Um amor inesperado escrita por Tianinha


Capítulo 9
Escândalo no Kim Park




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Giane e Bento estavam trabalhando na loja, como sempre. Bento estava com a cara amarrada. Com certeza, era por causa da briga com Amora no dia anterior.

— Essa sua tromba aí tá me lembrando um elefante. — disse Giane, fazendo um arranjo de flores.  — O que é até um bom sinal, né, porque se é verdade o que dizem sobre a memória deles, eu espero que você nunca se esqueça o que a sua queridinha disse na televisão.

— Oh Giane, eu não tô afim de papo. Pode ser? — disse Bento.

— E se alguém de repente te oferecesse flores? — disse Giane, entregando o buquê de flores para ele.

Queria animá-lo. Não gostava de vê-lo daquele jeito. Bento sorriu.

— Pô, isso é que eu gosto de ver. — disse Giane, sorrindo. — Seu sorriso é tão bonito.

Giane olhou para ele, derretida. Gostava de vê-lo sorrir. Para Giane, Bento era o homem mais lindo do mundo. Era alto, forte, tinha os olhos verdes.

— Bento? — disse Malu, entrando na loja, apressada. Parecia nervosa.

Giane fechou a cara imediatamente. Aquela patricinha tinha de aparecer na hora errada, para estragar tudo, interromper o clima que parecia estar rolando entre ela e Bento. A tal de Malu andava sempre atrás do Bento agora.

— Que foi, Malu? — perguntou Bento, percebendo o nervosismo da amiga.

— Bento, me desculpa vir assim, viu? — disse Malu. — Mas é que... Aconteceu uma coisa tão... Eu tô chocada. Você pode conversar comigo?

— Claro, claro. — disse Bento. — Vamos lá tomar um café. A gente conversa com calma. — entregou as flores para Giane. — Giane, você cuida aqui pra mim?

Bento saiu com Malu. Foram a uma cafeteria ali perto.

— Patricinha filha de uma... — disse Giane, furiosa. Enciumada.

Quando Bento voltou à loja, Giane ficou sabendo o que havia acontecido. Malu quis levar as crianças de sua ONG, a Toca do Saci, ao parque, sem pagar nada. Porém, Wilson, dono do parque, não permitiu e ainda a tratou com grosseria. Bento ficou furioso por Wilson, mais uma vez, não permitir que crianças carentes entrassem em seu parque. Para ele virou uma questão pessoal, e decidiu comprar a briga. Giane também. Sabia muito bem o que sentia uma criança ao ser destratada por alguém como Wilson. Ele havia feito o mesmo com as crianças do lar do tio Gilson no passado. Havia expulsado ela, Bento e outras crianças do parque. Nunca se esquecera daquele dia.

Mais tarde, foram fazer uma entrega na Para Sempre, a empresa onde trabalhavam a Renata e a Charlene. Charlene encontrou-os descarregando as flores de dentro da van. Ao vê-los, Charlene disse:

— Sabia que essas flores lindas só podiam ser obra de vocês. Tudo bem?

Notou que Bento estava com a cara amarrada. Giane também.

— Bento, que cara é essa? — quis saber Charlene.

— A Malu foi pedir pro idiota do Wilson Rabello liberar as crianças da Toca do Saci no Kim Park. O cara aproveitou pra ofender a coitada. Maltratou ela e escorraçou ela de lá aos berros.

— Como é que ele pode tratar mal uma garota tão doce como a Malu? — perguntou Charlene.

— Dá pra acreditar que um cavalo desse possa ser irmão do tio Gilson? — disse Giane, indignada. — Oh Bento, da próxima vez que você quiser arrebentar esse cara, você me avisa, que eu seguro e você bate.

— O casca-grossa só pensa em dinheiro. — disse Bento. — O cara não faz a menor ideia do que seja solidariedade.

— Aliás, mudei de ideia. — disse Giane, furiosa. — Da próxima vez que esse Wilson Rabello aparecer, você segura e eu bato.

Tio Lili, que também trabalhava na Para Sempre, apareceu.

— Wilson Rabello? — disse tio Lili. — Há, há! Mas que coincidência! Venham ver quem tá lá no Kim Park como convidada VIP. 

Tio Lili, Charlene, Bento e Giane foram em uma das salas da empresa. Ligaram a televisão e ficaram assistindo ao programa da Sueli Pedrosa. A matéria falava a respeito da visita da Mulher Mangaba ao Kim Park. Sueli Pedrosa comentava: “Dá pra ver que a Mulher Mangaba se divertiu muito no Kim Park, né, gente? E o convite VIP oferecido a ela foi estendido ao pomar inteiro. Gente, olha que delícia!”. Foram mostradas fotografias das mulheres-frutas.

— Gente, que absurdo! — disse Bento, indignado. — Criança entrar sem pagar não pode, mas montar esse fim de feira aí, tudo bem? Ah, não dá. Eu vou lá.

Bento quis ir ao parque tirar satisfações com Wilson, mas Giane o impediu.

— Não, Bento. Faz isso não, cara. Você vai ser preso, pô!

— A Giane tem razão, você tá fora de si. — disse Charlene. — Mas alguém tem que falar alguma coisa pra esse cara. Essa pessoa sou eu.

Como voluntária da Toca do Saci, ela era a pessoa mais indicada para falar em nome da Malu e das crianças da ONG. Tio Lili disse:

— Charlene, que isso? Tá louca? E o trabalho?

— Diz que eu fui defender uma boa causa e já volto. — disse Charlene.

Na hora do almoço, Giane e Bento foram à casa de tio Gilson. Ouviram tia Salma dizer:

— Poxa, Jonas! Coitadinho do menino.

Viram Vinny sair da sala. Pela expressão do seu rosto, estava chateado.

— O que aconteceu com o Vinny? — perguntou Bento. 

— Ficou mal porque a Sueli Pedrosa tá mostrando o maior barraco dos pais dele ao vivo. — explicou Jonas.

Bento e Giane olharam para a televisão. Estava acontecendo o maior barraco no Kim Park, o parque de diversões de Wilson. Damáris, a ex-esposa de Wilson e mãe de Vinny, brigou com a Mulher Mangaba, as outras mulheres-fruta resolveram tomar partido e acabou virando uma pancadaria geral. Uma confusão. Com certeza, isso não era bom para a imagem do parque.

— Outro barraco, fora o da Charlene? Hoje é dia, hein! — disse Giane.

— Que história é essa de barraco da Charlene? — perguntou tio Gilson.

— É, tio, ela foi lá dizer umas verdades pro seu irmão. — disse Bento. — Uma boa verdade é sempre bem-vinda, não é?

Mais tarde, Giane e seu Silvério foram jantar na casa de tio Gilson. No meio do jantar, Érico chegou. Estava falando no celular. Havia recebido uma ligação de Renata. Desligou o celular e foi sentar-se à mesa, cheia de gente. Na mesa estavam sentados, além de seu Silvério e Giane, tio Gilson, tia Salma, Vinny, Bento e Jonas.

— Opa, que eu cheguei na hora. — disse Érico.

— Você que se atrevesse a perder a noite do nhoque. — disse tia Salma.

— Nunca. — disse Érico, sentando-se.

— Que pena que você chegou. — disse Jonas. — Agora vai sobrar menos pra mim.

— Que é isso, Jonas? O que é do homem o bicho não come, tá? — disse Érico. — Vem cá. Sabe o que a Renata falou pra mim agora? Que o Natan se separou da mulher.

— Grande novidade. — gritou Socorro, lá de seu quarto, que ficava perto da sala de jantar. — Fofoca tá rolando na internet ó... — estalou os dedos. — Faz tempo.

Socorro não saía da frente do computador.

— Socorro, larga isso e vem jantar, vem. — disse tio Gilson.

Charlene entrou na casa, junto com o irmão, Douglas. Na Casa Verde era assim: todos se conheciam e entravam na casa uns dos outros sem bater.

— Oi, oi, oi! — disse Charlene, cumprimentando a todos.

— Arrá! — disse Douglas, apontando para a mesa. — Eu não disse que era nhoque? Senti o cheiro de longe.

— Menino, deixa de ser esfomeado. — Charlene repreendeu, colocando a mão no ombro do irmão. — Que vergonha!

— Que isso, imagina. — disse Bento. — Tem nhoque pra todo mundo aqui, fica à vontade.

— Chega aí, gente. — disse tia Salma.

— E aí, Charlene? Foi lá no Kim Park hoje? — perguntou Bento.

— Arrasei com ele. — disse Charlene. — Disse tudo que todo mundo tinha vontade de dizer e mais alguma coisa. Quando eu acabei, meu amor, só tinha extrato de pó de titica em cima da mesa.

Todos comemoraram, gritaram e bateram palmas. Tia Salma pediu:

— Parem com isso, por favor, o irmão e o filho do Wilson estão na mesa.

— Desculpa aê. — disse Giane.

— Perdão aos dois. — disse Charlene. — Mas eu não me arrependo de absolutamente nada.

— Eu sei que meu pai mereceu. — disse Vinny.

— Pelo menos agora ele vai pensar mil vezes antes de ofender alguém. — disse Giane.

— E vai mesmo, porque tá todo mundo detonando o Wilson Rabello na internet. — disse Socorro. — Ao invés de ele ajudar a Mulher Mangaba, ele escorraçou a coitada junto com a doida que bateu nela.

— Olha! — disse Giane.

— A doida, no caso, foi minha mãe. — disse Vinny.

— E pegou super mal ele ter deixado a Mulher Mangaba ser agredida e ainda ter mandado expulsar do parque, tanto que estão planejando até um boicote ao parque amanhã. — disse Socorro.

— Aí, tá vendo? — disse Charlene. — Justiça vem a cavalo, meu amor! Vamos brindar, porque hoje não é só o dia da fortuna não, hoje também é o dia da verdade.

Charlene levantou um copo de suco.

— Pois então um brinde à justiça e à verdade, porque elas sempre vencem. — disse Bento, pegando um copo de suco para brindar.

Bento, Charlene, Jonas e Giane brindaram.


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