Depois daquele passeio com Syn, percebi o quanto estava sendo frouxa. Decidi, definitivamente, que iria aquela noite ao quarto de Matthew Sanders e o convidaria para interpretar Jonathan em meu filme. Isso mesmo, eu iria.

Tudo bem que esse surto não surgiu do nada, lógico. Na verdade, Syn é culpado de tudo isso. Se eu, realmente, fosse pagar aquele mico, eu já tinha em quem por a culpa.

- Matt gosta muito de fazer os clipes. É legal fugir daquela rotina de cantor, e interpretar algumas coisas novas e tals. – contou-me, no meio de seu terceiro ou quarto drink.

Interessada, aprofundei o assunto, aproveitando que ele já estava ficando meio “alto”.

- E você?

- Curto pra caralho. Eu faria um filme só pra saber como o Brad se sente.

LERAM BEM? ELE GOSTAVA DE ATUAR! SYN TAMBÉM! ERA A CHANCE. Não podia perdê-la, definitivamente eu não iria. Uma oportunidade dessas não cai na minha cabeça todo dia, então... rumo à luta!

Depois disso, não toquei mais no assunto, já que ele poderia suspeitar de minhas intenções e me questionar em avalanche. Tentei, também, impedi-lo de beber mais... mas isso não deu muito certo. Ainda que, quando cheguei ao Hotel (por volta das 11 horas da noite), ele ainda disse que iria a um clube de Londres (nem queria saber o que tinha dentro desse clube) com Johnny, Zacky e Arin Ilejay.

- Matthew vai com vocês? - perguntei, dando uma de boba, sem realmente estar interessada no assunto. Syn cambaleava para subir as escadas... uma vez que odeio elevador e preferi caminhar. Até hoje não sei como ele conseguiu chegar... inteiro.

- Matt não vai não, aquele corno. Acho que vai levar alguma gatinha pro quarto. Opa, já são 11 horas? – murmurou, olhando meu relógio de pulso. – Numa hora dessas, ele já deve ter comido... e agora está treinando, saca... mantendo a forma de Ogro.

Um pouco corada com a forma “vulgar” que Syn se referia a Matt, não tive escolha a não ser rir. Deixei-o no quarto que o pertencia e caminhei rumo ao meu, com intuito de tomar um banho, arranjar uma roupa digna e parar de remediar o que eu teria que fazer.

- This is new your life. – murmurei para mim mesma, largando minhas roupas pelo quarto. Entrei na banheira, abri a água quente e fiquei lá, morgando, até que fosse, aproximadamente meia-noite. Tudo bem, essa hora não era muito específica para VISITAS de NEGÓCIOS, mas...

Dando o horário que eu havia planejado, sai do banho, vesti uma saia longa, uma bota de salto alto e um lindo casaco (por isso amo tanto Londres, até as roupas são maravilhosas) que havia comprado na viagem anterior. Arrumei meu cabelo, tentei parecer um pouco mais apresentável do que eu era (habitualmente) e sai pelos corredores, com passos lentos.

- Andando dessa forma, você não chega nem amanhã. – murmurei para mim mesma, sem mudar a freqüência de meus passos.

Não se importem, eu sou meio louca mesmo.

Enfim, quando (aleluia) cheguei ao quarto de M. Shadows, fiquei ali, parada, contemplando aquele número em prata pendurado na porta. Tentei fugir, confesso, mas eu mesma me segurei (?). Dei dois passos para frente, e três para trás. Andei em círculos, estalei meus dedos, rompi um nervo no meu tendão que dói até hoje esse filho da puta... ah...

- Vai, no três. Um, dois... dois... dois... dois... ah, deixa de frescura, sua besta, vai e bate. Vai e bate... bat... – dei dois passos pra frente, e na hora que fui levantar a mão para bater... eis que a porta se abre, e minha mão ficou parada no ar, impedindo um choque contra a cabeça de...

- Ah, oi Heagle. – disse-me Matt Sanders, sorrindo.

Eu tinha três opções: render-me à minha histeria de fã e pular no pescoço dele, ou agir com dignidade e falar que me confundi de apartamento ou simplesmente fazer o que eu tinha que fazer!

Qual eu escolhi? Bem, chutem aí.