Não Pare a Chuva escrita por sheisbia


Capítulo 13
Capítulo 13 - Prazer em conhecê-lo, Chris




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Eu saí do banheiro e só então pude notar a elegância e beleza do restaurante, principalmente pela iluminação, se eu soubesse que seria tudo isso talvez tivesse me vestido melhor. Eu voltei para o lugar onde minha mãe estava e finalmente escolhemos uma mesa. Não demorou muito até que Chris chegasse, e quando chegou, eu realmente pensei que fosse algum engano.

— Desculpem a demora — ele aproximou-se e cumprimentou minha mãe e eu. — Eu tive alguns problemas. Demorei muito?

— Não, chegamos há pouco tempo — disse ela.

Eu não consegui falar nada, apenas fiquei encarando o homem. Não conseguia acreditar que aquele era o Chris. Ele tinha o cabelo bem curto, um rosto liso e sem marcas e um olhar muito doce, realmente bonito. Achei engraçado, nunca pensei que minha mãe sairia com um homem do tipo.

— Então você é a Nicole? — ele sorriu. — Meu nome é Chris, prazer em conhecê-la.

— Qual sua idade? — minha mãe me cutucou nervosa, mas eu não consegui perguntar outra coisa.

— Bom... Eu... Tenho trinta e três.

— Onde você mora?

— Não muito longe daqui — ele sorriu, bem seguro ao responder.

— Há quanto tempo conhece minha mãe?

— Nicole! — ela ficou brava.

— Conheço a Lauren há pouco tempo.

— Sei... — eu suspirei e finalmente fiquei totalmente quieta.

— E você, Nicole? Tem quantos anos? — ele perguntou, quebrando o silêncio de poucos segundos.

— Minha mãe não contou? Pensei que pelo menos isso ela fosse dizer — eu disse, sem fazer muita questão. — Dezesseis, por pouco tempo.

— Pouco tempo? — ele riu baixinho. — Tem pressa de crescer?

— Não muita.

— Então... Que tal olharmos o cardápio? — sugeriu minha mãe.

— Boa ideia. — Ele disse.

Eu apenas olhei tudo rapidamente enquanto o garçom se aproximava da mesa. Minha mãe fez seu pedido seguida do galã, digo, Chris. Alguns segundos de extremo silêncio se passaram até eu perceber que era a minha vez de fazer o pedido. Fiquei levemente corada e pedi apenas uma água dizendo que "ainda estava escolhendo".

— Mãe, acho que eu preciso ir ao banheiro.

— Mas você acabou de ir — ela disse, espantada. — Está com algum problema? — ela sussurrou.

— Não! Mãe, por favor né! Já volto.

Eu me levantei rápido para não precisar dar muitas explicações e me afastei da mesa, voltando ao banheiro que se encontrava com mais pessoas do que anteriormente. Antes de entrar, eu fiquei apenas naquele minúsculo corredor, se é que assim posso chamá-lo. Tentei ligar para o Bill mas ele não atendia o celular. Depois de algumas tentativas eu desisti e me convenci de que iria mesmo jantar com eles, quando esbarrei em uma pessoa ao me virar.

— Descul... Tom?

— Feliz em me ver? — ele disse, fazendo uma cara de dor falsa por ter esbarrado.

— O que tá fazendo aqui?

— O Bill e a Julie estão te esperando. Ele mandou eu entrar e te chamar, mas...

— O que foi? — ele havia parado de falar e me fitava de uma maneira estranha enquanto um sorriso bem fraco tomava seu rosto.

— Nada, vamos?

— Não, idiota. Não é assim, eu tenho que dar alguma desculpa bem séria pra minha mãe, caso contrário ela me mata. Essa besteira de jantar é importante pra ela.

— Então por que você quer ir embora? — ele uniu a sobrancelha, confuso.

— Porque não é importante pra mim — eu suspirei. — Isso não importa, não vai dar mais pra ir embora. A Penny não tá aqui!

— Bom...

— Espera! — eu o interrompi com uma brilhante ideia em mente. — Vem cá.

Eu o puxei pelo braço enquanto ele resmungava algumas coisas que eu não prestava atenção. O levei até a mesa onde estava o casal.

— Er... Mãe, lembra do Tom? Eu convidei ele pra jantar com a gente — sorri, deixando todos, inclusive Tom, com uma expressão de surpresa. — Ah... Tom, esse é Chris.

— Tom? — Lauren finalmente sorriu. — Você está enorme! Quando foi que voltou?

Nos sentamos à mesa e Tom começou a conversar com minha mãe, contando algumas coisas que se passaram enquanto ele não estava por aqui. Eu não prestei muita atenção na conversa, apenas quando, uma vez e outra, minha mãe citava meu nome, geralmente em frases como: "Tom e Nicole eram tão fofos quando criança!" e coisas terrivelmente vergonhosas. Assim que eles foram servidos, faltava eu eu e Tom fazermos o pedido, era a hora.

— Psiu — eu disse bem baixo, apenas para ele ouvir. — Me ajuda!

— Eu pensei que você fosse dizer alguma coisa pra ir embora — ele rolou os olhos. — Se vira.

— Por favor — eu sorri, tentando parecer meiga.

— Por que não conta a verdade? Sobre o Gustav. Aí não vai nem precisar mentir.

— Ela não vai acreditar.

— Argh...

Ele suspirou e pediu meu celular, eu o entreguei. Ele mexeu por algum tempo e depois fizemos um pedido, afinal, já havíamos demorado muito. Alguns minutos depois o celular da minha mãe tocou, ela o atendeu.

— Oi Bill... Sim, ela está aqui. Aconteceu algo grave? Minha nossa, tem certeza? — eu apenas fiquei observando, tão assustada que poderia nem parecer que era tudo para me tirar dali. — Sim, eu vou passar para ela.

Eu peguei o celular e o Tom soltou um riso fraco e baixinho, fazendo com que Chris o fitasse por poucos instantes.

— Bill? — eu perguntei, temerosa.

— Você demorou tanto pra pedir minha ajuda, já era hora! — ele riu. — Me pergunta onde o Gustav está.

— Onde o Gustav está? — eu apenas repeti.

— Ótimo. Agora é só dizer que você vai até lá e sair daí. Estamos te esperando — ele disse rindo e eu quis rir também de toda aquela situação, mas fiquei séria.

— Certo, estamos indo agora — declarei, desligando o celular.

Lauren me olhava confusa, enquanto um sorriso se mantinha no rosto de Chris, que se concentrava em sua refeição.

— Mas você nem comeram nada! Vocês vão até lá? Não é longe? — ela perguntou. — Quer que eu leve vocês?

— Não, o Bill vai levar a gente — eu sorri segura. — Desculpem pelo jantar, fica pra próxima — eu já me levantava àquela altura. — Prazer em conhecê-lo, Chris.

Ele apenas sorriu e eu saí com o Tom dali. Quando estávamos perto da porta, uma mão tocou meu ombro. Eu gelei por alguns segundos e virei-me.

— Esqueceu isso — ele disse, me entregando uma pulseira. — Boa desculpa, Nikky.

— Obrigada... Do que está falando?

— Eu já tive sua idade — Chris sorriu. — Eu sei que você não suporta a ideia da sua mãe ter encontrado alguém tão rápido, eu também não admitiria. Mas, do mesmo jeito, eu acho que....

— Chris... — eu o interrompi. — Você é legal. Cuida da minha mãe.

Ele ficou surpreso e não disse nada, eu apenas sorri e saí do restaurante. Eu e Tom andamos por pouco a tempo na rua.

— O que você fez? — eu ria. — Foi tão rápido, eu deveria ter pensado nisso antes!

— Você é bem lerda. Tá me devendo.

— Até parece — eu sorri. — Você não fez mais do que um favor.

— Então agradece — ele parou de andar e virou-se pra mim, eu fiquei calada por um instante.

— N-nem pensar! — eu continuei andando.

Chegamos até um carro preto e muito limpo, do lado de fora, aguardando, estava Bill, Julie e Penny conversando. Eu fiquei impressionada.

— Por que a demora? — perguntou Julie.

— Ela demorou pra entender a nossa ideia — disse Tom, sorrindo orgulhoso.

— Ei, você não tinha ficado no apartamento do Gustav? — perguntei pra Penny.

— Sim — ela sorriu. — Eu dei um jeito.

No mesmo instante, o vidro do carro se abriu e uma criança colocou a cabeça pra fora. Eu fiquei assustada. Era um garoto, tinha o cabelo castanho bem escuro, olhos escuros e grandes como de um bebê, profundos, aparentavam ser quase da mesma cor que a pupila. Um rosto angelical, não deveria ter mais de uns seis anos.

— Bill... Tem uma criança no seu carro!

— Tem certeza que não é um cachorro? — indagou Penny com ironia, fazendo todos rirem.

— Idiota, é sério.

— Essa aí é a Naomi? — perguntou a criança, olhando pra mim.

— É Nicole! — eu fiquei irritada. — Quem é ele?

— Esse é o irmão do Gustav — Penny disse. — O nome dele é Yuri.

— Ele não se parece nada com o Gust — sussurrei.

— Eles são irmãos por parte de mãe.

— Entendi. E o que ele tá fazendo aqui?

— Nós o sequestramos — disse Julie, sorridente.

— O QUÊ?!

Todos riram, menos eu, que não entendi a graça. Sem explicações, todos entraram no carro, Julie no banco do passageiro à frente, Bill dirigindo e o restante atrás, já que a criança era pequena e não ocupava muito espaço.

— O Gustav está bem? — perguntei para Penny ao meu lado.

— Sim, ele foi ajudar a recuperar o que sobrou do acidente.

Deixe-me explicar: O pai de Gustav possui uma grande empresa e parece que algumas salas do prédio pegaram fogo, mas tudo foi controlado bem rápido e ninguém se feriu. O problema foi que, consequentemente, eles perderam muitos documentos e informações importantes, nada que não possa ser recuperado breve, e por isso Gustav foi para a empresa tentar ajudar no que podia, deixando Penny cuidando do Yuri. Foi isso que Bill explicou para minha mãe, só que, provavelmente, de uma maneira bem mais dramática.

— Onde vamos? — perguntou Yuri.

— Desistam da Pizza, meu dinheiro ficou na bolsa da minha mãe — eu disse.

— Vamos para o apartamento do Gustav, nós pedimos uma pizza de lá e eu pago — disse Penny. — Mas só desta vez!

— Tom... — eu sussurrei, ele estava do meu outro lado. — Eu tive outra ideia.

Eu fitei o casal que estava em nossa frente.

Não demorou muito até chegarmos no apartamento. Depois de estacionar o carro, nós subimos pela escada e entramos no doce lar. Era um lugar espaçoso e bem bonito, arrumado, ao contrário do que eu imaginei. Todos se sentaram no sofá como Penny havia sugerido enquanto ela pedia a pizza. Pedi para Yuri me mostrar o apartamento enquanto Tom achava algum canal interessante na tv enorme junto com Bill e Julie.

— Este é o seu quarto? — perguntei, assim que entramos.

— Sim.

— É bonito — eu sorri. — Então você é irmão do Gustav mesmo?

— Aham — ele sorriu também, tinha um sorriso extremamente fofo. — Só por parte de mãe, mas ela morreu quando eu tinha dois anos e eu não me lembro do meu pai de verdade — ele abaixou a cabeça.

— Sinto muito.

— Você se parece com ela.

— Eu? — ele pegou um retrato que estava em uma mesinha, era a mãe dele segurando-o no colo em um parque. Ela realmente tinha alguns traços parecidos comigo, como os olhos claros e o cabelo escuro. — Ela é muito bonita, não se parece comigo.

— Parece sim, você também é bonita, Nin — ele sorriu, inocente.

— Quando eu tinha a sua idade, um certo alguém também me chamava de Nin e não Nicole... — Contei, lembrando-me do passado e por fim, sorri.


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Notas finais do capítulo

"O jeito é dar uma fugidinha com você" Ok, ignorem HAHAH Essa criança vai ser bem importante pra ela *-* Próximo capítulo as coisas vão começar a tomar rumo, deixem reviews, por favor.