A Minha Maneira escrita por angelicola


Capítulo 34
Droga de jantar


Notas iniciais do capítulo

DEIXEM REVIEWS NO FIM DE TODO CAPÍTULO, POR FAVOR. QUERO SABER SE VOCÊS TÃO GOSTANDO E TAMBÉM TER NOÇÃO DE QUANTAS PESSOAS ANDAM ACOMPANHANDO A HISTÓRIA.
BEIJOS E OBRIGADA!!



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Logo me dei conta que estávamos perto de sua casa, e Rodrigo segurou em minhas mãos puxando-me até lá. Tomamos um rápido banho, preparamos um X-Salada super caprichado e então, Rodrigo levou-me até minha casa, especificamente até o portão, pois resolveu não entrar - coisa que achei meio estranha - e ficou lá me esperando.

 

— MÃAAE! - gritei ao entrar, procurando-a pela sala e cozinha.

— TÔ AQUI NO QUARTO, DÉBORAH!

— Ah tá. - subi as escadas rapidinho e entrei em seu quarto, deparando-me com ela revirando seu guarda-roupa.

— Qual você prefere?

 

Mostrou-me dois vestidos: um preto de bolinhas brancas até os joelhos, e outro violeta bem charmosinho.

 

— Depende da ocasião. Pra onde você vai?

Nós vamos num juntar na casa de uma antiga amiga minha...

— Ahh mãe - a interrompi - eu queria dormir na casa do Rodrigo, hoje.

— Já tá tudo combinado Déborah. A Simone tá doida pra te ver... se lembra dela né?

— Não. - falei rápido demais - Não sei.

 

Eu me lembrava dela sim.

Simone é uma amiga de minha mãe que foi pra Porto Alegre em 2004 com o marido e o filho, mas agora divorciou-se do marido... e voltou pra Ilha com o filho ontem. Diz minha mãe que ela tá morrendo de saudades da minha pessoa e desde que eu era pequena, era como se fosse uma tia pra mim.

 

— É claro que você lembra dela, sua lesada. Falei com você sobre ela ontem.

—Tá tá. E por que eu tenho que ir nesse jantar? Não tô à fim de ir...

— Vai se arrumar logo por que você demorou demais nessa praia.

— Eu tava na casa do Rodrigo...

— Você tem 30 minutos pra se arrumar.

— Caramba mãe. Logo hoje? Que merda.

— Rápido - olhou-me séria e mostrando novamente os vestidos.

— Ai, vai com o de bolinhas.

 

Saí de seu quarto bufando, e enquanto eu descia as escadas, fui acalmando-me e Rodrigo estava parado na porta, observando-me descer.

 

— E aí? Vem dormir em casa?

— Não, - o puxei até o sofá e sentei-me em seu colo - minha mãe quer que eu vá num jantar na casa de uma antiga amiga dela.

— Caralho... eu tava até pensando em fazer algumas coisas novas com você... na cama, sabe? Te dar muito mais carinho do que os outros dias... - falou sussurrando em meu ouvido enquanto segurava-me pelos quadris levando-me ao encontro de seu corpo, isso me deixou arrepiada num instante - Seria uma noite e tanta!

— Eu não tenho culpa. Eu queria muito ficar contigo essa noite, mas não vai dar.

— Nossa... - ficou em silêncio - Então tudo bem, mas amanhã você vai pra escola né?

— E por que não? Quanto mais perto de você melhor! - prensei meus lábios nos seus.

— Passo aqui 6h25 tá?

— Tá.

— Eu te amo!

— Eu também te amo gato! - ele grudou seus lábios nos meus, beijando-me, e logo saiu de casa.

 

Fui pro meu quarto escolher a roupa que eu iria pro "jantar" e optei por uma blusinha básica branca, um colete preto, um short jens um pouco escuro e uma sapatilha preta. A maquiagem, nem caprichei tanto: esfumacei sombra preta, rímel, lápis preto, blush cor terra e gloss básico nos lábios. Eu queria ir meio Rocker pra esse jantar e que se foda o que acharem de mim!

 

...

 

Minha mãe e eu chegamos lá mais ou menos 21h15 - a casa se localizava no bairro Reino daqui da Ilha e era muito charmosa, diferente de algumas casas humildes que há nesse bairro - Simone era fácil de se reconhecer. Seu corte de cabelo que deveria ser o mesmo e há anos: cabelos curtos até os ombros e repicados, ruivos. Claro, tintura!

Ela e seu filho - bem gato - nos receberam gentis e alegres. O garoto deveria ser da minha idade só que alto, é claro - anã como sou!

Seus olhos eram castanhos e penetrantes, sua pele bronzeada e seus cabelos escuros e curtos, e pareciam ser levemente macios e sedosos. Ele me chamava à atenção por seus olhos estarem fixamente em mim, e pouco desviava....

 

— Nossa, essa é a Déborah Denise? - perguntou à minha mãe, que assentiu - Como ela está linda! - abraçou-me mega apertado - Diz que lembra de mim, vai?!

— Lembro sim. - falei sorrindo.

— O Henrique também tá enorme hein? E... um gatinho! - disse minha mãe - Tudo bem Henrique?

— Tudo sim. - ele a respondeu, e percebi um pouco seu sotaque Gaúcho.

— Vamos então pra mesa? Preparei Yakisoba, Nhoque, Saladas... tem muita coisa ainda! - Simone falou super ativa, puxando minha mãe pelas mãos, e Henrique e eu as seguimos.

 

A mesa estava mesmo coberta de alimentos saudáveis e logo sentei-me ao lado de minha mãe e comecei a servir-me. Eu tava morrendo de fome já ué?! Se era um jantar com pessoas conhecidas e que já conviveram comigo, eu tinha que atacar tudo mesmo!

 

...

 

Minha mãe e Simone mais conversavam do que comiam e eu - como uma excelente lesada, como diz minha mãe - fiquei total por fora de todos os assuntos e dava até vontade de dormir. Elas conversavam sobre a adolescência delas, as festas, os garotos que ficavam... Meu, falavam de umas bandas da época delas que NUNCA ouvi falar na vida. Praticamente eu estava Offline ali.

Henrique - que estava sentado ao lado de sua mãe, à minha frente - também não via a hora daquilo tudo acabar e olhava de minuto em minuto em seu relógio de pulso - e ainda manteve os olhos em mim, de vez em quando que eu percebia.

 

— Filho, vão lá na varanda vão. Daí vocês se conhecem melhor, já que você vai ser novo na escola dela. Maria Gemma né?!

— Uhuum, tudo bem. - olhou para mim - Topa?

— Bora... - respondi levantando-me.

 

Aleluia. Isso era o que eu mais queria, sair dali. Pelo menos uma ideia boa pra me tirar daquele lero-lero todo das duas. Mas que história é essa dele começar a estudar na minha escola? Tudo bem que é um gatinho mas ele já me olhava demais e logo comecei a ficar indiferente com ele assim...

Quais são as suas intenções?

 

— Henrique é o seu nome né? - perguntei meio sem jeito, sentando-me num banco da área de sua casa.

— Exato... Déborah?! - apontou para mim, piscando. Esse jeito bobo sempre me faz sorrir, o jeito que o Rodrigo usa pra me fazer sorrir - A maioria do pessoal tem esse seu estilo? - sentou-se ao meu lado.

— Não sou roqueira como você deve estar pensando... só vim assim por vim!

— Entendi... E como é lá na sua escola?

— Ahh... lá é bacana. Os professores ensinam bem, sempre é uma zoeira... não tenho muita coisa à dizer.

— Hmmm, bom saber que pelo menos tem zoeira!

— Você não tem cara de bagunceiro.

— Sou um bom guri surfista que gosta de se animar.

— Você é surfista?

— Sou sim. - ficou em silêncio e sorriu de lado - E você... tem algum guri pegando?

— Por que a pergunta? - um breve sorriso escapou de meus lábios.

— Curiosidade!

— Tenho sim, tô namorando. - sorri.

— Sério? - seus castanhos olhos penetrantes arregalaram-se.

— Uhuum...

— Há muito tempo...?

— Tempo suficiente. - o interrompi.

— E ele sempre diz o quanto tu é bonita? - perguntou sorrindo e aproximando-se lentamente com o corpo.

— Valeu pelo elogio, mas... ele diz sim, obrigada! - cocei a cabeça, sem saber mais o que dizer e fazer. Afinal, o que ele quer?

— Muitas gurias lá de Porto Alegre falam que sou muito impulsivo e de bastante iniciativa!

— Sério? - zombei - Como assim?...

 

Comecei a perceber suas intenções, então levantei-me. Rapidamente ele também levantou-se, voltando seus braços em minha cintura, empurrando-me contra a parede ao lado do banco e me BEIJOU. Tudo aconteceu rápido demais e mal pude me debater pra sair dali, pro beijo não se prolongar. Coisa que aconteceu.

Mas não querendo ser muito atrevida... o idiota beijava bem demais, e o jeito que ele me segurava pela cintura, era envolvente. Era diferente.

Logo esses inúteis pensamentos foram cortados quando percebi que os únicos lábios que poderiam encostar nos meus daqui em diante, eram os do Rodrigo. E aquele não era o meu namorado e sim um sedutorzinho de 5ª.

Praticamente eu estava "traindo" o Rodrigo.

Que porra de garota BURRA sou eu de ir se levando pela conversinha abestada de um abusado que sabia muito bem que eu tenho namorado e ainda deixa ele aprontar comigo?

 

— Sai daqui seu pervertido. - o empurrei pelos ombros - Quem você pensa que é?

— Relaxa... - olhou-me, sorrindo malicioso e voltou a aproximar-se se mim - Só foi um beijo!

 

O empurrei novamente e o deixei na varanda, indo até a sala de jantar onde nossas mães ainda conversavam e riam, com seus copos de vinho nas mãos.

 

— Mãe, vamos embora? - perguntei, pegando em sua mão, querendo puxá-la.

— Déborah mas já?

— Fica Déborah. Ainda tem a sobremesa. Fiz mousse de maracujá com chocolate! - Simone falou.

— Tô com um pouco de dor de cabeça. Acho que fiquei tempo demais no sereno e posso ficar com febre. - menti.

Meu... mousse de maracujá com chocolate é uma tentação, mas não.

— Tudo bem... e cadê o Henrique?

— Não sei. - respondi quase cuspindo as palavras.

— Tô aqui mãe. - falou entrando e sentando-se em seu lugar com um risinho bobo de lado.

— Bom, - minha mãe levantou-se - Vamos indo então senhorita. - aproximou-se de Simone e abraçaram-se - Logo a gente volta amiga!

— Até amanhã Déborah! - Henrique falou observando-me ao encará-lo friamente.

 

...

 

Já no carro, minha mãe perguntou:

— Aconteceu alguma coisa, filha?

— Ruum... nunca mais quero voltar aqui... nem te conto o que aquele pervertido fez.

— Conta. - fitou-me preocupada e pronta para ouvir-me.

 

(...)


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Notas finais do capítulo

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