Make You Feel My Love escrita por I m a Allen u3u


Capítulo 5
One and Only


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas ! ^^
Bem, eu espero que quem está lendo, esteja gostando, e goste até o final.
Enfim, ai ta mais um capitulo, boa leitura para vocês ^^
/oknésoupéssimacompalavras-q



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Moscou, Rússia – 1931, meu temido aniversário de 15 anos.

Manhã de 23 de abril, eu levantei cedo para minha costumeiras rotina. Fui para a escola, passei algum tempo lá, e depois voltei dela acompanhada por Dimitri, Yerik e Stefan, meus três melhores amigos.

– Hey, Elissa vai ter festa hoje na sua casa ?! – Yerik me perguntara sorrindo, ele era baixo tinha os cabelos e olhos castanhos.
– Festa ?! Não, não vai haver festa alguma.
– Como não, hoje é seu aniversário Elissa, merece comemoração ! – Stefan, era o mais animado, com seus cabelos de um ruivo intenso, e os olhos bem melados.
– Não merece nada ! Hoje é o dia em que eu vou ser oficialmente namorada de Daniel, isso não é algo para se comemorar.
– Concordo Elissa, não é mesmo, eu vou perder você...- Dimitri fez a cara mais triste do mundo ao me olhar.
– A pare com isso Dimitri, eu vou ser sempre sua amiga, não importa se Daniel vai se transformar em alguma coisa minha ou não, você, Stefan e Yerik sempre terão seus lugares de mérito em minha vida.
– Isso inclui ir na sua festa hoje ?! – Yerik me olhou como se quase implorasse por comida boa e de garça.
– Talvez...Vou ver com a minha mãe se ela deixar, eu convido vocês se não...Bem se não eu faço vocês entrarem clandestinamente em casa e pronto ! – eu dei risada, e eles me acompanharam.

Minutos depois de nossos risos, eu já estava na porta de casa, os três garotos apesar de morarem do outro lado da cidade no bairro pobre, sempre me acompanhavam até em casa, todos os dias.


– Bem, podem ir, eu já estou em casa.
– A Elissa, a respeito da festa, era apenas uma brincadeira ok ?! – Yerik me deu um meio sorriso.
– Tem certeza ? Não quer vir comer com ricos ?
– Absoluta, não como com essa gente. São ricos no banco e pobres na alma.
Se você diz, quem sou eu para discordar. Bem eu vou entrando, Tchau para vocês.
– Tchau – eles responderam em coro.

Entrei em casa, não estava nada arrumado, que estranho – eu pensei. Por um momento tive a leve esperança de que não haveria festa alguma, e que Daniel havia morrido e eu estava livre antes mesmo de começar a namorar, porém, minha mãe desceu as escadas de casa com um enorme sorriso no rosto, o que fez com que o meu sorriso se fosse rapidamente.

– Não vai haver festa esse ano ?!
– Claro que vai Elissa, mas esse ano, ela vai ser realizada num salão no centro de Moscou. A decoração vai ficar linda, você vai ver.
– A claro, vai ficar linda ! – eu a olhei com desanimo e subi para meu quarto.

No quarto desabei na cama não estava a fim de festa nenhuma, mas estava tudo arrumado e o maldito vestido de debutante já estava ali, em uma cadeira próxima ao guarda roupa. Era uma vestido em tons de lilás longo, as mangas compridas, simplesmente um horror, mas ele já estava comprado e eu não tinha tempo para troca-lo, e não estava com animo para isso. O resto do dia até as 18:00 foi uma corre- corre, depois disso tudo ficou mais calmo, minha meus pais foram se arrumar e depois minha mãe veio querer me arrumar e me transformar em uma copia de seu ótimo bom gosto ¬¬

– Elissa, querida está pronta ? – ele entrou em meu quarto sem nem ao menos bater na porta ! Eu já havia colocado o vestido, mas meu cabelo ainda estava um horror.
– Não, não estou. Mãe sou mesmo obrigada a ir nessa festa ?! – eu olhei para ela implorando para não ir.
– Mas é logico, é seu aniversario Elissabeth, você tem que ir. Imagina, que ideia ! Agora se sente ali na cama vou arrumar seu cabelo.

Ela ficou até as 18:40 tentando arrumar meu cabelo, por fim ela não conseguiu fazer o que queria, então simplesmente puxou um pouco de cabelo do lado e prendeu com um arranjo até que bonitinho, e deixou o resto solto, chegamos lá as 19:00 em ponto, estava tudo decorado em tons de roxo, alguma flores aqui e ali, lírios e jasmins, havia uma escadaria principal onde provavelmente as 19:30 eu desceria acompanhada por Daniel. As 19:20 o salão já estava lotado, eu podia ver através de uma pequena janela no lugar onde eu estava esperando Daniel, e foi de lá que eu pude ver Pethrus chegar, ele estava lindo, encantador, com um terno preto os cabelos, levemente arrepiados, ao seu lado com um vestido vermelho longo reto e colado ao corpo, estava Cloe, ela sorria para os presentes e cumprimentava várias garotas que eu mesma não conhecia, e que estavam ali por serem filhas de sócios ou amigos de negócios de meu pai. As 19:30 em ponto Daniel entrou no salão, ele também não estava muito atrás de Pethrus na beleza, o terno também preto, mas os cabelos lisos e comportados, seus olhos verdes faiscavam de felicidade, ele subiu as escadas e me encontrou na pequena sala em que eu estava.

– Olá Elissa.
– Oi...- eu tentei sorrir como sempre, mas naquele dia eu não consegui.
– Nervosa ?!
– Não, nem um pouco.
– Então sorria, depois de seu casamento esse é o dia mais importante da sua vida.
– Dá minha ou dá sua ? – eu o encarei com a sobrancelha direita erguida.
– Não vamos discutir por favor, e você está muito bonita Elissa, gostei do vestido. – ele me deu o braço eu peguei o mesmo , saímos da sala, e fomos para a escadaria.
– Serio ? Eu odiei. – Chegamos ao topo da escada.

Todos pararam de conversar, abriram espaço no salão e olharam para cima, nós começamos a descer a escada, nessa hora Pethrus fixou o olhar em mim e eu fixei o meu olhar nele, mas depois eu desviei o olhar e comecei a olhar para frente, todos sorriam para mim lá embaixo, Daniel sorria do meu lado, mas eu não conseguia sorrir, eu estava séria, e podia sentir as lágrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto, nós descíamos devagar ao som da pequena orquestra, Daniel percebeu que eu estava seria e tratou de querer corrigir isso.

– Elissa, meu amor sorria, você tem que estar feliz hoje.
–. A claro, eu tenho que estar feliz – eu sorri falsamente como sempre.

Chegamos ao fim da escada, ele se virou para mim, e me deu um beijo suave na testa, nesse momento, os convidados se afastaram em circulo, a orquestra começou tocar a valsa de 15 anos, e Daniel me puxou para dançar, eu não disse uma palavra muito menos consegui sorrir para ele ou para os outros. Depois foi a vez de dançar com meu pai, ele me fez dar um ou dois leves sorrisos, mais foi só. Após as valsas, a música continuou para quem quisesse dançar, eu fui cumprimentar os convidados, em seguida fiquei junto de minha mãe, de minha avó, de Lucia, Joanne, Cloe dançava com Pethrus nesse momento, e Daniel fora buscar um pouco de água para a minha mãe, a mãe dele não pode vir, sua irmã menor Julie estava doente.
– Jessie, quando Daniel vai pedir Elissabeth em namoro, oficialmente ? – Joanne perguntou.
– Hoje, pouco antes da dança da meia- noite, ele vai pedir e depois vai dançar com ela, e isso é ótimo, não é mesmo filha ?
– A claro, isso é ótimo, perfeito muito bom – não, nada estava ótimo ou perfeito. Um pequeno lembrete sobre mim, sempre que eu disser que algo esta bom ou certo, é porque está ruim e errado, e quando eu disser que algo esta errado e ruim, é porque esta bom e certo. Eu sei, é confuso.
– Meus parabéns, querida finalmente você tomou uma decisão correta ! – Lucia sorriu para mim, um sorriso de triunfo.
– A sim, essa foi uma decisão muito correta. – eu dei um meio sorriso sarcástico. Cloe se juntou a nós.
– Está quente não é mesmo ?
– Não, está não minha filha, você deve ter dançado demais, essa música não era apro...
– A mamãe, ela só era mais agitada, nada de mais. Como vai Elissa, está contente ?
– Mas é claro, não tem como eu não estar ! – deu um largo sorriso, porém por trás do mesmo, eu estava chorando, implorando para que Daniel não fizesse o maldito pedido.
– Meu parabéns Elissabeth, tenho certeza que Daniel vai ser o melhor para você – Pethrus chegará, ele estava atrás de Cloe, ao lado da mãe da mesma.
– Obrigada. – eu não o encarei, respirei fundo olhei para cima e engoli o choro que estava prestes a explodir. Uma nova música agitada começou a tocar.
– Pethrus, venha vamos dançar eu adoro essa música !
– A melhor não Cloe, eu estou cansado por conta da ultima que dançamos, de um tempo por favor.
– Está bem. Mas e você Elissa, não vai dançar ?
– Ela vai dançar agora, comigo – Daniel chegou até nós, e trouxe a água de minha mãe. – Vamos ? – ele estendeu a mão para mim.
– Não, obrigada, não estou a fim de dançar agora.
– Ora, vamos logo Elissabeth.
– Não.
– Vamos Elissabeth – ele me pegou pelo braço.
– EU DISSE NÃO ! – me soltei dele, e saí dali pisando firme e em passos largos comecei a subir as escadas, meu pai me parou no começo dela.
– Ei, ei, ei, onde você vai meu bem ?
– Quero ir embora daqui, agora.
– Elissa, por favor, não comece a querer arrumar encrenca.
– Mas pai, eu não queria nada disso, eu não queria nem mesmo ser...-eu não conseguia dizer – ser... a você sabe !
– Eu prometi você a Daniel, por que sei que vai ser o melhor para você, não podia deixar que você escolhesse errado, então...
– Então decidiu ver o que você achava melhor para mim, não se importou com o fato de eu não ser apaixonada por ele ?
– Você vai se apaixonar por ele, o contrato esta fechado, não há como voltar atrás.
– Ótimo, tomara que lá também tenha seguro de vida para o inferno que a vida dele vai ser. – me virei rapidamente e subi mais rápido ainda as escadas, e me direcionei até o quarto em que eu estava antes, Daniel me seguiu e antes que pudesse fechar a porta do quarto ele entrou.
– O que você pensa que esta fazendo ?!
– Eu vim tirar uma folga de toda aquela gente.
– Não, não veio, você vai voltar para o baile comigo agora.
– Não vou não.
– Vai sim, eu não estou pedindo Elissabeth, estou mandando.
– Você não manda em mim !
– Mando sim, você é minha, e me deve respeito ! – ele agarrou meu braço com força e começou a me puxar para fora do quarto.
– Me solte agora !
– Então trate de se comportar descer comigo e dançar.
– Eu já disse que não quero, me solte !
– Ande logo Elissabeth ! Duvido que se eu fosse Pethrus você já não estaria lá.
– Esse é o problema, você não é ele.- tirei sua mão do meu braço e comecei a andar novamente para o salão.
– Elissa, me espere. – ele me seguiu de novo.

Lá embaixo, eu pude ver as horas, eram 20:30, a festa iria até a maldita e tradicional dança da minha família, a Dança da Meia- Noite, como eu odiava aquilo. Me sentei em uma cadeira Daniel se sentou ao meu lado, agora segura a minha mão, eu olhava vagamente para o chão. Minha mãe quebrou o silencio entre eu e Daniel, ela chegou e me obrigou a dançar com ele, tive de aguenta-lo três musicas seguidas, no final da terceira eu já estava tonta e com dor de cabeça, então finalmente ele se convenceu em me deixar em paz, minha mãe me fez tirar fotos com quase todos os convidados, o que me deixou com mais dor de cabeça ainda, finalmente as 23:30, eles me deixaram totalmente em paz, eu fui para fora do salão tomar um pouco de ar, a brisa fresca aliviou um pouco da dor, me sentei em um banco, e fiquei lá por alguns minutos observando as estrelas, até que ele chegou, Pethrus se sentou ao meu lado.

– Olá...
– Oi.
– Você está bem ?
– Não.
– Eu imaginei – ele pegou a minha mão, e a segurou com força.
– Sabe que horas são ?
– Sei, falta vinte minutos para mim perder você...
– Falta vinte minutos para a minha vida acabar você quer dizer.
– Sua vida não vai acabar, só vai tomar um rumo que você não esperava.
– A claro, com certeza.
– Queria lhe dar um presente, um presente escolhido por mim. – ele tirou do bolso uma caixinha média e retangular.
– O que é isso ?
– Para você nunca se esquecer de mim. – De dentro da caixa ele tirou uma correntinha fina prata, na frente interrompendo a corrente havia um coração com asas, eu deduzi que deveria ser o pingente, ele era todo cravejado de cristal de swarovski, atrás na parte lisa, estava escrito no centro do coração. “ aquela a quem meu coração pertence”
– É lindo... lindo, como você... – ele colocou em mim, eu sorri, me deu um beijo na testa, nós nos levantamos e voltamos para o salão.

Lá dentro todos já me esperavam, eu entrei e fui para perto de minha mãe, 00:00 , o sino de uma capela perto dali soou. Meu pai me levou até o centro do salão, onde Daniel esperava com seu pai, ambos sorriam, eu segurava o colar que Pethrus me dera, e me segura para não chorar.

– Nesta noite – meu pai começou- meus amigos e amigas, eu gostaria de anunciar, que minha filha Elissabeth, a partir de hoje é oficialmente, noiva de Daniel Slovak.
– Noiva ! – eu sussurrei para meu pai – noiva ?! – eu arfei. Não, eu não podia já estar noiva dele.
– Sim Elissa, noiva – de frente para mim Daniel sorriu triunfante.
– Papai, o senhor me disse que...
– Eu sei, mudança de planos, você está noiva, noiva de Daniel.
– Mas...- eu não continuei, sabia que seria inútil.

Daniel colocou o anel de noivado no meu dedo e depois eu tive de dançar com ele, quando a música acabou, eu me soltei dele bruscamente e corri para a porta de saída.

– Elissabeth, volte aqui agora ! – ele falava como se já fosse meu dono.

Eu saí sem olhar para trás, estava frio, a neve havia caído a pouco, agora chovia, eu saí na chuva mesmo, e fui em direção da minha casa. Eu estava longe do meu bairro, eu andava pela rua desorientada, eu chorava desesperadamente, em um momento não tive mais forças para andar caí em uma calçada e encostei-me ao muro de uma casa, eu me encolhi e abracei meus joelhos, eu chorava, e não conseguia parar, era decepção demais para uma noite só, eu não conseguia aceitar que agora eu era noiva de Daniel, era tudo que eu menos queria. Eu não sei quando tempo fiquei ali, mas em um momento ouvi vozes me chamando eu me levantei e tentei correr novamente ,mas cai, e alguém, me segurou em seus braços, essa pessoa me chamava, e parecia chorar mais do que eu, era Pethrus, reconheci seus olhos, ele me abraçou contra seu peito, eu pude vê-lo claramente então.

– Eu te amo Pethrus.
– Eu te amo Elissabeth. – foi a ultima coisa que eu ouvi naquela noite, depois disso eu apaguei.

Acordei em casa, na minha cama, minha mãe estava ao meu lado, com cara de preocupação, eu me levantei rapidamente, levei a mão no pescoço, eles haviam tirado meu colar.

– Onde está o meu colar ?
– Que colar querida ?
– O que eu estava usando.
– A sim, seu pai tirou, e disse que ia devolver para o dono, Daniel não...
– Foda-se Daniel, eu quero o meu colar de volta – me levantei e desci para a sala.

Lá em baixo, Daniel e o pai dele , davam uma bronca em Pethrus, meu pai assistia, Daniel apontava para Pethrus e segura meu colar.

– Daniel me devolva isso agora ! – eu parei no ultimo degrau da escada próximo ao pai dele.
– Não vou te devolver, isso é dele, ele deve dar essas coisas a Cloe e não a você.
– Me devolva agora.
– Não. Você prefere que eu quebre essa porcaria, ou você vai me deixar devolver para ele ?
– Me devolva agora ! – eu me direcionei a ele, o mesmo tentou me segurar, mas não conseguiu, meu pai não permitiu, pegou o colar da mão dele, e me entregou.
– Mas como o senhor pode...
– É só um colar Daniel, só um colar.
– Oi Elissa...
– Oi Pethrus- eu sorri, involuntariamente.
– Eu não te dei permissão para falar com ela seu cão sarnento.
– Daniel me faz um favor ? – eu olhei para ele.
– O que você quiser.
– Suma da minha frente agora, vai embora por favor.
– Elissa, eu não posso ir, e eu não vou, tenho coisas a tratar com seu pai.
– Venha outra hora.
– Não posso, a hora é agora. – ele se aproximou muito de mim, passou a sua mão pela minha cintura. – ia me esquecendo de uma coisa – ele então me beijou, um beijo forçado, em menos de um minuto em o empurrei. – Elissabeth !
–Eu – juntei todo o cuspe possível e cuspi na cara dele – tenho nojo de você. – me virei e subi novamente para o quarto.

Quando entrei no quarto minha veio em minha direção, eu sinalizei e ele entendeu que eu queria que ela saísse, ela saiu fechei a porta e tranquei, desabei na cama, eu não tinha forças para fugir, eu chorava, desconsoladamente, eu podia pegar as minhas coisas e pular pela janela como já havia feito varias vezes, mas eu não conseguia, eu estava fraca, desestabilizada, entorpecida, sem ação.
Eu havia perdido a minha vida para sempre, eu não poderia sorrir nunca mais, meu motivo para sorrir, eu havia perdido, ele estria longe de mim, o resto de meus dias, durante toda a minha existência, sem Pethrus, sem amor, sem alegria, sem sorriso, sem felicidade. SEM VIDA. Eu me troquei, pus um vestido preto de manga longa, ele era longo, eu pus meu coturno do exercito, ninguém podia vê-lo por conta do vestido, meu cabelo, o penteei e deixei solto. Desci novamente, Pethrus havia saído, seus pai estavam sentados na sala tomando chá, e conversando com meus pais, Daniel e os pais haviam saído. Quando me viu, meu pai, parecia ver um fantasma.
– Filha, que vestido é esse ?
– É um vestido preto...
– Bote algo mais alegre, Daniel disse que vai te levar para um passeio hoje.
– A que bom, ótimo, perfeito....
–Elissa, não fique assim, você vai se acostumar com ele, Daniel é bom menino.
– Eu sei, se não fosse você não teria escolhido ele para mim.
– Exatamente, ele vai te fazer feliz meu amor, você vai ver.
– Não, não vai, ele não é capaz de me fazer sorrir, um sorriso verdadeiro, ele não é a minha felicidade, eu não vou ser feliz, você, a mamãe, todos sabem disso, mas não se importam, os negócios são mais importantes do que seus filhos.
– Não diga isso, você não sabe do futuro Elissa.
– Eu vejo o futuro, pelo presente. – Pethrus entrou em casa com um saquinho de papel na mão.
– Olá.
– Oi... – não consegui conter o sorriso, meu pai deixou cair a xícara de chá no chão, se levantou, e me olhava de boca aberta.
– Meu Deus, você não... Elissabeth, você não fez isso, não podia...
– Meu bem, você só percebeu agora ?! – minha mãe olhou para ele, perplexa com a falta de atenção de meu pai.
– Isso é impossível, o meu Pethrus já tem a Cloe, lamento, mas deviam ter falado conosco antes, então tratem de fazer com que essa tolinha, esqueça nosso filho. – Joanne se pronunciou.
– Eu não gosto dele, ele é apenas meu amigo, um bom amigo, não é mesmo Pethrus ?
– É, isso aí. Nada mais que isso. Apenas amigos.
– Melhor que seja apenas amigos mesmo. – Alexander, pai de Pethrus, nos olhou desconfiado.
– Minha filha não mentira para vocês Alexander – minha mãe o olhou severamente.
– Certo.

Eu fui para cozinha pegar algo para comer, pois a mesa do café já havia sido tirada, Pethrus foi atrás de mim, com a desculpa de que precisava de uma faca para cortar o pão doce que comprará, mas na verdade ele queria ficar a sós comigo.

– Amigos ? Bela desculpa.
– Acha mesmo que ia deixar que meu pai ficasse sabendo, jamais.
– Está feliz ?
– Você está tirando sarro da minha cara não é mesmo ?! Acha que eu estaria de preto se estivesse feliz ?
– Sim, se você quisesse.
– Você me entendeu.
– Sabe, sinceramente estou surpreso com você. Achei que você fosse fugir antes da meia noite, e não ia voltar, ia deixar Daniel esperando e passando vergonha, mas não, você fugiu depois...
– Eu não fugi, eu simplesmente fiquei desorientada, para mim ele iria se transformar em meu namorado e não em meu noivo !
– Isso é ruim, muito ruim. – ele olhou pela porta discretamente nossos pais haviam ido para o escritório. – Elissa, o que acha de uma ultima loucura antes de ter de obedecer Daniel ?
– O que ?! Como assim ?
– Vem comigo, vamos sair, andar pela cidade, uma ultima vez, eu e você.
– Ok, vamos – eu sorri, eu sabia que eles me matariam depois, mas, eu não ligava o importante era a minha felicidade.
Saímos pelos fundos, silenciosos, depois de mãos dadas, corremos em direção ao próximo quarteirão, era difícil correr com aquele vestido longo, no meio do caminho eu parei, rasguei metade do vestido, seu comprimento subiu para um pouco acima dos joelhos, sorte a minha estar com uma boa e grossa meia por baixo, Pethrus me olhou com espanto, só não sei se foi pelo fato deu ter rasgado o vestido ou pelo fato de eu estar com um coturno . Andamos acho que quase a cidade inteira, paramos várias vezes para observar a paisagem, outras vezes apenas para trocarmos carinhos um com o outro, foi um dos dias mais perfeitos da minha vida, nós não queríamos voltar para casa, nós queríamos continuar andando, correndo, vendo os lugares as pessoas, juntos, apenas nós dois, aqui e ali, em um lugar onde a sociedade não nos atingiria, um lugar onde poderíamos ser felizes sem ninguém para nos atrapalhar. Mas, voltar era inevitável, se não voltássemos as consequências seriam muito maiores do que foram, e nos por fim, as 20:00, voltamos para a minha casa, prontos, para defender um ao outro.
Entramos em casa Daniel ameaçou avançar para Pethrus, mas seu pai o segurou, meu pai e o pai de Cloe, nos fuzilavam com os olhos, mas quem falou primeiro foi minha mãe.

– Onde vocês estavam ?
– Fomos dar uma volta – Pethrus respondeu, ele estava a minha frente.
– Como pode chegar perto da minha Elissa, seu cretino – Daniel lutava para se soltar dos braços do pai.
– Ela não é sua ! Não é sua propriedade ! Ela não ama você, e nunca vai amar !
– MENTIRA ! VOCÊ ESTÁ MENTINDO ! – Daniel gritava, ele estava vermelho de raiva.
– Daniel se acalme meu filho, você está muito alterado – seu pai, George, tentava tranquiliza-lo.
– Você – ele apontou para mim – vai para a Inglaterra comigo hoje.
– NÃO ! EU NÃO VOU COM VOCÊ, NÃO VOU, EU NÃO QUERO ! – eu comecei a gritar, e chorar, como antes.
– Minha filha, você vai, e sem reclamar, vai ser melhor, para todos nós, suas malas já estão prontas.
– Não vai ser melhor para todos ! Vai ser melhor para vocês, só para vocês ! – Pethrus responderá meu pai no meu lugar.
– Pethrus saia de perto dela, por favor.
– Não, vocês vão leva-la a força, e eu não vou deixar.
– Saia dai agora Pethrus estou mandando – o pai dele, Alexander avançou pra nos – Saia por bem, ou por mal.
– Não vou sair daqui,.
– Hãn...- ele respirou fundo, e agarrou Pethrus pelo braço, ele relutou contra o pai, mas o mesmo foi dominado pelas costas por Alex.
– Me solte ! Me solte, agora ME SOLTE !
– Agora filha, vamos lá para fora, vocês não podem perder o Navio.
– NÃO EU NÃO VOU...N-NÃO... – meu pai e o pai de Daniel que agora o soltara vieram em minha direção, eu comecei a chorar mais ainda, e gritar histericamente e alto. – NÃO , ME SOLTEM, EU NÃO VOU, NÃO, MAMÃE POR FAVOR ME DEIXE FICAR, NÃO ME SOLTEM POR FAVOR ME SOLTEM!
– ELISSABETH ! – Pethrus também relutava e tentava se libertar dos braços do pai – ELISSABETH ! SOLTEM ELA SEUS MALDITOS, SOLTEM ELA ! ELISSABETH !
– PETHRUS, ME AJUDE POR FAVOR ! ME SOLTE PAPAI, EU LHE IMPLORO ME DEIXE FICAR !
– Vamos, querida, pare com esse drama e vamos logo !
– EU NÃO VOU ! – mordi meu pai, e chutei George no meio das pernas, eles me soltarem eu saí correndo em disparada pela rua, pude ouvir Daniel atrás de mim, comecei a correr o mais rápido que eu podia, por fim não foi o suficiente, ele me alcançou, e conseguiu me pegar.
– Peguei você, não adianta fugir meu amor, você sempre vai voltar para mim.
– NÃO ! Não, por favor não...- minha voz estava rouca, eu cai no chão, eu chorava, não tinha mais forças para lutar. Acabou. Fim da linha.

Foi inevitável, eles me levaram para Londres , e eu adoeci. Não fiquei na Inglaterra nem ao menos um mês, na primeira semana, eu cai de cama, com uma suposta doença sem explicação, eu tinha febres de 40° graus , surtos de choros, eu estava muito fraca, não queria comer nada, eu estava definhando ao poucos, duas semanas após minha chagada, eu voltei para a Rússia. Voltamos de avião, era mais rápido do que o navio, e eu precisava de cuidados médicos o mais rápido possível. Cheguei em casa e fui me deitar na cama, não tinha forças para ficar sentada ou de pé, os homens conversavam com o médico, discutindo o que eu poderia ter, enquanto isso minha mãe estava comigo no meu quarto, em um momento ela saiu do quarto e desceu para a sala.


- Não sabemos o que ela tem, nunca vimos uma doença tão forte e que se manifesta tão rápida e devastadora assim. – o médico comentava abismado.
- Pode ser que ela tenha pegado isso no navio, enquanto ia para a Inglaterra – George  arriscava.
- Eu sei o que ela tem. – minha mãe interrompeu o assunto.
- O que disse minha senhora ? – o médico se virou para ela interessado.
- Eu sei o que ela tem. Já passei por isso quando tinha a idade dela,  e sei que não á remédio cientifico que possa curar este mal.
- Se não é cientifico, do que ela sofre então ?
- Dor de amor, dores do coração. E o remédio para todos os males dela, está aqui na Rússia mesmo, em São Petesburgo.
- Você quer dizer que – Daniel foi tomado pela fúria- a minha noiva esta assim por causa daquele cão dos infernos !
- Sim e não. Sim porque ela está sentindo falta dele, e não porque ele nunca causaria mal e ela. Por isso, como eu quero ver minha filha viva, tomei a liberdade e liguei para os Donson, eles devem chegar a noite, Elissabeth precisa ver Pethrus. E se você Daniel arranjar uma confusão se quer, ou começar com provocações eu mesma te ponho para fora desta casa, e ai daquele que for contra mim ! – minha mãe olhou ameaçadoramente para meu pai e para George, que se encolheram.
- Bom, se é esse o problema da senhorita Slovak, eu vou indo, tenho que visitar outro paciente, mas por favor, se precisarem me liguem. – o médico se despediu e saiu.
- Eu vou subir vê-la – Daniel se direcionou para a escada, minha mãe o barrou.
- Não, ela não quer ver você, se ela te ver, só vai piorar.
- Mas eu quero vê-la, e eu vou vê-la.
- Não vai não.
- Vou sim e você não...
- Eu disse que você não vai subir garoto ! – minha mãe se pôs na frente dele impedindo a passagem – Seu insolente mal educado ! Você esta na minha casa, e eu exijo respeito de sua parte, eu disse que você não vai ver a minha filha, então você não vai ver a minha filha, agora suma da minha frente e não ouse chegar perto daquele quarto, antes que eu decida colocar você e seus pais para fora desta casa  !
- Olha aqui minha senhora eu tenho muito mais direitos sobre ela do que você !
- Fora da minha casa garoto, agora.
- Não vou sair, eu sou superior a você, me deve mais respeito.
- Fora agora.
- Não.
- Ótimo – minha mãe pegou Daniel pela orelha e começou a arrastá-lo para fora de casa, ele começou a gritar, enquanto minha mãe torcia a orelha do mesmo, o pai dele dizia para minha mãe larga o garoto mas ela não o largava.
- Solte meu filho agora !
- Ensine o que é educação e bons modos para ele primeiro ! – minha mãe abriu a porta e jogou Daniel, escada abaixo , ele rolou e caiu sentado. Em seguida ela puxou George e jogou para fora também. – Quando aprenderem o que é educação e civilização, podem voltar para minha casa. Enquanto isso FORA ! – ela fechou a porta com um baque e trancou a mesma. Olhou para meu pai que estava  de queixo caído, e como se nada tivesse acontecido perguntou  - Vamos tomar um chá querido ?

Os Slovak voltaram mais tarde, por volta da hora chá da tarde, e Daniel foi obrigado a pedir desculpas, depois disso eles ficaram em casa, por volta das 19:30 os Donson chegaram. E Pethrus foi diretamente para o quarto me ver.

- Elissa ?
- P- Pethrus... – eu estava rouca e fraca, minha visão estava turva.
- Meu amor, eu vim te ver... Olha o que eles fizeram com você... – seus olhos se encheram de lágrimas que a principio não caíram.
- O que importa é que eu estou aqui, e não vou mais voltar para lá, não consigo ficar longe de você, eu vou morrer se me afastar de você, você é a minha vida...
- Eu não suporto a ideia de ver você assim, e ainda por cima distante de mim, impedindo que eu faça algo para te tirar das garras daquele crápula !
- Mas agora nós estamos aqui, juntos, e ninguém pode te tirar de perto de mim, não pode...
- Eles não vão me afastar de você Elissabeth,  eu vou estar do seu lado até o fim.
- Com licença – o médico voltará, minha mãe estava com ele aos prantos, ele segurava uns papeis. – Preciso medir o pulso dela.
- A claro, mas o que aconteceu ?
- Elissabeth, está mesmo doente.  Ela está com uma doença ainda desconhecida, transmitida por um vírus asiático , por isso, não tem tratamento, os médicos não sabem como combate-la... E eu achei que ela estava assim, por  sentir sua falta, oh Pethrus..... – minha mãe chora, ela se debruçou em Pethrus e chorou mais ainda.
- Mãe..? – eu chamei.
- Elissa...- ela veio e se sentou na cama.
- Bem, ela esta melhor Sra. Djokovic.
- Como ?
- Bem, o batimento cardíaco dela voltou ao normal, e veja, ela já não esta tão amarela, a cor dela esta voltando isto é bom, muito bom, significa que  ela tem muitas chances.
- Ah, graças a Deus. – Minha mãe suspirou aliviada.
- Mamãe... – eu falei num sussurro rouco – Pethrus vai ficar aqui até eu melhora não é ?
- Bem, veja minha...
- Vou. – Pethrus me respondeu prontamente, agora sorrindo.
- Ótimo – pela primeira vez, ótimo queria realmente dizer ótimo.
- É melhor você descer Pethrus, Daniel não quer você muito tempo aqui.
- Esta bem, mas fique sabendo que eu só vou descer para evitar confusão.
- Ok, ok, agora vamos Pethrus. – Minha mãe e Pethrus saíram, o medico saiu em seguida, pensei que iria ficar sozinha, mas então não muito tempo depois, Daniel entrou no quarto. Droga, será que eu não poderia ficar sozinha ?!
- Olá meu amor, tudo bem ?
- Estava bem melhor até uns minutos atrás, mas veja só, você chegou e acho que eu devo ter piorado !
- Vou ignorar seu comentário, Elissa, só porque esta doente.
- A claro, só porque estou doente, do contrario, você já teria me dado um tapa na cara certo ?
- Nunca faria.
- Ata, mente que eu gosto Daniel.
- Esta falando essas coisas para ver se eu me irrito e saiu do quarto não é ?
- É por ai...
- Não vai conseguir isso. Vou ficar aqui, junto com você – ele se sentou na beira da cama, eu recuei um pouco. – Não precisa ter medo de mim Elissabeth, não vou machucar você. Elissa, eu amo você, nunca machucaria você, se fizesse isso estaria machucando a mim mesmo...
-  Eu duvido... Mas de qualquer forma, tenho que aceitar você não é mesmo, meu pai me fez sua noiva então... –  Me aproximei dele, mas ainda não o bastante para que ele me tocasse.
- Eu vou te fazer muito feliz Elissa, você vai ver.
- Não posso dizer que concordo, porque eu sei que eu não vou ser feliz, não vou fazer você feliz, mas meu pai não entende isso.
- Você não me ama, nem gosta de mim não é mesmo ?
- É... eu não gosto de você, nunca gostei.
- E Pethrus, desde quando você gosta dele ?
- Desde os dez anos de idade.
- Com licença, eu não posso mais ouvir você falar – ele saiu, mas eu pude ver os olhos vermelhos, cheios de lagrimas.

Eu sempre senti, e ainda sinto muita pena de Daniel, eu nunca o amei verdadeiramente, ele apenas se transformou em um amigo, um amigo com quem eu tenho um filho, a única coisa que ele me deu, a qual eu realmente sou grata, Petric, meu único filho, o que eu tenho de mais precioso no mundo, se eu perde-lo, nada mais fara sentido.
Depois de me curar dessa doença repentina, eles me deram a opção de  ficar em Moscou, ou em ir para a Inglaterra e passar o resto do ano lá, para me acostumar com o clima, com Daniel e sua família, bem se me deram a opção, eu poderia muito bem ter escolhido ficar, porém, eu  fiquei pensando durante muito tempo no que Daniel havia dito, então decidi dar uma chance a ele, uma chance de conquistar meu coração, se em um ano isso não acontece-se  eu voltaria para Moscou.
Pethrus ficou chateado comigo, pois achou que eu iria preferir ficar na Rússia, por conta disso, não se despediu de mim.



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Notas finais do capítulo

E ai, oque acharam ?? Tenho que melhorar em algo ??



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