Regressiva Contagem escrita por Razi


Capítulo 5
III - O desconhecido que se iluda.




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-Perfeito – ironiza Daphe – Alguém sabe o significado dessas letras?

-É uma frase – diz Kurt com a testa franzida olhando para a tela do seu minicomputador de mão

-Não brinca – satiriza Daphe – Pensei que fosse uma conta bancaria.

-Você é impressionante – reclama Kurt ajeitando-se na cadeira da cantina do seu colégio.

Sim, ele estava no horário livre enquanto Will está saindo da Universidade, Daphe em seu quarto terminando de se trocar e Hirako em frente aos seus telões.

-Chega vocês dois – pedi Hirako serio – Como podem se atracar numa hora dessas?

Ouvem então apenas resmungos.

-Tá, beleza – diz Kurt – Temos letras e ao que parece trata-se de uma frase ou coisa parecida.

-Assim sendo alguém tem alguma idéia do que se trata? – entra Daphe na historia

-Hirako – chama Will – Pode haver a chance de que se trata de uma chave simples?

-Provável – diz ele pensativo com a mão no queixo – Só que Traker não é tão burro, a ponto de usar isso.

-Será que vocês podem nos explicar isso? – pedi Daphe com escárnio

-Pode ser que se trata de uma chave simples – diz Hirako

-Eu disse pra explicar, não pra repetir o que eu ouvi. – retorqui Daphe num tom monótono.

Ouvem a risada de Kurt.

-Uma chave simples trata-se de uma decodificação simples, fácil e clara – explica Will rapidamente – Uma forma de esconder uma frase de forma bem rápida.

-Tipo usando a língua do p? – indagou Kurt enquanto levava a boca seu pedaço de pizza.

-É – confirma ele – Pode ser usando dessa forma.

-Entendo – suspira Daphe – Então é fácil resolver isso, não?

-Você não reparou não é? – indaga Hirako – Isso está muito confuso, confuso demais.

-Existem letras que se repetem – observa Kurt – Vamos pessoal, pensem!

-Coloca o cérebro pra funcionar também, garoto – diz Daphe indo para a sala.

-Tô fazendo isso! – exclama ele chamando a atenção para si por um instante

-Controla esse seu gênio – pedi Hirako enquanto olhava para as letras que passara para o telão principal.

-Pode ser um anagrama? – sugeri Daphe enquanto pegava um bloco de notas

-Anagrama? – sibila Kurt – Que é isso?

-É uma palavra que se suas letras forem trocadas de posição forma outra palavra – responde Will enquanto ia para o seu carro

-Tipo Amor – Roma – explica Daphe.

-Ah – refleti Kurt – Troca-troca.

-Entenda como quiser – retorqui Daphe.

-Como você é chata – resmunga Kurt enfático.

-Sim, será que vocês dariam para deixar suas energias voltadas para o código? – indaga Will serio – Não consigo mais escutar essas afrontas.

-Então se manda – rebati Kurt cruzando os braços

-Sei que todos estão perturbados com tudo – diz Hirako – Não tivemos tempo ainda de respirar, mas concordo com Will. Vocês estão começando a irritar.

-Tá, tá, tá – diz Daphe – Que seja, estou tentando me encontrar nisso tudo aqui.

-Muito bem – diz Will com certo alivio na voz – Será que temos algum ponto de partida nesse código?

-Nenhum – dizem os demais rapidamente

-Entendo – refleti Will – Então só resta usar o ataque de força bruta.

-Traduz – pedi Daphe.

-Tentar todas as possibilidades até achar a mensagem – explica ele enquanto estaciona em frente á um restaurante.

-Como se não houvesse milhares de possibilidades – satiriza Kurt enquanto abria seu refrigerante

-Só que é a única opção que rolou na minha mente agora – defende-se Will – Se tem uma melhor, que diga, por favor.

-Tudo bem – concorda Kurt – Vamos usar isso.

-Já estou usando isso – intromete-se Hirako

-Repita – pedi Daphe

-Enquanto vocês estavam ai tagarelando, cuidei de fazer isso – esclarece ele enquanto via os números passarem por todos os telões.

-E o que conseguiu? – indagou Daphe curiosa

-Nada ainda – diz ele – São mais de 15 milhões de possibilidades. Até achar a que encaixe melhor demorara algum tempo.

-Ótimo enquanto isso ficamos de pernas pro ar – satiriza Kurt enfático

-Relaxa, criança – pedi Daphe – Além do que tenho uma pergunta pra fazer á vocês.

-Contato que se possa responder – murmura Kurt enquanto entra na sala indo se sentar ao fundo.

-Fecha o bico – pedi ela ríspida – Algum de vocês sabe quem raios é o Traker afinal de contas?

O silencio cai sobre eles em segundos.

Realmente sabiam apenas o mínimo dele.

Na verdade o que todos cidadãos sabiam sobre ele.

Que tratava do maior terrorista depois de Osama Bin Laden, alguns acreditavam que ele fosse filho dele ou tivesse alguma relação, mas nada muito concreto.

Além do que o método e a causa de todo o alvoroço de Traker são bem diferentes do de Osama.

Traker queria igualdade perante a todos, que os fracos e os fortes não fizessem distinção. Só que tinha essa idéia fixa com base que com o caos isso aconteceria.

-Posso dizer uma coisa dele – diz Kurt num tom pensativo – Ele é um gênio.

-Disso todo mundo sabe – retorqui Hirako – Quero saber se alguém o conhece, se já viu ele mesmo.

-Ih – desdenha Daphe – Impossível saber como ele é realmente, como se não soubesse que ele usa inúmeros disfarces. Um mais louco que o outro.

-Pelo visto você faz a lição de casa, Dada – satiriza Kurt junto ao um rápido sorriso enquanto vê o professor entrando na sala.

- Engula esse apelido – ordena ela – Além do que isso é algo que todo mundo com cérebro sabe.

-Isso foi pra mim? – indagou ele sombrio

-Não, foi pro espírito que tá ao meu lado – rebati ela passando a mão no cabelo.

-Silencio – pedi Will – Hirako, tem algum progresso?

Ele nada responde, pois está com toda atenção voltada para o telão onde aparecia uma serie de números que logo formavam uma cadeia.

-Hirako! – berra Daphe

Ele toma um susto enquanto Will e Kurt massageiam os próprios tímpanos.

-Não faça mais isso, garota – pedi ele respirando profundamente.

-Psicótica – xinga Kurt

-Que seja – diz ela – Alguma coisa para alegrar nossas horas?

-Agradeçam por terem eu ao lado de vocês – diz Hirako com um sorriso na voz ao ver a cifra usada para codificação.

-Muito bem – diz Kurt impaciente – Manda para gente o que conseguiu.

-Um segundo – pedi ele digitando alguns comandos com incrível agilidade.

Em menos de 10 segundos em seus palmtop’s recebem a cifra decodificada.

 

L NCSALJECAFNL PUC SC FHUNB.

O DESCONHECIDO QUE SE ILUDA.

 

-Legal – ironiza Daphe – Uma charada para melhorar nossas vidas.

-Como conseguiu isso? – pergunta Kurt curioso.

-Trata-se mesmo como presumimos de uma cifra de substituição simples. – responde Hirako com os olhos fixos para a frase.

-Que bom – diz Daphe num tom aliviado – Mais que chave foi?

-Já estou mandando pra vocês – diz ele apertando a tecla Enter de seu teclado.

 

BRANCODEFGHIJLMPQSTUVXZ

ABCDEFGHIJLMNOPQRSTUVXZ

 

-A linha de cima trata-se da codificação utilizada – explica Hirako – É algo bem simples, pegamos uma palavra qualquer e logo depois colocamos as outras letras do alfabeto deixando-as de fora.

-E simplesmente devemos substituir a letra de cima pela letra de baixo – emenda Kurt – Brincadeira de criança.

-Que você não sabia nem pra onde ia – implica Daphe novamente

-Muito bem pessoal – diz Will tomando a dianteira antes que houvesse outra discussão – Essa frase lembra alguma coisa para vocês?

-Necas misturado com o nada – diz Kurt olhando o professor que o encarava. – Pessoa tô só de ouvinte agora.

-Menos mal – resmunga Daphe.

-Ok – diz Hirako – Somos só nos três para pensar sobre isso. “O desconhecido que se iluda”.

-Hmm – murmura Daphe olhando para a tela com a mão no queixo – Tem algo relacionado às cidades.

-Vejamos – diz Hirako mais para si do que para os outros – “O desconhecido que se iluda”. Por mais que pense não consigo achar nada que ligue.

-Não dizem que os japoneses são os mais inteligentes? – provoca Kurt não mais alto que um murmúrio.

-Os americanos realmente não conseguem viver de boca fechada – rebati Hirako

-Parem com as provocações – pedi Will calmo como sempre – E prestem atenção.

-Manda – pedi Daphe enquanto se senta no sofá de sua sala

-Acho que sei á que essa frase se refere. – diz ele hesitante.

 


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