Make You Feel My Love escrita por I m a Allen u3u


Capítulo 7
Promise This


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar...



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Moscou, Rússia Julho de 1931.

Eu finalmente voltei para casa. Estava longe de Daniel, perto da minha mãe, longe da louca obsessiva por culinária mãe de Daniel e longe da Irritante irmã dele, Julie. Estava perto de Pethrus, estávamos os dois, no mesmo país, apenas alguns quilômetros nos separavam.  Nas primeiras semanas, confesso que senti falta de Londres, de suas chuvas de início de tarde, do aroma fresco da manhã... Mas, nada se compara a minha Rússia, a minha Moscou, aos meus amigos Judeus, as meus passeios sub urbanos , nada se compara a neve que cai todo dia, nada se compara em estar em casa. Meu pai havia viajado para a América, então eu e minha mãe aproveitamos o máximo de tempo juntas e sozinhas. Fizemos muitas compras, ela me ensinou algumas coisas que eu deveria saber  por conta do meu futuro casamento, ela me contou coisas de quando era jovem, me contou sobre o homem que amava e que ainda ama, Ivan, filho de antigo banqueiro, inimigo do meu avô, pai dela. Com o passar das semanas, eu comecei a me esquecer do casamento e até mesmo de Pethrus, eu aparentemente, estava me comportando como as moças nobres, da minha classe, como dizia a minha mãe.  Comecei a fazer aulas de piano numa academia no centro de Moscou, por conta disso, toda quinta feira a tarde eu podia encontrar os garotos Judeus e passear com eles pela cidade, antes e depois da aula. Junho se foi, meu pai volto de viajem no começo de Julho, que também passou rapidamente, e quando me dei conta Novembro já havia chegado, Daniel me fazia visitas regulares e nós estávamos nos dando muito bem, e diferente de antes eu estava começando a aceitar o casamento.  Mudei o horário das aulas de piano, comecei a ajudar minha mãe em casa, então o piano ficou para a parte da noite, das 19:00 as 21:00, eu saia de casa por volta das 18:00 e voltava por volta das 22:00, sim, eu levava um hora para chegar até a academia, pois ela ficava bem no centro da cidade, o que é bem longe de casa. E foi em uma noite de nevasca, no meio de novembro, dias depois da minha mudança de horário, que a minha vida voltou a virar de cabeça para baixo.

Moscou, Rússia Novembro de 1931

Eu estava saindo da aula, descendo as escadas  da academia, quando me deparei com oque mudou todas as minhas noites dali em diante. Subindo as escadas, ele, todo de preto : Pethrus Donson. Ele estava de cabeça abaixada, eu havia parado nos degraus, ele ergueu a cabeça, me viu e também parou. Ele me observou de cima abaixo, estávamos a três degraus de distância, ele subiu a nossa distância, parou diante de mim, colocou uma das mãos no meu rosto, eu olhei em seus olhos, ah, o seus olhos, de um azul vivo, o mesmo azul de todas as outras vezes de quando ele estava comigo.

-> Oi. – ele me disse sorrindo.
- Olá...
- A tempos que não nos vemos não é mesmo ? – ele disse soltando meu rosto.
- É faz muito tempo.
- Você está ótima, os ares ingleses te fizeram muito bem.
- Obrigada. Você continua o mesmo. – eu dei um meio sorriso fraco.
- Não sabia que fazia aula aqui.
- Pois eu faço, já faz um tempo, mas só agora eu venho a noite. Mas e você, como veio parar aqui ?
- Sai de casa. Arranjei um emprego numa chocolataria  aqui perto,  eu trabalho de manhã estudo a tarde, e de noite venho no curso.
- Mora de favor ?
- Mais ou menos, aluguei um quartinho numa pensão no subúrbio.
- A claro. E o que Cloe achou disso ?
- Ela não gostou muito, mas por incrível que pareça o Sr. Black me apoio.
- Legal. Bem, eu tenho que ir. Não posso me atrasar, Daniel me espera.
- Ele esta aqui ?
- Está.
- E vocês estão se dando bem ?
- Sim. Daniel, é um bom rapaz.
- Ótimo, fico feliz... – não, não era ótimo, os olhos dele mudaram de azul vivo, para um tom mais claro, quase cinza. Ele ficou sério e começou a encarar o chão.
- Vou indo, Tchau. – eu acenei para o vento, e voltei a descer as escadas.
- Elissa. – ele me chamou, eu já estava no ultimo lance da escada.
- Sim ?
- Você ama o Daniel ? – Pude sentir a dor na sua voz.
- Não. – eu disse ainda de costas.
- Então, dá um passeio comigo essa noite ? – Eu poderia ter dito que não, que eu deveria ir para casa, como uma boa menina, mas eu nunca fui uma boa menina, nunca obedeci meus pais, e não iria fazer isso agora, ainda mais diante de uma proposta tão tentadora.
- Onde você me levaria ?
- Que tal, para o meu mais novo refugio, quando quero pensar, ver a vista, ver você...
- Me ver ? Agora você me deixou curiosa. Então, o que está esperando – eu me virei para encará-lo – Vamos. – sorri maldosamente, ele correspondeu o sorriso e desceu as escadas.

Nós andamos muito, e quando me dei conta, estávamos a duas quadras de casa, na rua de uma mansão abandonada, ela era alta, mais alta do que a minha casa, pois tinha o terraço acessível, ele me levou até lá em cima, e indicou a janela do meu quarto duas ruas a frente, não se via nada com nitidez, apenas as cortinas da janela aberta balançarem com o pouco de vento que fazia.

- Eu consigo ver seu vulto daqui, o que me deixa feliz, porque sei que ainda está viva. – ele explicou.
- Sente minha falta ? – eu perguntei me ficando de frente para ele.
- Todos os dias, desde que você havia ido para a Inglaterra.
- Eu também senti a sua. Aqui é muito lindo, mas eu preciso ir para casa.
- Está bem, mas ouça, na próxima sexta, eu quero te levar em outro lugar, prometa que vai ?
- Prometo. – eu sorri, ele me deu um beijo na testa e me ajudou a descer do terraço.

Cheguei em casa meia hora depois do horário normal, minha mãe já estava preocupada. Eu dei a desculpa de que fiquei conversando com uma colega, e ela acreditou. Daniel não pode me esperar, foi embora, o que para mim foi um alivio, não podia estar com ele, não agora que minha cabeça viajava longe, para perto de Pethrus. Entrei no meu quarto, fui pra janela. Eu sabia que em algum lugar lá no terraço ele me observava. Eu sorri e acenei como uma boba, até parece que ele seria capaz de realmente ver meu aceno.
Os dias que se seguiram, eu estava mais alegre, espontânea, e mais animada nos passeios com Daniel, fazia as coisas sorrindo e cantando, porque eu sabia que a noite, por míseros cinco minutos eu o veria, falaria com ele, com o meu Pethrus, sim ele voltará a ser meu. Eu fui capaz de sorrir verdadeiramente, quando na sexta feira de manhã  do meu encontro com Pethrus, minha mãe disse que Cloe viria para casa no dia seguinte.
A noite não demorou a chegar, não estava tão frio, eu fui para a minha aula de piano como sempre fazia nas sextas feiras comuns, e quando estava saindo, ele veio ao meu encontro.  Pethrus me levou até o minúsculo quarto da pensão onde ele estava morando, ele queria me mostrar os milhares de desenhos que ele desenhou de mim e que estavam pregados num quatro na parede de cabeceira da cama.

- Eu adoro desenhar você...
- Percebi- eu disse num meio sorriso.
- Pode se sentar se quiser, só que tem que ser na cama, porque não tenho cadeiras....
- A claro... – me sentei cuidadosamente na ponta da cama dele.
- Eu te trouxe aqui pra te mostrar isso mesmo – ele apontou para o quadro de desenhos- Pra mostrar que eu nunca esqueci você, que eu nunca vou esquecer...
- Que bom...
- Eu posso ? – ele se aproximou de mim, e pôs a mão no meu queixo aproximando seu rosto do meu.
- Porque você ainda pede autorização ?

Então, ele selou os meus lábios no dele, minhas mãos  automaticamente foi para seus cabelos, e as mãos dele para a minha cintura, ele me deitou na cama, parou o beijo por instante e me observou. Depois de longos segundos ele passou uma das mãos pelo contorno do meu corpo.

- Tem certeza disso ?
- Não.
- Você pode ir embora agora se quiser.
- Mas eu não quero.
- Então ?
- Eu nunca tive certeza de nada, nem disso, mas de um coisa eu tenho certeza, eu amo você. – eu o puxei pela gola da camisa, e voltei a beijá-lo.
Ele tirou a camisa rapidamente, e depois o meu casaco, de vez em quanto ele sorria. Primeiro o casaco, e depois, botão por botão, ele foi abrindo minha camisete de cetim preto. Depois disso  ele tirou as próprias calças, eu sem querer cai na gargalhada e ele foi junto.  Depois foi a vez das minhas calças, o que não foi nada menos engraçado, acho que foi a noite em que eu mais ri na minha vida. Estávamos quase nus, ele tornou a me dar a opção de parar por ali, e não continuar, eu o calei com um beijo que foi seguido por milhares de outros, na boca, na nuca e por todo o meu corpo. Não me lembro muito bem quanto tempo, a minha primeira vez com Pethrus durou, mas foram os minutos, em que eu fui até o que os mortais chamam de paraíso e voltei.  Acordei com um despertador tocando, olhei para o lado, Pethrus ainda estava comigo, ele suspirou fundo e olhou para mim e sorriu, eu sorri, mas depois me dei conta de que não estava em casa.

- Meu Deus, eu tenho que ir ! – me levantei correndo,  colocando a roupa de qualquer jeito.
- Calma, é cedo ainda seus pais não devem ter levantado.
- Como você pode me pedir calma ! Eu estou ferrada ! Sabe-se lá o que eles vão fazer se descobrirem que eu dormi fora de casa, e com você ainda por cima !
- Eles nunca vão descobrir...
- Vão sim, agora eu tenho que ir !
- Arruma o cabelo pelo menos !
- Dane-se meu cabelo !
- Depois da noite que tivemos, você vai sair assim !
- Essa sou eu querido, Tchau ! – lhe dei um leve beijo e saí pela porta correndo e trombando em tudo e todos que vinham pela frente.

Cheguei em casa, meia hora depois, olhei para o relógio 7:30, graças a Deus, meus pais ainda dormiam, entrei silenciosamente na sala ,e quando me virei para encarar os velhos moveis da sala de estar, dei de cara com a minha mãe, congelei.

- Mãe... eu... – não consegui falar, não havia explicação.
- Onde você estava ?
- Na casa de uma amiga.
- Você não tem amigas Elissabeth.
- Agora tenho.
- Essa amiga se chama Pethrus ?
- Mamãe eu...
- O que vão fazer com você se descobrirem que passou a noite com ele ! – ela não estava brava, mas sim preocupada.
- Se a senhora me deixar explicar talvez...
- Talvez a vergonha não seja tanta ? – Senti um calafrio percorrer minhas costas, aquela era a voz do meu pai, ele estava bem atrás de mim. Me virei para olhá-lo.
- Papai eu posso... – me interrompi no meio da frase. Prendi a respiração. Atrás de meu pai estava Daniel. Sua expressão era indecifrável. – Daniel.. – eu sussurrei.
- Você...me traiu...sua maldita ! Ordinária, eu vou matar você aquele desgraçado do Pethrus ! – Daniel avançou para mim. Esperei que meu pai o segurasse, mas ele não segurou, minha mãe correu para segurá-lo, meu pai a tirou do caminho, Daniel me pegou pelo pescoço, e me jogou com toda força nos degraus da escada, bati e cabeça. Pude sentir o sangue escorrer da minha testa.
- Seu animal desgraçado ! eu odeio você ! – me levantei do chão, e avancei para Daniel, ele tentou me segurar, mas não conseguiu, lhe dei dois socos na cara, e depois peguei o vaso de flor mais próximo e quebrei na cabeça dele. Daniel caiu no chão desacordado. – Mamãe ! – corri pra minha mãe, ela me abraçou.
- Calma querida, eu estou aqui, ele não vai mais te fazer mal... – meu pai foi socorrer Daniel. – E quanto a você Rupert,  hoje mesmo eu estou saindo dessa casa. Quero o divórcio !
- Faça isso ! E leve esse símbolo de desonra junto com você !

Minha mãe e eu subimos para o quarto, arrumamos as malas, e quando descemos de volta para a sala, Daniel já avia acordado e estava deitado no sofá, ele me viu, mas não disse nada. Saímos silenciosamente de casa, e começamos a andar sem rumo. No meio do caminho encontramos Dimitri, ele nos levou para sua casa no subúrbio. Lá fomos acomodadas, e meu corte na testa foi tratado pela mãe dele. Minha mãe contou o que havia acontecido, e depois foi descansar, eu me troquei e fui para centro a procura de Pethrus.
Andei por cerca de uma hora, até que cheguei na chocolataria em que ele trabalhava.

- Pethrus Donson está ? – perguntei a uma das atendentes.
- Só um instante por favor. – ela sorriu e se retirou para dentro de uma porta, minutos depois voltou seguida de Pethrus.
- Elissa ?! – ele franziu a testa- O que faz aqui ?
- Precisamos conversar. Meu pai colocou eu e minha mãe para fora de casa.
- Oque ? Ele não pode fazer isso !
- Ele pode e fez. Você tem que sumir do mapa, ir embora, ou voltar pra São Petesburgo. Ele e Daniel viram atrás de você.
- Não vou deixar você !
- Sim você vai ! Eu não estou pedindo, estou mandando, você vai voltar para São Petesburgo sim!
- Vem comigo então.
- Ficou maluco ! Sua mãe me odeia esqueceu ?
- Ok, ok, eu volto, mas você tem que voltar pro Daniel, fazer ele te perdoar ou coisa do tipo.
- Ele nunca faria isso.
- Sim eu faria. – Olhei para trás. Lá estava ele, parado a poucos passos de mim. Daniel tinha o olho esquerdo roxo. – Esqueça tudo isso, esqueça ele – aponta para Pethrus – esqueça a noite de ontem, e venha para a Inglaterra comigo, e eu te prometo que vou te fazer feliz.
- Nunca. Eu não vou voltar para a Inglaterra com você !
- Elissa vá com ele, é melhor. – Pethrus disse com a voz calma. Olhei para ele. Seus olhos azuis estavam úmidos.
- Não vou deixar você, não posso te deixar ! – eu o abracei forte, ele correspondeu o abraço, beijando o alto da minha cabeça. Pude sentir as lágrimas dele molharem meu cabelo.
- Mas vai... Por favor, não torne as coisas mais difíceis do que elas são...
- Mas Pethrus...nós...eu e você...
- Não vou me esquecer de você. Agora vá. – ele se soltou de mim, e me deu um leve empurrão na direção de Daniel e voltou pela porta que avia saído.

Saí com Daniel da chocolataria. Eu estava em choque, sem ação, não sabia o que fazer. Chovia muito, minha visão estava embaçada pelas lágrimas, eu mal percebi que estava sendo encharcada pela chuva, enquanto Daniel tentava me cobrir com seu Guarda-chuva. Perdi a visão, tudo que eu via, a rua, a porta da chocolataria, a chuva, saíram de foco. Cai.


Quando abri os olhos novamente, estava em casa, no meu quarto, sozinha. Podia ouvir os murmúrios vindo da sala. Identifiquei a voz dos meus pais, de Cloe, que a propósito gritava histericamente  com alguém que sussurrava baixinho, a voz de Daniel também era presente, ele falava com o pai. Me levantei com dificuldade, ainda estava zonza, abri a porta do quarto e comecei a descer a escada. Todos pararam de falar. Pude ver de quem era o sussurro baixo, era dele, do meu Pethrus. Vi um  conjunto de malas perto da porta, conclui que eram de Daniel, mas estava errada.

- Elissa, acho muito bom que já tenha acordado, assim você e Daniel poderão  pegar o próximo navio para a Inglaterra. – meu pai sorria, satisfeito.
- Mas eu não vou...
- Você vai sim, sua oferecida ! – Cloe andou até mim, e começou a gritar – Ou você pensa que vai ficar aqui, para se aproveitar do meu noivo ?!
- Cale a boca Cloe !  - Olhei ameaçadoramente para ela, a mesma empalideceu, e recuou. – Se eu for, vocês deixam ele em paz ? – apontei para Pethrus – me prometem que não vão castigá-lo por nada ?
- Não vamos, ninguém vai. Eu lhe dou a minha palavra. – Daniel veio até mim, e pegou na minhas mãos me olhando nos olhos. Ele falava a verdade.
- Então, o que estamos esperando. A Inglaterra está a muitos quilômetros de distância. Vamos ! – Dei um sorriso fraco, e puxei Daniel pelo braço até a porta.

Todos estavam parados sem reação. Alguns minutos mais tarde, eu já estava longe de casa, a despedida fora rápida, não disse adeus a Pethrus, a dor da distância, da saudade, já me sufocava, não conseguiria me despedir dele, e não consegui.


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Notas finais do capítulo

Continuo sem nada a declarar.
Apenas constrangimento alheio ><''



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