O último Suspiro escrita por MadWolf


Capítulo 2
Conheço alguém


Notas iniciais do capítulo

é apenas o começo, com o tempo fica mais interessante.



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Me levantei das folhas. Eu havia dormido numa pequena floresta, embaixo de uma árvore. Lá estava úmido, tinha chovido ontem. Foi o único lugar onde eu pensei em dormir, não tinha como pensar em nada, estava muito abalada. Um vampiro, de certeza enviado pela minha maravilhosa família, pôs fogo no hotel em que eu tinha acabado de me hospedar. Mais um, apenas mais um. Fugi, não fazia sentido ficar mais lá.

Senti tristesa. Queria que minha família tivesse aceitado o fato de eu ter ficado com Trevor. Queria saber se Trevor estava vivo.

Tinha que esquecer isso e seguir em frente. Apenas isso. Peguei a mochila em que eu me apoiava e me levantei. Fui andando, em busca da saída.

Depois de tantas décadas, eu ficava meio apreensiva em passar pelos raios de sol, até pelos mais fraquinhos do dia nublado que fazia. Toquei no pequeno medalhão do meu pescoço, com metade do olho de um vampiro morto. Para os vampiros, isso era uma prova para a deusa Hécate que o vampiro é poderoso suficiente para andar na luz do Sol. Eu acreditava, mas mesmo assim tínhamos que mandar uma bruxa fazer algumas coisas com essas partes de vampiros mortos. Então era meio suspeita essa história. Enfim, consegui, sair, nem sei como. Tinha uma placa meio distante, escrito “Bem-vindo a Tower, Minnesota”. Hm.. Tower. A menor temperatura marcada no estado. -51º. Perfeito para mim, eu odeio calor. Já passei uns dias lá pela Califórnia. Me deixou totalmente maluca.

Enfim, parei a primeira pessoa que eu vi na rua. Uma garota mais ou menos do meu tamanho, cabelos de tamanho médio, nem castanho nem ruivo, como a cor dos de Roderick.

- Com liçenca, – me virei para ela enquanto passava por mim – onde eu encontraria um hotel?

- Nova na cidade?

- Total.  Nem sei pra onde ir.

- Tem dinheiro né?

Eu ri.

- Sim, claro. – Ela também riu – É que não tenho família aqui e estou me mudando sozinha.

 - Ah, bem. Vamos andando, tem um bom hotel daqui a algumas ruas.

Ah, ela tinha um sangue com cheiro bom. Mas era contra meus princípios me misturar aos e humanos e ferí-los. Preferia roubar de bancos de sangue.

- Nossa. Se mudando sozinha? – ela perguntou – Legal. Total liberdade.

- Éer.. digamos que meus pais não ligam muito. Prefiro não falar nada sobre isso.

- Ah, desculpe.

- Nada não. A propósito, estou tomando seu tempo?

- Não, so tava caminhando mesmo. A manhã tá muito monotóna hoje. Ao menos tá nublada.

Ela também não gostava muito de Sol. Se fôssemos amigas um dia, íamos nos dar bem. Eu já ia abrir a boca pra falar quando o telefone tocou.

- Só um minuto. – Ela pegou seu telefone e nós paramos numa praça. – Oi, Alex.

Oi, So. Onde você tá? A gente não tinha combinado às 10:00? Uma voz masculina falou.

- Ah, me desculpa, amor. Eu tinha esquecido.

Tudo bem, tudo bem. Até mais tarde.Desligou.

- Ei... – Pausou – Desculpa, ainda não sei seu nome.

- Elizabeth.

- Ah, e o meu é Sophie. Sophie Smith. Procura na lista telefônica que você acha.

- Ok. Obrigada

Ela foi correndo e eu segui caminhando.

- Hey Liz! – Ela gritou. Me virei. – O hotel fica logo ali. – Ela apontou para uma casa de três andares.

- Ok. Obrigada! – Gritei em resposta e me virei denovo.

- Ei! – Ela gritou e eu sorri pra ela – Posso te chamar de Liz, né?

- Claro. E mais uma vez, obrigada.

Ela sorriu e seguiu correndo. Tadinha, tinha esquecido do seu... Alex.

Ah, namorados. Me doía vê-los. Me doía também ouvir alguém me chamar como Trevor me chamava: “Liz”.

Fui caminhando, não correndo. Tinham algumas crianças e pessoas na praça. Pegaria mal.

Chegando no hotel, paguei , fiquei num quarto legal, do último dos terceiros andares. Deitei. Mais um dos que eu chamava de ciclo da minha vida. Primeira fase, estudante. Segunda, universidade, terceira, algum emprego, ganho algum dinheiro, junto, depois fica suspeito continuar tanto tempo no lugar sem envelhecer e me mudo. Não podia ligar agora para Sophie, a única pessoa que eu conheço na cidade. Fui dormir, agora mais confortável. Iria pensar em algo, além de como fugir caso algo aconteça, apenas depois de dormir.


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