Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Original escrita por YuukiHisashi


Capítulo 5
Capítulo 6 - Pesadelo




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Enquanto retornavam, Akane sentiu o peso da culpa em seu peito ao caminhar em direção ao banheiro. Ele já estava a ponto de entrar em seu quarto, quando ela chamou sua atenção.

— Yuuki-kun… depois que eu terminar… podemos conversar a sós?

Seu semblante triste o fez a olhar por um pouco mais de tempo antes de enfim lhe responder, acenando com a cabeça, e entrando, sem dar a chance à menina de dizer aonde. Sem poder fazer nada, ela adentrou o banheiro e trancou a porta. Mais uma vez ela se despiu de seu uniforme, e decidiu olhar-se no espelho. Olhando para seu corpo masculino, a tristeza mais uma vez lhe atingiu. “Ele… com certeza não gosta de mim…” Pensava ela, deixando o espelho de lado e adentrando o banheiro. “...não desse jeito que eu sou… tenho certeza de que…” tornava a refletir, enquanto tomava seu banho, gelado. O golpe da água fria nos primeiros momentos lhe pegou de surpresa, mas tão rapidamente quanto ela se assustou, já estava acostumada. Vários pensamentos passavam pela cabeça da menina, como “O que eu posso fazer para que ele me ame do jeito que eu sou?” ou até “Será que tentar normalmente vai dar certo?” dentre outras coisas. Seu olhar parecia vazio enquanto se banhava.

Saiu debaixo do chuveiro, recuperando o brilho que havia em seus olhos e se secou, vestindo a roupa que havia deixado ali. Da área de serviço, seguiu até o quarto do garoto e bateu em sua porta, sendo atendida após alguns segundos.

— Por favor, venha comigo. – Começava a caminhar, e o garoto lhe seguia. Fora de Nozomi-sou, a alguns quarteirões dali, em um parque, ela parou de frente a um balanço e se sentou. Sem precisar dizer nada, ele se assentou a seu lado, olhando a noite e as luzes, vindas dos postes, construções e carros. – Yuuki-kun… eu…

— Você quer que eu te perdoe, é isso? – Ela acena. – Não precisa se desculpar. Eu creio que a culpa é minha, mais por não ter trancado a porta e não ter notado sua presença. – Justificou.

— Não, Yuuki-kun. A culpa é minha… eu… eu que não perguntei se havia alguém ali. Por favor, se alguém aqui tem que ter culpa por aquele infortúnio, eu assumo o erro. Você foi inocente nessa confusão.

— Mas Akane…

— Yuuki-kun, a culpa é minha. Não necessita mesmo de você assumir esse fardo. – Vendo que não havia outra escolha, aceitou deixar a responsabilidade do acidente com ela, mesmo sentindo que aquilo era extremamente errado.

— E então, vamos? – Sugeriu, enquanto se levantava do balanço, e começava a caminhar. Em um impulso de ousadia, ela se levantou também de seu balanço e segurou a mão do rapaz. – O-O que foi? – Questionou, olhando brevemente para sua mão e então para ela, que estava com uma expressão facial determinada. Suspirou.

— Não é nada… me desculpe. – Largou sua mão e foi na frente do jovem, sem dizer nada. “Eu não consegui pedi-lo… uma coisa tão simples…” Refletiu, com um rosto minimamente desesperançado, caminhando pelo meio-fio. Como ele estava atrás dela, não pode perceber seu semblante desapontado.

Já na porta do dormitório, ela trocou o chinelo de fora pelas pantufas, assim como ele.

— Então… boa noite… Yuuki-kun. – Despediu-se, olhando para trás ligeiramente, antes de começar a subir as escadas.

— Boa noite, Akane. – Yuuki respondeu. Ao prestar atenção naquele breve momento antes da mesma ir para os quartos das meninas, ele decidiu chamar sua atenção.

— Está tudo bem? Você parece um pouco cabisbaixa. – Questionou-lhe, preocupado.

— Está tudo bem, Yuuki-kun. É impressão sua. – Miyagi replicou, mostrando um sorriso, que somente serviu como uma máscara para rapidamente camuflar o que sentia por dentro. Diante daquelas escadas, sumiu da vista do rapaz após alguns degraus. Sem outra opção, ele foi até seu quarto, arrumar sua cama.

Já ela, dentro de seu cômodo, sentou-se na cama e repousou sua cabeça sob seus braços, recostados em seus joelhos. Não sentia a menor vontade de chorar, somente a melancolia que preenchia seu coração. Como já estava quase na hora de dormir, configurou o despertador do celular e pôs-se a repousar, até cair em sono profundo.

Em seu sonho, estavam a caminho da escola, um ao lado do outro. Sua felicidade era aparente, pois andava com um sorriso de bochecha a bochecha. Tudo parecia bem, mas sem notar nada, algo parecia acontecer.

— Akane… a sua roupa…

A menina então notou que sua vestimenta estava se desintegrando, e de forma ligeira. Envergonhada, correu, se tapando como pode. Primeiro se foram sua camiseta colegial e saia, a deixando somente com suas roupas íntimas. Enquanto fugia, viu um banheiro masculino e feminino não muito longe dali. “Ainda bem! Vou me esconder ali mesmo!”— Pensava, sem notar que sua roupa íntima já estava se desintegrando. Quase chegando ao banheiro, em sua pressa, tropeçou em uma pedra um pouco irregular, e deu de cara no chão. Daquele ponto, ela estava como veio ao mundo: seu sutiã e calcinha haviam desaparecido, revelando ali ela como verdadeiramente era. Ao levantar o rosto, estava rodeada de alunos. Tantos que bloqueavam a vista dela. Todos pareciam um pouco preocupados, e quando ela se levantou, antes de sequer ter uma chance de se proteger, os alunos ficaram em choque com o que viram. Uma sensação de medo preenchia seu corpo ao lentamente virar seu rosto para o lado, e então ligeiramente para trás, somente para dar de cara com um Hisashi, surpreso e um pouco desapontado.

— Vo...Você… era um garoto… esse tempo todo?! – Exclamou, dando um passo para trás.

— E-Espera… Eu posso explicar…

— E pensar que eu fiz uma promessa com você…

— Por favor, me escuta… – Tentou apazigua-lo.

— Não precisa dizer nada. Se eu te prometi algo quando pequeno, eu te peço para esquecer. Não houve promessa, eu não te conheço, você não me conhece.

— Yuuki-kun… – Começou a lacrimejar, enquanto o garoto virava suas costas para ela, e diante daquela multidão, desaparecia. – Por favor, volta… Yuuki-kun… – Chorava, sentada naquele chão, nua. Gotas caiam ao chão, e pouco a pouco, uma chuva começava a tomar o ambiente, espantando aos que a rodeavam.

Levantou-se, sem mais poder sentir suas lágrimas rolarem seu rosto por conta do dilúvio. Não se importando de sua nudez, porém, ainda sentindo a indignidade e a repulsa pelo seu corpo, correu por aquela cidade, a procura dele.

— Yuuki-kun? – Chamava por seu nome, enquanto o buscava, sem sucesso. Akane passara por muitos blocos, esquinas, ruas e outras vielas, visando até mesmo procurá-lo no parque. Sem esperança, tornou a cair de joelhos, sentada, ainda a chorar. Sentia uma dor de cabeça que ainda assim era tolerável, diante da enorme ferida em seu coração. – Volte… por favor… volte… é tudo que te peço… – Clamava, sem ninguém lhe escutar. Encheu os pulmões com todo o ar que pode, e a plenos pulmões, deixou sua voz sair. – POR FAVOR, NÃO ME DEIXE, YUUKI-KUUUUUUUUUUUUN!!! – Até que uma forte dor tomou seu rosto por inteiro. O despertador estava a tocar, e a pobre menina estava caída ao chão, o que explicara sua repentina dor. Levantou, tremendo um pouco, enquanto esfregava seus olhos com sua mão, gemendo quietamente. – Um sonho… – Disse a si mesma. – … por favor… que isso nunca aconteça… que isso não passe de um pesadelo… – Complementou, enfim desligando seu despertador e se preparando para um novo dia.


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