P.O.V. Amber

-Amber – chamava-me Claire. Não dava a mínima eu já sabia o que ela queria. Botei mais alto o som do meu mp4. – Vou ficar bolada com você se não me ouvir – disse ela cruzando os braços e fazendo um bico, muito engraçado.

“Suas caras e boca não funcionam comigo” – pensei.

-Amber, me escuta, por favor – como não disse nada ela continuou. - Não to Brincando com você, eu vou mesmo ficar bolada com tigo e não vou mais falar com você e com isso nós duas vamos ficar boladas.

“Por que ela não para de falar Deus, e essa palavra, Bolada, aonde ela ouviu esse troso” – Pensei.

-Amber eu vou ficar... – tampei a boca dela e a fuzilei com meus olhos.

-Cala a boca Matraca – comecei a falar – e se falar mais uma vez BOLADA, eu juro que assim que esse ônibus parar, EU TE MATO! – não gritei com ela, só falei bem alto e claro.

-Agora sim Amber, eu fiquei mega Bol...-ela parou e olhou meu olhar mortal, respirou fundo e continuou – Bolachuda.

-Jurei que iria falar outra coisa. – dei a ela um sorriso.

-Amber, por que toda a quela confusão? – perguntou-me ela, se referindo ao acontecimento no tal “restaurante cinco estrelas”.

-Bem que o cara mereceu – tirei o fone dos ouvidos e olhei para a paisagem que tinha fora da janela, fala serio, era só um monte de árvore depois de um monde de árvore. – Vou contar o que aconteceu. Tudo começou quando eu disse que iria sair de lá...

# Restaurante,uma Hora atrás #

-Ah Claire – eu falei olhando o para o prato à frente de Claire – isso não é comida, isso é caramujo, é nojento. E ainda dizem que isso aqui são cinco estrelas.

-Cala a boca Amber – sussurrou Claire para mim – isso aqui é comida de gente rica e cheia da grana, e estamos comendo praticamente de graça por causa do dinheiro da Mary, então come e fica quietinha.

-Você está comendo, eu não vou comer isso. Meda meu dinheiro, vou dar o fora daqui. – falei estendendo a mão sobre a mesa. Ela fez sinal negativo com a cabeça.

-Come vai Amber, não vai morrer – falou ela pegando o dinheiro e me entregando.

-vou estar no bar ao lado – falei.

-Amber... Só prova...

- Mas nunca que eu vou comer isso, Nunca! – dei um pulo da cadeira e fui em direção à porta, mas não chegei a sair, alguém segurou meu pulso. Eu automaticamente me virei e dei de cara com a praga mais idiota do Planeta, George.

-Ei cara, não tem mais o que fazer? – perguntei a Ele. Tentei tirar sua mão do meu pulso, mas não consegui.

-Quer uma carona? – perguntou-me.

-Não, agora me solte, não quero dar um soco na sua linda carinha.

“Por que sempre tem que ter um idiota no caminho” – pensei.

-Nem almoçar comigo? – ele sorriu para mim como se fosse possível eu dizer que sim.

-Em primeiro lugar, A comida é horrível e em segundo, nunca comeria com um piloto metido a besta. – falei me soltando dele.

-Não precisa se preocupar, não sou piloto, só estou aprendendo ainda, tenho só vinte anos. – falou ele.

-Me deixa em paz, tá? – falei com um tom de pergunta.

“NÃO era para ser uma pergunta, Droga!” – pensei.

-Não vai ser possível, nem se você me batesse iria parar de te seguir. – falou ele sorrindo para mim, me deu um nojo no mesmo momento.

“Parai, ele disse que está me seguindo?” – meu tido-e-teco falou mais alto.

-Acabou de pedir sua sentença de morte – falei dando um tom de brincadeira.

-Vamos ver se tem coragem – disse dando um ar de desafiador.

-Tá bom – falei. Avancei um paço para frente a poucos centímetros dele, conseguia até ouvir sua respiração. Botei minhas mãos no seu peito. Sorri para ele, sarcasticamente, tudo parte do esquema. Eu o empurrei o suficiente para bater no garçom atrás dele, que caiu em cima da mesa de uma moça derrubando a comida em cima dela.

“Pelo menos havia feito uma boa ação, só a moça iria comer aquela comida horrível” – pensei.

-como dizem, um bom movimento sempre tem que ser bem calculado – sorri com minha própria mensagem para o idiota.

Sai pela porta enquanto a moça reclamava para o gerente e o garçom brigava com George.

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-Foi tudo o que aconteceu Claire – falei vendo que já estávamos chegando na rodoviária.

-ainda bem que ninguém notou que eu estava lá com você e não precisei sair como da ultima vez – falou ela pegando suas coisas na mão, fiz a mesma coisa.

-Vamos lá sonhadora, a nova vida nos espera – falei a ela, ela me olhou e sorriu.

-Amber, não sou eu a sonhadora, você que é. – falou ela – eu vivo a realidade, o que você está esperando, o príncipe encantado.

-que coisa de criança é essa Claire, “Príncipe encantado” fala serio né, por favor...- falei para ela, que besteira isso – não preciso disso.

-Que seja “Sonhadora”. – falou ela rindo.