Domando o Destino escrita por deh_ruiz


Capítulo 2
Capítulo 1 – A história se repete.




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Capítulo 1 – A história se repete.
    “Não posso mentir para os meus próprios pergaminhos, isso seria trair a mim mesma, fui ao Egito assim que Xena me deixou, além de manter seu legado, eu fui, pois ouvi histórias sobre o Egito, histórias que falam sobre imortalidade, ressurreição. No fundo de meu triste coração eu pensei que poderia haver uma chance. Xena morreu tantas vezes, e, até agora ela havia voltado para mim, para meus braços. Mas dessa vez... o único jeito de trazê-la de volta em cinzas seria a maldita fonte, e ela me impediu. Eu pensei na Ambrosia, ainda há várias delas pelo mundo conhecido, mas seu corpo precisaria estar inteiro... se eu ao menos soubesse...
    Agora eu tenho que ir até Eva. A estação está no fim e eu ainda não tive coragem de encará-la, ouvi dizer que os seguidores de Eli se dirigem para Éfeso, já que estou perto, em Mileto, creio que posso encontrá-los. Além disso, Éfeso está com problemas, nada demais, somente um guerreiro abusado. Dou conta dele rápido o suficiente. Depois vou até Eva. Só queria que Xena estivesse aqui para ver o quanto eu aprendi...
    Gabrielle guardou seu pergaminho cuidadosamente numa bolsa, junto com vários outros. Ela adquirira o hábito de escrever nos pergaminhos como se fosse um diário, às vezes escrevia velhos contos sobre ela e Xena. Tirou sua nova armadura com cuidado, desde que ficou só, trocou seu confortável conjunto de veludo por uma armadura de couro com metal, similar a de Xena, afinal, agora ela era sempre o centro da batalha. Não poderia se dar ao luxo de usar roupas sem segurança alguma. Ela se levantou e foi até Argo II, deu-lhe uma maçã e acariciou sua crina. Depois se deitou para dormir.

    Gabrielle despertou sentindo um maravilhoso cheiro de ovos fritos. Seu estômago reclamou, comera pouco na noite anterior. Ouviu um suave cantarolar a seu lado.
    - Xena? – perguntou ainda de olhos fechados, com sono – eu tive um sonho horrível, você tinha morrido e...
    A barda abriu os olhos e viu, para sua tristeza, que não era Xena quem cantarolava. Ao seu lado estava Afrodite, a deusa do amor. Desde que Xena morrera, Afrodite era a única amiga que lhe visitava com freqüência. Viu Hercules e Iolaus duas vezes, passou um tempo com a irmã, como para se recuperar da dor de perder sua alma gêmea, e depois foi até o Egito. Desde então Afrodite fora sua única companhia. Por incrível que parecesse á barda, até Ares aparecia às vezes para tentar lhe convencer que, agora que Xena morrera, o lugar dela era com o seu exercito, marchando por um mundo melhor. E, é claro, a barda sempre recusava.
     - Afrodite...
    - Oh querida... Desculpe-me por não ser ela, mas eu fiz seu café!
    - Qual é a ocasião? Pensei que deusas não faziam café para reles mortais.
    - É meu mais novo hobbie! Além disso, você está muito magra!
    - Você ainda não disse qual é a ocasião.
    - A mudança da estação! Já acabaram as oito luas e... – percebendo que havia falado de mais parou e concertou – e as flores vão nascer mais lindas! O que significa que os meus adoradores vão sair mais de casa, e me levarão flores como sacrifício, alias, eu odeio inverno!
    Gabrielle sorriu e aceitou a refeição com um pouco de medo, então comeu.
    - Afrodite! Você me surpreendeu, estão perfeitos, parabéns!
    - Obrigada – disse satisfeita.
    - Vou até Éfeso, quer me acompanhar?
    - Claro, mas vamos a pé. Odeio cavalos!
    Assim, Gabrielle e Afrodite arrumaram as coisas e partiram para Éfeso.

     Era bom ter alguém pra conversar, para variar um pouco. Gabrielle estava se achando muito estranha, pois se pegava conversando com Argo e, às vezes, podia jurar que a égua lhe respondia com aquele seu jeito peculiar de bufar ou bater a pata no chão.
    Mais tarde...
    - Eu preciso dizer algo.
    - Então diz Afrodite.
    - Desde que... Bem... Xena morreu você tem estado muito só Gabrielle, já está na hora de... Seguir em frente.
    - O que quer dizer?
    - Você precisa... Sabe... As mulheres têm necessidades, físicas...
    - Afrodite...
    -... E às vezes não dá para resolver sozinha...
    - AFRODITE!
    - Não estou dizendo que você faz isso, mas, às vezes você tem que extravasar! Nada melhor do que esses guerreiros deliciosos que os moradores de Éfeso contrataram para a defesa da vida.
    - Afrodite! Você sabe que eu não sou esse tipo de garota, sem ofensas, mas isso é muito superficial para quem conheceu o verdadeiro amor.
    - Não me ofendi, mas pense nisso, ok?
    Dizendo isso, Afrodite se foi.
    - Somos somente nós duas agora, Argo, você acha que ela está certa?
    Argo relinchou e bateu a pata dianteira no chão.
    - Vocês são duas... O que você está dizendo? Não vi você se envolver com nenhum garanhão depois que Xena morreu!
    Dizendo isso, ela subiu em Argo e se dirigiu em direção a Éfeso.
    
    Já era noite quando Gabrielle chegou. Estava cansada e sabia que precisava dormir urgentemente. A barda mal conseguia pregar os olhos desde que Xena partira. Seus olhos pesavam, e ela estava sempre cansada. Mas ao menor som da floresta, de esquilos ou até mesmo de pequenos coelhos, a fazia levantar em pose de ataque. Além disso, ela tinha pesadelos, era quase sempre o mesmo tema. Xena estava morrendo na sua frente, ela podia fazer algo e nunca fazia. A morena clamava por ajuda, e Gabrielle não fazia nada. Deixando esses pensamentos de lado, ela foi direto a estalagem, deixou Argo em um estábulo que ficava ao lado e entrou em busca de comida.
    Já havia pago sua refeição e estava sentada comendo quando um homem de cabelos e cavanhaque ruivos apareceu e lhe sorriu, simpático.
    - Olá! Eu não te conheço, sou Derek, líder do pelotão de defesa que Éfeso contratou. – disse o belo homem, devia ter por volta de trinta anos de idade. Os olhos eram de um verde escuro intenso, e o sorriso brilhava com sinceridade.
    - Sou Gabrielle, vim ver se podia ajudar. – respondeu sorrindo com cortesia.
    - Ajudar? Poderia a senhorita ser Gabrielle, defensora dos justos? A barda guerreira?”
    - Eu mesma, em carne e osso. – acrescentou baixinho depois – Mais osso do que carne, aliás...
    Gabrielle herdara o mais novo apelido em sua jornada ao Egito. De algum modo a alcunha se arrastou até a Grécia. Ela se envolvera em uma guerra civil no Egito, e acabou por salvá-lo da destruição total.
    - Que honra! És com certeza a mais poderosa guerreira desde Xena! E a mais formosa também, sem dúvida – disse beijando sua mão com reverência.
    - Xena era maravilhosa, se estivesse viva eu perderia para ela com prazer – completou com tristeza.
    - Lhe pagarei a refeição e conversamos interessada?
    - Porque não? – disse. Não queria ficar sozinha por mais uma noite. Além do mais, o sujeito parecia um tipo agradável.

    Três odres de vinho depois, e Gabriele jazia nos braços de Derek, não era de se estranhar, ele era galanteador, bonito, sabia conversar, tinha um bom coração... Mas ainda assim, não era Xena.
    - Devemos levar isso para um lugar mais privativo? – perguntou Derek sorrindo. Não se via pura luxuria em seus olhos. Era claro para Gabrielle que ele a trataria muito bem.
    - Não Derek. Preciso dormir, viajei o dia todo.
    - Tudo bem, princesa. Posso ao menos acompanhá-la até o quarto?
    - Claro. – disse com um sorriso no rosto.
    E assim Derek o fez, despedindo-se da dama com um beijo nas costas de sua mão e um sorriso simpático.
    
    - Ah! Gaby! Ele é lindo, doce, galante, forte, sexy!
    - Eu sei Afrodite, eu sei! Me dá um tempo sim? – respondeu com tristeza
    Sem mais palavras Afrodite desapareceu, respeitando o, ainda presente, luto daquela humana que era sua melhor amiga.
    
    Na manhã seguinte Gabrielle acordou e foi direto tomar seu desjejum.
    - Bom dia princesa amazona – ouviu Derek dizer, então sorriu e virou-se para encará-lo.
    - Bom dia Derek. – cumprimentou-o com um beijo no rosto e um sorriso.
    - Dormiu bem? Pela minha recepção acredito que sim. – disse feliz.
    - Absolutamente!
    Sempre que dormia em estalagens Gabrielle não acordava com o som de animais. Ela ficava mais tranqüila e só acordava com barulhos que significasse guerra. Na estrada, qualquer coisa pode te machucar. Em uma vila, só um grande exército pode chegar em você antes que perceba.
    - Quem bom, as defesas estão quase prontas, eu gostaria que você desse uma olhada nelas.
    - Assim que eu terminar meu café!
    - Oh, é claro! Como sou bobo... Perdoe-me, vou deixá-la para tomar seu café em paz. – ao dizer isso fez uma reverencia rápida e saiu.

    A barda ainda tomava seu desjejum quando uma garota bem mais jovem que ela, mas que já havia passado da adolescência parou a seu lado e lhe pediu licença.
    - Sim? – disse Gabrielle, educadamente.
    - Gabrielle... Eu quero ajudar – disse decidida.
    - Ajudar? Bom, acredito que ainda hajam armadilhas a serem feitas... Como sabe meu nome?
    - Sim, eu já procurei saber disso, já foram terminadas. Você é Gabrielle, a barda guerreira, todos sabem seu nome! Todos sussurram pelos cantos que você vai nos salvar!
    - Fico lisonjeada. Se eles terminaram as armadilhas não há mais nada a ser feito. Volte para sua casa.
    - Não, por favor, Gabrielle, deixe-me ajudar, eu quero lutar!
    Gabrielle levantou-se e olhou dentro dos olhos da menina, e, perguntou com seriedade.
    - Você sabe usar uma espada? Um cajado?
    - Não... Eu esperava que você pudesse me ensinar.
    - Não há tempo para isso, se você não quer voltar para casa, vá ao posto de vigilância e assuma um turno para guardar os portões. – disse, e logo após se arrependeu
    A garota assentiu com a cabeça e se foi.
    - Ah, droga, depois eu cuido disso, tenho que conferir as armadilhas.


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Notas finais do capítulo

haha, parece familiar?



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