Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 133
The Return


Notas iniciais do capítulo

MINHAS LIIIIIIIINDAS, DESCULPE-ME O ATRASO. FACULDADE, EMPREGO, MUUUUUUUITOS TRABALHOS E MEUS LIVROS TOMARAM MEU TEMPO. MAS COMO EU SEMPRE DIGO, EU SEEEEEEEEMPRE POSTO, NÃO DEIXO VOCES NA MÃO. HOJE EU AMEI O CAPITULO, MESMO TENDO FEITO NA PRESSA, PORQUE JÁ SÃO 17:12 E TENHO QUE TOMAR BANHO E JANTAR PRA IR À FACULDADE. LOGO MEUS AMORES... SE PREPAREM, VOCÊS VÃO AMAAAAAAAAR. E OUÇAM A MUSICA, É FODA.
AAAH beijos inifnitos a todos que comentaram e mandaram recomendação. No proximo post, com tempo, agradecerei um por um., Vocês são fodas, ♥



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- Aquele idiota irresponsável. – praguejava, enquanto procurava na lista de Syn e Zacky o número de Valary. Em pior das hipóteses... poderiam estar juntos, visto que Matthew estava desaparecido há uma semana e desligara o celular. UMA SEMANA! Aquele ser escroto resolve sumir por uma semana, como se não houvesse ninguém que ficasse com o coração na boca quando não o vê por perto.

Incrível isso. Por causa de um trote idiota... MUITO idiota (já dei o devido esporro na dupla de comediantes por causa disso), Matthew quase matou o melhor amigo, falou merda e... sumiu. Só por Deus o que se passava na cabeça daquele homem, que se tornava cada vez mais M. Shadows: distante, obscuro... e misterioso. Indecifrável.

- Aqui. – gritou Melissa, apontando para a tela do celular. – Tenta esse daqui. É da Michelle.

Tentei digitar os números, mas nos últimos dias, minhas mãos não possuíam coordenação motora. Joguei o celular para Melissa, levantando-me do sofá com impaciência. Já estava cansada de tudo aquilo.

- Já não dá mais, cara. Está se tornando impossível conviver com Matthew. Ele realmente acha que não nos importamos com tudo isso?

- Matthew está usando drogas, eu tenho certeza disso. – confessou Synyster, ainda com o rosto roxo. Por causa da briga, fraturara o nariz e a veia de um olho estourou. Imaginem a saia justa que passamos no hospital, para tentar explicar o que havia ocorrido. Matthew podia ser preso por agressão física. – Já fizemos coisas piores com ele.

- Drogas? – repeti, arregalando os olhos. – Não acredito que ele seja capaz.

- Eu não sei... ele está se envolvendo com a traficante, o que pensar? Tá cada vez mais estranho e agressivo... – completou Zacky, passando a mão pelos cabelos. – É foda pensar nisso, paramos com os baseados depois que Jimmy...

- Matthew pode ser chapado e beber até entrar em coma, mas não acredito que possa se envolver, novamente, com drogas. É uma promessa a Jimmy. Ele não quebraria. – defendi-o, andando em círculos. Balancei a cabeça e me afastei aos poucos, evitando a continuidade do assunto.

Meus sentimentos mascaravam a realidade, e eu não QUERIA acreditar que aquilo fosse possível. E minha maior tolice, talvez, fosse essa.

Por volta das 22h daquele dia, ouvimos um barulho na porta principal. Era aquela grande massa muscular de cabeça oca, de jaqueta e óculos escuros, chacoalhando as chaves do carro.

Quando surgimos, olhou-nos de esgoela. Os lábios, tão pálidos e secos, talvez fossem emitir algum som... mas não foi nada mais que um “good”, em referência a um “good night”.

Eu, já emputecida com tudo aquilo, sentindo ódio de mim mesma por cogitar as mais altas tragédias em relação a Matthew, me pus a sua frente, apontando-lhe o dedo indicados. Se bobear, cheguei a empurrá-lo.

- SEU IDIOTA! – berrei, a princípio. Era a forma que amigável de iniciar meu esporro preocupado. Isso, esporro preocupado, acabei de inventar. – QUEM VOCÊ PENSA QUE É, MATTHEW? MAS QUE CARALHO! PAU NO SEU CU. PAU-NO-SEU-CU! SE VOCÊ QUER SE MATAR, SUMIR DESSA CASA, OU O DIABO A QUATRO, AVISE-ME ANTES, PARA QUE EU SUMA ANTES QUE ISSO ACONTEÇA. NÃO MEREÇO MORRER DO CORAÇÃO ACHANDO QUE MEU MELHOR AMIGO PODE ESTAR EM UM NECROTERIO POR OVERDOSE OU SEI LÁ O QUE! VOCÊ NÃO PODE AGIR COMO SE NÃO HOUVESSE NINGUÉM. COMO SE ESTIVESSE SOZINHO. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO, CARALHO! AGORA PARA DE AGIR ASSIM, PARA DE BRINCAR COM A MINHA VIDA! SE VOCÊ QUER QUE TUDO ISSO ACABE DE UMA VEZ, EU VOU EMBORA DAQUI, MAS PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAÇA MAIS NENHUMA BESTEIRA. EU NÃO QUERO QUE VOCÊ...

- Acabou? – interrompeu, empurrando-me com o ombro. – Essa gritaria está me dando dor de cabeça. Cala a boca, pra variar. – e sem ao menos esboçar qualquer reação à minha atitude (além daquele aviso ríspido e frio), subiu as escadas, rumo ao quarto (que se tornara seu refúgio nos últimos tempos).

TUSH! Um tapa na minha cara. Uma facada em mim.

- Marie... – começou Melissa, aproximando-se com passos lentos e silenciosos, como se qualquer barulho fosse despertar o monstro que vivia em mim, que estava a ponto de pegar uma faca e cortar o saco daquele desgraçado.

Mas como a boa tonta que sou, não pensei em fazê-lo. Tá, pensei, mas não fiz. Dei um giro com os calcanhares, tapeei, de leve, o ombro de minha amiga... e subi correndo para o banheiro.

Não daria o gosto a ninguém de ver o quanto Marietta estava decaindo ao ter uma crise de choro por causa de um homem. Sozinha, em minha própria reflexão, isso poderia acontecer. Mas fora... teria que passar a imagem de mulher forte, orgulhosa, decidida.

E essa mulher forte, orgulhosa, decidida, arrumaria suas malas, e voltaria para seu apartamento no Palace Hotel o mais rápido possível. Ou, talvez mesmo, voltasse para o Brasil, passar uma temporada.

Já não tinha mais nada que a prendesse em Londres. Já não possuo nada em Londres.

***

(Terceira Pessoa)


Música: The Return - Killswitch Engage

Cigarros ao chão. Uma garrafa vazia de vodka ao lado da cama. Livros rasgados, fotos manchadas, um homem caído na cama, com o travesseiro no rosto.

Óculos riscados. Jaqueta rasgada. Sinais de queimaduras nas pontas do dedo. E um cigarro, recém-apagado, sobre um porta-retrato, que se tornara um cinzeiro de improviso.

- Desesperado, eu retorno para você. Quebrado, eu retorno. Eu rodo, rodo, rodo... mas eu ainda volto pra você. – murmurava, socando o colchão, com os punhos acirrados e machucados. A agressão a Syn causara-lhe um inchaço dos tendões. – O que será necessário para eu escapar de você, Marietta, me diz?

Tênis jogados perto da cômoda. Mais cigarros e garrafas. E um homem, em desespero, caído na cama. A beira da loucura. A beira do abismo de sua própria alma.

- Matthew. – bateram na porta, com força. Matthew balançou a cabeça, irritado, gritando um “ME DEIXA”. A pessoa do outro lado não se importava com os ataques. Queria apenas conversar.

- Deixa de boiolisse. – era Syn, abrindo a porta sem qualquer cerimônia ou receio. Mesmo depois da surra, não adquirira medo do melhor amigo. Seria tolice afastar por um idiotice daquelas. – Só quero conversar, eu não sou seu inimigo.

Matthew se virou, olhando para as faces de Syn. Assustou-se, de imediato, com o estrago que fizera: um nariz com curativo e ainda inchado, e o olho esquerdo absurdamente vermelho, por causa da veia estourada. Por sorte não perdera a visão.

 - Syn... – começou, sentindo um repentino remorso. – Eu não... digo...

- Por que tudo isso? Eu e Zacky já fizemos coisas piores de trote. Lembra quando enfiamos pimenta na sua comida e você quase morreu? Ou quando contratamos aquela lésbica pra arruinar seu casamento. E...

- Mas em nenhum deles você mexeu com a Marietta. – acabou soltando, chacoalhando a cabeça. – Que porra. A mocinha que... vocês não deviam ter me assustado daquela forma... oh meu Deus. Não sabem o desespero que fiquei quando... falaram... do tiro...

- O que tem a Marietta com tudo isso? – perguntou Syn, arqueando a sobrancelha, ansioso por ouvir, da própria boca do amigo, o que esperava há quase dois anos. O óbvio para todos... menos para ele.

- O problema, Syn, é que... eu fiz a pior burrice da minha vida. – suspirou, disposto a falar, pelo uma única vez, sem ressentimentos ou brincadeiras. Precisava falar o que sentia... porque, no caso, acabaria explodindo.

- E qual foi essa “pior burrice”?

- Eu me apaixonei. Pela Marietta. – confessou, abaixando a cabeça. – Você não sabe o inferno que estou vivendo. Tenho que ver aquele rostinho todo dia. Todo dia. Eu tento ficar longe, mas há algo que me puxa, que... me afoga. Eu... entro em abstinência. E nem cigarro ou álcool resolve meus problemas. E quando transo com outras mulheres... é aquele rosto que vem na minha cabeça. E eu odeio isso. Eu sempre fui tão... desligado... largado... e agora me encontro nesse estado. Larguei muita coisa pela Marietta. Soquei meu melhor amigo pela Marietta. Fiz coisas pela Marietta. Eu sinceramente queria odiá-la, porque seria tudo mais fácil, mas não... por mais que eu faça cagada, aquela filha da puta sempre surge demonstrando que sente algum afeto por mim. E eu me sinto uma bosta. Uma bosta. Não sei se ficou claro, mas há alguns meses venho feito um plano de vida: fazer com que a Marietta me odeie. Vai ser bem mais fácil, não acha? Me sinto menos culpado.

- Culpado, Matthew? Do que, cara?

- Já percebeu que tudo que deu de errado com a Marietta... estive envolvido? Sem contar que há Hugo, eles voltaram a ter contato, talvez ainda se gostem, aí...

- Você está sendo passivo.

- O amor faz isso com você, Brian. Te deixa passivo. Eu perdi minha dominância. Sou castrado por aquele sorriso! E fico doido toda vez que penso que... ela pode estar beijando alguém... ou transando, ou qualquer outra coisa! Isso não é normal. Eu preciso de espaço, eu preciso me afastar, antes que...

- Antes que você falhe com esse seu orgulho e acabe revelando tudo. – riu Brian, puxando o amigo pelo braço. Bem diferente do que era previsto acontecer (como Matt sendo socado até parar de ser idiota), ele o abraçou. Bem forte. E não era aquele abraço vazio ou aboiolado não. Era um abraço de irmão, de tanto tempo, que estavam juntos em todos os momentos. E, pra acrescentar, era um abraço de desculpas. Talvez Syn não tivesse sido o melhor amigo que devia. Talvez Matt precisasse dele bem antes. Talvez... talvez... talvez muitas coisas não devessem acontecer. Mas aconteceram.

- Você é foda. – murmurou Matt, afastando-se. – Mas... por que isso?

- Eu sempre soube, Matthew.

- Soube? Hã? É tão... visível?

- A partir do momento que M. Shadows aceitar atuar em um filme, mesmo ODIANDO essas porras de cinema... alguma coisa estava errada.

É... Syn mentiu para Marietta no começo. Matthew odiava atuar e cinema. Logo... alguma coisa de errada realmente aconteceu.

- É... talvez. Não resisti àquela garotinha sorridente e maluca parada na porta do meu apartamento. Não sei... – riu, levantando-se da cama. – Enfim... eu precisava falar isso pra alguém. Estava tapando minha garganta.

- E o que fará em relação a isso?

- Seguirei com meu plano. Marietta PRECISA sentir raiva de mim. É a única forma de se afastar... antes que eu lhe cause mais problemas.

- Você é muito idiota mesmo. – praguejou Syn, levantando-se também. – Em questão de tempo... você vai ver que isso é tolice. Eu respeito. Faça o que você quiser... mas, logo logo... tudo isso vai cair, e vocês vão sentir a necessidade de ficarem juntos.

- Consigo evitar... aliás que Marietta não é minha. E nunca será. Enfim... – concluiu, olhando para o espelho. Via apenas o reflexo de um rapaz cansado, sem dormir a dias, de ressaca... com a alma em pedaços. – O que será preciso para escapar de você, Marietta?

Talvez ela escape. E não custará muito tempo.


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