Utopia escrita por dastysama


Capítulo 41
Capítulo 41 - Destinos Traçados


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo :D



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– A carta nunca chegou ao seu destino – Biene disse, segurando a carta que também lera várias vezes – Não sei realmente o que aconteceu, mas acho que na confusão toda, Gustaf acabou se esquecendo de entregá-la, já que estava desesperado para salvar a irmã.

– Não sei se isso mudaria alguma coisa – Bill comentou, olhando para o palco onde acabaram de se apresentar. Ele acabara de fazer um show para a pequena cidade de Aach, poucas pessoas o conheciam, mesmo assim adoraram as músicas e aplaudiram entusiasticamente – Acho que Will teria tentado salvá-la da mesma forma e também morreria por ela.

– Não estou dizendo que é sua culpa, mas poderia ter evitado todas aquelas mortes de descendentes dos Baumgärtner – então Biene sorriu, apesar de ela acreditar em um bocado de coisas fantásticas, aquilo era quase um absurdo – Bill, você lançou uma maldição em uma família. Sei que é difícil acreditar, acho que não é necessário sangue de galinha ou qualquer coisa do tipo, mas suas palavras e seu ódio foram fortes o suficiente para amaldiçoar.

– Bem... teve sangue, o meu – ele disse raciocinando – Tudo bem, essa é a maior besteira que eu já ouvi, mesmo que nós tenhamos provado essa maldição. Mas o que você quer dizer com eu poderia ter evitado?

– Se você tivesse perdoado Meredith como Johanna pediu, você poderia até ter morrido, mas sem dizer nada, sem nenhum ódio – ela disse, olhando pensativa para seu braço com as queimaduras. Aquilo deixaria várias cicatrizes, com certeza – Mas não podemos mudar o passado e acho que de alguma forma, isso influenciou para que nos encontrássemos de novo.

– É, acho que não vim para cá para escrever músicas. O que é verdade, já que não escrevi quase nada... – Bill realmente precisava dizer algo para ela, mas não tinha coragem de ouvir a resposta. Talvez ele já soubesse a resposta de alguma forma – Nós vamos embora de Aach...

– Eu sei – ela disse suspirando – Parece que foi ontem que vocês chegaram, que nós não sabíamos de nada.

– Queria saber se você quer ir comigo – Bill disse finalmente, quase cuspindo as palavras com medo de que elas travassem na metade da frase – Nossa vida vai ser bem movimentada, vai ser difícil para nós nos encontrarmos, mas...

– Sabe aquele seu sonho? – ela cortou como se não tivesse ouvido o que ele tinha falado – O de viajar pelo mundo todo?

– Qual? O da época passada?

– O da época passada, o de agora, são os mesmos. Já se realizou? Você já viajou para todos os lugares que quer?

– É... na verdade... não. Queríamos fazer um tour no Japão.

– Você precisa realizar esse sonho, então – ela disse sorrindo – O meu é trabalhar com história, quero descobrir o passado e também viajar por aí. Ainda tenho muito que estudar, muito que pesquisar. Não é que eu não quero ir com vocês, a verdade é que não é hora de ir. E tenho certeza absoluta que não vai ser a última vez que vamos nos ver.

– Então só vamos nos ver de novo quando nossos sonhos se realizarem? – Bill perguntou inseguro.

– Não! – ela disse se levantando e rindo. Biene estendeu a mão para que Bill pudesse se levantar do chão – Nossos sonhos vão fazer que nos encontremos de novo, vão estar ligado de alguma forma.

– Como pode saber? Leu nas borras de chá?

– Não, eu apenas sinto – ela disse, rindo misteriosamente e ficando na ponta dos pés para beijar os lábios dele.

– Vou sentir a sua falta – Bill sussurrou, passando os braços em volta dela e a segurando fortemente – Mas você é daquelas que não se pode segurar, precisa sempre estar voando por aí.

– Não vai ser nem a primeira nem a última vez que vamos nos encontrar. E acho que você já teve provas o suficiente disso! E não hesite, talvez não tenhamos mais vidas para arriscar novamente.

Os dois caminharam em direção ao carro que esperava Bill. Tom, Georg e Gustav já estavam o esperando para partir. Biene se desvencilhou de Bill e correu para abraçar seu primo, principalmente por este já estar bufando de ciúmes.

– Vou sentir falta de vocês – Biene exclamou – Vocês animaram muito a cidade esses dias.

– Também sentiremos sua falta – Gustav disse – Você pode nos visitar sempre que quiser.

– Vou tentar – ela disse, sorrindo.

Eles entraram no carro, um pouco felizes por finalmente voltar para casa e um pouco tristes por abandonarem a cidade com que se acostumaram a viver. Mas Bill sentia um pesar maior, por abandoná-la sem saber se ela não vai correr mais perigo.

– Pode deixar, irei protegê-la – Eleazar disse, surgindo do nada e colocando a mão no ombro de Biene – Não haverá mais maldição. Ela estará segura.

Bill assentiu, mas quando estava para fechar a porta, saiu rapidamente e foi de encontro a Biene novamente. Esse não era o adeus certo, um adeus que aceitava a distância. Ele passou o braço em volta dela e a beijou com vigor, como se todas as vezes que a tivesse visto, não importando em que época, não saciasse sua vontade. E no fundo, ele também sabia que não seria a última vez que a veria. Mal sabia, que daqui a uns meses, a veria na Malásia, estudando sítios arqueológicos, nem no Peru, estudando as civilizações antigas de Machu Pichu.

– Até algum dia – Bill sorriu, se afastando dela e entrando no carro.

Biene continuou acenando mesmo depois de o carro sumir pelas colinas e Bill ainda era capaz de senti-la, mesmo que sua imagem fosse se perdendo. Em um último vislumbre das colinas, ele pode ver um casal de mãos dadas, um rapaz magro e alto e uma moça com cabelos escuros e compridos, em um vestido. Seu coração disparou quando percebeu que se tratava de Will e Johanna, eles acenaram para ele e depois desapareceram como se nunca estivessem lá.

– Está tudo bem, Bill? – Tom perguntou vendo o rosto pálido do irmão.

– Está, me sinto ótimo – Bill respirou fundo, afundando no banco acolchoado.

– Sabe de uma coisa? – Tom perguntou – Só queria saber quem é a tal de Meredith atualmente, mas acho que nunca vamos descobrir.

Bill já pensara nisso antes, mas nunca chegara realmente em uma conclusão. Talvez Meredith houvesse se perdido no tempo, ou talvez virasse uma boa pessoa e não está mais infernizando a vida dos outros. De repente o celular de Bill tocou, ele olhou para o visor e viu que se tratava de Natalie.

– Alô? – disse a voz de Natalie – Como está?

– Está tudo bem Natalie – Bill disse sorrindo – Estamos de volta para arrasar novamente.


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Notas finais do capítulo

Acabou ))):
Tive que acrescentar essa nota depois de ver que a maioria das pessoas ou não entenderam o final ou tiraram uma conclusão totalmente diferente. A Meredith é a Natalie, a história não vai ter continuação, está toda explicada! Então porque diabos a Meredith é amiga do Bill agora? Porque do mesmo jeito que a alma de Bill e Biene amadureceram, a de Meredith também. Ela gostava de verdade do Bill, por isso acabou no final da história ficando como a melhor amiga dele. (Se acostumem, adoro colocar a Natalie no meio das histórias, eu adoro ela, sério HUSHUASHUASHUASHUASHU).