Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 130
A queda.


Notas iniciais do capítulo

EU SEI EU SEI, HSHUSHUAHUSHUS primeiramente, devo explicar meu desaparecimento. Mas antes de tudo, vou dizer que esse capitulo escrevi doente, com a garganta fudida, em um intervalo da faculdade. E é justamente por isso que parei de postar de semana, pois estou, ENFIIIIIIIM, FAZENDO FACULDADE DE JORNALISMO SAHSHUASUHAUHAHUS Chego em casa tarde e... já sabem né. E nesses dias, to fudida na bronquite, então hj como não tive aula, consegui postar. Vou fazer o possivel pra postar semana que vem, no feriado prolongado, caso eu terminar todas minhasn tarefas e trabalhos, okay^?
Devo dizwer que to puta pq eu recebi 3 novos reviews... e não consigo visualiza-los, tenho que ir em todos os 130 capitulos pra vber em qual foi ¬¬ se alguem souber como mudar isso, eu agradeço imensamente. Anyway.... espero que gostem do cap de hoje. Devo dizer que estamos chegando a reta final, e nessas partes vão acontecer coisas FOODONAS que vocês vão AMAR. Vale a pena esperar, e saibam que eu NÃO VOU PARAR. Posso demorar SIM por cAUSA dos meus compromissos, mas não passo um dia sem pensar na Marie e Matt, nas ideias pra fic e em vocês. Serio, sou fiel até o fim, e espero que vocês não me deixem nessa (;
Boa leitura e agradeço a todos os reviews que recebi nesses dias! Animaram demais meu dia, podem botar fé.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/130789/chapter/130

(Eu sei que já usei esse tema para alguma parte de minha vida descrita aqui, mas... não há outra música perfeita. Então... mais uma vez... The End of Heartache, Killswitch Engage).


Acordei no meio da madrugada com o coração palpitando. Senti uma estranha sensação, como se houvesse algo atrás de mim.

“Será que bebi e... OH MEU DEUS, QUE EU FIZ?”, pensei logo de cara, virando o corpo com agressividade.

Quando dei de cara com Matthew, dormindo tão tranquilamente, com a mão agarrada à minha cintura, hesitei.

Não sabia de gritava, desesperada pelo fato de “possivelmente” ter dormido com ele... ou se ficaria ali, que nem uma tonta, contemplando-o. Era somente uma criança de extensa massa corpórea, com 30 anos, tão calmo e tão bonito.

Realmente, Matthew era lindo, e não sei se meus sentimentos são culpados por achar isso. Suas faces – como todo seu corpo – compunham uma ideia exata de perfeição, sei lá. Tudo se encaixava. Os olhos verdes (agora fechados), a barba rala e clara, as tatuagens em mais de 50% de seu corpo...

Tá, pode ser viagem, mas vocês sentiriam a mesma coisa que eu. É uma tolice do ser humano idealizar a pessoa pela qual você... vive. Eu sempre soube, mais que ninguém, que Matthew possuía tantos defeitos que era quase impossível aceitá-los. Só que... quem não tem defeito? E nem todos eram como ele que, às vezes (só às vezes), dava o braço a torcer e admitia.

Pior era eu, que nunca pedia desculpas, só em casos extremamente extremos (redundância, foda-se).

Enfim, voltando...

Como gostaria que tudo fosse apenas um sonho. Tê-lo, ali, aludia-me à ideia que Matthew não seria meu. Nunca seria. Sempre haveria algo para separar.

Eu tinha tantos segredos horríveis. Só mesmo Melissa para suportá-los e ainda aguentar minha presença, que parecia cada vez mais infecta.

Uma dela, talvez a mais pesada de todas, era o fato de ter brincado com a vida de três pessoas, pouco me fudendo para as conseqüências.

Motivo? Vingança. E requalque.

Seek me, call me. I'll be waiting.

- Antes de tudo, eu queria que você me perdoasse. – senti a necessidade de sussurrar, tocando-lhe o rosto com as pontas dos dedos.

Não me perguntem porque fiz isso. Aterrorizava-me a ideia de que Matthew, caso acontecesse algo comigo, não perdoasse minha traição. Ou, mesmo, nem soubesse que fiz isso, eternizando-me como santa, coisa que estava longe de ser.

Não sabemos o dia de amanhã. Não.

- Eu realmente trai você.

Como se ouvisse tudo que eu estava falando – e prevendo, mesmo de olhos fechados, cada um de meus gestos -, Matthew abriu os olhos, arregalando-os para mim. Não me afastei, como seria a reação normal. Continuei ali, encarando-o, como se realmente fosse necessário manter a frieza em um momento daqueles.

Era hora de dar as caras para as conseqüências de atitudes tolas e ridículas.

- O que você disse, Marie? – perguntou, também inerte.

Parecíamos dois idiotas que não sabiam como agir diante da situação. E sinceramente? Éramos péssimos.

- Trai você. – repeti, com a mesma nitidez de outrora. Não adianta falar entre os dentes, a solução mais digna é confirmar. E justificar, se é que há como.

- Em relação...?

Sleep brings release, and the hope of a new Day. Waking the misery of being without you.

- Quis me vingar de você. E me vinguei. Assisti muito Sherlock e The Mentalist... tá, isso é ridículo, mas me inspirei. Armei todo um esquema, como se fosse um The Sims, como se eu fosse Deus e pudesse comandar a vida de três pessoas: a sua, de Anne e Jared. Foi fácil, porque Anne sempre amou Jared, só faltou um empurrão. E se eu não tinha ajudado antes, foi porque ainda tinha um pouco de dignidade e vergonha na cara. Mas nossa discussão no aeroporto, unindo-se com mil e outras coisas que aconteceram durante esse tempo que convivemos, foi o estopim. Meu objetivo? Acabar com você. Eu te odiava simplesmente por fazer com que eu agisse dessa forma. Por sempre me fazer de tola, de tonta. E eu tinha capacidade de perdoar, mesmo que não houvesse nada pra perdoar. – desembuchei, fechando os olhos, temendo o contato visual. – Você estava realmente gostando de Anne, e isso me irritava. EU que comecei tudo isso. EU que havia apadrinhado esse relacionamento. Então, de vista, eu tinha direito de destruí-lo da forma que fiz. É justo? Não, não é, e não me sinto nada bem com isso. Me tornei a vilã da história e não agüentava mais olhar pra você e saber de tudo. E, francamente... se possuíamos algo que nos unisse, de fato, já morreu há muito tempo. E antes que eu sofra ainda mais... prefiro ir embora. Não há mais nada a ser feito. – conclui, levantando-me, tentando segurar aquela vontade irritante de gritar um “ACORDA, SEU IDIOTA, PERCEBA QUE EU SÓ FIZ ISSO PORQUE EU TE AMO?”. Ainda bem que consegui... não tinha certeza de nada.

Ele, aparentemente estupefato, continuou parado, olhando para um ponto fixo (que se não me engano, era meu travesseiro). Tentava organizar as ideias e digerir tudo que eu havia dito, tão depressa, de forma confusa. Certamente, conseguiu entender, mas não sabia processar. Prova disso que, mesmo depois de tudo, sua reação foi a de emitir um som semelhante à “Oh God”.

Abaixei a cabeça, escorei-me na cômoda e fiquei, sem ter o que falar.

Não havia mais nada ali. Minha necessidade de acabar com toda essa palhaçada foi mais forte. Superou até mesmo meu medo.

Agora, confirmando o que eu havia dito, tudo estava acabado.

- EU NUNCA TE FIZ NADA, CARALHO! – berrou de supetão, socando meu travesseiro. – PORRA NENHUMA! POR QUE, POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO? SE EU FIZ CAGADA, FOI JUSTAMENTE POR SER UM IDIOTA!

Não achei prudente responder. Deixei que ele continuasse, talvez, como eu, também precisasse falar tudo que estava pensando. E sentindo.

(Seek me) For comfort, (Call me) For solace. (I'll be waiting) For the end of my broken heart

- AGORA VOCÊ CHEGA E FALA QUE ACABOU? LÓGICO QUE ACABOU ESSA PORRA. MEU DEUS, EU CONFIAVA EM VOCÊ. EU CONFIAVA! E NEM É POR ANNE, NEM POR JARED, NEM PELO CAPETA! FOI SIMPLESMENTE PELO FATO DE SABER QUE VOCÊ ME ODEIA! FOI PRA ISSO QUE SE APROXIMOU DE MIM? PRA ME FAZER DE OTÁRIO? PORQUE, SE ESSE FOI O PLANO, COM CERTEZA VOCÊ CONSEGUIU! MUITO ENGENHOSO...

- Matthew... – tentei interromper, incomodada com aquela gritaria. Aquela voz rouca entrava pelos meus ouvidos e ecoava pela cabeça, muitas vezes, e não parava. Já estava zonza, sem saber o que falar. A revolta de Matt me assustava.

- NÃO, VOCÊ NÃO VAI ME INTERROMPER. CARALHO, COMO EU FUI IDIOTA. EU ACREDITEI EM VOCÊ, FILHA DA PUTA, EU SIMPLESMENTE MUDEI PRA VER SE NÓS DOIS TINHAMOS JEITO DE CONTINUAR AMIGOS, SEM QUE... CARALHO. QUE CARALHO! – continuou a berrar, dando uma pausa rápida. O ar deve ter faltado, junto da voz, que sumia aos poucos. Suspirou, torceu as mãos trêmulas e disse, um pouco mais baixo, mas não menos agressivo. – Francamente, minha desgraça foi ter te conhecido. Por que você simplesmente não morre, e me deixa em paz?

Am I breathing? My strength fails me. Your picture, a bitter memory.

Senti uma facada no peito. Reprimi o abdômen, como se isso realmente houvesse acontecido. E se tivesse, seria melhor. De fato, morrer era melhor do que ouvir Matthew dizer coisas tão horríveis. Melhor do que Matthew me odiar.

Toda vez que eu e ele brigamos, digo que foi a pior briga que tivemos. Mas jamais, JAMAIS, desejávamos a morte um de outro. Nunca que eu imaginaria a vida sem Matt. Mas ele, já imaginava a dele sem mim. E concluíra que seria melhor.

Podia ter razão.

- Não se preocupe, Matthew. – fui o que consegui gaguejar, com a voz embargada. – Se você tiver sorte, posso ser assaltada novamente e levar um tiro. Não agüentaria dessa vez. Eu morreria, e você, enfim, estaria livre de mim. Só espere, é questão de tempo, caso os bandidos cumpram a promessa que fizeram, há meses atrás.

Não sei porque... mas Matthew, mesmo com raiva, mudou a expressão facial. Não sei como explicar, talvez estivesse surpreso com algo que havia dito... ou ter, quem sabe, se animado com a hipótese lançada.

Não era difícil, eu era constantemente ameaçada. As conseqüências de ser a segunda maior escritora de Londres eram mais pesadas do que se pode imaginar.  

- Vou ligar para Syn me buscar. – continuei, respirando fundo mais uma vez, sem demonstrar minha fraqueza (resumida à uma crise de choro). Bosta, emoção feminina ridícula. Era hora de agir como mulher de fibra... e admitir tudo. Era hora de agir como gente, pelo menos uma vez na vida.

Já ele, reagiu com indiferença. Levantou-se, pegou as chaves da escrivaninha e saiu, batendo a porta com força.

De certo, iria beber e pegar alguma vadia, como deveria ter feito na noite anterior.

Era gradual a volta de M. Shadows. E dessa vez, era pra ficar. Pra sempre. E na vida desse homem, eu não teria mais espaço.

E eu estarei esperando pelo fim do meu coração partido...

(Nota em terceira pessoa)


- Por que justamente falou sobre assalto? – murmurou Matthew, parado no meio da estrada, dando murros e mais murros no volante.

Sentia-se traído, revoltado, como se nada fosse da forma que havia acreditado. Mas, o fato de desejar a morte de Marietta, poderia ser um blefe. Só que admitia, mesmo assim, que a perda seria bem menos dolorida que a convivência.

A jovem escritora só causava males para sua vida, antes tão agitada e simples.

Só que, o que transtornava, até mais que a própria verdade, era o exemplo que Marietta havia usado, para sua “possível morte”. Um assalto, e um tiro.

Matthew estava cansado de sonhar com isso, além das vezes em que Jimmy dizia que Marietta nunca mais voltaria. E os trotes, que deram uma trégua, mas podiam voltar a qualquer momento?

- Talvez eu não devesse deixá-la sozinha. – chegou a pensar, olhando para trás. Mas, antes mesmo de tomar alguma atitude, olhou para o retrovisor, contemplando sua face, ainda púrpura. – Não... que fique sozinha. Vai ser um favor pra todo mundo se algo acontecer. E, com certeza, não vou chorar.

Frieza? Pode ser.

A raiva faz com que jogamos no lixo coisas que... são tão importantes. Como a noção que nossa mente é poderosa. E se você deseja... você consegue.

E talvez Matthew conseguisse. Era questão de tempo. E não muito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!