Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 62
Verdade... ou desafio?


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem, só agora consegui escrever a cena, e não deu tempo de revisar (logo, ignorem os erros de concordancia ou gramatica). Tô atrás de emprego, e amanha tenho formatura, UHSAHSHUASHUUHSUHA. Então... boa leitura queridas, obrigada pelos reviews *----* e... BOA LEITURA!



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Pronto, esse capítulo é o melhor. É meio clichê descrever almoço de Natal, né? É sempre a mesma coisa! Ligações dos familiares, comida, conversar paralelas, piadas, presentes... o de sempre. Então... vamos fingir que descrevi dignamente que passaram-se algumas horas, e que beirava às 20h, quando todos nos reunimos na sala.

(Nota: esse capítulo vai ser cheio de diálogos, sem quase descrição em terceira, okay?)

Apagamos todas as luzes, acendemos algumas lanternas, sentamos todos em volta de um tabuleiro, e fizemos o juramento (que Syn criou, com ajuda de Mel):

- O que acontecer aqui, fica aqui. Nada vai mudar o que sentimos um pelo outro, tão pouco pensaremos mais merda do que já pensamos. Verdade acima de verdade, e desafio acima de desafio. E diga-se de passagem: bela coisa de se fazer numa noite de Natal.

- Há nessas cartas perguntas sem envolver o nome da turma, por exemplo: o primeiro jogador bate no jogador da sua frente. Entenderam? Se não, foda-se. Ah, e nada impede que nós façamos perguntas QUE NÓS QUEREMOS. É questão de opção. Isso daqui é só um auxílio pra quem é muito ruim, como eu. – completou Mel, ajeitando as cartas em um monte. – Há alguma objeção?

Todos nós balançamos a cabeça, negativamente. Então... que começasse o jogo.

- Hum... eu começo! – disse Mel, rodando a setinha do tabuleiro. Seu alvo: Zacky Vingança! – Aháá, Zacky. Ah cara, nem preciso de carta, porque eu sei que quero perguntar: QUEM É BAJU? E nem perguntei DESAFIO porque quero RESPOSTAS.

- Porra cara... – riu, um pouco sem graça. – Uma garota.

- Uau, ainda bem, ein? Por pouco achei que ela fosse uma cabrita e você um zoófilo. – ironizou Matt, esticando o edredom sobre os ombros. – Vai cara, fala logo.

- Baju é uma garota que eu namorei por um tempo, quando eu era mais jovem. Daí, por coisas da vida, nos separamos. Eu... gosto muito dela ainda, mas pertencemos a mundo diferentes. Sou guitarrista e ela... prefere ser promoter e viajar com as primas. E... é isso.

- Own ti coisa fofa. – murmurei, apertando aquela bochecha rosada e macia.

- Ai Marie... ah, agora minha vez. Quem que eu vou fuuudeeeeeeer? Hum... VOCÊ, MELISSA! VIIINGAAAANÇA! – riu, de forma diabólica e maléfica. – VERDADE OU DESAFIO?

- Me nego totalmente a responder qualquer pergunta sua. Desafio.

- Porra cara, desafio? Logo eu que sou tão péssimo nessas bostas... bem, vamos lá. Desafio a Mel... a... a... a... revelar seu pior segredo, aquele mais cabuloso, que ninguém sabe, nem mesmo a melhor amiga.

Todos nós aplaudimos, gostando da ideia. Fuder Mel era tão bom... sem ser o sentido literal, que fique bem claro.

- Ah merda... – resmungou, pegando uma lanterna para iluminar o rosto. – Bem... vamos ver. Ér... quando eu tinha treze anos... conheci um carinha que eu me apaixonei perdidamente. Sério... amor mesmo. E, com quatorze, fui lá, linda poderosa, perder a virgindade com ele. E o que me acontece? O cara, na verdade... não era exatamente um cara. ERA UMA MENINA, MANO! Nossa, juro, quase morri do coração. Não dava pra desconfiar. Ele era tipo o Justin Bieber... só que mais homem. COMO IMAGINAR QUE AQUILO ERA MULHER?

Juro que tive uma crise de riso violenta. Juro mesmo. Eu tentava pensar que... devia ter sido horrível para Mel. Justo ela, que gostava tanto de homem, ter se relacionado com uma mulher. Mas meu descontrole emocional era maior.

- Não ri, vadia. Foi tenso demais, sério. Não fiquei com cara nenhum até completar dezessete. Horrível, horrível. - concluiu, fazendo biquinho. – Até tentei convertê-la ao lado bom da vida... mas neca. Ela preferia... mexerica mesmo. Enfim... quem é que vou feeerraaaaaaaaar novamente? – riu, girando o banguezinho, aliviada por ter terminado aquele assunto. – Hum... SYNYSTER, MUAHAUAHAUA! Verdade or... desafio?

- Verdade, desafio, tudo que você quiser, minha deusa. – rugiu, fazendo fusquinha (como se fosse um leão).

- “Minha Deusa”, que coisa mais antiga! Okay então... hum... Brian... você deixaria de ser galinha, para ficar com a Marie?

A sinceridade e indiscrição da Mel trincavam minha cara de vergonha. Já Syn, nem ligou muito, e sorriu, dando uma piscadela MUITO sem vergonha e marota:

- Largaria tudo, se ela quisesse.

- OOOOOOOOOOOOOWAAAAA! – gritaram em coro.

- Cara, te juro, depois dessa, dava pé no cu do brocha do seu marido... e cairia nos braços do Synyster Gostosão. Eu aprovo esse casamento. – disse Matthew, cutucando meu braço. Eu ri, um pouco sem jeito, tentando afastar aqueles comentários de cima de mim. Nesses assuntos, eu era tímida, beijos.

- Então... agora eu pergunto pra Mel. Puts, de novo?

- Ah saco... eu só respondo, mas perguntar... deixo o Zacky, aff.

- Qual de nós três você pegaria? Ou nós quatro, se você quisesse reviver seus momentos lésbicos de vida adolescente. – riu Syn, irônico. Mel nem pensou direito. Respondeu de cara, sem o maior pudor (coisa que, francamente, minha melhor amiga não conhecia):

- Você ou o Matthew, sem pensar duas vezes. O Matt, que é um puta de um gostoso... desculpe a sinceridade. E você Syn, fala sério ein? Se você não fosse tão galinha, eu arriscava minhas fichas em você. Pronto, Zacky, vai lá.

- Esse tabuleiro está manipulado! É tudo uma conspiração. – brinquei, fingindo que era o Brizola.

Sério, vou começar calar a boca nesses momentos. Por quê? Adivinhem pra quem foi a setinha? Isso. Eu. Euzinha. Zacky ia perguntar para mim. Estava fudida.

- Opaaaa, a Mariiieeetta! Beleza, vamos lá. Marie, lindinha, fofinha do pai Porpeta... Se depois de você terminar com o Hugo, o Matt e o Syn batessem na sua porta sem camisa e só de cueca, o que faria? Espera, que tenho opções, porque sou foda. a) "pegava" os dois. b) "pegava" só o Matt. c) "pegava" só o Syn. d) "pegava" nenhum, correria atrás de mim.

- Correria atrás de você, meu balofinho fofinho. – gritei, tentando agarrá-lo. Lógico que era brincadeira. Zacky era a última pessoa do mundo com quem eu teria algum relacionamento amoroso. Lembrava muito meu irmão mais velho, e sentia um enorme carinho por ele. – Não... sério... se eu estivesse em um dia de puta depressão, os dois, por que não?

Tá, momento inshoque de todos.

- Hã? – questionaram, apontando as lanternas para mim.

- Ué... respondi. – sorri.

- ET, O QUE VOCÊ FEZ COM A MARIETTA? – berrou Syn, se afastando de mim. Poxa vida... o que eu havia dito de errado?

- Aff, ein? Como a Mel disse, vocês dois são lindos, sonho de consumo de qualquer garota.

- Marie, ele estava falando em ménage a troi.

- Eu sei, Matt. – respondi, naturalmente.

Tudo bem, minha vergonha foi pro saco, mas foda-se.

- Agora, sou eu. – avisei, ainda sendo alvo daquelas olhadelas desconfiadas. – Pergunto ao... Matthew. Opaaa! Verdade ou desafio?

- Verdade. – respondeu, com veemência. Matt não tinha medo de nada. Absolutamente nada.

- Cite um defeito e uma qualidade para cada pessoa presente, incluindo você, e faça uma crítica por cima disso.

- Porra mew, a Marie consegue ser culta e inteligente até num jogo. Desisto dessa vida viu. – resmungou Mel, com um tom brincalhão. – Sempre me contento com perguntas do tipo “quem você pegaria? Quem você beijaria?”, sabe, o básico. Enfim, calei a boca, juro.

- Vamos lá então. Mel, sinceridade e sinceridade. Por que esses dois? Acho muito foda quando a pessoa vai direto ao assunto e foda-se quem fuder. Só que, às vezes, tem certas coisas que pensamos que não deve ser dito em voz alta. Mas, mesmo assim, prefiro essa forma de falar, do que esconder. Zacky, corajoso e teimoso. Teve coragem de se vingar, entre aspas, de todos que quiseram fudê-lo, ou disseram que ele não seria nada. Syn e Jimmy foram alguns deles, que zuavam. Já o teimoso... vish, só nós sabemos como esse cara é cabeça dura. Tá errado... tá errado, mas continua martelando até convencer alguém do contrário. Syn, amizade e irresponsabilidade. Por mais que brigamos como dois cachorros... temos duas coisas em comum: éramos os melhores amigos de Jimmy e tínhamos ele como melhor amigo. Com a perda dele, nossa amizade se tornou muito forte. Em compensação... a irresponsabilidade diante da vida é algo que nunca vou entender. E fico preocupado com isso, Jimmy morreu desta forma. Hum... eu, lealdade e orgulho. Pode não parecer, devido minha vida amorosa bem conturbada, mas sou uma pessoa fiel. Gosto de que as pessoas confiem em mim, e não se decepcionem, principalmente amigos. É o que mais preso. E orgulho... porque eu sou puta de um orgulhoso que nunca vai dar braço a torcer.

- Aleluiaaa, admitiu o pior defeito. – levantei as mãos aos céus, como todo mundo, porque aquele era um milagre celestial.

- Pensa que você é pouca bosta também, Marie. E ah... faltou você. Vamos ver... vamos ver... Ah, achei! Inteligente, mas muito, muito medrosa. Você encara problemas da vida com muita naturalidade e as resolve com sabedoria. Sua mente é de nerd, sério! Mas... é medrosa demais, principalmente em questões amorosas. Como eu já te disse... devia se libertar.

Abri a boca pra falar algo, mas não consegui. Não adiantava negar o que estava estampado em meu rosto. Eu era sim, muito medrosa... e isso acabava ferrando minha vida. Mas, isso não é assunto para tratar agora.

- Então... – suspirei, apontando a setinha. – Agora você.

- Ah, é. Minha vítima será... SYN. HOHO! E aí cara, verdade ou desafio?

- Verdade. Estou aberto a tudo. – incrível como tudo que ele falava soava a perversão.

- Você realmente amou a Michelle?

- Já fui louco por ela... e se ela me quisesse ainda, talvez eu voltasse. Mas nossas vidas são diferentes agora... ela foi uma boa companheira... e esposa.

- Não me respondeu se amou ou não. – insistiu Matt.

- Amei, e muito. Mas hoje, não mais. Satisfeito?

 - É tão bom saber que dentro dessa carapaça de um cachorro sem vergonha, existe um coração. – disse Mel, apontando para ele. – É muito fofo.

- O tal de amor não trouxe tantos benefícios pra mim não. Só me ferrei... e não quero mais. Só se valer MUITO a pena.

Climinha estranho, mode on. Eu, Maria-Boba, fingi não notar. Tentei desviar o assunto (pela décima vez), propondo algo diferente:

- Blá... perguntas. Vamos fazer uma rodada só de desafio! Depois fazemos outra de perguntas, que tal?

- Gosto muito da ideia. Topo. Cada um escolhe quem quer fuder, e podeee ser mais que um. – riu Melissa, batendo palmas (isso, daquela forma mesmo). – Vai vai, quem começa? Ah, lógico, quem deu ideia. MAAARIEEE!

- AEEEW, adoooooro! Bem... meus alvos: Synyster, Melissa e Zacky. Vocês vão ter que... que dar um beijo triplo, haha!

- Beijo triplo? PORRA MARIETTA, MALDITA. – praguejou Mel, aproximando-se dos outros rapazes. – Nossa, que merda essa lazarenta faz eu passar.

- A única coisa ruim é ter que relar na boca do Zacky. Sabe-se Deus que rola andou passando por aí... – resmungou Syn, esticando o rosto. – Vai, comecem essa porra logo, caralho!

Foi bem rapidinho, o suficiente para que eu e Matthew ríssemos, até doer a barriga. Syn queria enfiar a língua na boca da Mel, mas ela nem sequer abriu a boca. Zacky ficou lá, fazendo nojeira. Nossa gente, eu era muito má.

- ACABOU, ACABOU. EU TE MATO, SUA VADIA! – gritava Mel, ainda irritada. Avá que eu sabia que tinha gostado. Bem... agora era ela. E eu estava fudida!

- AHÁ, AGORA EU VOU TE FUDER. HAHAHA! Você e o Matthew, que ficou rindo aí, e se livrou da situação. Bem, então vamos lá: desafio você, Marietta, dar um beijo de cinema, de língua, com direito a troca de olhares e selinhos, no... no... MATT!

- MELISSA! – berrei, horrorizada. Nããão, não, eu não daria um beijo em Matt, não e não. – Me nego.

- Para de frescura. Você propôs uma coisa, eu fiz, agora faz você aí também. – resmungou, estalando os dedos. – Vamos vamos, moça, está atrasando o andamento do jogo.

Eu não podia fugir, afinal, era apenas um jogo. Isso. Apenas um... jogo. Não tive escolha. Levantei-me, fui até Matt, e puxei-o pela mão. Estávamos lá, de pé, bem pertinhos, com as luzes das lanternas miradas pros nossos rostos.

- Desculpa. Sério mesmo. – murmurei.

Me aproximei bem lentamente... rezando para que alguém interrompesse. Ninguém, simplesmente ninguém iria me ajudar naquele momento. E eu teria que realizar o desafio.

Foi uma coisa muito estranha. Eu sentia vontade de beijá-lo, não apenas da forma que Mel havia proposto, e sim carinhosamente, dizendo algumas coisas, contando sobre o quanto Matthew Sanders significava para mim. Ele também não pareceu incomodado com o que estava prestes a acontecer. Minha respiração estava acelerada. A dele também. Isso remetia a uma ansiedade. Ou talvez um desejo, não sei.

- Vão ficar aí até quando? – resmungou Syn, atrás de nós, com um tom notável de ciúmes.

- Cala a boca, e deixa eles. – sussurrou Mel.

Okay... não tinha como adiar. Eu não sabia o que era beijar um cara tão enorme de quase dois metros. Claro, rolou o beijou (o que Matt disse), no dia anterior, mas eu não lembrava nada. Sentia uma enorme curiosidade de saber... como ele beijava, como era sua boca, e se ele agiria como um idiota ou como um fofo. Tantas faces para uma pessoa só. Tantos sentimentos... por uma pessoa só.

Fui ficando na pontinha do pé, tentando alcançar a boca. Passei meus braços pelos ombros e... e... acabei tocando meus lábios com os dele. Bem de levinho, mas toquei. O resto, quem se encarregou, foi ele, que grudou com força ao meu corpo e começou a beijar. Tipo... BEIJAR MESMO! Como se fossemos namorados, casados, apaixonados... sei lá. Só sei que não senti nada parecido. Minhas pernas ficaram moles. Meu coração disparou. E não queria, de forma alguma, parar.

- Podem parar... – sugeriu Mel, atrás da gente. Foda-se a Mel... fingi que não ouvi e continuei. E continuei.

Se Matt não queria me largar, eu não faria questão alguma também. Um momento como aqueles, que me senti tão livre e tão... desejada, não acontecia todo momento.

Ele era tão... homem! Beijava com... vontade, mas tão... delicado. Não sei explicar, juro que não. Só sei que me senti, por aqueles segundos de dispersão, a mulher mais feliz do mundo. Mas, como a Cinderela... um dia tudo acabaria. E a hora chegou, quando Mel deu um berro, daqueles que nem mesmo um surdo ignoraria:

- PAREM PORRA!

- AI. – gritei em resposta, largando bruscamente de Matt. Gente, ele estava tão... lindo. Não tinha percebido isso antes, mas tudo bem. Embora não tenha demonstrado nenhuma reação ao que tinha acabado de acontecer... eu sabia, que lá no fundinho, que fui correspondida. – Você disse que ia falar pra parar. – disse, em minha defesa, voltando a sentar.

- Eu disse, mas vocês ficaram ali, atracados. – suspirou Mel, tentando prender um sorriso. Já Syn, estava com uma cara de bosta, e Zacky, agitado.

- Bem... agora é o Matt, não? – perguntou, coçando a cabeça. – Vai cara...

- Desafio Syn a dizer porque está olhando com essa cara de cu para mim. – sorriu, acenando o amigo. – Se é por que peguei sua garota...

- Você não pegou garota de ninguém. Foi um desafio. – corrigi, com o orgulho ferido. – E isso não é pergunta de se fazer, cara.

- Não de finja de idiota que você sabe bem. – resmungou Syn, batendo palmas. – Eu desafio a todos voltarem para a rodada de perguntas, que tal?

- Melhor, porque isso não tá dando certo. – concordou Matthew, emburrado, ajeitando novamente o edredom nos ombros. – Se é pra pagar desafio, e o cara ficar de cu virado pra todo mundo... não rola jogar mais isso.

Clima tenso, parte um.

- Então... vamos às perguntas. Zacky, se você...

- Por que você engasgou na hora do almoço, quando eu disse dos gemidos? – perguntou Zacky, franzindo o cenho. – Você trouxe alguém pra cá... pra passar a noite contigo?

- Não, eu não trouxe ninguém. – respondeu, desviando o olhar para o sofá. – E me engasguei com vinho. Bebi na pressa e deu que deu.

- Atá... entendi. – retorquiu, ainda desconfiado. Se eu conhecesse bem o Zacky, diria que ele ainda estava curioso, e que não acreditara em nada que Matt dizia. E, olhando para mim, acrescentou. – E você, por quê não larga de Hugo?

- Eu já disse. Essa é uma decisão que tenho que tomar com cabeça fria e...

- Matthew, você acha a Marietta gostosa? – interrompeu Synyster, sério, visivelmente irritado. Ah não cara, só faltava, os dois brigarem POR MINHA CULPA! Eu não valia tanta coisa, se querem saber.

Só que, para minha surpresa, Matt deu uma gargalhada alta, como se estivesse debochando.

- Marietta? Gostosa? Lógico que não.

Ér... eu não precisava ter ouvido aquilo.

- Como assim? – perguntei, levantando-me.

- Ué, cara... a Marietta cara... ela é a MARIETTA? Sacaram? – disse sorrindo, como se estivesse falando a coisa mais linda do mundo. Ele não tinha ideia de como aquilo podia magoar uma pessoa. Sério mesmo.

Syn e Mel se olharam, percebendo que o jogo tinha acabado com aquele comentário desagradável. Zacky entendeu tempo depois, abandonando umas cartas que selecionara, para a próxima rodada. Aquele palerma do Sanders, ainda não tinha entendido porque estávamos parando.

- Que eu disse? – perguntou, vendo-me jogar a lanterna no chão.

Mel só balançou a cabeça, como se lamentasse. Eu, já puta da vida e muito decepcionada, sumi para um quarto, deixando todos para trás, sem querer muita conversa.

Então eu não era gostosa. Deve ser isso mesmo. Sou a nerd Marietta, que por mais que seja boa amiga... nunca vai ser uma mulher digna de algum Avenger. Talvez todos eles pensassem assim. Talvez eu concordasse.

E totalmente péssima, afundei na cama, desejando que o mundo lá fora acabasse.

- Feliz Natal, seu idiota. – murmurei.


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