A Minha Maneira escrita por angelicola


Capítulo 35
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

DEIXEM REVIEWS NO FIM DE TODO CAPÍTULO, POR FAVOR. QUERO SABER SE VOCÊS TÃO GOSTANDO E TAMBÉM TER NOÇÃO DE QUANTAS PESSOAS ANDAM ACOMPANHANDO A HISTÓRIA.
BEIJOS E OBRIGADA!!



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— Promete que nunca vai contar pro Rodrigo?

— Eu prometo, mas o que aconteceu?

— Esse garoto... esse Henrique... ele, ele... me beijou, e eu não fiz nada - as palavras saíram rasgando em minha garganta.

— Não se preocupe tanto com isso, não é nada. - falou num tom calmo.

— Não é NADA? - quase surtei ao ouvir isso - Como não é nada mãe? Vai que esse garoto espalha pra todo mundo amanhã na escola?!

— Só foi um beijo filha.

— Um beijo que pode acabar com o meu namoro se o Rodrigo ficar sabendo.

— Mas se vocês se amam e o Henrique te beijou à força, o Rodrigo vai entender.

— E se ele não entender?

— Creio que ele entende sim. Agora fica tranquila e não demonstre muito nervosismo quando se encontrar com ele, ok? Senão ele vai perceber.

— Vou tentar...

— Você não tem que tentar, você tem que fazer assim.

— Ai ai. Tá bom. - respirei fundo - Seja o que Deus quiser mãe.

— É só você acreditar em si viu?!

 

E flash backs daquela cena do beijo passou por minha mente.

 

...

 

— Como foi lá no jantar Déborah?

Meu coração gelou.

Rodrigo perguntou isso à mim assim que estávamos a caminho da escola.

— Foi... foi legal.

Vishe, gaguejei, Será que ele percebeu meu nervosismo? Pois é, tô MUITO nervosa.

— Ahh... - pausou - senti tanto a sua falta ontem - abraçou-me.

— Eu também meu amor... Eu também. - uma rápida e ligeira lágrima correu meu rosto, mas logo limpei seu rastro antes que Rodrigo percebesse.

 

Meu medo podia se ver há distâncias.

Só não sei até quando eu iria conseguir esconder o ocorrido da noite passada dele. Nem acredito que aquilo aconteceu mesmo. Pior que eu fui a trouxa de deixar rolar, e acho que Rodrigo sentiu a mesma coisa que tô sentindo agora quando escondeu de mim seu lance com a Luana.

Só preciso deletar tudo isso da minha mente antes que eu perca o controle.

 

Chegando na escola, Henrique estava próximo ao portão de entrada e veio na nossa direção, entrei em choque:

 

— Oi, vocês podem me dar uma ajudinha?

— Sim, manda aí. - Rodrigo ofereceu-se, educado.

— Rodrigo, vamo logo. Já vai bater o sinal... - pedi, encarando Henrique.

— Calma aí Débby. Ainda faltam 5 minutos. - olhou para Henrique. - Novato, né?

— Pois é, sou Henrique Cunha ... então, vim de Porto Alegre e não conheço ninguém aqui, tudo bem se eu andar um pouco com vocês?

— É claro...

— ... que agora não dá! - continuei.

— Débby?! - Rodrigo chamou minha atenção, espantado, como se estivesse se perguntando: “O que aconteceu com você Déborah? Você nunca foi assim.”

— Só tenho pressa...

— Bom, não quero incomodar!

— Não. Tá tudo bem... e já sabe que sala você vai ser?

— Acho que... 2º B!

— 2º B? - perguntei incrédula, cuspindo as palavras.

— Nossa cara, é a nossa sala.

— Sério? - deu um sorrisinho de lado ao fitar-me.

— Então bora indo. Logo te apresento a galera.

— Éeerrr... e como vocês se chamam mesmo?

— Oh, desculpa aí... Sou Rodrigo Fernandes e essa é a Déborah Gomes.

— São namorados?

— Somos, algum problema? - continuei o encarando.

— Bom... nenhum.

 

No mesmo instante, o sinal soou e puxei Rodrigo pelas mãos num urgente afastamento daquele ser perseguidor. A presença dele era perturbadora e pego raiva fácil de pessoas falsas como ele.

 

— O que tá acontecendo com você Débby? - Rodrigo falou próximo ao meu ouvido.

— Não gostei dele, muito enxerido.

— Ele parece ser gente boa.

— Impressão sua meu bem. - falei sarcástica.

— Você nem conhece ele... - pausou - Ou conhece?

— Não! - falei rápido demais.

— Ahh, tá. - me olhou estranho, acho que ficou com dúvidas - Mas fica de boa viu? - segurou minhas mãos – Nossa, como suas mãos tão frias.

— Tô com frio.

— Vamo pra sala que lá te esquento!

— Opa, vamo aproveitar que pode ser aula vaga.

— Como você sabe?

— Ahh... tô torcendo pra que seja. Começar essa manhã com Matemática é matante.

— Porra! Isso é pra me ferrar né?! - falou puxando-me para a sala de aula.

 

Ferrar? Pessoa mais ferrada do que eu no momento, não teria. Só de pensar que o merdinha do Henrique é da nossa sala, só pode ser o fim do meu mundo, até calafrios nem me assustam mais.

Fiquei alguns minutinhos com Rodrigo nos fundos da sala - enquanto era mesmo aula vaga - e depois sentei-me ao lado da Rafa e em seguida chamei Bia. Eu precisava confessar.

 

— Vocês nem imaginam a burrada que fiz acontecer ontem.

— Conta, conta, conta. - Rafa falou pronta pra ouvir.

— Ontem... fui num jantar na casa de uma amiga da minha mãe, e essa amiga dela é mãe desse aluno novo... o Henrique...

— Ele é bem gatinho hein?! - Bia interrompeu-me, interessada na figura.

— É, mas o que ele tem de gatinho tem de babaca.

— Por quê? - estranhou-me

— Porque enquanto a gente conversava num canto da casa dele, ele começou a jogar algumas indiretas e ME-BEI-JOU... - sussurrei.

— Mentira?! - Bia arregalou seus enormes olhos.

— Seria bom demais se fosse mentira. Agora eu tenho medo que ele tente fazer isso de novo, só que na frente de todo mundo.

— Caramba Déborah. Nunca imaginei que você poderia deixar isso rolar com outro garoto enquanto namorasse com Rodrigo.

— Parece que você tem doce pra tanto cara bonito dar mole pra você Débby. - Bia começou a observar Henrique que estava num grupinho com Rodrigo - Então... me apresenta pra ele vai? Quem sabe ele não sai do seu pé e esquece essa história né?

— Amiga, não quero que você entre numa fria po causa dele. Vai que ele apronta alguma contigo hein? Ele pouco se importou se eu tinha namorado ou não e me beijou...

— Mas... uma ficada só não acontece nada - Bia interrompeu-me erguendo uma das sobrancelhas - Concordam?

— Não duvido de nada Bia. Esse Henrique tem cara de quem não presta.

— Viu Bia? Até a Rafa tá ligada no tipinho dele.

— Ok, ok. Entendi o recado.

 

Bia levantou-se com a expressão de irritada com o papo e foi até a porta. Rafa e eu nos entreolhamos espantadas, do tipo, se perguntando: "- O quê deu nela?" e Rafa levantou-se indo atrás da garota.

Percebi que Rodrigo conversava a sós com Henrique - que sempre arrumava um jeito de me olhar - e corri até eles. Dei um abraço bem forte e em seguida um selinho nos lábios de Rodrigo, acho que ele até estranhou.

E Henrique? Que se foda o que achou da cena.

 

— Que empolgação é essa Débby?

— Eu só queria sentir o seu calor!

— Bom... acho que vou me sentar agora. Firmeza então Rodrigo. - Henrique falou, incomodado.

— Demorou. - zombei.

— A PROFESSORA DE QUÍMICA TÁ CHEGANDO!!!

 

Jean, um dos melhores amigos de Rodrigo, chegou na sala gritando e avisando pra todo mundo, e uma renca de alunos entraram na sala de aula - pois pelo menos a metade estavam no corredor, como sempre.

Fui rapidinho pra minha carteira e quando a professora chegou na sala, colocamos nosso disfarce em ação - ela encontrou pelo menos uma dúzia de alunas circulando entre as carteiras, e Rodrigo era um deles.

 

— Sentem-se rápido. Hoje vocês tem muita coisa pra fazer. - sentou-se em sua carteira - Páginas 20, 21, 22, 23, 24 e 25 da apostila. Formem duplas pra fazer esse experimento e tragam as conclusões semana que vem, entendido? E as páginas 18 e 19 até o final dessa aula. - ordenou a professora Andréia.

— Ahh professora, é muita coisa. - reclamou Marcella Marcondes, uma das garotas mais inteligentes da sala.

— 6 páginas em uma semana e 2 hoje é moleza pra vocês.

 

Enquanto a professora explicava o conteúdo, Henrique aproximou-se se mim com um sorriso sínico no rosto.

 

— Empresta a borracha? - pediu educado.

 

Revirei os olhos e vasculhei meu estojo pegando minha borracha, e entreguei.

Quando veio até mim a devolvendo, deixou cair sobre minha mesa um pequeno papel dobrado em várias partes. Curiosa como sou, fui desdobrando e olhando ao meu redor e para Rodrigo pra ver se ninguém nos observava. OK.

Havia palavras escritas em vermelho e comecei a ler:

 

" Preocupada em deixar o namoradinho comigo? Lá em Porto Alegre já terminei com o relacionamento de muitos casaizinhos viu? Vê se começa a me tratar muito bem senão o seu será o próximo. Não leve a mal, mas se quiser mais um beijinho as escondidas me procura tá? Beijos."

 

 

Amassei o papel encarando-o friamente. Minha vontade era de me levantar e grudar no pescoço desse maluco, mas caminhei até a carteira de Rodrigo, completamente perdida.

 

 

 

(...)


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Notas finais do capítulo

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