... – Acrescentei diante do silêncio. Ela arqueou a sobrancelha. Parecia debochar de mim, mas seu sorriso ainda estava lá, acolhedor. Jesus Cristo era impossível saber o que se passava na mente daquela garota. Ela chegava cada vez mais perto, e eu me sentia pequeno, minúsculo diante da falta de resposta. – Poxa Marie o que quer que eu diga? Eu não devia ter feito aquilo, você não é qualquer garota...

– Não quero que diga nada, eu quero que cale a boca, Noah. – Me interrompeu. Estava bem perto agora, a pele macia de suas mãos me tocaram o rosto de maneira gentil. Zilhões de coisas passavam pela minha cabeça enquanto suas mãos faziam meu rosto formigar, eu já estava chegando a conclusão de que o que ela queria era achar uma forma gentil de me dispensar.

E então, de repente, sem nenhum tipo de aviso prévio, ela simplesmente jogou seus braços em torno do meu pescoço e me puxou pra perto, selando seus lábios nos meus. Eu fiquei sem reação, completamente estupefato e com os olhos arregalados por cerca de 10 segundos.

Ela... Estava me beijando? Estava mesmo me beijando?

O selinho foi rápido, nem tive tempo o suficiente pra me recuperar da surpresa. Mesmo depois que seus lábios deixaram os meus, Marie se manteve ali, imóvel, com suas mãos em torno do meu pescoço deixando suas unhas me arranharem de leve.

Droga, isso me arrepiava até o último ossinho da espinha.

– Você é um idiota... – Ela murmurou, roçando seu nariz ao meu. – É o meu idiota.

Como em sã consciência eu poderia resistir a isso? Como qualquer pessoa resistiria a isso?

Passei meus dois braços em torno de sua cintura e colei seu corpo ao meu, sentindo sua respiração se misturar com a minha. Fechei os olhos, mantendo uma de minhas mãos na cintura dela e levando a outra até seus cabelos, ajeitando-os pra trás. Então finalmente a beijei, devagar, não tinha razão pra ter pressa.

O gosto dela com certeza era o melhor do mundo, e eu deixava minha língua explorá-lo ao máximo, enquanto minhas mãos se dividiam entre apertar-lhe a nuca e passear por suas costas.

Nos beijamos até faltar o ar, e quando recuperamos o fôlego nos beijamos de novo, e de novo, eu não queria soltá-la nunca mais. Ela mordiscava meus lábios entre um beijo e outro, adorava me provocar, e eu adorava quando ela o fazia.

Mas dois também podem jogar esse jogo.

Recuei um pouco a cabeça, observando-a beijar o vácuo. Ela abriu os olhos, confusa, mas logo sua expressão assumiu um ar indignado ao perceber meu deboche.

– Wow, não correu dessa vez, huh? – Brinquei.

– Idiota! – Reclamou entre risos, socando meu ombro. Um soco que mal me fez cócegas. – Eu é que devia me preocupar, vai que encontro você beijando outra amanhã? – Ela retrucou, bem humorada.

– Ah, magrela... Você vai pagar por essa acusação.

Passei meus braços por seus joelhos e a tirei do chão, jogando-a sobre meu ombro. Não tinha como saber sua reação ao certo já que não podia ouvi-la nem tampouco ver seus lábios, mas eu era capaz de apostar que tinha gritado, e agora ria. Isso eu podia sentir pelo tremor de seu peito em meus ombros. Suas mãos socavam minhas costas, mas eu a mantive presa por um tempo, até que meus braços cansaram de segurar.

Desci os degraus em direção às poltronas, com cuidado pra não derrubá-la. Ainda podia sentir a vibração de suas risadas em minhas costas e imaginar o som delas, Isso me fazia rir junto.

Coloquei-a em uma das poltronas e ergui o apoio de braços, então me inclinei sobre ela, fazendo cócegas em sua barriga.

Agora eu podia vê-la rir, e me xingar. Pedia pra que eu parasse e tentava segurar minhas mãos, mas eu sou mais forte que ela.

– Vai retirar o que disse? – Perguntei, dando uma pausa nas cócegas. Ela ofegava, exausta de tanto rir.

– Ok, eu retiro o que disse! – Ela abraçava o próprio corpo tentando me impedir de atacá-la novamente.

Encarei-a, toda linda e descabelada jogada numa poltrona de teatro. Quando é que eu tinha me tornado um cara tão sortudo?

– Eu já disse... – Aconcheguei-me a ela, abraçando-a pelas costas e beijando-lhe a testa. – E repito... – Beijei-lhe a ponta do nariz. – Não quero beijar ninguém além de você.

A beijei novamente, com um pouco mais de urgência que na vez anterior. Ela correspondeu a beijo e arranhou minhas costas por cima da blusa, levando uma das mãos ao meu cabelo logo em seguida.

Uma de minhas mãos tocou seu rosto, acariciando suas bochechas rosadas com o polegar.

Quando nos afastamos, mantive meu olhar cravado ao dela. Ambos sorrimos.

– Muito bom que seja assim, já que eu não tenho a menor intenção de fugir de você de novo. – Nossas testas estavam grudadas, era mais difícil ler seus lábios de tão perto mas eu daria um jeito, não queria me afastar nem que fossem alguns milímetros. – E não preciso de ligações de boa noite, nem nada do tipo. Nós vamos achar um jeito só nosso de fazer as coisas. Eu quero você.

Ah, cara, eu me sentia absurdamente feliz. Eu tinha sorte, quantas pessoas tem a sorte de compartilhar momentos como esse com as pessoas que amam? Marie estava em meus braços, toda pra mim, e era ali que devia estar.

– E eu quero você...

Afastei-me por uns segundos, apenas para sentar direito na poltrona e a puxar pro meu colo. Deixei minhas mãos passearem por entre os cachos loiros enquanto encarava seu rosto.

– Eu não acredito que você está mesmo aqui... E fez tudo isso por mim. – Ela me abraçou mais forte, beijando meu pescoço e afundando o nariz no mesmo.

– Eu estou aqui, e não vou sair tão cedo. – Murmurei em seu ouvido.

Ela levantou os olhos em minha direção, e eu a encarei, esperando que meus olhos lhe mostrassem toda a certeza que eu sentia por dentro.

Marie levou uma das mãos ao meu rosto, tocando-me as bochechas suavemente, e então contornando me os traços da boca.

– Eu amei cada um dos presentes, Noah, são incríveis. E a música, as fotos, poxa, eu nem tenho palavras pra dizer o quanto tudo isso significa.

– É o mínimo que você merece. – Apertei-lhe a ponta do nariz.

Nos beijamos novamente, e dessa vez nenhum dos dois parecia disposto a parar tão cedo.


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Notas finais do capítulo

*¹ Estou caindo, estou caindo... Quero começar mas não sei como
*² Mostrar a você como estou me sentindo, estou esperançoso e sofrendo
*³ E não vou deixar você ir, agora você sabe, eu fui louco por você esse tempo todo. Eu mantive isso perto, sempre esperando, com o coração em chamas

Gente, tradução feita por mim então dêem um desconto.

Gostaram????

Prometo não demorar pra voltar.

P.s: Gente, tem uma parte do cap passado que eu esqueci que o Noah era surdo. Aos que perceberam: Me desculpe pelo erro. Nunca convivi com um surdo, as vezes é difícil.

Até o capítulo que vem amores

Beeijos.



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