Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 7
Encontrando Synyster Gates, ao acaso.


Notas iniciais do capítulo

Às fãs de Synyster Gates... MORRAM DE INVEJA n USUASHUHAUSHUHSA



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Meu Deus, como Londres era MARAVILHOSA! Linda, imensamente linda... meu sonho de adolescente estava se realizando pela segunda vez, só que dessa vez eu podia aproveitar mais sossegadamente.

Os cafés, os restaurantes, as ruas, as pessoas, até mesmo a barraquinha de hot-dog...

No fim da rua em que eu estava andando, vi uma loja preta, com uma caveira estampada. Deduzi que era uma loja de artigos para rockeiros e metaleiros, tipo a Galeria do Rock, em São Paulo. Não hesitei: estava de preto mesmo, bota de salto e sobretudo... ninguém ia se impor à minha entrada. Ainda bem que eu estava certa, porque... olha... tinha cada turma estranha. Estranha, mas familiar, sabe? Tudo gente legal que gosta de um “bang” mais dark. Eu, realmente, nunca me importei com essas coisas, e me senti muito bem lá dentro.

Vi que alguns artigos, como camisetas e CDs, estavam em promoção. Tentei lembrar quantos euros eu tinha na bolsa, e se dava pra comprar dois CDs que eu não tinha (ainda) do Avenged, e três camisetas: também do Avenged, Rammstein e S.O.A.D.

Na sessão de óculos escuros, enquanto eu tentava achar algum “RayBan” parecido com a do Matthew (mesmo porque, eu nunca daria 800 reais em um original), senti uma nuvem de fumaça de cigarro vir pra minha direção. Como tenho asma, foi quase que imediata minha crise sinistra de espirros e tosses.

“PUTA QUE PARIU, QUEM QUE INVENTA EM FUMAR EM UMA LOJA DE ARTIGOS DE ROCK?” Não, não respondam, eu sei que essa pergunta foi...ridícula demais, e a resposta seria “TODOS”!

- Gatinha, tem problema com cigarro? – perguntou o cara, enquanto eu tentava me afastar, abanando meu rosto.

- Imagine, cara, tusso porque acho saudável. – ironizei, olhando em sua direção. Como vocês já devem ter percebido que eu, Marietta, era e ainda sou uma pessoa muito azarada, vou deixar que vocês adivinhem quem que estava lá fumando um cigarrinho, na maior “vibe”, tacando fumaça na minha cara. Não, não era o Matthew, mas era o Synyster. Quando eu reconheci seu rosto, no meio daquela fumaceira, eu quase tive meu... quarto ou quinto pré-infarto em alguns dias. Tentei falar algo, mas ele foi mais rápido, disparando a falar:

- Foi mal, Heagle. Não sabia... mas, saca... aqui a gente fuma... de boa... hum... ér... o que você faz aqui?

- Por que a surpresa em me ver? – perguntei, curiosa. Syn deu uma risada marota.

- Você parece ser... delicada demais para uma loja onde só tem marmanjo e artigos de rock e metal.

Ah tá, que legal! Já bastava ouvir isso da turma da minha escola, agora ouço disso do meu ídolo! Pô Syn, não precisava broxar assim, né?

- Delicada? Se você me conhecesse, saberia que... ah, cara... o caso da aranha não tem nada a ver com delicadeza, e sim pavor, medo, pavor... medo...  – eu sei que minha frase não fez muito sentido, mas captei qual era a forma de delicadeza que ele estava se referindo. Com certeza, Matt contou para ele sobre a The REV. Putz... eu não sou delicada.

- Foi mal, foi mal... não repito mais isso. Mas é sério que tu curte metal mesmo? Tipo Rammstein, Rebellion, Avantasia?

- Minhas bandas favoritas. – sorri. Syn, por bom senso, apagou e jogou o cigarro numa lixeira. Já estava mais agradável conversar com ele, sem aquela onda de fumaça horrorosa.

- Isso é foda. Muito foda. – sorriu também, dando uma piscadinha. – Então Heagle... quer dar uma volta, conversar, beber algo?

Choque um.

- Ér... você não é casado? Sua esposa pode não...

- Eu, CASADO? – repetiu, dando uma alta gargalhada. Alguns dos metaleiros da loja olharam para nossa direção, e senti que minhas bochechas estavam queimando. – QUE HILÁRIO CARA. Separei da minha ex-esposa faz tempão.

- Achei que fosse apenas boatos, já que você nunca falou isso publicamente.

- Sabe... se eu falasse publicamente, ia ter um monte de gatinhas caindo em cima de mim. Elas não resistem ao meu charme.

Syn era um convencido... engraçado. E pior que ele não estava tão errado... gato do jeito que ele era e ainda é, não duvido muito que surgiria uma legião de mulheres a sua procura.

- E você continua ainda amigo dela?

- Sim, continuamos. Ela é irmã da Valary, a ex-esposa do Matt.

CHOQUE DOIS. MEU DEUS, MATTHEW ESTAVA... SOLTEIRO?

- Matthew está SOLTEIRO? - perguntei, sem deixar de mostrar meu interesse e surpresa. Ele riu maliciosamente, acenando para mim.

- Háááá, ficou animadinha ein?

- EU? Não, obviamente não... mas pelo que andei lendo, Matt e Valary se davam muito bem. – corei bruscamente, passando as mãos pelos cabelos. Pra quem me conhecia, sabia que aquela era uma denuncia contra mim. Se eu mexia nos cabelos, era sinal que eu estava nervosa.

- Tão bem que acabaram se tornando melhores amigos do que esposa e marido. Daí não rolava mais eles ficarem juntos depois disso, Matt é um verdadeiro procriador... e transar com a melhor amiga é meio tenso... e ela também está com o Johnny agora. E foi o Matt que arranjou os dois.

- Oh...my... GOD...- murmurei, sem saber o que dizer. Syn era muito simples na sua forma de contar sobre a vida pessoal dos integrantes da banda, e ignorava estar dando detalhes demais sobre a vida intima de Matt, por exemplo. Só que eu sou uma jornalista, e estava interessada nisso.

- É estranho né cara, perceber que seus ídolos são gente ruim que nem todo mundo... não pense que Matt é diferente de outros homens. Ele é um filho da puta! Galinha com as fãs até dizer: CHEGA, não agüento mais. Da mesma forma que você deve ser parecida com as demais mulheres... embora seja um pouco diferente assim, sabe?

- Também, gato da forma que Matt é, duvido que as fãs não vendam a alma para ter algo com ele. – soltei, sem querer. JURO QUE FOI SEM QUERER, JURO! E lá estava Syn dando uma gargalhada, dando um tapa em meu ombro que quase me descadeirou. Sério... ele não era musculoso, mas era forte.

- Ah, então a Heagle acha Matt um gato? E de mim, você não fala nada cara? Vou começar a sentir depressão e cantar “Welcome to my life” do Simple Plan.

- Obviamente te acho bonito também, Syn. Na minha época escolar... eu e Anne ficávamos horas falando de você e Matt. Vocês dois eram nossos favoritos.

- Aeee, agora eu fiquei feliz. Então a vossa senhoria Heagle dar-me-ia a honra de sair comigo agora sabendo que sou um moço puro, honesto, saudável, não-fumante, não-casado e totalmente livre para um programa com a escritora mais famosa de toda Inglaterra? – disse pomposamente, ajoelhando-se e levantando-se em seguida. Ah Deus, se eu não fosse casada na época...

- Como amigos, ídolo e fã... podemos. Mas saiba de uma coisa antes de sairmos. – sorri, mostrando meu anel de ouro branco na mão esquerda. – Sou casada.

- PÔ CARA, TU É CASADA? NÃO, SYN, ELA TÁ MOSTRANDO O ANEL PORQUE ELE É BONITO. LÓGICO QUE TU É CASADA. Man... broxei agora, ein?

- Não tenho culpa, oras. – ri, caminhando até o caixa, com os dois CDs e as camisetas.

- Como você pode ser casada, se nunca te vi em nenhuma coletiva acompanhada?

Eu não ia expor a Syn meus problemas familiares. Assenti com a cabeça ao caixa que me atendia, e só depois expliquei para Syn, no lado de fora da loja, o porquê de meu marido não aparecer comigo em público.

- Ele é empresário.

- Cara... mas é estranho.

- O que tem de estranho?

- Com todo respeito, porque tu parece ser gente boa... você é uma gata. Deixar tudo isso andar sozinha pela Europa, é meio sinistro. E burrice. Ainda mais quando se tem um Syn Gates solteirinho e solto...

- Syn... não.

- Tá cara, calei a boca. Vamos lá tomar alguma coisa. Chocolate quente para você, conhaque com café pra mim.

- Okay então. – aceitei, achando que o programa poderia ser divertido.

Syn era uma ótima pessoa. Tagarela e divertida, fez com que eu me esquecesse de muitos problemas. Londres estava sendo melhor que imaginei... e ainda com Syn, tudo se tornava melhor.

Não acreditava que estava ali, sentada, conversando com meu guitarrista favorito. Só faltava baixar o Richard Kruspe por ali para tudo se tornar melhor ainda. Ou o Matt, que agora estava solteiro. E aquela revelação, em certas partes, deixou-me bem animada. Não havia ninguém que pudesse impedi-lo de fazer o filme, além, claro, da sua verdadeira paixão: Avenged Sevenfold.


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