Estava em uma sala escura, não sabia como havia ido parar ali, mas estava com medo, mesmo sem nenhuma ameaça aparente, meu coração batia rápido demais e não conseguia respirar normalmente. Afinal de contas, onde eu estava? Queria gritar, gritar por ajuda talvez, mas minha voz havia se perdido em algum lugar no meu interior. Justin? Porque Justin não estava ali, onde ele estava? Ele deveria estar comigo, porém sentia que ele estava distante demais e tinha mais uma coisa que me perturbava algo que eu havia descoberto recentemente, mas não conseguia me lembrar o que era... Sem aviso prévio as lágrimas vieram, desciam e se perdiam no canto de minha boca deixando um gosto amargo... Queria proteção, estava me sentindo frágil...

- Então... Reencontramos-nos? – uma voz surgiu do pequeno feixe de luz que vinha do lado leste da sala, uma voz fria, como navalha...

Levantei suando frio... Havia sido um sonho, um pesadelo melhor dizendo, apenas isso...

Porém meu coração não acreditou muito nisso, pois continuava a bater acelerado... “Droga Lorenna, foi só um pesadelo” pensei comigo mesma, porém no fundo sabia que esses sonhos constantes já estavam a assustando mais que o normal. E não era só isso que me assustava, o tempo também me assustava, o tempo que estava passando rápido demais...

Desde a festa na França já havia se passado um mês e agora estava na Grécia, mas pela primeira vez o grupo havia se separado, eu estava apenas com Justin, Usher e Scooter estavam na angola, às coisas estavam ficando séria, o jogo estava ficando complicado, porém a vida é totalmente complicada, mas isso não me impedia de sentir medo, medo por mim e por Usher, Scooter e principalmente por Justin.

Levantei-me, caminhei até a janela, meu coração já estava mais calmo, olhei pela janela, a imensidão do mar se estendia pela paisagem, às vezes quando a gente para e observa e valoriza as pequenas coisas que nos rodeiam, os fatos ficam mais amenos. Sem perceber eu me acalmei totalmente.

Já estávamos na Grécia há uma semana, dava para contar nos dedos de uma mão só a quantidade de vezes que havia visto Justin, ele estava trabalhando bastante e as poucas vezes que consegui vê-lo, notei seu semblante cansado, sério e preocupado, porém isso não me impedia de ficar até de noite na praia, e explorando-a e mergulhando de roupa mesmo, talvez se Justin se desligasse um pouco de tudo, ele conseguisse pensar com mais clareza, mas Justin Bieber não parava de testar seus limites, seus idiotas limites.

Eu por alguns momentos tentava me desligar de tudo e submergir totalmente pelas águas cristalinas, porém tudo que eu fazia estava ligado a ele, eu compartilhava seus medos, preocupações, tristezas e alegrias e então não conseguia ficar bem se ele não estivesse.

  Com uma roupa leve, eu começei a caminhar pela praia, dessa vez havia realmente acordado cedo, ainda era 05h00min da manhã, mas preferia experimentar a sensação de paz de estar ali sentindo o vento no rosto, sentindo meus cabelos dançarem com vento, sentindo as ondas massagearem meus pés do quê voltar a dormir e ter mais pesadelos. Repentinamente senti braços enlaçarem minha cintura, teria me assustado se não conhecesse perfeitamente o perfume que Justin usava.

- Resolveu sair do quarto? – sorri e deixei minhas sandálias caírem na areia.

- Eu estava com dor de cabeça e depois ouvi você saindo sorrateiramente do quarto.

- As coisas estão melhores?

- Não sei muito bem- suspirou cansado- Usher e Scooter disseram que as coisas por lá estão ruins, Scooter foi baleado- me assustei- na perna, nada muito grave, mas poderia ter sido e agora aqueles malditos traficantes não querem mais se dar o trabalho de procurar as esferas, eles querem pegar as nossas...

- Não sei muito bem o que dizer- disse tímida.

- Eu consegui achar a esfera daqui Lorenna – ele disse em um suspiro.

- E isso não é bom?

- Se “eles” vierem para cá, eu não sei se vou conseguir proteger você e eu ao mesmo tempo, sabe? Tenho medo de não ser capaz de te manter em segurança, tenho medo por ter medo. – sorri com carinho.

- Justin- sopre seu nome, precisava dizer a ele com todas as letras, treinei mentalmente. – Eu amo você.

- E-e-eu não sei o que dizer... - ficou claro que ele não esperava por isso. Seria tão fácil ele dizer “eu também”, mas ao mesmo tempo tão difícil.

- Tudo bem... – não podia ficar com raiva dele, afinal eu sabia que essa seria a resposta, não era para me envolver com ele, desde o princípio, mas aconteceu e depois que estava completamente apaixonada por ele, seria muito difícil tirar da minha cabeça alguém que não saia do meu coração.

- Não, não está tudo bem, para de aceitar tudo passivamente. – ele se exaltou.

- O que você quer que eu fale? – sorri triste?

- Sei lá... Me bate, me chute, me estapeie, mas não diga que está tudo bem, porque não está!

- Eu já sabia da resposta, mas eu precisava desabafar, eu não sei quando vou ter a chance de dizer novamente, Scooter foi... foi baleado...poderia ter sido eu, afinal eu estou nisso com vocês...

Ele tocou meu rosto com carinho e com o polegar enxugou as lágrimas que escaparam...

- Eu não deixaria nada acontecer com você... nada...

- Eu sei...

Nossos lábios estavam quase se tocando quando o telefone celular dele tocou, eu praguejei mentalmente, ele praguejou em voz alta.

- Tenho que ir... - ele disse após desligar o aparelho... Sua cara não estava muito boa.

- Tudo bem...

- Lorenna – gritou por já estar um pouco distante de mim – Pra de falar que “está tudo bem”. Não que mais que seja tããão passiva! – eu apenas sorri enquanto observava ele sumir de minha vista e quando eu não conseguia mais vê-lo, o sorriso morreu.

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Eu mergulhei várias vezes, boiei sobre a água cristalina e fiquei assim até que vi o sol se pôr, o horizonte era belíssimo.

No início do crepúsculo, eu já havia tomado banho e por fim decidi ir até o quarto de Justin. Bati três vezes em sua porta e então ele a abriu.

- Oi – eu disse.

- Olá swanty. Tudo bem?

- Tudo sim. Atrapalho?

- Não, não, estava só deitado.

- Eu posso entrar?

- Claro, claro, me desliguei!

- Tudo bem... – me sentei na sua cama – Ops... Esqueci que não era para ser passiva.

- Eu deveria te dar uns tapas- ele brincou.

- Sendo assim... JUSTIN BIEBER, NÃO TE PERDÔO POR NÃO ME CONVIDAR A ENTRAR...

- Isso aí garota. Atitude! – ele se jogou atrás de mim, deitou e agarrou minha cintura me fazendo deitar também.

- Posso te confessar uma coisa? – ele perguntou ao pé do meu ouvido. Eu arrepiei.

- Pode – sussurrei.

- Ficar com você é a melhor coisa que me acontece. Você me traz paz, como se fosse um anjo, meu anjo.

As palavras fugiram de mim nesse momento, me concentrei em virar e beijá-lo, me perdi em nossos toques, afagos e sensações, nos envolvemos, esquecemos o mundo, problemas e então eu me entreguei a ele novamente...

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Quando acordei, Justin não estava mais ao meu lado, porém após ouvir um barulho do banheiro, deduzi que ele estava lá. Me enrolei no lençol e fui até o banheiro. O encontrei de costas, apenas com uma Box branca, eu teria parado para admirá-lo, mas eu senti a tensão pelo seu corpo, o celular estava no chão.

- Justin? Tudo bem? – ele se virou assustado. Se semblante estava sério e seus olhos lacrimejavam.

- Loh... V-v-você vai ter que voltar para Londres...

- C-c-como assim?

- Eu tentei resolver tudo, mas não deu, eles estão vindo para cá e eu não vou deixar você correndo riscos de vida aqui, Usher mandou você voltar para Londres...

- Justin... - minhas pernas perderam as forças e o desespero me abateu... Eu não podia ir, eu não queria ir... Queria gritar, mas não podia fazer nada, estava impotente diante da situação... Eu me joguei em seus braços e chorei... Ele chorou comigo...

- Lorenna?

Eu olhei para ele.

- Eu não vou te perder, não vou... - ele suspirou- Eu amo você.