Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 108
O despertar.


Notas iniciais do capítulo

Gente, quase chorei fazendo esse capitulo. Sei la, muito emocionante... no final, principalmente. Vou dizer que eu não pretendia, já, deixar explicito o que eu deixei, é que estou tão feliz, mas tão feliz, que vou dar esse presente a todas.
Pq? EU ARRANJEI EMPREGO GENTE, COMEÇO AMANHA! E hoje vou postar um cap todo foda que vocês vão amaaaaar! Agora, ja sabem neh... menos tempo pra postar, e voltar de fds :/mas eu supero e vocês tmb. Agora fiquei com essa coisa linda *----* e desculpem o erro grmaatical, to correndo para nao me atrasar pro curso.
BEIJOS LINDAS.



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Não sei se foi devido à agitação, ou meus sentimentos cada vez mais turbulentos... mas o tempo passou tão rapidamente que, ao tempo de uma piscadela, já estávamos nas épocas festivas do ano.

No caso, um dia antes da minha partida ao Brasil, junto de Mel. Que loucura, não?

Lembro-me perfeitamente da sexta-feira em questão. Tim Burton, depois de muito implorarmos, deu folga para ajeitarmos as malas e as passagens. Nosso passaporte estava okay... mas faltava confirmar o avião na agência aérea. Deixei isso por conta de Mel... porque não tenho saco para burocracia.

Fiquei em meu quarto, conferindo, pela décima vez, o que levar e o que deixar.

- Bem... no Brasil está calor... então devo levar as roupas mais leves... e essas de frio, caso o tempo mude, o que não é tão difícil de acontecer. – dizia para mim mesma, ajeitando as roupas na mala. – Hum... e o casaco que usaremos no desembarque aqui em Londres. Aposto que vai estar um inferno de frio em Janeiro. Então... conferindo... ah, como eu pensei em esquecer do meu diário? E minha máquina de escrever, onde vou deixar, céus?

- Marie, você realmente vai levar sua velharia no avião? – riu Matthew, parado a porta, apontando para meu bebê. Oras... minha preciosidade merecia lugar especial na minha mala.

- Por que não? É nele que escrevo minhas palavras, hunf! – questionei, fazendo bico. – Sem contar que... não consigo ficar sem escrever por muito tempo.

- Pra isso o notebook. Falando nisso... vai entrar no Facebook para conversarmos, enquanto estivermos... separados? – perguntou, entrando completamente no quarto. Olhou de esgoela para minha mala, e percebeu que bem ajeitadinho, no meio das minhas camisas, estava um porta retrato. Era o nosso. – Cara, lembro desse dia... logo que terminou com o Gay.

- É, isso mesmo. – murmurei, jogando uma outra camisa por cima para que disfarçasse a foto. Não era sensato demonstrar a Matthew que sentiria saudades. Onde estaria meu orgulho, hein? – Acho que... está tudo pronto.

- Sabe que eu estava pensando, Marie... podíamos... sei lá... sairmos hoje. Despedida, afinal, passaremos quase um mês distantes. Acho que seria legal... – sugeriu, deitando em minha cama, sobre as duas mãos. Ai Deus, faz isso não cara... você não sabe o quanto fica lindo... assim... na minha... CHEGA.

- Gosto da ideia, acredito que todos vão topar, afinal... somos bons arrozes de festa. – ri, tentando esconder a vermelhidão das minhas bochechas. Pensei em iniciar um assunto bem crítico... e não só pensei como efetuei. Fazia parte de um plano que eu nem tinha ideia se existia, mas poderia ser útil. - Vai chamar Anne também?

Matthew fechou a cara, levantando-se em seguida. Virou a cara, aparentando estar bravo, e murmurou, um quanto ríspido:

- Você não sabe falar de ninguém a não ser ela?

- Nossa, cara, tá bom! Não repito tal falha, vossa majestade. – ironizei, correndo até a cômoda, na procura de outra camisola. – E pra que esse humor de cão? Parece o cu do meu irmão.

- Ah cara, ela tá me irritando. Estamos brigando quase todos os dias... tá um saco.

- E por que, se é que posso saber?

- Não sei... exatamente. Não temos motivo... mas sei lá, mew... se não estamos transando, não temos assunto... aí cai naquela bosta de querer fazer algo pra passar o tempo.

- E a melhor coisa é brigar, eu sei. Hugo vivia fazendo isso. Agora eu não entendo por que você ainda está nessa se está dando errado. – disse, dando uma indireta que não foi tão indireta assim. Ah cara, queria mesmo que ele largasse dela e tomasse um rumo melhor pra vida. Ninguém percebe, além de mim, que Matthew não nasceu pra ficar com Anne? HÃ? Ou sou a única louca por aqui!?

- Ué, eu gosto dela. Da forma que você gostava do Hugo. – sorriu, torcendo as mãos.

Juro, juro que com aquela resposta, eu queria matá-lo. Que comparação mais idiota aquela. Ele não gostava da Anne como eu gostei de Hugo. Eu... amei aquele cara, eu acho... e ele NÃO DEVE AMAR A ANNE! Estou escrevendo grego, porra?

- Não é a mesma coisa. Hugo foi meu marido. – retorqui, tentando fazê-lo mudar de ideia. – E você não tem grande interesse aparente de ter Anne como esposa.

- Oras, vai saber? E se eu me apaixonar perdidamente a ponto de fugir pra Las Vegas? – sorriu novamente, só que com sarcasmo, levantando-se completamente. – Bem, se está em cima nossa balada... vou avisar pros caras.

- Isso, avise... – concordei, abanando uma camisola vermelha que tirei do fundo do baú. Matthew deu uma risadinha maliciosa, olhando para a peça.

- Ui, que sedução. Pra quem vai usar isso?

- Para ninguém, homem. – respondi, ainda mais corada. – Preciso jogar essas coisas... são sensuais demais pra uma mulher que vive sozinha.

- Se você quiser usar e pedir minha opinião, estarei à disposição no meu quarto.

- MATTHEW SANDERS, sai daqui seu sem vergonha. – gritei, arremessando-lhe a tal camisola. Acredita que o filha da mãe conseguiu desviar, pegou-a do chão e ainda teve a cara de pau de cheirar?

- Que perfume, mew. Agora é minha... pros meus momentos de solidão rimada com mão.

- Matthew, devolva. – gritei, avançando nele. – Não quero nem pensar em você fazendo isso, que nojo.

- Oxe, por que? Sou um macho muito viril.

- Mew, olha, não é muito animador pensar em seu melhor amigo se masturbando pensando em você. É tenso.

- Nem tanto. E se eu fosse apaixonado por você, teria perdão? – sugeriu, dando uma piscadela. Seus olhos brilhavam... brilhavam para mim...

- Deixa de ser tonto. – suspirei, tomando-lhe a camisola. Sério... virei com tanta agilidade que pensei que ia cair, devido a uma tontura. Minhas pernas estavam moles, e o coração disparado.

Se Matthew quisesse mesmo que o respondesse com sinceridade, se eu soubesse que ele era apaixonado por mim.... eu.... eu...

- Agora sai daqui, deixa eu me arrumar em paz. – expulsei-o, interrompendo meu pensamento, apontando a porta. – Tchau, homem.

- Tchau sua linda.

- VAI LOGO. – ordenei.

- Cara, você com vergonha é hilária. – e saiu do quarto, rindo da minha cara de Poker Face.

“Como eu te odeio, filho da puta”, pensei de imediato, dando um murro na cômoda. Não foi uma atitude muito inteligente, de fato.

- DROGA, MINHA UNHA!

(***)

Chegamos ao “Palace de Londres” por volta das 23 horas. Como já tínhamos ideia, era nesse horário que a noite dos boêmios de Londres começava. E naquela ocasião, eu era uma boêmia, querendo me divertir, antes de partir para minha pacata e bucólica Barra Bonita.

A música que tocava era On The Floor, da Jeniffer Lopes e Pit Bull. Fazia tempinho que não ouvia aquele som nas baladas. Já era “velha”, unicamente por estar fora das paradas do rádio, há alguns meses.

Get on the floor, Darling! Get on the floor! (Venha pra pista, querida. Venha pra pista!)

- Cara, essa música é foda. Já leram? – gritou Melissa, já toda animada, abraçada ao Syn. – Já que não posso beber... vou beber tanto Suco que vou precisar de três privadas pra fazer tanto xixi.

- Que coisa linda pra se dizer ao lado de seu namorado, Mel. – ri, dando-lhe um tapa. Atrás de nós, um pouco mais agitado que o normal, estava Zacky. Do seu lado, Matthew. – E você, Zacarias da Vingança, por que está hiperativo? Andou fumando?

- Não, cara. – respondeu, olhando para os lados. – Vou ter um encontro.

- Ein? Um encontro de verdade? Com uma mulher de verdade? É uma mentira de verdade? – questionamos, deixando o pobre coitado confuso com tantas perguntas.

- Hã? Eu só sei que a Baju ligou pra nos encontrarmos, é isso. – acabou contando, apontando para o outro lado da pista. – E lá está ela. Ai cara, ai cara, estou bem, estou sexy, to pegando?

- Se isso te anima... se eu fosse Gay, comia seu cu todo dia. – brincou Matt, dando-lhe um soco. – Ah mew, por falta de Johnny, agora você é a nossa vadia.

- Verdade, Zacky. – concordou Syn, fingindo um rebolado muito pornográfico. – Vai danado, vai danado.

- Vocês-são-maus. – ri, puxando Zacky pelo braço. – Você tá arrasando, nego. Vai lá, cata aquela guria, e para de ser tonto e volte com ela. Seja diferente daqueles idiotas que gostam de pessoas, mas insistem na solidão. Seja feliz!

Achei tão fofinho aquele sorriso bobo que Zacky deu. Acenou para gente, e foi para o outro lado, do lado da garota. Diga-se de passagem: eita moça bonita, fariam um par bem fodelástico.

- Bem... vamos sentar? Beber? Chapar geral? Não estou muito animado hoje, então preciso de incentivos. – murmurou Matt, roubando da bandeja de um garçom um copo de wisky. – Valeu mesmo cara, isso já é bom pra aquecer. – e bebeu em um gole só.

In the club. (Na balada).

- Matthew, vai com calma cara, temos a madrugada toda ainda, e juro que não vou deixar de viajar se você entrar em um coma alcoólico. – avisou Melissa, sentando na primeira mesa que viu. – Okay, cabeça dura?

- Não te prometo nada. – riu, acenando para outro garçom. – Cara, traz doses de conhaque, wisky, Red Bull e tudo que tiver de mais forte e de doce pra misturar.

- Ér... okay. E as senhoritas?

- Refrigerante. Sem batismo, por favor.  – pedi, educadamente, diferente daquele ogro que parecia um louco psicopata e suicida. – E você, cara, melhor maneirar.

- Vou maneirar. Da minha forma. – riu, brincando com Syn uma bebida imaginária. – Ahá, hoje vai ser foda.

I'm loose. And everybody knows I get off the train. Baby it's the truth! (Eu estou solto, e todos sabem que eu perco o controle. Baby, essa é a verdade).

Por volta das 2 horas da manhã, Matthew estava em estado deplorável. Completamente bêbado, chapado por ter ingerido tantas doses alternadas de conhaque e wisky. Parecia um tonto, caindo na poltrona, com o copo na mão.

- Um brinde à minha felicidade, ahá!

Numa altura dessas, Syn e Mel estavam na pista, dançando. E eu, a IDIOTA, que deveria estar se divertindo, acompanhava aquele bebum, pra ver se ele não fazia alguma besteira. Cada vergonha que eu passo, vou falar.

- Quero mais um! – gritou Matthew, apontando para o copo. Dei-lhe um tapa na mão, jogando o copo em cima da mesa.

- Você não vai beber PORRA nenhuma, cara. Não vê que é o único dando vexame aqui? – gritei, completamente irritada.

- Qualé, Marie, só mais um! Eu preciso. – implorou, juntando as duas mãos. Não, por mais que eu odiasse negar algo a ele... iria manter a palavra. ELE NÃO IA BEBER MAIS.

Grab somebody drink a little more. (Pegue alguém, beba mais um pouco).

- AOOOOOOOOOOOOOO POTÊNCIA! – berrou Matthew, quando uma moça passou perto de nós. Também, quase nua... não é a toa que chamou atenção.

- Matthew, chega, você tá chapado completamente. Venha, levanta, cansei dessa sua fossa.

- O que vai fazer?

- Levante e cala a boca. – ordenei, puxando-o pela mão. Injustiça, 53 kilos de ossos contra 90 e tantos de músculos. Foda-se, nessas horas encontro força até na puta que pariu. Por fim, ainda bem, ele colaborou e levantou, seguindo-me:

- Onde vai me levar?

- Logo você vai ver. – responde rispidamente, guiando-o até o banheiro.  Na porta, com os braços para trás, estava o segurança. Eu precisava daquele banheiro VAZIO. – Oi, desculpa... o banheiro está vazio?

- Sim. – respondeu, sem olhar para mim.

- Poderia mantê-lo assim, enquanto eu tento despertar esse idiota bebaço aqui?

- Não posso privar ninguém de usar o banheiro, é público.

- Mas senhor, por favor... é um caso urgente, não vê o estado dessa anta?

- Desculpa, não posso fazer... na... CARA, VOCÊ É A HEAGLE! – berrou, depois de olhar para mim. Mesmo no meio de tanta fumaça, conseguiu me reconhecer. – HEAGLE, A ESCRITORA?

- Eu mesma. – sorri, sabendo que aquela devia ser minha brecha. – Heagle, prazer.

- Minha filha ficou doente por um livro seu! Oh Deus, ela não vai acreditar.

- Eu te dou um livro autografado e ainda tiro uma foto pra você trancar esse banheiro, impedindo que qualquer pessoa entre. – sugeri. Mais um foda-se, eu estava SUBORNANDO o segurança. Cara, que tipo de trapo sou eu?

Bem que ele tentou fazer a voz da ética profissional falar mais alto. Que nada, também ligou o foda-se e aceitou a proposta. Assim, enfiei Matthew no banheiro, e com a chave em mãos, tranquei por dentro.

- Agora abaixa ai. – gritei, empurrando a cabeça de Matthew em direção a pia. Abri a torneira e joguei água gelada por cima da nuca, pra ver se assim ele tomava rumo na vida. – Isso, coisa louca! Acorda, deixa de fazer essas putices. Seu fígado agradece!

- Não... é... putice, porra. – resmungou, esfregando os olhos. – Tô mal.

- Coitadinho, não? – ironizei, lascando mais água. – Por que, hum? Tá sem perna? Sem braço? Alguém, atualmente, morreu? Que porra está havendo com você?

- Meu coração tá morrendo, Marietta, não percebe isso? – suspirou, levantando-se. Estava todo molhado. – o Avenged era a melhor parte de mim... e não tenho mais porra nenhuma! E minha vida pessoal é uma boooooooooooosta! Sou um homem fracassado de 30 anos que só sabe beber e fingir que tem um relacionamento. Uau, pela vida eu tenho.

- Matthew, pelo amor, o Avenged vai voltar... logo logo... e... quanto à sua vida pessoal... eu... não sei... que pensar. – tentei consolá-lo, uma vez que minha raiva se tornara tristeza. Odiava ver Matthew daquela forma, mas era o preço a pagar por ser sua melhor amiga. Foi tolice minha achar que Matt não se abatia por nada.

Ele tinha sentimentos também.

- Ai, que porra. – murmurou, encostando-se na parede, escorregando até sentar no chão. Sentei de joelhos, bem na frente dele, com o semblante bem sério. Precisava disso.

- Não fica assim, detesto te ver pra baixo. Você é meu apoio, cara. Tipo... sempre que to na fossa, como você diz... é em você que apoio, porque... cara, você é a força desse grupo, não percebe? É o paizão, digamos assim. Tá sendo impedindo Syn e Zacky de fazer suas besteiras e... me impedindo também de fazer as minhas. Porra mew... detesto ter que passar por isso, mas... anima, por favor?

- Sério isso? Você... não me acha idiota? É que... você é tão... decidida, e eu sou tão... estranho. Não imagino ser o pilar dessa... soci... soci... ér... como é a porra da palavra? – dizia confuso, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Porra, que dor DO CARALHO.

- Você é um idiota... mas um idiota muito foda. – ri, dando-lhe um beijo na testa. – Por favor, não arrisca sua vida com tanta merda. Não vale a pena.

- Eu não vou morrer Marie. – sorriu, olhando para mim. – Você está aqui ainda... e eu prometi que não te deixaria sozinha.

Não sei que porra que aconteceu comigo, sério mesmo. Mas mandando o mundo de fuder lá fora do banheiro, com aquela música da Adele... pus minhas duas mãos no rosto de Matthew e o beijei.

É, o beijei. O beijei como se o chão fosse abrir debaixo de nossos corpos e... tudo acabasse. Se fosse o fim do mundo, o fim da vida... eu morreria feliz, porque estava beijando Matthew!

E não era aquele beijo da noite do Natal. Nem um beijo teatral, para enganar ex namoradas. Nem sonho, nem pesadelo. Era o beijo que gritava dentro de mim, querendo acontecer, querendo existir. Era o beijo que eu precisava para... ficar livre, e ter certeza do que era pra ter certeza.

Por que as pessoas são tão tolas? Por que eu sou tão tola como as pessoas?

Aquele era o beijo da minha vida, e nada, absolutamente nada, iria apagar aquela lembrança. A lembrança de quando beijei MEU Matthew Sanders. Meu M. Shadows. Meu Jonathan Harrington.

O Ogro Engibizado que era o amor da minha vida.


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