Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 124
Amor e Ódio. Clichê, mas verdadeiro.


Notas iniciais do capítulo

oLÁ SUAS LIIIIIIIIIINDAS, SUASHHAS beijos a todas que comentaram nos capitulos, hoje vou postar um bem fodão que escrevi. E tipo, vou ser sincera: to achando a Marie muito parecisa com a persona de um livro que eu li, HUSAUHSHHSUHAHSASA como se tivesse brincando com a vida das pessoas Q ANYWAY,. SAJSUAHSUASHASHUAS
vamos ler pq to sem inspiração pra comentar, hoho. HSASUHA



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- MARIETTA GENOOM, VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCA? – gritou Melissa, quando contei – meio por cima – o que aconteceu no aeroporto, e minha decisão diante do ocorrido. Não sei se ela estava mais irritada pelo fato que eu iria me vingar de Matthew, ou pela minha mania de negar tudo que me ligasse a ele. – Não, você ESTÁ, de fato, louca.


- Não estou louca. – sorri, fingindo lixar a unha. – Os bons só se fodem, então criarei uma nova filosofia de vida: magoe quem te magoar.


- Que porra é essa que você está falando? Não percebe que quer se vingar de Matthew simplesmente porque ele consegue ultrapassar essas barreiras duras criadas em volta do seu coração?


- Que coisa mais gay, Mel. – ironizei, balançando os ombros. – Na verdade, estou fazendo um favor para ele. Anne nunca gostou dele.


- E lá vem a santa salvadora Marietta pra tentar salvar seu inimigo. Meu Deus, decida-se: você quer protegê-lo ou machucá-lo? Ainda não tenho ideia.


- Pra ser sincera, nem eu mesmo sei. – confessei, levantando-me da cama. – Só sei que quero afetá-lo de alguma forma. Como se isso fizesse com que me sentisse menos tola. Menos idiota. Menos...


-... Apaixonada. Eu já sei esse discurso. – riu Melissa, abrindo a porta de meu quarto. – Bem, como te conheço MUITO bem, minha irmã... você vai exigir que eu não interfira nisso. Farei o imenso favor de me incluir fora desse rolo, porque logo a “vingadora” se arrepende e... já sabemos do resto. E não, não contarei nada aos meninos. Deixarei que você viva SOZINHA essa ilusão de que a dor de Matt vai aliviar a sua. 


- Grata pela sua compreensão. – respondi com frieza, olhando-me no espelho.


Era tão difícil mudar. Tão difícil criar aquela carapaça que me cobria, como se eu fosse intocável, indiferente a tudo que ocorresse.
Tenho noção que a mudança não foi boa, mas já estava cansada de me sentir uma tola ao lado de Matthew. Era como se... eu fosse uma adolescente de 15 anos, e ele, um homem conhecido, vivido, cheio daquela sua experiência de vida. E sua beleza. E aqueles olhos que...


Ah não, chega. O que estava feito... estava feito. Não mudaria. Seguiria no meu plano de separá-lo de Anne até quando fosse possível. De fato, não me arrependeria. Uniria o útil ao agradável. Agiria como uma traidora filha da puta, mas a falsa sensação de bem-estar me confortaria nos primeiros tempos. Já era suficiente.


- Ah, antes que eu me esqueça... – continuou Melissa, ainda para na porta (ela ainda estava ali?) – Jared ligou em casa e combinou de te ver às sete da noite, na casa dele.


- Combinou com quem? – questionei, arqueando a sobrancelha. Melissa sorriu, de maneira marota e maldosa. Era bem do timbre daquela vadia me enfiar em furada.


- Presente! HAHAHA! Tomei muito cuidado para que Matthew não ouvisse a conversa, senão você estaria ferrada, okay? E aquele “Ogro” está fora de casa desde que voltamos... então... cuidado de não encontrá-lo no condomínio.


- Como assim, no condomínio? – voltei a questionar, abobalhada com toda a situação. Era fácil minha perda de controle em diálogos tão simples com minha melhor amiga FILHA DA PUTA.


- UHSAUHSUHS se eu quisesse, te ferraria. Mas, como sou sua Best, vou dizer: não creio que Marietta Genoom, a grande BEM informada de Londres NÃO sabe que Jared e Anne moram no mesmo prédio!


- QUE, CARALHO? – berrei, pondo a mão no rosto. – PORRA, PARA DE BRINCAR COM MEU CORAÇÃO, MEL!


- Jared mora no quinto andar. Anne, no nono. Tome cuidado de não encontrar Matthew perdido pelos corredores, ou pelos elevadores.


- Não corro riscos. M. Shadows é um preguiçoso, e eu só ando pelas escadas. – desdenhei, abrindo o guarda-roupa, na tentativa falha de procurar um disfarce perfeito, que encobertasse minha magreza (reconhecível à distância considerável), minhas perninhas tortas, e minha forma rápida de andar. Ah, lógico, minha atrapalhação, mas aí já é pedir demais. Ué... mulher bem prevenida é tudo, meus queridos. – BUUUUUUUT... não dando sopa pro azar, vou arrumada de uma forma que Matthew, se me ver, não vai reconhecer.


- Bem, faça que quiser. Se chegar antes das duas da manhã, vá ao meu quarto e conte o que a dupla Pinky e Cérebro andou arquitetando sobre a destruição do relacionamento ALHEIO! – riu Melissa, erguendo as mãos, numa pose muito John Travolta em pleno “Embalos de Sábado A Noite”. – Se cuida, nega. E juízo nessa sua cabeça que anda mais oca que o normal, amanhã temos gravação.


- Tenho muito juízo Mel. – resmunguei, esperando que fechasse a porta, para poder completar, olhando novamente o espelho. – Só não sei por onde ele anda, ultimamente.


Então... quais eram meus planos, para aquela noite agitada em Londres?


Fuder a vida de alguém. Francamente, já fui melhor. Não sei quanto, mas sei que já.


(***)


(Apartamento de Jared Leto, sete horas da noite)


Entrei no prédio como se fosse uma fugitiva. Óculos escuros, casaco de gola alta, boina e cabelos presos. Tá que o vigia olhou torto para mim, acreditando REALMENTE que eu fosse uma fugitiva, mas no fim, deu tudo certo.


Subi escadas. Muitas escadas. Demorou aproximadamente meia hora pra encontrar o apartamento que Jared vivia.


Bati duas vezes na porta, com certo cuidado para não fazer um barulho audível no nono andar, onde aquele filho da puta do Ogro Engibizado deveria estar tendo seus orgasmos diante daquela mulher peituda e encorpada que era Anne e... TÁ, CHEGA. VOLTE, MARIETTA.


Então, voltando, bati duas vezes, mas ninguém atendeu. Bati mais duas, com um pouco mais de força, e nada. Procurei campainha, interfone, mas não tinha porra nenhuma.


O que acabei fazendo? O básico pra uma escandalosa como eu.


- JARED, PORRA! – berrei, dando um soco. – ATENDE ESSA PORTA, FIO DE CRISTO!


- Ér... oi pra você também, Marietta. – responderam do outro lado, meio a uma gargalhada. – Depois dizem que sou o louco desse mundo.


- Louco por louco, estamos quits. Agora... deixa eu entrar?


- Deixo, lógico... quando eu achar a chave.


- Você perdeu a chave do seu próprio apartamento, Jared? – ri, chacoalhando a cabeça. Realmente, Anne tinha razão: o vocalista do 30STM era mais atrapalhado que eu e Mel juntas, PQP.


- Tá, calma, já acho, deve estar... ACHEI. Justo na comida do cachorro. Enfim... calma que eu... PRONTO, to aqui. Oi querida. – sorriu, abrindo a porta com força, acenando com a mão. – E aí, tudo bem?


- Não sabia que você tinha cachorro. – também sorri, retribuindo o aceno “estranho” que ele fazia.


- Mas eu não tenho. – lamentou, reverenciando o interior do apartamento com o braço. – Entre, madame.


- Eu já disse cara: pare com a heroína, pare com a heroína. – brinquei, aceitando o convite. Afinal, era para isso que estava ali.


Sentamos no sofá, lado a lado, rindo sobre qualquer coisa idiota. Demorou certo tempo para que o rumo da conversa mudasse para Anne e Matthew, o que, obviamente, era o que mais nos interessava. E fui franca. Franca até demais.


- Bem, Jared, acompanhei seu romance com Anne desde o início. E não digo de quando vocês se conheceram pessoalmente, naquele evento... digo de quando ela ficava VIAJANDO na escola, babando sobre sua foto. Brigava com qualquer pessoa que dissesse que você não era bom, ou não valia tanto assim. Ela quase bateu em um amigo nosso, quando ele disse que você era Gay. Ela PIIIROU loucamente, até chegou a chorar de raiva. Da turma, eu era a única que acreditava que um dia realizaria o sonho dela, afinal, o que é de nossa vida sem sonhos?


- Eu amo a Anne, Marie. – interrompeu Jared, balançando a cabeça. – Você não imagina o quanto. E vê-la com Matthew, mesmo depois de algum tempo que nos separamos, é algo tão... ruim. Moramos no mesmo prédio, isso é horrível.


- Imagino.


- Mas, sinto como se a nossa diferença de idades pesasse um pouco em nosso relacionamento. Sou dez anos, daí pra mais, se bobear, mais velho que ela. Tenho manias diferentes. Cultura diferente. Sou dos Estados Unidos, e ela do Brasil. Não falamos a mesma língua. Literalmente.


- Isso não significa nada, Jared.


- Brigamos por besteiras, e por orgulho... estamos onde estamos. Nunca houve nada declarado. Nenhum “estou deixando você”. Foi um afastamento gradual e... contínuo. Oh Marietta, está mesmo disposta a me ajudar a reconquistar Anne? Mas... e seu amigo, Matthew? Ele não tem culpa de tudo isso.


- Matthew é um tonto que está sendo usado. Não pense nele. Pense na sua felicidade. – respondi com rispidez, fitando-o. – Vou ajudá-lo porque sei que o seu sentimento, pelo menos, é verdadeiro. Não são todos os homens que fazem isso pela pessoa amada. Outros caras nem ligam se você existe ou não. E quanto a Anne, ela está tentando te esquecer, simplesmente isso. Vou ser sincera: vejo muita vantagem no fim desse relacionamento. Além de vocês dois, enfim, tomarem vergonha na cara... privarei Matthew de um sofrimento maior do que ele terá.


E lógico, incluindo minha vingança, mas isso não podia dizer em voz alta, né?


- Obrigada Marietta. Obrigada mesmo. – agradeceu, abraçando-me. Juro que Jared, por vezes, parecia ser um menino acuado. E que Anne, além de seu amor, era sua amiga, companheira, mãe. Sem negar, eram feitos um para o outro.


- Não agradeça. – suspirei, um pouco sem jeito. – Bem, então... acredito que podemos começar com a campanha “Jared e Anne, voltem!”. O que acha?


- Como posso começar?


Sorri, com uma pontinha de maldade exalando. Esfreguei as mãos, mesmo sem querer, e contei-lhe meu plano. Era simples, discreto, mas muito, muito eficaz.


Na certa, daria certo. Toda mulher gostava de um homem implorando amor, mas, na sensação de perdê-lo, mandaria o orgulho pro inferno e correria atrás. Não só mulheres, homens também. Ou melhor, todo ser humano era idiota ao ponto de esperar uma ocasião dessas pra tomar alguma atitude. Mas, na minha situação, nem isso adiantava, anyway.
Por volta da meia-noite, despedi-me. Com o mesmo cuidado de antes, sai do prédio.


Pretendia chegar em casa mais rápido possível, para poder saborear o primeiro triunfo de meu plano. Se eu conhecia bem os participantes, tudo ocorrera da forma que eu queria.


E, logo pela uma da manhã, quando eu ainda estava deitada no sofá, comendo Doritos com Zacky, vi Matthew entrar, com uma cara de poucos amigos.


Tentei evitar um sorriso. Não seria muito bom fazê-lo naquela ocasião. Preferi manter a neutralidade, com os olhos postos na TV. Já Zacky, indiscreto como sempre, berrou:


- Qualé cara? Que cara de bosta é essa?


- Acredita que aquele filho da puta do Jared foi até a casa da Anne entregar os presentes que ela deu pra ele, no passado? Veio com aquele discurso do caralho: “não quero mais nada que me prenda a você. Acabou”. O foda é que a... maldita ficou mexida. Talvez Jared nunca tenha dado a entender que estava tudo acabado. E hoje foi o dia. – gritou, púrpuro de raiva. – Tô puto, nunca me senti tão trouxa em toda minha vida.


Por dentro, senti uma satisfação enorme. Anne era mais óbvia do que eu imaginava. Só de pensar em perder o homem dos sonhos (no caso, o Jared), já entrara em desespero, demonstrando até mesmo para Matthew seus verdadeiros sentimentos.


Era bom para ele. Cansei de tentar avisá-lo, mas nunca fui ouvida. Talvez, desta vez, ele aprendesse. Da pior forma, de preferência.


E, sem dar muitos detalhes do desfecho, subiu as escadas, com rapidez.


- Porra. – murmurou Zacky, olhando para mim. – O que você acha disso?


- Acho que já está na hora do Sr M. Shadows entender que nem tudo é do jeito que queremos. E que não podemos mudar os sentimentos de ninguém. – sorri, levantando-me. – Já volto, vou pro banheiro.


- Solta um cagão sinistro e volta. Logo vai acabar o filme.


Exibi um meio sorriso.


Subi as escadas com minha mesma agilidade habitual e não hesitei em espiar Matthew pelo buraco da fechadura.


Lá estava ele, sentado na cama, sem camisa. Segurava um porta retrato, olhando-o fixamente.


- Não sei por que tudo tem que ser tão difícil. – murmurou, abaixando a cabeça.


Senti, bem lá no fundinho, um arrependimento de estar tramando contra Matthew. Mas, bem mais visível, estava a minha raiva, de perceber o quanto ele gostava de Anne, a ponto de ficar arrasado com uma possível separação.


Quem disse que Amor e Ódio são faces da mesma moeda, estava completamente certo. Nunca me senti tão dividida quanto naquele momento.


Senti-me como um Murphy: metade de meu coração era bom. Outra metade, má.


(Narração em Terceira Pessoa).


Matthew segurava o porta retrato com força, como se, a qualquer momento, fosse capaz de quebrá-lo no meio.


- Não sei por que tudo tem que ser tão difícil. – murmurou, abaixando a cabeça.


A foto exibia uma imagem de Marietta sorrindo, com o braço entrelaçado no pescoço do rapaz. Noite memorável aquela.


A única noite que Matthew teve a felicidade de ter, em seus braços, uma mulher perfeita. Sentia-se arrasado por tentar seguir outro caminho.

Tudo estava caindo à tona. Estava difícil.


Estava cada vez mais difícil. Até quando agüentaria odiar a jovenzinha que lhe fazia tão bem?


Até quando agiriam como Jonathan e Sophia, que se odiavam... enquanto, na verdade, queriam se amar?


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