A primeira vista escrita por Lia_S


Capítulo 2
Manhã do Dia 1 ou primeiros encontros


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Voltei um pouco mais cedo para postar essa semana.

Pra quem está esperando, sim, esse é o capitulo que finalmente Gil Grissom vai aparecer e mexer com o coração da nossa Sara.

Para fazer essa fic, to estudando o nosso ship favorito então estou usando a série como base além desse tumbrl https://addictedtostorytelling.tumblr.com/post/90526862654/five-findings-about-grissom-and-saras-respective que tem muita coisa legal que a autora pesquisou.

Obviamente, essa fic tem varios easter eggs de episódios e personagens então quero ver vocês achando todos e mandando nos comentários pra saber se vcs estão por dentro.

Aproveitem!



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Era primeira vez de Sara numa conferencia daquele porte. Ela havia ido a algumas feiras menores, com mais exposição de materiais e novas tecnologias e menos palestras e pessoas dizendo que já haviam visto seu rosto ou seu sobrenome em algum lugar.

Por ser próximo a sua pequena casa, a jovem pegou sua mochila e foi até hotel onde aconteceria a reunião. Não havia muitas coisas que ela iria levar: seu caderno e algumas canetas eram essenciais, junto com seu maço de cigarros, o qual não sentia orgulho, mas era uma das poucas coisas que a acalmava nos últimos 4 ou 5 anos.

Depois de fumar um cigarro e esconder as cinzas num cinzeiro o qual sempre carregava, a moça entrou na convenção, onde havia centenas (ou milhares?) de pessoas, stands e mesas com as novidades do mercado forense logo cedo. Um grande painel perto da entrada mostrava os horários dos palestrantes: As 10 horas no Salão A, uma antropóloga falaria sobre anatomia e anomalias genéticas; já no Salão B, no mesmo horário, um tal de Dr. Gilbert Grissom do laboratório de Las Vegas falaria sobre “Evidencias: Quando a cena de crime fala por si mesmo”. Após pensar um pouco, e ver que as 10 horas já estavam quase chegando, Sara entrou no auditório B.

Havia até um tanto considerável de pessoas no local, mas a maioria pessoas com seus 35 anos pra cima o qual já estava familiarizada. Sara pegou uma cadeira numa fileira que havia apenas duas outras garotas (possivelmente calouras que foram obrigadas a estarem ali por notas melhores) sentadas há uns 2 ou 3 cadeiras de distância e que não paravam de conversar.

— Já estou vendo que isso vai ser mais tedioso que as aulas do sr. Matthews -disse a garota loira para a amiga dando um suspiro profundo. “Bem que ela podia ter o mínimo de respeito pelo palestrante” pensou Sara consigo pegando suas canetas e cadernos visivelmente chateada tentando não as encarar.

— Bem que eles poderiam ter nos inscrito na palestra sobre microscópios... pelo menos ver aquelas coisinhas minúsculas é mais legal não é Jenny?! – A outra menina disse.

—Pois é. Pelo menos ele é de Las Vegas... deve conhecer bem os melhores cassinos de lá – Jenny disse dando um sorrisinho pra amiga – Bons bares e karaokês...

— E strip clubes... – A outra respondeu e Sara dessa vez soltou um grande suspiro. E dessa vez ela se virou para olhar para as garotas.

Antes que pudesse ter qualquer reação e responder de forma mal educada, o som do microfone do palco ligando a assustou, e um homem alto e careca apareceu. Seria aquele o Dr. Gilbert Grissom?

— Bom dia a todos. Eu sou Conrad Ecklie, chefe do departamento de Ciência Forense de Las Vegas. Antes que a palestra comece gostaria de avisar que todos devem dar seu nome na portaria antes de sair para controle de público. Muito obrigado.

Assim que o homem saiu, outro entrou lentamente, quase como não quisesse estar ali. Ecklie trocou uma palavra ou duas antes de finalmente descer do palco e sentar-se na primeira fileira para assistir o que se seguiria.

O palestrante era alto, pele branca levemente bronzeada e belos olhos azuis e um par de óculos de armação fina pendurada no bolso de sua camisa. Devia ter seus 35 ou 40 anos, o qual alguns fios brancos cintilavam em sua cabeça contrastando com os cabelos negros encaracolados. Por um segundo, Sara o imaginou se ele teria namorada. Possivelmente não... ser cientista e trabalhar com cadáveres assustava as pessoas ‘normais’. Mesmo com o calor da California, ele usava uma camisa social fechada até o pescoço.

— Bom dia. Eu sou o Doutor Gilbert Grissom do departamento de Ciência Forense de Las Vegas. Gostaria de agradecer à Conferencia por ter mandado o convite. Estou muito feliz por estar aqui –Sara pode perceber pelo seu tom de voz monótono que talvez ele não estivesse tão feliz assim. Os olhos azuis do doutor Grissom vasculharam o público, a procura de alguma coisa, mas em seguida voltaram para um papel que colocara sobre a mesa. -Acredito que alguns de vocês já ouviu falar de mim– Um coro de sussurros e concordando com o palestrante se ergueu, alguns respondendo pergunta outros burburinhos. Sara apenas observava com os olhos fixos - Excelente. Vamos começar... – Ele disse clicando um pequeno botão liberando os slides enquanto Sara ficava pronta para anotar o que ele falaria. O tema da palestra apareceu ‘como mágica’ na tela - Caso queiram fazer perguntas, levantem a mão e responderei.  Gostaria de começar com uma frase – ele clicou e uma citação apareceu que imediatamente Sara anotou. “As pessoas mentem. As evidencias não”.

— Essa frase é a sintetização do nosso trabalho. Como cientistas devemos apenas acreditar em nada além das provas que estão em nossas cenas de crime... Falando como entomologista, os insetos são evidencias cruciais para uma investigação. 

Sara observava e anotava tudo que Dr. Gilbert Grissom dizia, quase como estivesse hipnotizada. Ele era muito bom com as palavras com certeza, mas havia algo mais. Algo que nunca havia sentido por ninguém, por mais que tivesse tido talvez uns 3 namorados até agora.

Depois de várias fotos e casos resolvidos pelo entomologista (ou talvez botânico?) e sua equipe, Ecklie voltou ao microfone. A esse ponto, Sara já tinha anotado em mais de 5 folhas de conteúdo.

— Agora, abrimos para dúvidas e perguntas... – Disse Ecklie ao público após se levantar e falar ao microfone já no palco. Porém, antes mesmo de poder dar as outras instruções, Sara já havia levantado sua mão e quase estava de pé. Ela tinha que falar com Dr. Grissom de qualquer jeito. – Já temos alguém... 

— Qual o seu nome? - Dr. Grissom disse alto também cortando seu superior e olhando para ela nem mesmo pegando o microfone. Naquele momento ela pode sentir um estranho arrepio.

— Sara Sidle. Trabalho com o legista de São Francisco. Sou uma CSI nível II- Ela respondeu tentando evitar sorrir muito. Ele a olhava diretamente dentro dos seus olhos castanhos o que era intimidante... de um jeito bom – A minha pergunta é: e as testemunhas? Elas não podem ser consideradas como evidencia nos casos?

— Senhorita Sidle, pessoas são voláteis. Seus testemunhos e ações podem ser facilmente corrompidas e/ ou influenciáveis. – Ele a respondeu sério ainda a olhando olho no olho. Aquilo a fazia tremer-Além disso, a questão emocional precisa ser colocada de lado quando estamos em campo. Todos são suspeitos até que se prove ao contrário.

— Mas evidencias também podem ser corrompidas, plantadas e adulteradas certo? – Sara rebateu inclinando o cabeça para o lado ainda olhando para Grissom que dera um leve sorriso com um biquinho ele estava gostando disso.

— Claro, mas de uma hora ou outra as circunstancia acaba se resolvendo – Grissom a respondeu. Aos poucos, a curiosidade de Sara ia aumentando – Tudo depende de se estamos nos envolvendo com as vítimas emocionalmente. Somos cientistas devemos seguir as provas físicas.

— Então mesmo alguém mantém com boas práticas e comportamento exemplar, ela não seria capacitada para esse tipo de serviço se estivesse envolvida com a vítima?- Ela voltou a perguntar – Por exemplo, se um investigador se sente conectado com a vítima em uma devida cena de crime com cadáver ou não sua investigação estaria totalmente comprometida por ele apenas quisesse trazer conforto à familia da vítima?

Antes que Grissom pudesse responder, o Conrad Ecklie se levantou novamente se cortou a resposta do entomólogo. Parecia que ambos haviam se esquecido que haviam pelo menos mais umas 10 pessoas querendo fazer perguntas, e que aquilo não era apenas um bate- papo particular. Sara estava gostando daquilo.

— Muito obrigada pela participação, Senhorita Sidle. Amanhã de amanhã teremos uma atividade prática conduzida pelo dr. Grissom em uma instalação que fizemos no final da rua com uma cena de crime ‘real’. Se puder comparecer para poder tirar mais dúvidas, ficaríamos muito felizes de tê-la conosco – Sara notou que Grissom fitava o chefe surpreso e com raiva pelo corte. Ela notou os olhos azuis dele voltando se pra ela como se pedisse desculpas pelo ato do ‘colega’- Agora queremos ouvir outros alunos...

Sara voltou-se a sentar-se em sua poltrona para esperar até o fim da palestra. Pegou uma caneta e começou a rabiscar seu caderno e anota respostas para perguntas que havia anotado. Ecklie havia sido muito rude, mas (infelizmente) haviam mais alunos com mais dúvidas naquele auditório.

Assim que a palestra acabou, Sara se apressou para sair e foi fumar atrás de seu apartamento, evitando contato com o maior número de pessoas possíveis. Toda vez que algo a irritava o único ‘amigo’ era o seu maço de cigarros. Mas dessa vez, ao invés de preencher sua corrente sanguínea com nicotina dois ou três cigarros, de outra coisa sua mente se enchia: Dr. Gilbert Grissom. Aquele estranho chegou do nada e estava em sua mente. Ótimo.

 Após acabar, Sara foi para o refeitório da faculdade almoçar, coisa que geralmente ela não fazia por estar trabalhando naquele horário. O máximo era um ou dois cigarros e talvez pedir algo quando chegasse em casa. Ela odiava ficar em público. Enquanto achava um lugar para sentar, seus olhos perceberam uma figura conhecida sentada sozinha em um canto: Dr. Gilbert Grissom.

Quase como um imã, Sara se aproximou e notou que o homem lia ‘Mobdick’. Era estranho ver um Doutor como ele longe da sala dos professores, na maioria das vezes, esnobando os alunos ouvintes. Ela sabia muito bem pois estava sempre com os professores já que os alunos SEMPRE eram horríveis com ela, então os professores a entendiam melhor que qualquer um. Mas por ser um congresso a nível nacional, ela preferia ficar longe.

 - Moby Dick...– ela disse parando em seu lado. Gil ergueu a cabeça notando a mulher. Ela pode ver seus olhos azuis se acenderem de uma maneira peculiar, mesmo com seu semblante sério. - Posso me sentar aqui com você?

— É claro. - Grissom respondeu juntando um pouco de seus potes e os papeis que estavam espalhados sobre a mesa – Li algumas vezes...  É um clássico da literatura moderna. Além disso, o mito criado no livro sobre a baleia albina perdura até hoje.

— Eu concordo plenamente – Sara se sentou ao seu lado dando-lhe um sorriso, com espaço suficiente entre eles para que a mala os separasse. Ele usava um perfume com um cheiro peculiar, mas que para ela era bom – Achei que fosse almoçar com os outros palestrantes e não comer aqui no meio do campus... Geralmente os doutores que passam por aqui não querem ver a cara dos alunos durante as refeições.

—  Já passei muito tempo cercado deles vindo para cá– Grissom disse pegando um sanduiche em sua bolsa. Os olhos castanhos de Sara não desgrudavam do homem– E você? Achei que estaria com outros alunos ...

— Oh não... – Ela rolou os olhos enquanto o perito abria seu lanche. Provavelmente ele soubera de seu passado já que todos ali já a conheciam– Já tinha vindo em São Francisco antes?

— Apenas de ouvir falar. Não tenho tempo pra sair com o tanto de trabalho que chega Las Vegas -Ele disse olhando para ela e repartindo seu lanche antes que Sara pudesse reclamar, o sanduiche de pastrami estava em um pequeno prato em sua frente. – Não fique sem comer.

 Sara fez um bico notando que em breve, suas bochechas estariam coradas, então tentou não fazer um contato visual direto. Ela ficou em silencio por alguns minutos pensando em como puxaria conversa novamente.

— Olha parece estranho, mas sabe, eu poderia te levar pra conhecer a cidade... – Ela disse pegando o lanche da mesa, notando um pequeno pote com um besouro verde dentro. De verdade, Sara quase não saia de casa, mas a máscara social dela estava ativa naquele momento. -  Tem bastante coisas legais por aqui.

— Seria ótimo, mas tenho um cronograma de palestras... – Ele disse parecendo um pouco triste, mas seu rosto ainda sério. Já Sara ficara quieta e seu sorriso desapareceu de seu rosto quando um curto período de tempo um silencio ensurdecedor permeou o local.

— Claro... Você é uma celebridade no meio forense. – Ela pegou o pedaço de sanduíche dado por ele, enquanto olhava para o inseto no pote, que cintilava conforme a luz entrava através do plástico do recipiente tentando parecer que estava bem após seu convite ter sido negado. - Besouro bonito...

Chrysolina herbacea… é uma espécie europeia– Ele também olha para o animal no pote, que começava a se esconder no meio de algumas folhas que forrava o pote. – Meu mentor me deu. Acho que deve conhecer o Dr. Gerard Phillip.

Ela já tinha ouvido falar de Gerard através dos seus professores da faculdade. Ele era um renomado investigador que cresceu na vida e se tornou um dos maiores nomes no campo da ciência forense. Dr. Grissom tinha que ser seu pupilo, já que vinha trilhando um caminho semelhante, ascendendo e se destacando no campo da entomologia.

— Nunca tinha visto um desses antes. Não tenho contato muito com insetos – Ela deu uma mordida no lanche notando o rosto surpreso do perito.  – Na verdade, por aqui quando as coisas estão muito estranhas vão direito pro FBI. O meu negócio é Física e Análise de Materiais, dr. Grissom.

— Me chame apenas de Grissom – Ele falou como um pedido para a moça, que repetiu o nome no que ela notara um pequeno sorriso aparecer em seu rosto sério. Ela notou que ele olhou o seu relógio de pulso ficando de pé, quase a contragosto– Tenho 10 minutos para voltar ao auditório. Irei repetir a palestra de cedo para uma nova turma. Terão mais palestras até as 7 da noite e espero te ver por lá.

— Claro. Estarei lá... Grissom – Ela deu um sorriso em troca. Depois de um minuto de silencio, Grissom se afastou em direção à sua nova palestra enquanto Sara ficava ali pensando no que tinha acontecido.


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Notas finais do capítulo

Pois é assim que as coisas começaram (pelo menos na minha imaginação). O sempre tive um crush no Grissom. Acho que são os olhos azuis ( ou o jeito esquisito) kkkkkkkk

Sobre o proximo capítulo : Sairá na proxima terça! Então aguardem e deixem essa escritora feliz com um comentário!

Até mais!



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