Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 129
A noite de sábado.


Notas iniciais do capítulo

Bem... primeiramente, venho pedir desuclpas do sumiço. Minha vida estava uma loucura esses dias, e obtive uma graça que... a principio, tinha tudo para dar errado. Mas, ontem, depois de uma ligação... meus pais me deram a noticia. E hoje, fui me matricular.
CONSEGUI BOLSA INTEGRAL EM JORNALISMO HUSAHSHUAHSA CARA, HOJE FOI MINHA MATRICULA, COMEÇO ESTUDAR SEGUNDA FEIRA! ADORO! então hoje vim postar, tá meio direto pq hj não to boa pra enrolar HUHSUAHUSH acho que vocês vão sentir o gostin... do que está pra vir. MUAHAUAHAUAHAUA (666)
Então... agradeço aos novos leitores, li todos os reviews, e espero que gostem desse. BOA LEITURA.



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Chegou o bendito fim de semana... e eu nem ao menos sabia o que faria da vida, olha que coisa linda. Yep, iria pra puta que pariu com M. Shadows... pra fazer sabe-se lá o que. Normal, eu supero, minha vida é uma loucura mesmo.

- Espero que já tenha arrumado suas malas. – veio reclamar na sexta-feira a noite, estalando os dedos. – Mulher é sempre assim, deixa pra arrumar tudo de última hora.

- Vai se fuder antes que eu me esqueça. – praguejei, mostrando-lhe, com muita gentileza, o dedo do medo. – Vai apressar o caralho.

- Ui, que revoltada. Relaxa, o fim de semana não vai ser um inferno. Não para mim, pelo menos.

- Se topei passar esse tempo contigo, é justamente por termos que conversar, e pôr algumas coisas em ordem. Se não fosse isso... – tentei me defender, tentando justificar a minha fraqueza de topar uma proposta daquelas, a de passar o fim de semana todo na companhia dele. Legal, talvez desse certo, sei lá. Ou não.

- Amanhã, às 5 da matina, partiremos. E quero você BEM disposta. Boa noite, pequena Marietta. – despediu-se, roubando-me um beijo na testa. Tentei desviar, dando-lhe um tapa na nuca. Era inútil, aquele filho da puta sabia como estremecer minhas pobres pernas.

Bem, morrer eu não iria... então... vamos à esse fim de semana.

Já no carro, com um sono do caralho, apoiei a cabeça no queixo. Bocejei algumas vezes, enquanto ele tentava tirar o carro da garagem. E, antes de iniciar o caminho, sorriu para mim, pondo os óculos:

- Vamos?

- Tem alguma solução? – resmunguei, virando o rosto.

- Ér... não. Vamos.

Os primeiros trinta minutos da viagem, por uma estrada de Londres que nunca conheci, foram bem silenciosos. Tentei, a todo custo, prender minha língua. Matthew, aparentemente ansioso, esperava que eu engolisse o orgulho e puxasse algum assunto. Sai vitoriosa, porque consegui manter a neutralidade.

- Gosta de chalés? – perguntou-me, enfim, fazendo uma curva. – Que nem aquele do Natal retrasado?

- Uhum. – respondi, rispidamente.

- Vamos para algum parecido. Perto tem uma balada bem legal que podemos ir... sei lá, passar essa noite, zuando um pouco.

- Pra quê você quer que eu vá, Matthew? Que eu te carregue bêbado agarrado à uma mulher?

- Não há diálogo com você mesmo, já percebi isso. – disse irritado, estacionando o carro no acostamento. Desligou na chave e tirou os óculos, olhando-me com seriedade. – Até quando essa palhaçada entre a gente? Que diabos te fiz, caralho, pra me tratar como se eu fosse merda?

- Estou mentindo?

- Isso me irrita. Você acha que sou um tarado que a qualquer momento, vai querer fuder o mundo todo. Pelo amor de Deus, pare com isso!

- Não dá pra ligar esse carro e continuarmos nossa rota?

- Não agüento viver nesse clima pesado. Eu preciso saber o que há.

- Não conversaríamos na porra do lugar que vamos dormir? Ou ficaremos aqui, no meio do nada, discutindo o que não era pra discutir?

- Ótimo, Marietta, ótimo. Você já está me deixando louco. Justo eu, EU, o cara que era mais... ah, vai se ferrar. – bufou, ligando o carro novamente. Pisou com força no acelerador, e saiu cantando pneu, sem ao menos olhar para minha cara.

Suas faces estavam vermelhas, e acreditei ter feito algo que ninguém (ou quase ninguém) era capaz: tirar a paciência do velho Ogro Engibizado.

Foda-se, ele que se ferre.

(***)

O lugar era longe pra cacete! Sabe que hora fomos chegar ao vilarejo que Matthew escolheu para nossa estada? TRÊS HORAS. TRÊS! Pode parecer pouco, mas é MUITO, MUITO mesmo.

Meus olhos precisavam de palitinhos para ficarem abertos, porque... puta que pariu, viagem com clima de briga, silêncio e demora... ninguém mereço.O tédio e o sono tentam te abraçar, e conseguem. E, pra tirar sarro, ainda dão um tapinha no seu bumbum. Tá, chega de bosta, to falando merda demais ultimamente.

- Pronto, satisfeita? – disse Matthew, como se fizesse um esforço. Parou o carro defronte uma chalé, pequena e ajeitadinha, no meio do nada. A cidade mais próxima ficava, aproximadamente, 30 minutos dali. Se aquele cara fosse um Serial Killer, ninguém poderia me ouvir.

Estava fudida.

- Uhum. – sim, eu estava monossílaba, fazia de tudo pra não falar nada mais que uma concordância sutil e fria. Eu precisava disso, antes de falar merda.

- O que vamos fazer, já decidiu? – perguntou, abrindo a porta.

- Você teve a ideia, escolha.

- Tá.

E ficou nesse joguinho o dia todo. Almoçamos, arrumamos as coisas, demos uma olhada para a paisagem formada do alto da montanha... sem, ao menos, trocar uma palavra sequer.

Só por volta das oito horas da noite que ele chegou, todo arrumado e perfumado, balançando as chaves do carro. Ele estava lindo, ainda mais, mas isso nem preciso dizer, porque vocês sabem muito bem os dotes daquele filho da égua manca. Bem que podia ser banguela e feio, não é? Tão fácil!

- Vamos pra boate na cidade. Quero ver se é boa.

- Na boate fazer o que?

- Vou pegar mulheres, agora você eu não sei.

- Oras, Matthew Sanders, se você vai pegar MULHERES, como você mesmo diz, vou pegar HOMENS, não lhe acha justo? – levantei-me, balançando os cabelos.

- Não, você não vai, homens são mal intencionados. – resmungou, virando o rosto. – Você é uma menina ainda, não sabe se cuidar.

- Cara, você está de “brinks com my face”, só pode. – gargalhei, tentando acreditar nas bobagens que estava ouvindo. – Você pega, eu não. Pode isso, Arnaldo?

- Sou um vagabundo miserável que não vale porra nenhuma, e se satisfaz com uma boa transa. – disse em bom tom, gesticulando com o punho fechado. – Já você...

- Nem termine, antes que estrague ainda mais minha noite. Quer ir? Vamos então. Quem sabe eu te carregue bêbado mais uma vez.

Troquei-me, vesti uma roupa comportada (porque, querendo ou não, não era perua que nem aquelas outras vadias as quais Matt estava comportada), uma maquiagem forte... e fomos na luta, para a tal boate.

E adivinha o nome da dita cuja? Piração Total. É, vou pirar, porque só deve dar noia sedento sexo. Opa, esqueci, Matthew se encaixa muito bem nesse grupo. Desculpa sociedade.

- Gostei. – foi a primeira coisa que disse, ao entrar no tal lugar, que estava escuro, cheio de fumaça e... strippers. É, acreditem, não estou blefando. O meu caro e querido companheiro de viagem... planejou, como fim de semana perfeito, uma noite em uma boate de STRIPPERS! STRIPPERS, CACETE. Vai se fuder, seu filho da puta.

- Você está zuando com a minha cara, né? Fala, fala que isso é uma brincadeira, escrota, idiota... e muito, mas muito sem graça. – praticamente supliquei, entre os dedos.

Já ele, rindo que nem um bocó, seduzido por todos aqueles corpos perfeitos e desnudos contorcendo-se no pole, nem percebeu o quão insatisfeita fiquei, diante daquele programa.

Normal isso, era simplesmente NORMAL. Novidade... Matthew acabar com meu humor em tão pouco tempo.

- Vamos sentar, a coisa vai ficar boa. – riu, esfregando as mãos.

Minha paciência, que já estava no saco desde tempos, chegou no limite extremo. Senti o sangue subir, junto daquele ódio que... se tivéssemos uma arma, seríamos capaz de matar alguém. AAAI SE EU TIVESSE UMA FACA!

- Você realmente não sabe mais como me magoar, não é mesmo? – acabei soltando, afastando-me aos poucos. Hoje, pensando no que aconteceu, eu não usaria a palavra “magoar”. Soa muito emo, sentimental, como se de alguma forma ele me afetasse. Mas na hora, pouco liguei pra isso. Queria ferir... porém, nunca consegui. – Você, Matthew, é caso perdido. Vai, fica aí, bebe a vontade, transe com todas, você tem força e disposição pra isso. ESTOU FORA. Você é CASO PERDIDO. O Matthew Sanders que acreditei um dia ter existido nessa sua carapaça falsa... morreu. Ou melhor, NEM EXISTIU. Se fode aí, filho da puta.

E batendo o pé, tremendo de raiva, sai.

Vamos lá, com certeza vocês devem estar pensando: ooownt, ele correu atrás dela, pra se desculpar e pá. Certo? ERRADOS, MEUS CAROS. ELE FICOU LÁ, AINDA ABOBADO COM AS MULHERES! ELE AO MENOS ME OUVIU. Viu, como eu sou uma tonta que se fode por causa dessa merda chamada “amor”?

Fode aí, minha jovem tola. Amor é pra filhos da puta que tem mais que se fuder. Tipo... eu. Por que, por que não me tornei lésbica? Seria tudo mais simples sem um homem pra complicar tudo.

Tá, eu supero, sempre supero.

(Terceira Pessoa)

- Consegui. – suspirou Matthew, ao perceber que seu plano deu certo. Marietta estava bem longe da boate, possivelmente, o que lhe permitiria fazer muitas coisas, sem sentir aquela culpa que corroia sua mente todo dia.

Já estava cansado daquela putice. Mandaria Marietta e suas crises de mal amada pros quintos dos infernos, e voltaria a ser o mesmo filho da puta de sempre, mesmo que isso tivesse um preço, muito alto por sinal.

- Vamos para a parte boa da vida de um solteiro. – riu, olhando para todas aquelas mulheres, disponíveis em câmaras como se fosse um objeto em exposição, que quem oferecesse mais grana, levaria. Ele tinha o dinheiro, só faltava escolher o “objeto” daquela noite. Lógico... precisava desestressar, afinal, os meses estavam corridos e um pouco tediosos. Era hora de agitar.

- Eu escolho... essa ruivinha. – apontou para uma jovem, no canto extremo do salão, que dançava como se o mundo fosse parar.

Mesmo que sem querer, lembrou da última pessoa que vira dançar daquela forma, perto de um carro, na noite que ganhou liberdade. Era Marietta, a jovenzinha que estava a caminho da chalé, em algum taxi desconhecido.

- Porra, que irresponsável. – murmurou, dando um tapa na testa. – Deixei ela sozinha!

- E aí, cara, paga uma bebida? – disse a tal ruiva, aproximando-se de Matthew, que ainda olhava para seu corpo, como se a comesse. – A noite está quente. E pode ficar mais.

- Foi mal, não vai ser dessa vez. – resmungou, levantando-se com pressa. Acenou para as mulheres como se visse o paraíso se afastar, pouco a pouco, e saiu pela porta principal, quase que correndo. – MAS, PORRA, QUE CARALHO ESTOU FAZENDO? ESTOU DEIXANDO PARA TRÁS UMA DEZENA DE GOSTOSAS QUE PODE FAZER O MELHOR BOQUETE DA HISTÓRIA EM MIM... PRA CORRER ATRÁS DE UMA PIRRALHA QUE NEM SABE O QUE É VIDA? CARALHO, DEUS, QUAL MEU PROBLEMA? – berrou, revoltado, dando um chute no carro mais próximo. Por sorte ou não, era justamente o seu. – PORRA, CARALHO, IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA. Tá, já sei... vou ver se ela chegou em casa... daí eu volto, e como aquela gostosa. É, vou fazer isso, mulher nenhuma vai tirar de mim o prazer de uma vida promíscua e boêmia. Isso, tenho a situação em controle, sou foda.

Pobre homem... que não deixava o orgulho de lado. Enganava-se cada vez mais, negando, com veemência tudo que o ligava a jovenzinha interiorana brasileira. A jovenzinha escritora que estava virando sua vida de ponta cabeça.

Chegou na chalé em menos de dez minutos. Sorte que não encontrara nenhum guarda no caminho, já que seria multado por ultrapassar (e MUITO) o limite de velocidade. Abriu a porta com cuidado, entrou na casa na ponta do pé, e foi ao quarto de Marietta, espiar se ela estava lá.

Para seu alívio, ela já dormia, abraçada ao travesseiro.

“Porra, que susto”, pensou, fechando a porta novamente. “Agora eu posso voltar pra boate e... pegar aquela ruivinha, ae!”

Rindo, correu para a porta e saiu novamente.

Mas nem tudo foi como o jovem cantor planejou.

(***)

- Eu realmente nem devia estar aqui. – suspirou, parado ao lado da cama de Marietta, olhando-a dormir. – Deixei uma mulher daquelas na cama, a minha espera... e preferi voltar, pra ficar com você. Realmente, cara... alguma coisa muito grave está acontecendo comigo, porque eu já nem ao menos me conheço. Você sabe explicar isso?

Não obteve resposta. O sono de Marietta era pesado, dificilmente acordaria com alguns múrmuros, que nem eram tão altos.

Matthew sorriu. Sentou-se na cama, tirou os sapatos com cuidado e se ajeitou. Sentiu uma paz que não lhe pertencia há anos... e, envolvendo-a com o braço, sorriu.

Puxou-a com cuidado, para mais perto de seu corpo e fechou os olhos, sentindo aquele perfume que vinha dos cabelos cacheados.

- Tudo está bem, ranhetinha. – murmurou.

Não demorou, sequer, dez minutos para que também caísse no sono. E ficaram assim, abraçados, dormindo.

Era uma noite de sábado... que nenhum dos dois tiveram ânimo de se entregar para o agito, o sexo, ao mundo. O mundinho particular era tão bom, tão... calmo.

Era isso que precisavam: de calma.

Cabeça fria, alma limpa, e coração aberto.  

Tudo estava bem... por enquanto.


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Notas finais do capítulo

e aleluia que voltou a formatação automática do post!