- Dor.

Isso resumia absolutamente tudo que eu sinto nesse momento.

Tudo tão confuso, barulhento que seriamente acho que estou no inferno.

Comecei olhar atentamente em volta.

Minha visão estava embaçada mais eu conseguia ver alguma coisa. Algo que brilhava tanto que quando finalmente abri os olhos reluzia.

São várias facas, serras, todos os tipos de armas completamente brilhando, que parecem que acabaram de ser feitas.

Mais um detalhe mórbido me fez ver que elas já foram usadas.

Havia sangue em seus cabos de madeira, sangue velho, aquele que acaba apodrecendo.

Aterrorizado, tento sentar, mais uma enorme dor novamente me atingiu e com ele veio um cheiro ruim de cobre.

Sangue.

Comecei a suar, e a gritar por ajuda,   mais ninguém me socorreu.

Ate que uma figura encapuzada apareceu.

Estava todo de preto da cabeça aos pés, e nas mãos carregava uma das facas que com certeza pertencia ao arsenal.

Olhei pavorosamente em seu rosto, mais não trazia nenhuma expressão, de raiva ou simplesmente de piedade.

Só conseguia olhar para aqueles olhos que tortuosamente me diziam o que iria acontecer.

Você. Vai. Morrer.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

Nunca pensei que morreria de uma maneira tão fria, e tão sozinha.

O pior, sem saber o porquê.

Comecei a lembrar de toda a minha vida, tentando lembrar algo que eu fiz que pudesse  acontecer isso. Mais ai eu lembrei.

Eu deveria ter sido mais presente.

O homem com a faca chega perto de mim com um pequeno sorriso nos lábios.

Deveria ter amado mais a minha mãe, não ter a deixado  morrer sozinha naquele lugar imundo.

Eu estou preso á correntes que me impede de fugir.

Eu deveria ter sido um pai mais presente, não ligar tanto para o dinheiro.

Eu deveria ter feito isso.

Ele rasga a minha blusa social já toda manchada com o meu sangue e suor.

Mais agora, já é tarde de mais.