A Minha Maneira escrita por angelicola
Notas iniciais do capítulo
DEIXEM REVIEWS NO FIM DE TODO CAPÍTULO, POR FAVOR. QUERO SABER SE VOCÊS TÃO GOSTANDO E TAMBÉM TER NOÇÃO DE QUANTAS PESSOAS ANDAM ACOMPANHANDO A HISTÓRIA.
BEIJOS E OBRIGADA!!
— Promete que nunca vai contar pro Rodrigo?
— Eu prometo, mas o que aconteceu?
— Esse garoto... esse Henrique... ele, ele... me beijou, e eu não fiz nada - as palavras saíram rasgando em minha garganta.
— Não se preocupe tanto com isso, não é nada. - falou num tom calmo.
— Não é NADA? - quase surtei ao ouvir isso - Como não é nada mãe? Vai que esse garoto espalha pra todo mundo amanhã na escola?!
— Só foi um beijo filha.
— Um beijo que pode acabar com o meu namoro se o Rodrigo ficar sabendo.
— Mas se vocês se amam e o Henrique te beijou à força, o Rodrigo vai entender.
— E se ele não entender?
— Creio que ele entende sim. Agora fica tranquila e não demonstre muito nervosismo quando se encontrar com ele, ok? Senão ele vai perceber.
— Vou tentar...
— Você não tem que tentar, você tem que fazer assim.
— Ai ai. Tá bom. - respirei fundo - Seja o que Deus quiser mãe.
— É só você acreditar em si viu?!
E flash backs daquela cena do beijo passou por minha mente.
...
— Como foi lá no jantar Déborah?
Meu coração gelou.
Rodrigo perguntou isso à mim assim que estávamos a caminho da escola.
— Foi... foi legal.
Vishe, gaguejei, Será que ele percebeu meu nervosismo? Pois é, tô MUITO nervosa.
— Ahh... - pausou - senti tanto a sua falta ontem - abraçou-me.
— Eu também meu amor... Eu também. - uma rápida e ligeira lágrima correu meu rosto, mas logo limpei seu rastro antes que Rodrigo percebesse.
Meu medo podia se ver há distâncias.
Só não sei até quando eu iria conseguir esconder o ocorrido da noite passada dele. Nem acredito que aquilo aconteceu mesmo. Pior que eu fui a trouxa de deixar rolar, e acho que Rodrigo sentiu a mesma coisa que tô sentindo agora quando escondeu de mim seu lance com a Luana.
Só preciso deletar tudo isso da minha mente antes que eu perca o controle.
Chegando na escola, Henrique estava próximo ao portão de entrada e veio na nossa direção, entrei em choque:
— Oi, vocês podem me dar uma ajudinha?
— Sim, manda aí. - Rodrigo ofereceu-se, educado.
— Rodrigo, vamo logo. Já vai bater o sinal... - pedi, encarando Henrique.
— Calma aí Débby. Ainda faltam 5 minutos. - olhou para Henrique. - Novato, né?
— Pois é, sou Henrique Cunha ... então, vim de Porto Alegre e não conheço ninguém aqui, tudo bem se eu andar um pouco com vocês?
— É claro...
— ... que agora não dá! - continuei.
— Débby?! - Rodrigo chamou minha atenção, espantado, como se estivesse se perguntando: “O que aconteceu com você Déborah? Você nunca foi assim.”
— Só tenho pressa...
— Bom, não quero incomodar!
— Não. Tá tudo bem... e já sabe que sala você vai ser?
— Acho que... 2º B!
— 2º B? - perguntei incrédula, cuspindo as palavras.
— Nossa cara, é a nossa sala.
— Sério? - deu um sorrisinho de lado ao fitar-me.
— Então bora indo. Logo te apresento a galera.
— Éeerrr... e como vocês se chamam mesmo?
— Oh, desculpa aí... Sou Rodrigo Fernandes e essa é a Déborah Gomes.
— São namorados?
— Somos, algum problema? - continuei o encarando.
— Bom... nenhum.
No mesmo instante, o sinal soou e puxei Rodrigo pelas mãos num urgente afastamento daquele ser perseguidor. A presença dele era perturbadora e pego raiva fácil de pessoas falsas como ele.
— O que tá acontecendo com você Débby? - Rodrigo falou próximo ao meu ouvido.
— Não gostei dele, muito enxerido.
— Ele parece ser gente boa.
— Impressão sua meu bem. - falei sarcástica.
— Você nem conhece ele... - pausou - Ou conhece?
— Não! - falei rápido demais.
— Ahh, tá. - me olhou estranho, acho que ficou com dúvidas - Mas fica de boa viu? - segurou minhas mãos – Nossa, como suas mãos tão frias.
— Tô com frio.
— Vamo pra sala que lá te esquento!
— Opa, vamo aproveitar que pode ser aula vaga.
— Como você sabe?
— Ahh... tô torcendo pra que seja. Começar essa manhã com Matemática é matante.
— Porra! Isso é pra me ferrar né?! - falou puxando-me para a sala de aula.
Ferrar? Pessoa mais ferrada do que eu no momento, não teria. Só de pensar que o merdinha do Henrique é da nossa sala, só pode ser o fim do meu mundo, até calafrios nem me assustam mais.
Fiquei alguns minutinhos com Rodrigo nos fundos da sala - enquanto era mesmo aula vaga - e depois sentei-me ao lado da Rafa e em seguida chamei Bia. Eu precisava confessar.
— Vocês nem imaginam a burrada que fiz acontecer ontem.
— Conta, conta, conta. - Rafa falou pronta pra ouvir.
— Ontem... fui num jantar na casa de uma amiga da minha mãe, e essa amiga dela é mãe desse aluno novo... o Henrique...
— Ele é bem gatinho hein?! - Bia interrompeu-me, interessada na figura.
— É, mas o que ele tem de gatinho tem de babaca.
— Por quê? - estranhou-me
— Porque enquanto a gente conversava num canto da casa dele, ele começou a jogar algumas indiretas e ME-BEI-JOU... - sussurrei.
— Mentira?! - Bia arregalou seus enormes olhos.
— Seria bom demais se fosse mentira. Agora eu tenho medo que ele tente fazer isso de novo, só que na frente de todo mundo.
— Caramba Déborah. Nunca imaginei que você poderia deixar isso rolar com outro garoto enquanto namorasse com Rodrigo.
— Parece que você tem doce pra tanto cara bonito dar mole pra você Débby. - Bia começou a observar Henrique que estava num grupinho com Rodrigo - Então... me apresenta pra ele vai? Quem sabe ele não sai do seu pé e esquece essa história né?
— Amiga, não quero que você entre numa fria po causa dele. Vai que ele apronta alguma contigo hein? Ele pouco se importou se eu tinha namorado ou não e me beijou...
— Mas... uma ficada só não acontece nada - Bia interrompeu-me erguendo uma das sobrancelhas - Concordam?
— Não duvido de nada Bia. Esse Henrique tem cara de quem não presta.
— Viu Bia? Até a Rafa tá ligada no tipinho dele.
— Ok, ok. Entendi o recado.
Bia levantou-se com a expressão de irritada com o papo e foi até a porta. Rafa e eu nos entreolhamos espantadas, do tipo, se perguntando: "- O quê deu nela?" e Rafa levantou-se indo atrás da garota.
Percebi que Rodrigo conversava a sós com Henrique - que sempre arrumava um jeito de me olhar - e corri até eles. Dei um abraço bem forte e em seguida um selinho nos lábios de Rodrigo, acho que ele até estranhou.
E Henrique? Que se foda o que achou da cena.
— Que empolgação é essa Débby?
— Eu só queria sentir o seu calor!
— Bom... acho que vou me sentar agora. Firmeza então Rodrigo. - Henrique falou, incomodado.
— Demorou. - zombei.
— A PROFESSORA DE QUÍMICA TÁ CHEGANDO!!!
Jean, um dos melhores amigos de Rodrigo, chegou na sala gritando e avisando pra todo mundo, e uma renca de alunos entraram na sala de aula - pois pelo menos a metade estavam no corredor, como sempre.
Fui rapidinho pra minha carteira e quando a professora chegou na sala, colocamos nosso disfarce em ação - ela encontrou pelo menos uma dúzia de alunas circulando entre as carteiras, e Rodrigo era um deles.
— Sentem-se rápido. Hoje vocês tem muita coisa pra fazer. - sentou-se em sua carteira - Páginas 20, 21, 22, 23, 24 e 25 da apostila. Formem duplas pra fazer esse experimento e tragam as conclusões semana que vem, entendido? E as páginas 18 e 19 até o final dessa aula. - ordenou a professora Andréia.
— Ahh professora, é muita coisa. - reclamou Marcella Marcondes, uma das garotas mais inteligentes da sala.
— 6 páginas em uma semana e 2 hoje é moleza pra vocês.
Enquanto a professora explicava o conteúdo, Henrique aproximou-se se mim com um sorriso sínico no rosto.
— Empresta a borracha? - pediu educado.
Revirei os olhos e vasculhei meu estojo pegando minha borracha, e entreguei.
Quando veio até mim a devolvendo, deixou cair sobre minha mesa um pequeno papel dobrado em várias partes. Curiosa como sou, fui desdobrando e olhando ao meu redor e para Rodrigo pra ver se ninguém nos observava. OK.
Havia palavras escritas em vermelho e comecei a ler:
" Preocupada em deixar o namoradinho comigo? Lá em Porto Alegre já terminei com o relacionamento de muitos casaizinhos viu? Vê se começa a me tratar muito bem senão o seu será o próximo. Não leve a mal, mas se quiser mais um beijinho as escondidas me procura tá? Beijos."
Amassei o papel encarando-o friamente. Minha vontade era de me levantar e grudar no pescoço desse maluco, mas caminhei até a carteira de Rodrigo, completamente perdida.
(...)
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