Não tive uma noite tãão boa assim, pra falar a verdade nem dormi direito, só me remexia pensando no que eu devia fazer: Ser fiel ao meu namoro ou... Ou ser fiel á minha carreira.

Como eu estava exausto, eu caí no sono, ainda pensando naquilo. Sonhei com um espaço vazio e escuro, comigo no meio, em pé, com a luz de um holofote projetada em mim.

Estava um silêncio assustador, eu podia ouvir minha respiração, o que era fácil, minha respiração estava intensa e forte...

De repente um barulho alto e forte, daqueles que o microfone não ajustado faz, só que muito mais forte e intenso, me fez ajoelhar no chão e tapar meus ouvidos.

Esse barulho desgraçado foi se ajustando á muitas vozes, reclamando em meus ouvidos: "Você vai ter que negar a Magali!", "Você não pode continuar assim!", "Você vai ter que fazer isso ou sua carreira vai pros ares!"

Consegui me levantar, com os ouvidos tapados, e ouvi outras coisas, depois de alguns segundos isso virou tortura, por que haviam muitas vozes, muitas mesmo, e isso estava atormentando minha cabeça.

Caí no chão ajoelhado, tapando os ouvidos o mais forte possível, gritando para o nada:

-Aaaahhh! Socorroo! O que você quer de mim? O que for, pode pegar! Só me livre dessa torutura!!- Quando eu berrei isso, tudo parou. O som parou. Tirei as mãos dos ouvidos e as usei para me levantar.

Minhas roupas estavam molhadas, meu cabelo então, nem se fala. Enquanto eu tentava descobrir de onde era essa água que eu percebi que era suor.

De repente tudo começou a desabar em cima de mim. Acordei naquele mesmo momento, com um susto. Estava suado pacas, e respirava intensamente.

Ainda assustado, nem percebi que Scooter estava sentado na cadeira que estava á esquerda da minha cama, e olhei para a direita. Quando olhei para a esquerda, ele vem e me aparece na minha frente! Tomei um susto enorme, dei dois capotes pra trás e caí de costas no chão, de pernas pro ar.

-E aí, como foi a noite?- Eu, com as costas massacradas, disse, do outro lado:

-Poderia ao menos me ajudar a levantar?- Ele riu de mim, contornou a cama e me ajudou. Ao levanter, ele refez a pergunta e eu disse:

-Mal. Olha pra mim!

-É, eu vi você sambando na cama.

-Quê?- Eu não sabia muitas expressões de brasileiros ainda... Não me culpe.

-Você não parava quieto!

-Ahh... Tive um pesadelo...

-Sonhou em suicídio de novo?

-Não! Se fosse isso eu estava desesperado! Tava mais pra tortura...- Ele se sentou na cama, como se dissesse pra eu contar tudo.

-Quantas horas são?- Perguntei.

-Oito da manhã.

-Então tá ok...

-Quê?

-Nada.- Contei pra ele o sonho e ele disse que a minha mente estava muito sobrecarregada. Mesmo.