Domando o Destino escrita por deh_ruiz


Capítulo 3
Capítulo 2 – O ataque.




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    Capítulo 2 – O ataque
    Assim o dia sucedeu. Gabrielle correu de um lado para o outro ajustando armadilhas e discutindo planos de defesa com Derek e seus homens. Notava-se que o ruivo contava com a completa lealdade de seu esquadrão, e ainda assim se mantinha humilde, em momento algum demonstrou se achar melhor que nenhum de seus subordinados, os tratava como iguais, e, talvez fosse exatamente por isso que ele era um bom líder.
    Já era noite e Gabrielle estava bebendo e conversando com Derek. A cada copo de vinho o guerreiro ficava cada vez mais interessante e a barda cada vez mais propensa á seus carinhos. Não demorou muito para ela estar nos braços dele novamente. “Afrodite estava certa, estou sozinha a tempo demais.”
    - Derek?
    - Sim?
    - Acho que deveríamos levar isso para um local mais privativo, e você? – perguntou um pouco sem graça.
    - Não poderia concordar mais, Gabrielle. – respondeu ternamente.

    Derek era carinhoso, seu toque era gentil e suave, ele dizia coisas lindas, mas ainda assim Gabrielle sabia que não podia amá-lo, seria apenas aquela noite. Ela temia ferir seus sentimentos, entretanto ela sabia que Derek entendia a dor que sofria pela amiga, e também sabia que ela não pretendia se prender ou pertencer a ninguém. Mesmo assim, a barda sentia que devia desculpas a ele.
    
    Ainda era madrugada quando Gabrielle despertou com seus sentidos em alerta, ainda deitada na cama, com Derek abraçado a ela, ela aguçou-os ainda mais, então ouviu ao longe cavalos a todo galope, vários deles, metal se chocando, madeira... Os guerreiros estavam vindo!
    - Derek, acorda – disse levantando-se e pondo a armadura.
    - Han? Bom dia, lindinha – ele olhou para a janela e viu a escassa luz que adentrava por ela – Ou melhor, dizendo, boa madrugada. Aconteceu alguma coisa? – perguntou docemente.
    - Estamos prestes a ser atacados. – disse com pressa.
    - Como sabe? O alarme não está tocando. – perguntou confuso.
    - Mas ele vai, daqui a pouco. Vista a armadura. – disse jogando as roupas de baixo para o homem.
    Derek era inteligente e sabia que Gabrielle provavelmente tinha razão, então a obedeceu. Alias qualquer homem com o mínimo de inteligência sabia que era inútil resistir ou discutir com a barda.
    Ocorreu a Gabrielle que essa poderia ser a ultima oportunidade de se desculpar com Derek, então começou.
    - Sei que esse é um péssimo momento, mas você sabe que eu não quero me prender a ninguém, não é?
    - Sei Gabby, fique tranqüila. Apesar de tudo, eu a convido para fazer parte do meu pelotão, como a primeira no comando junto comigo, se quiser. – interrompendo o convite do guerreiro o alarme soou – Você estava certa – observou.
    - Eu os ouvi chegando. Mãos a obra Derek! Temos traseiros para chutar! – disse com fogo nos olhos.
    
    Gabrielle e Derek foram os primeiros a chegar a seus postos. Gabrielle elevou os olhos para a diminuta criatura que soava o alarme, era a mesma garota que havia falado com ela no dia anterior, a barda notou que a menina estava sozinha, então foi até lá perguntar. Ainda estava escuro e mal podia ver a garota, mas notou círculos escuros debaixo dos seus olhos, indicando que ela não dormira no posto. Apesar disso, ela parecia bem disposta e pronta para ajudar.
    - Onde estão os outros?
    - Que outros? Disseram-me que durante a noite só era necessária uma pessoa guardando o muro.
    - O QUE? Justamente o oposto, a noite é quando estamos mais propensos a ataque. E nessa hora a guarda deve dobrar não diminuir. Eu mato aqueles fazendeiros! – disse com raiva, depois completou mais suavemente – Vá para casa garota.
    - Não – disse firmemente.
    - Garota, estou mandando!
    - Meu nome é Kara! Deixem-me ficar, e se aparecerem reforços? Desse modo posso avisar. Estou fora de perigo, por favor! Além disso, eu posso avisar quando eles estiverem quebrando os portões, para vocês ficarem atentos.
    Gabrielle percebeu que era inútil discutir, se a deixasse ficar poderia ficar de olho nela. Então, entrou em uma sala perto da torre do alarme, pegou um capacete e uma couraça e jogou para a menina.
    - Vista isso. Se lançarem flechas abaixe-se e toque o alarme novamente, se alguém vier para cá, corra. Se QUALQUER coisa fora do normal acontecer me chame. Estarei lá em baixo com os outros.
    - Obrigada. Pode deixar.
    - Me agradeça depois, se ainda estiver viva.
    Gabrielle desceu as escadas e foi conversar com os soldados, papo motivacional. Todos estavam animados, pois estavam com a vantagem do território, das armadilhas e os números igualavam. Era vitória fácil. A barda elevou os olhos para checar o que Kara estava fazendo. A menina estava debruçada sobre o muro fazendo alguma coisa.
    - Que diabos ela está fazendo agora? Devia tê-la mandado para casa quando tive chance.
    A loirinha deu um salto mortal pousando bem ao lado de Kara, em cima muro que cercava os portões. Então pode dar uma olhada melhor no que a menina fazia. Os inimigos haviam jogado cordas com gazuas por cima do muro, para se prender nele e escalá-lo enquanto os outros tentavam abrir os portões. Kara estava cortando as cordas e soltando as gazuas para impedi-los.
    - Eu não disse para me chamar se alguma coisa fora do comum acontecesse? – perguntou alterada.
    - Para mim isso é comum... Alem disso você estava ocupada!
    - Garota... Eu devia...
    - Estão rompendo os portões! – ela interrompeu Gabrielle.
    - Soe o alarme! Eu dou conta disso.
    A garota obedeceu. Gabrielle jogou o chakram partindo todas as cordas, uma seguida da outra. Os guerreiros caíram no chão com um baque surdo, e, neste exato momento, os outros guerreiros conseguiram romper o portão e adentraram a cidadezinha.
    - Kara! Estão todos aqui, não terão reforços! Vá proteger os fazendeiros, eles estão do outro lado da vila, dentro da estalagem. – Gabrielle segurou o braço da menina e completou olhando-a nos olhos – Se algum guerreiro chegar lá significa que passaram por mim, e se passaram por mim, quer dizer que estamos todos mortos. Então leve os fazendeiros para as colinas.
    A garota assentiu e sumiu de vista em meio ao caos. Apesar do que disse, a barda estava completamente segura de que ninguém passaria por ela e pelo pelotão de Derek. A loira saltou de cima do muro e foi parar bem no meio da luta.
    Gabrielle elegera seus sais para essa luta. Era quase sempre assim. Começava com os sais, depois, eventualmente, lançava-o nas costas de um guerreiro para salvar alguém, depois pegava sua espada para terminar o serviço, então, em casos extremos, usava o chakram de Xena. Que jazia em seu cinto.
     Dois homens a viram pular do muro e vieram direto para cima dela. Gabrielle bloqueou eficientemente seus ataques com os sais. Prendeu a espada de um deles entre as asas da arma e o desarmou. Deu-lhe um chute no estomago, depois acertou com o cabo do sai em seu pescoço, fazendo-o desmaiar. O outro veio em seguida, Gabrielle acertou a espada do homem com as lâminas do sai, fazendo-o se desequilibrar. O homem voltou rápido a ativa então veio para cima dela cortando-a no braço. A barda se enfureceu e chutou-lhe o rosto, fazendo-o ficar desnorteado. Gabrielle socou-o até que ele ficasse desacordado. Logo mais um homem veio por trás dela e outro pela frente, quando estava ocupada se defendendo da clava do que estava a sua frente, ouviu alguém gritar seu nome, olhou para trás e viu o homem cair morto no chão com uma flecha cravada nas costas. Procurou o dono da flecha, e seus olhos se encontraram com os de Kara. Gabrielle assentiu em agradecimento e deu cabo do outro homem. Kara saiu correndo até a estalagem para fazer o que Gabrielle disse.

    Já era quase por do sol, os guerreiros de Derek lutaram bravamente e conseguiram expulsar os guerreiros de Calais do vale. O vilarejo estava em festa, todos comiam e bebiam. Até alguns soldados feridos contavam suas histórias.
    Gabrielle estava se levantando para ir dormir, pois sairia cedo na manhã seguinte. Então Kara sentou-se ao seu lado.
    - Você me salvou Kara, obrigada. – disse sem encará-la – Fui injusta com você, quero que me perdoe. – era engraçado como o tempo se encarregava das coisas. Antigamente era Xena quem tinha que se desculpar por esse tipo de coisa. Para Gabrielle, pedir desculpa sempre fora fácil, pois seu orgulho estava sempre abaixo do dos outros. Porém o tempo endurecera seu coração e tornou tudo mais difícil.
    - Está tudo bem, eu sei que sou jovem, e não pareço grande coisa. Mas se você me deixar provar...
    - Provar o que? Do que está falando Kara?
    - Eu quero ir com você.
    Gabrielle engasgou com seu vinho.
    - O QUE? Comigo? Kara, você pode acabar morta, na estrada não há guerreiros bonzinhos para te ajudar, nem muros para te defender. É tudo por sua conta!
    - Gabrielle, você não vê? Eu sou como você. Não nasci para ser estalajadeira! Eu quero ser mais, quero sair e aprender!
    - Você NÃO vai comigo Kara, pode esquecer! – dito isso, se levantou e foi para seu quarto.
    - Você tem que concordar comigo, a garota tem espírito – disse Afrodite aparecendo a seu lado no corredor.
    - De novo você Afrodite?
    - Ouch! Doeu! Uma amiga vem lhe visitar e você a trata assim?
    - Desculpe... Espírito? Humpf, ela tem é miolo mole, isso sim! – disse entrando no quarto, e Afrodite veio atrás.
    - Pois ela me lembra alguém que eu conheci há muito tempo atrás.
    - Quem? Tara?
    - Tara? Não... Você!
    - O que? Qual é Afrodite! – disse desacreditada.
    - Esse papo de “eu nasci para muito mais do que essa vida de fazendeira” não te parece nem um pouco familiar? – perguntou com as mãos na cintura.
    - É... Diferente. – justificou-se
    - Não é não!
    - Tá, não é mesmo! Deuses, agora eu sei por que Xena não quis que eu fosse com ela, que responsabilidade! E se ela morrer? Seria minha culpa. – disse preocupada.
    - Mas Xena apreciava sua companhia, e você aprendeu a se manter viva, não foi?
    - Mesmo assim, antes disso eu coloquei a vida dela em perigo várias vezes!
    - Era um risco que ela estava disposta a correr para tê-la a seu lado. – disse carinhosamente.
    - Mas eu não estou disposta. Eu mal a conheço, e não serei responsável pela morte dela, Afrodite.
    - A história se repetirá, querendo ou não. – dito isso desvaneceu.
    
    Gabrielle não se importou muito com o que Afrodite disse, logo estava de banho tomado e dormindo.
    No dia seguinte acordaria cedo, pois os seguidores de Eli já haviam saído de Éfeso antes dela chegar. Estavam se dirigindo para Esmirna. Eles não se detinham muito tempo em um só lugar, pois eram constantemente perseguidos. Além disso, Gabrielle não queria dar a Kara uma chance para segui-la, apesar de se sentir um pouco mal pelo modo como se despedira da menina.


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Notas finais do capítulo

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