Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 63
Dia seguinte...


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo saiu um pouco depre UHASHSUSHUAS mas inspirei na minha adolescencia... que passei por bucados por causa da minha aparencia. Estava inspirada e resolvi tratar de um tema que todos nós conhecemos, o Bullyng. Mas tudo bem, espero que gostem UHAHUSHUAHSAHAHSH E hoje eu me fooormo, hoho *-* mas fiz de tudo pra postar pra voces... escrevi a noite no meu cadenro UHASHSHASHUAUHSHAUSHUAHSHAUASUH enfim.. boa leitura.



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No dia seguinte (26), fingi uma indisposição para ficar no chalé, enquanto todos iam à cidade. Matt, aquele idiota, não parecia nenhum pouquinho culpado pelo que havia dito. Lerdo do jeito que era, talvez nem tivesse notado mesmo.

E eu, fiquei no computador, sentindo-me péssima. Tentei ouvir música e escrever (para animar) e nada. Pode parecer frescuragem e emisse para muitos... mas nunca, NUNCA, hum homem deve chegar em uma mulher e dizer aquilo que ele disse. Ainda mais se ela é complexada assumida pela própria aparência... como eu.

Tá okay, não tenho grandes seios, nem bunda ou olhos azuis e cabelos louros ou ruivos. Não me visto com roupas curtas ou apertadas. Sou uma moça de cabelo castanho fui excêntrica. Oras... é o que sou. E eu não me importava com isso. Foda-se opiniões.

E também era isso que chateava. Depois de anos, eu estava ligando para o que alguém disse de mim. E o fato desse alguém ser meu melhor amigo... o Matt Sanders, pesava, e muito. Não tinha como eu melhorar depois de um balde de água fria desses, né?

Quase no finzinho da tarde, já quando a noite caía, comecei a ter um pouco de febre. Era a minha garganta, para variar. Sabia que não devia ter tomado tanta coisa gelada na ceia e no almoço. Droga! Agora eu estava sozinha, na chalé... com febre e dor. Animador. E rimou.

Era aproximadamente oito horas da noite quando eles chegaram. Aparentemente animados, tagarelas, rindo ou alguma coisa parecida. Já eu, não restava nada além de ficar embrulhada na coberta, tremendo de frio (mas em hipótese alguma, diria a alguém que minha bronquite havia atacado).

- Chegamos Marie! – berrou Mel, daquela sua forma “meiga” e “gentil”.

- Avá! Achei que fossem alienígenas. – retruquei, virando-me na cama. Minha cabeça começava a doer com intensidade (um dos sintomas daquela doença que assombra desde os 5 anos), e qualquer barulhinho parecia 10x mais alto que o normal.

Mas ninguém queria calar a boca.

- Atrasamos porque Syn julgou ter visto a Rainha Elizabeth dançando break na rua. – riu Zacky, mexendo em algo que o som remetia à sacolas. – Mas era apenas um cara gente fina...

- Pelo menos eu tenho cultura, e sei quem foi a veia. – defendeu-se, batendo a porta (que devia ser a da sala).

- Mari, vem cá, compramos algumas coisas que você deve gostar. – chegou Matt berrando, sem cerimônia alguma. E aquela voz alta, rouca, matutava e ecoava na minha cabeça... que ia explodir a qualquer momento.

Bem... pelo menos, nenhum deles tiveram a brilhante ideia de irem até meu quarto. Ainda.

- Aff, vamos Marie... está todo... – interrompeu-se Mel, chegando ao quarto, vendo-me deitada na cama. – Hey, o que faz aí encolhida?

Não sei porque ela perguntou, porque não me deu tempo de responder. Suspeitando do que estava acontecendo, preferiu fechar a porta, e sentar ao meu lado, na cama:

- Fala Best, o que há? Eu te conheço.

- Bronquite. – murmurei, pausadamente. – Atacou. 

- Que porra, cara. Eu não devia ter permitido que os meninos pegassem sorvete.

- O papel de mãe responsável não faz seu tipo. – brinquei (ou pelo menos tentei), sentando na cama. Mel acabou levando um susto, ao ver meu rosto suado e os olhos inchados e semi-cerrados.

- Mariiiee, que horror! Já tomou seu remédio, né?

- Só tomo injeção, esqueceu?

Sim, sou uma odiadora de remédios e prefiro passar dor do que ânsia.

- Mas... não é só isso. Você está acostumada e tira de letra essas crises. Por acaso... é a depressão de 15 anos voltando?

Era totalmente inútil tentar mentir pra Mel. Ela me conhecia melhor que qualquer pessoa no mundo. E, tentando me livrar daquele nó na garganta que adquiri na noite anterior, comecei a cuspir frases sem muito nexo, com os olhos marejados.

Mel pediu calma... e eu tentei me expressar:

- Eu sei que não sou bonita, e sério, me acostumei com isso. Me amo como pessoa... hoje. Mas, fazia tempo que ninguém... tocava... nesse assunto. Por quê ein?

- Você sempre reagiu bem a isso. Por que justamente desta vez... você ficou assim?

- Talvez TPM.

- Talvez... porque foi o cara que você tanto admira. Fala sério, Mari... é como se qualquer pessoa chegasse e falasse: você escreve mal. Mas se fosse a J.K, ia ser diferente, e você ficaria como está agora. É alguém especial para você.

- Matt parecia diferente. Nunca pensei que fosse... reparar tanto na minha aparência. – solucei, arrancando de meu dedão um pedacinho de cutícula. – É humilhante. Sou tão realizada profissionalmente, mas na questão pessoal, tudo anda uma merda. Juro que me senti muito bem com ele. Achei que eu significava algo, independente dos meus seios e bumbum. Mas não... ele é igualzinho Hugo. Ele, Syn, Zachy, todos!

- O que está havendo por aqui? Posso entrar? – perguntou aquele maldito, junto de Zacky, abrindo minha porta.

Minha reação não foi muito boa. Arremessei-lhe um travesseiro, berrando:

- SOME DA MINHA VIDA!

Okay, eu estava descontrolada. Muito descontrolada. Tanto que nem percebia o quão alto eu estava gritando. Mas dane-se, eu estava mal, tenho meus descontos.

É, devo dizer para vocês que quando eu tinha meus 14/15 anos, sofri o tal de bullying, ou algo assim. Tinha uma vadia que vivia dizendo que eu nunca seria ninguém na vida. Hoje ela está com uma escadinha de filhos, gorda como uma porca. Anyway... por causa disso e de outras coisas, freqüentei psicólogo, tentando “aceitar” o que eu era. Tinha dado certo: adquiri segurança, coragem... mas ninguém é de ferro.

Tentei levar na boa, mas não dava. Queria a solidão... ou os palavrões, e só.

Sem entender muito o que estava realmente acontecendo, Matt atendeu meu pedido, fechando a porta com força.

- Marie, toma o calmante. – sugeriu Mel, ainda assustada.

- Não. Não tomo aquela bosta nem fudendo. – relutei, caindo na cama novamente. - E nem estou doente. E só uma crise de bronquite e TPM.

- Você só ficou desta forma três vezes até hoje: por causa do Henrique, do Hugo... agora do Matt. Ah cara, eu odeio te ver assim. Eu sei que te magoou, até eu fiquei encabulada, mas talvez ele tenha... falado aquilo... por causa do Syn. Eles estavam quase se atracando, e você sabe que o cara é doido pra ficar contigo.

- Não importa. – murmure, virando-me para o lado oposto. – Matt é meu amigo...e eu nunca seria tão grossa como ele foi. Ele riu, riu de mim. E... não aceito que façam isso. Amanhã acordarei nova em folha... do jeito que sempre fui. E vou fingir que nada ocorreu. Não lhe parece um bom plano? – sorri, fingindo uma agitação. Que nada, eu estava um caco. Tudo doía.

- Não Marie... porque a qualquer momento, a bomba vai estourar. – resmungou, dando-me um beijo na testa. Despediu-se e saiu do quarto, com agressividade.

Estava brava. E acreditem: Melissa brava... é um perigo. A todos.

Depois de uns dois minutos, ou bem menos que isso, ouvi uma gritaria vinda do corredor. Era a minha grande amiga discutindo feio com alguém:

- Olha aqui, seu idiota! Você tem todo direito de achar o que acha, mas não permito que magoe a Marietta com suas grosserias. PUTA QUE PARIU! Queria que Marie fosse como as vadias que você pega? Então tenho uma notícia, senhor OGRO: PAU NO SEU CU!

- Do que você está falando? Todo esse rolo foi por ontem, então? Eu só disse que ela não era gostosa. Vocês... – tentou se defender, mas Mel não dava brecha. Era com Matt que ela discutia.

- Ah Matt, de boa... você riu dela, todos nós percebemos. Acabamos o jogo por isso. Você foi escroto.

- Marietta nunca se importou com minha opinião. Por que simplesmente iria se importar AGORA? – questionou, elevando a voz também.

- Você falou da aparência dela, seu ser inútil! Acredito que você não saiba, mas ela foi muito zoada na adolescência por isso. Foi em PSICOLOGO! Mas desde os 17, graças a Deus, ela estava bem... se amava, se sentia bem... ATÉ VOCÊ AGIR COMO UM IDIOTA. Porra cara... ela realmente nunca se importou... MAS VOCÊ. VOCÊ. O cara que ela sempre amou como ídolo... vem e a chama de feia na cara dura!

- Eu não a chamei de feia.

- Tá, e eu sou a Tati-quebra-Barraco.

- Mel, calma. – ouvi Syn dizer, bem calmo. Que nada, Mel estava possuída, só podia:

- Cala a boca você. Sanders, pensa bem na próxima vez que for abrir a boca pra falar bosta. Por via das dúvidas... não fale. FIQUE MUDO.

E a discussão continuou por um bom tempo, em um volume que eu poderia ouvir perfeitamente (não só eu, mas metade do bairro). Mas não agüentei por muito tempo. Acabei adormecendo, devido a dor de cabeça. Quem sabe amanhã o dia fosse melhorar?


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