Ah, depois desse dia a minha vida ficou muito estranha.

Minha mãe estava meio feliz, meio triste. Feliz por que ela estava com uma pessoa que amava ela, e isso soou bem até pra mim, Scooter é uma pessoa legal.

Quis me desculpar com Scooter, EU FUI UM IDIOTA! E ciumento, então liguei pra ele e perguntei se a gente poderia fazer alguma coisa, por minha conta. Ele riu e disse que sim.

-Então... Eu queria pedir desculpas por ter te demitido- Disse pra ele mais tarde, quando estávamos num McDonald's-Eu estava com raiva... E já tinham acontecido outras coisas pra me deixar de mau-humor....

-Coisas? Que coisas?- Ele perguntou.

-Na verdade não foi mau-humor, foi medo mesmo...- Estava com um certo receio de contar aquele sonho. Ah, whatever, ele só vai me ajudar!- Lembra que eu disse que não sonho?

-Aham.

-Então, eu sonhei hoje.

-O quê?- Ele deu uma mordida no sanduíche.

-Bom... Que eu estava com depressão profunda, e... Queria me matar.- Scooter arregalou os olhos.

-Como é?- Scooter perguntou, com certeza não entendendo.

-É, suicídio. Mas você me fazia desistir dessa ideia.

-Conte isso direito, Justin. Desde o começo.

-Tá. Começa comigo na cozinha, chorando, com uma faca na mão apontada pro meu peito. Aí você chega correndo, me vê daquele jeito, prestes a enfiar uma faca no meu coração, segura as minha mãos, e eu deixo a faca cair no chão. Você pergunta se eu estou maluco, e eu digo que mereço morrer depois das coisas que fiz.

Você diz que eu nunca fiz nada e eu digo "Nada?! Te demitir por namorar a minha mão, por puro ciúme, fingir que nem conhecia a Magali, fazendo-a sofrer, por causa de uma droga de um filme de 2 bilhões de dólares é não fazer nada? Minha vida não tem mais sentido! Tenho que pôr fim nela!" Você diz que a minha vida é muito importante, mas eu digo que não, e que ninguém vai notar se eu estiver morto. Você diz que ninguém vai notar, tirando minha família, amigos e minhas trocentas mil fãs. Eu dou um ataque e consigo me soltar e pegar a faca de novo e saio correndo, mas você me persegue.

Nessa corrida, você diz muitas coisas boas que fiz, e eu vou me arrependendo do que estava fazendo aos poucos.- Scooter estava gostando do papel de herói que dei pra ele... Ele só prestava atenção no que eu dizia.- Até que eu me arrependo totalmente, jogo a faca no chão e caio ajoelhado, chorando.

Você se ajoelha e me abraça, e eu sinto que você é um pai pra mim. Vovê pergunta se estou bem, e eu, em estado de choque, apavorado, tremendo e quase sem ar, digo que não. - Resumi rapidinho as coisas até chegar na parte do sangramento -Na verdade, quando eu joguei a faca, eu me machuquei, e cortei um pouco do meu pulso e a minha mão, nem eu nem você havíamos percebido isso até que começa a escorrer sangue na sua blusa. Nisso eu começo a ficar zonzo e desmaio.-Terminei de contar tudo bem rápido, estava começando a suar. Quando acabei, Scooter nem falava.

-Uau, isso para seu primeiro sonho é merecedor de Oscar!

-E aí?

-Você sonhou mesmo isso?

-Você não acha que eu inventei, né? É sério, estou assustado. Descobri hoje que você namora minha mãe e demito você. Eu sonhei isso ontem!

-Tem razão... Ainda vai gravar o filme?

-Vou, por quê?

-Era pra você estar lá agora.- Olhei pro relógio e vi.

-DROGA! Tchau, Scooter, pôe na minha conta!- Saí correndo e cheguei no set 30 minutos depois.

Eu conheci o elenco, e vi que eu seria o protagonista do filme. A Carmem iria fazer o par... Fuc*.

Gravamos a primeira cena, onde Oliver (o meu personagem) conhece Emily (papel da Carmem). E logo rola beijo, que original... Odiei essa parte...